Sentimentos Entre A Tinta E O Papel
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Sentimentos Entre A Tinta E O Papel - Leonardo Tibiriçá Corrêa
A poesia traduz plenamente o que a alma deseja dizer e explica aquilo que o cérebro não compreende.
– Leonardo Tibiriçá Corrêa.
O grito da Alma
Grite pobre amiga!
Diga ao mundo o que tu sentes
Iremos ao enterro da Esperança
E ao funeral do nosso Amor
Grite, como forma de desespero!
A Alma ainda tenta respirar
Seus últimos suspiros tentarão trazer de volta
Aquilo que já partiu
Mais uma vez, grite!
Perceba que um dia eu matei o Amor
E perdi pelos meus dedos a Esperança
Envenenei minha Alma
Apenas grite.
O enterro
I
Vejo a perda dos sentidos
Principalmente o tato
Todos em minha volta
Da primeira até a última geração
Na contagem regressiva da falência total
Meu cérebro ainda tenta em uma última oportunidade.
A morfina já não retira a dor de meu peito decrépito
E as lágrimas da agonia já estão secas em minha face
Eu, que tinha tanto a oferecer, agora vejo tudo indo
[embora
A Energia Universal há de consumir minha alma
E cada átomo de meu corpo irá compor a sinfonia final
E nesses últimos versos
Já não tenho consciência
Apenas olho no horizonte e sinto cheiro da morte
II
Fui um dia matéria da vida
Agora é uma estatística da moléstia
Uma poeira cósmica da composição universal
A nota de uma partitura da orquestra de Deus
De nada serve os esforços da equipe
Nem as rezas da família
O corpo deitado é oco
E alma já se foi
De longe avisto todos
E vejo outros companheiros também indo
Para serem julgados
A mão que te toca
A mesma que te esfaqueia
Sinta pena daqueles que ficam
III
Há de sentir pena dos mortos
Mas os mortos encontram a paz
Sinta pena daqueles que ficam
Daqueles que sentirão saudades
Sinta pena da pobre viúva recostada na cama do falecido
Em que a Morte separou o amor ali vivido
Não sinta pena de quem nunca foi amado
Mas comece amar
A minha alma caminha em direção ao Novo Mundo
Talvez haja de ser ou Paraíso ou o Inferno
Talvez haja de ser uma nova oportunidade de vida
E o Julgamento me aguarda
Minha alma senta no banco dos réus
Enquanto a minha carcaça apodrece veemente.
IV
Meu corpo ali decrépito
Sendo consumido pelos protozoários
Dando vida aos vermes que ali chegam
E os fungos estão crescendo...
Há vida no meu corpo
Sendo absorvida pela Natureza
Crescente fonte de nutriente
E fria carcaça que abrigou minha alma despida
Tu foste a única cobertura na minha trilha na terra
E que faça muito melhor com a pobre Natureza
De nada servi como vivo, mas hei de servir na morte
Sejam simpáticos com minha carne
Há muita saudade impregnada nos tecidos
Mas aproveitem o amor que ali restou
C:\Users\Kaori\Downloads\Pretty-Swirl-1-580x386.jpgInsônia
Deixe desligar a alma que aqui vos fala
Oh! Mente perturbada
Do complexo de fertilidade de sua criatividade
Descanse para preservar o corpo
Não desperte mais ideias
Aquelas lembranças oprimidas no subconsciente
A fim de esquecer antigos arrependimentos
Envenenando o espírito da paixão dessa alma
Para que se nasça novas ideias
Um mundo de sucesso para este corpo,
mas que haja disposição
Depois de uma boa noite de sono
A alma vermelha
Levante pobres corpos do proletariado
Ocupai as ruas de nosso povo
Deixeis escorrer o sangue do trabalho árduo
Derrubai todos os poderosos que seguram nossas
[correntes
Lutemos pela honra e pelo futuro de nossas crianças
Revogai os privilégios de nossos senhores
Que se instale as greves gerais em todas as fábricas
E assim conquistemos o que sempre foi nosso:
A liberdade
C:\Users\Kaori\Downloads\Pretty-Swirl-1-580x386.jpgAdmiro seu sorriso
Perco-me nos seus olhos
Enlouqueço com o seu cabelo
Ainda quero sentir seu beijo
C:\Users\Kaori\Downloads\Pretty-Swirl-1-580x386.jpgO corpo que chora
Carrega um fardo enorme
Daquilo que abandonou
C:\Users\Kaori\Downloads\Pretty-Swirl-1-580x386.jpgPoeta
Hoje