O Eu
De Jairo Alves
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O Eu - Jairo Alves
Sumário
Agradecimentos
Prefácio
1. Introdução
2. O Eu
3. A Chave para Identificar o Eu
4. Razões para Adotar a Chave
4.1 Razões para Adotar a Chave
4.2 Razões nas Capacidades Naturais
4.3 Razões nos Seres Naturais
4.4 Razões no Modo de Ser Natural
4.4.1 Razões no Modo de Ser Físico
4.4.2 Razões no Modo de Ser Mental
4.5 Razões no Modo de Ser Humano
5. O Contexto da Chave
6. Evidências do Contexto
7. Pré-requisitos do Contexto
8. A Essência da Natureza
9. O Contexto e as Capacidades do Eu
10. Premissas para a identificação do Eu
11. Identificando o Eu
12. Uma Visão Realista do Ser Humano
13. Considerações Finais
FolhaRostoAgradecimentos
Meus sinceros agradecimentos ao meu amigo Eng. Alexandre Paletta pela realização do teste de leitura e sugestões que contribuíram para a melhoria deste livro.
Prefácio
Caro leitor, eu sugiro a leitura dos esclarecimentos que virão a seguir, pois estes revelam alguns pontos importantíssimos deste livro e seu autor. Eles lhe revelarão o seguinte: a) A finalidade deste livro; b) A área de abrangência deste livro; c) Os motivos que me levaram a escrever sobre o Eu
; d) A minha qualificação para discorrer sobre o que é apresentado neste livro.
A finalidade deste livro é identificar aquilo que as pessoas chamam de Eu. Essa identificação será realizada passo a passo para que a sua coerência fique bem evidente. As ciências estão por trás de quase todos os argumentos que serão empregados para demonstrar a coerência dessa identificação. Exceto em alguns argumentos que se referem a áreas nas quais as leis da natureza inexistem. Contudo, esses argumentos estarão amparados por fatos inquestionáveis e não em crenças.
Este livro não é de psicologia, apesar do seu título ser O Eu
. Entretanto, ele emprega algumas teorias da psicologia para demonstrar o que é o Eu. Isso foi necessário porque elas são importantíssimas para a coerência dessa demonstração. O leitor poderá conferir essa necessidade oportunamente.
Os motivos que me levaram a escrever sobre o Eu foram os seguintes: 1º) A importância que o Eu tem para o ser humano; 2º) Ninguém em sã consciência pode afirmar que o Eu não existe; 3º) O Eu tem tantos segredos que o ser humano tende a mistificá-lo; 4º) A mistificação do Eu é uma porta aberta para a ação de oportunistas e muitos malefícios.
A minha qualificação para discorrer sobre o Eu foi construída sobre estudos multidisciplinares que duraram mais de 40 anos. Com base nesses estudos eu desenvolvi uma maneira inteiramente nova e factível de compreender e explicar a lógica da natureza. Aliás, este é o quarto livro que eu escrevo para compartilhar essa minha visão. Eu somente a estou compartilhando porque estou 100% convicto da sua coerência. O leitor também pode ter essa convicção, basta que se permita pensar fora da caixinha
. Para fazer isso, é só abrir a mente e seguir a linha de raciocínio que é apresentada neste livro. Depois de ler este livro, o leitor, certamente, concordará que ele faz jus ao pretensioso subtítulo de Fim do Mistério
.
O autor
1. Introdução
A identificação do Eu constitui um dos maiores desafios à racionalidade do ser humano. Provavelmente, a maioria das pessoas deve considerar essa identificação totalmente inviável. No entanto, este livro foi escrito para demonstrar exatamente o contrário. O primeiro passo para demonstrar isso será dado a partir do modo de ver o Eu.
O modo de ver o Eu pode variar muito. Algumas pessoas acham que o Eu é algo misterioso ou sobrenatural. Outras, já acham que o Eu é algo natural, mas que surge casualmente. Apesar dessa divergência, a maioria das pessoas concorda nos seguintes pontos: a) Na dificuldade de identificar e explicar o que é o Eu; b) Na certeza da existência do Eu. Para descobrir o porquê dessa concordância, é necessário analisar cada um desses pontos separadamente.
Os principais motivos para a dificuldade de identificar e explicar o que é o Eu são os seguintes: 1) A intangibilidade do Eu, pois é muito difícil identificar e explicar aquilo que não se consegue ver nem tocar; 2) A impossibilidade de usar as ciências para essa finalidade, pois estas somente podem ser utilizadas em fenômenos cujas variáveis ou componentes possam ser manipulados e medidos em ambientes controlados. Apesar das dificuldades para identificar e explicar o Eu, há um caminho inteiramente lógico para contorná-las. Esse caminho é, propositadamente, a estrutura desta obra.
A convicção da existência do Eu se fundamenta na percepção de que as capacidades de querer, fazer, sentir, aprender, pensar etc. somente podem se manifestar devido a algo que há nos seres humanos. A propósito, o filósofo, físico e matemático, francês, Renée Descartes se fundamentou nessa percepção para criar a famosa frase: Penso, logo existo!
Quem, em sã consciência, pode duvidar que o pensar seja uma das principais evidências da existência do seu Eu? A relação entre o Eu e o pensar é um argumento muito forte a favor da existência do Eu. No entanto, esse argumento sozinho é insuficiente para possibilitar a identificação do Eu. Para embasar essa identificação são necessários muitos outros argumentos. Além disso, esses argumentos somente podem ser considerados válidos se partirem de premissas que sejam verdadeiras. Uma das maneiras de chegar a essas premissas é adotando uma visão básica do Eu, como a que será apresentada a seguir.
2. O Eu
Geralmente, o Eu é visto como um usuário ou uma espécie de piloto imaterial do corpo do ser humano. Essa visão do Eu é chamada de espírito por muita gente. A palavra espírito
vem de spiritus
do latim que antigamente significava respiração
ou sopro
. Ela tinha esse significado por causa da crença de que a vida foi soprada por Deus nas narinas do homem. O significado da palavra espírito
não mudou muito, pois, atualmente, ela é empregada para referenciar a algo não corpóreo, que é o princípio ou essência da vida. No entanto, a palavra espírito
pode ter muitos outros significados. Algumas vezes, ela é usada para referenciar à consciência, à personalidade e ao conjunto de faculdades mentais. Noutras, ela é empregada para designar o conjunto de leis da física que suporta o sistema nervoso. Diferenças à parte, todos esses significados estão relacionados a algo inteligente que é responsável pela individualização e animação dos seres vivos.
A psicologia parte do princípio que o Eu é o centro da personalidade e o portador da consciência. Em outras palavras, na psicologia, o Eu é algo dotado de apercepção que suporta os atributos referentes à personalidade. A apercepção é a capacidade que possibilita a um ser perceber a si próprio. As capacidades de apercepção e de suportar a personalidade somente podem se manifestar em seres vivos. Essa conceituação do Eu é muito superficial, mas é suficiente para demonstrar que a psicologia reconhece as suas existência e relação com a vida.
O reconhecimento da existência do Eu e a relação deste com a vida é um ponto pacífico. Esse ponto pacífico é importantíssimo para a identificação do Eu, pois esta partirá da premissa que ambos são intrínsecos. Apesar disso, o sucesso dessa identificação, também, requer o estabelecimento de um método que lhe dê confiabilidade. O método que será empregado para essa finalidade é a inferência. A inferência possibilita descobrir se algo é verdadeiro partindo de ligações