Líderes que Frutificam: O legado de produzir frutos para a vida toda

De Josué Campanhã e Nome Sobrenome

O que uma laranjeira produz? Laranjas, é óbvio! Qual a missão de uma laranjeira? Produzir laranjas, responderiam alguns. Não! A missão de uma laranjeira é multiplicar-se e gerar novas laranjeiras. É assim que produzirá muitos frutos e cumprirá sua missão. O mesmo se aplica à liderança. Um líder pode produzir muitas atividades, mas a pergunta que deve incomodá-lo é: como cumpro minha missão e deixo um legado? Líderes que frutificam vai lhe ajudar a ter uma nova perspectiva sobre resultados na liderança. Através da metáfora "Líderes são como árvores" você observará que pode aprender muito para produzir frutos significativos. Líderes são como árvores, pois nascem para fazer diferença, vivem para gerar vida e deixam um legado. Líderes causam impacto quando produzem frutos por toda a vida, e para isto é preciso aprender como as árvores como ser frutífero e como produzir frutos de qualidade. Além disto, líderes causam impacto quando deixam um legado e produzem sementes que se tornarão novas árvores frutíferas. Conforme afirma Clemente de Alexandria, "conhece-se a árvore pelos frutos, não pelas flores ou pelos galhos". Conhece-se o líder pelos frutos e pelo legado, não pelas atividades ou pela agenda.

• Idioma: Português
• Editora: Envisionar
• Data de lançamento: 14 de jul. de 2021
• ISBN: 9786599398872

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LÍDERES SÃO COMO ÁRVORES

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Uma vez as árvores resolveram procurar um rei para elas. Então disseram à oliveira: ‘Seja o nosso rei.’ E a oliveira respondeu: ‘Para governar vocês, eu teria de parar de dar o meu azeite, usado para honrar os deuses e os seres humanos.’ Aí as árvores pediram à figueira: ‘Venha ser o nosso rei.’ Mas a figueira respondeu: ‘Para governar vocês, eu teria de parar de dar os meus figos tão doces.’ Então as árvores disseram à parreira: ‘Venha ser o nosso rei.’ Mas a parreira respondeu: ‘Para governar vocês, eu teria de parar de dar o meu vinho, que alegra os deuses e os seres humanos.’ Aí todas as árvores pediram ao espinheiro: ‘Venha ser o nosso rei.’ E o espinheiro respondeu: ‘Se vocês querem mesmo me fazer o seu rei, venham e fiquem debaixo da minha sombra. Se vocês não fizerem isso, sairá fogo do espinheiro e queimará os cedros.’ ¹

Numa manhã calma na floresta o espinheiro convidou um grupo de árvores aliadas e improdutivas para uma reunião. Nesse encontro ganhou a confiança delas para se tornar seu líder na eleição que haveria. No entanto, surgiu um problema. Haviam candidatos preferidos pelas árvores para substituir o líder.

O espinheiro recebeu a missão de eliminar todos os possíveis concorrentes, para se apresentar como candidato único na eleição. Contratou alguns assassinos e eliminou quase setenta concorrentes. Depois, tranquilamente se apresentou para a reunião de eleição onde foi aclamado como novo líder.

Três anos depois de assumir a liderança, o espinheiro sofreu uma emboscada por parte de outros espinheiros. Além de perder o poder, também morreu. Depois disso o processo para a escolha de um novo líder foi recomeçado.

Talvez essa alegoria faça você lembrar alguma história parecida em sua organização. Pode ser que ninguém tenha sido assassinado ou traído, mas se você substituísse o nome do espinheiro ou da oliveira por nomes de pessoas que conhece tudo se encaixaria perfeitamente.

Esta parábola de Jotão reflete uma história real. Jotão foi um dos setenta filhos de Gideão, um dos juízes de Israel, por volta do ano 1108 aC. Um de seus irmãos, chamado Abimeleque, filho de seu pai com uma empregada, encantou-se com a possibilidade de se tornar o líder no lugar do falecido pai. Depois de convencer muita gente que ele deveria ser o herdeiro, contratou alguns assassinos para matarem todos os setenta irmãos que seriam candidatos à sucessão. Mataram todos, exceto Jotão, o filho mais novo, que na reunião para a escolha do sucessor do seu pai relatou essa parábola e fugiu.

A parábola, que alguns autores chamam de alegoria, é um dos mais ricos textos da literatura judaica. No entanto, percebi que esse tesouro escondido poderia ser explorado e a partir dele comecei a pensar na comparação: líderes são como árvores.

Apesar do relato trágico da história de Jotão, a parábola traz mais elementos positivos que negativos. Da parábola podem-se extrair lições sobre liderança, como se fossem um azeite virgem, uma fruta fresca e madura ou um vinho de excelente aroma e agradável paladar.

As pessoas estão em busca de líderes que sejam referenciais, mas nem sempre os que poderiam liderar estão dispostos a assumir tal tarefa. Na medida em que a oliveira, a figueira e a parreira abriram mão de liderar por causa dos seus próprios interesses, o espinheiro assumiu a liderança.

A oliveira pode produzir anualmente cerca de meia tonelada de óleo. O óleo proporciona a luz artificial e também é alimento. A figueira é conhecida por sua doçura. O figo é um dos primeiros frutos conhecidos no mundo. É uma fruta energética por ser rica em açúcar, e seus sais minerais contribuem para a formação de ossos e dentes, evitam a fadiga mental e contribuem para a transmissão normal dos impulsos nervosos.

A parreira é muito estimada por produzir vinho. A constituição química das uvas permite que estas fermentem sem que lhes sejam adicionados açúcares, ácidos, enzimas ou outros nutrientes.

Já o espinheiro é um poderoso arbusto que cresce em qualquer solo. Não produz frutos e não serve de abrigo. Sua madeira é usada como combustível por ser facilmente inflamável. Além disso seus espinhos apenas incomodam ou machucam.

O cedro é uma árvore originária do Líbano e sua madeira foi utilizada na antiguidade para construir embarcações militares e comerciais, bem como para a construção de templos e habitação.

A oliveira, a figueira e a parreira foram convocadas para serem líderes, mas se recusaram porque não queriam abrir mão de produzir o que tinham de melhor para liderar as demais. De um lado, alguém poderia dizer que isso é foco. No entanto, para liderar, uma pessoa terá que abrir mão de parte do que faz de melhor isoladamente, para levar um grupo com potencial a atingir seu melhor. É assim que um líder se multiplica abre mão de algo que pode fazer com excelência, para produzir um resultado maior e melhor.

O líder simbolizado por uma oliveira pode produzir individualmente meia tonelada de óleo por ano, mas o que se torna o líder do olival pode levar sua equipe a produzir milhares de toneladas e ainda influenciar outros. Não se trata apenas de atingir um número na cadeia de produção, mas de ser referência e influenciar cada pessoa a produzir o seu melhor e gerar um impacto maior na sociedade.

Abrir mão da carreira solo para contribuir com o todo multiplica o líder. Quando uma pessoa abre mão de parte do que faz para liderar um grupo, suas realizações pessoais e coletivas estimulam os liderados a produzirem algo que os realize.

De outro lado, a visão individualista de não querer abrir mão do que faz para liderar um grupo, abre espaço para que os que não produzem nada ou são apenas gananciosos passem a liderar. Foi o que aconteceu com o espinheiro na parábola das árvores, depois que a oliveira, a figueira e a parreira declinaram. O espinheiro tinha um plano para assumir o poder, mas não tinha nada de significativo para fazer depois de assumir a liderança. Já por causa da sua natureza incendiária o espinheiro havia eliminado todos os seus concorrentes exatamente para chegar ao poder. Depois que foi eleito líder, ameaçou até mesmo o cedro, que era uma árvore que podia atingir até 30 metros de altura.

O espinheiro pode ser considerado como a mais insignificante das árvores. Só serve para ser queimada. Não há doçura ou alegria nesta árvore e qualquer pessoa que esbarrou ou caiu sobre um espinheiro tem tristes recordações. O fogo produzido pelo espinheiro muitas vezes se inicia com a fricção dos galhos de um arbusto seco, e pode destruir centenas de cedros fortes e altos.

Pessoas que assumem a liderança e são como espinheiros causam incêndios desastrosos. Às vezes líderes espinheiros existem, porque oliveiras, figueiras e parreiras não quiseram abrir mão do que faziam para um bem maior. Outras vezes, porque manipularam a situação para chegar ao poder e ninguém teve coragem de confrontá-los e impedi-los. Um líder espinheiro no poder pode incendiar e destruir uma floresta de cedros, mas uma floresta de cedros pode não conseguir destruir essa árvore improdutiva e incendiária.

Imagine-se

A parábola das árvores pode ajudar você a refletir sobre o tipo de líder que deseja ser. Alguns abrem mão de liderar porque não querem abrir mão do que fazem. De um lado não saem do seu foco individual, mas também não contribuem para que o mundo seja diferente. Uma pessoa pode estar totalmente focada, como a oliveira, produzindo meia tonelada de óleo ao mês. No entanto, até que ponto se acomodou com isto e perdeu a visão do olival?

Nem sempre estar no foco, do ponto de vista individual, significa estar realizado, se existe um desafio maior para a pessoa que pode liderar. O foco de uma pessoa que é líder não é apenas fazer bem aquilo que sabe fazer, mas olhar os desafios do mundo e saber onde sua habilidade fará diferença.

O mundo precisa de mais líderes que tenham o valor da oliveira, a doçura da figueira, a alegria da parreira ou a força do cedro. O mundo não precisa de líderes que produzam fogo como o espinheiro. As pessoas pedem por líderes que estejam dispostos a abrir mão de parte da realização pessoal para trabalharem pela realização coletiva.

Líderes deveriam ser como a oliveira que produz azeite de valor. O azeite de oliva reduz o colesterol e ajuda a prevenir as doenças cardiovasculares. E mais, pesquisadores afirmam que o azeite de oliva protege contra o câncer e as doenças do coração. Por ser rico em antioxidantes, retarda o processo de envelhecimento celular.

Imagine-se um líder que proporciona este valor à sociedade. Alguém que reduz o colesterol que mata