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Apolo
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E-book166 páginas1 hora

Apolo

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Sobre este e-book

O nascimento do Espírito no homem segue o mito: o parto lento e doloroso, no qual Leto deu à luz Apolo. A busca incessante por um local seguro antecede a chegada do filho numinoso e luminoso. O sítio de nascimento não poderia ser outro senão uma ilha. O Espírito nasce na solidão. Foram nove dias de um tempo imemorial e divino. E a nós, mortais, qual tempo e dor nos cabe? O que é a iniciação, senão um batismo de fogo? Onde se encontra a saída do deserto? Ao encontrar o Lume, as perguntas não mais importam...
IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de abr. de 2020
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    Apolo - Deise Zandoná Flores

    APOLO

    O NASCIMENTO DO ESPÍRITO

    DEISE ZANDONÁ FLORES

    Copyright © 2020 Deise Zandoná Flores

    Todos os direitos reservados.

    ISBN: 978-65-00-02078-6

    O homem toma conhecimento do sagrado porque este se manifesta, se mostra como algo absolutamente diferente do profano.

    - Mircea Eliade -

    INTRODUÇÃO

    O nascimento do Espírito no homem segue o mito: o parto lento e doloroso, no qual Leto deu à luz Apolo.

    A busca incessante por um local seguro antecede a chegada do filho numinoso e luminoso. O sítio de nascimento não poderia ser outro senão uma ilha. O Espírito nasce na solidão.

    Foram nove dias de um tempo imemorial e divino. E a nós, mortais, qual tempo e qual dor nos cabe? O que é a iniciação, senão um batismo de fogo? Onde se encontra a saída do deserto?

    Ao encontrar o Lume, as perguntas não mais importam...

    POEMAS

    ALVORADA

    NUME

    TRÍVIA

    ESPIRAL DE FOGO

    AGRIDOCE

    COINCIDÊNCIA OPOSITIVA

    PAVIMENTAÇÃO

    BRINCADEIRA DE HIPOTENUSA

    VAGALUMES DE PASSADO

    ANACOLUTO

    ALQUIMIA REDENTORA

    APANHADOR DE SONHOS

    ARMADURA RECICLÁVEL

    CALDO OCEÂNICO

    COMPANHIA

    CONTIDA

    CORTES DE PAPEL

    CREPÚSCULO E AURORA

    CRIA DA NOITE

    DA FONTE AO TÚMULO, À ORIGEM, À FONTE

    DÁDIVAS DA DÚVIDA

    ZÉFIRO

    DEIXA QUE SE ALASTREM

    DESENHOS DE VENTO

    ESCULTURA

    ETÉREA

    FILHA-MÃE DA PRIMAVERA

    FLOR DE AGOSTO

    FOGO ATRÁS DAS PÁLPEBRAS

    FULGOR BRUXULEANTE

    GRUMOS

    IMPERATIVO

    INQUIETUDE 360

    LIMIAR

    LIVRE DO FARDO

    LIVRO MAIOR

    MANGUE

    MINHA LOUCURA

    MÍSTICA

    MUNDO FAMINTO, BANQUETE ABUNDANTE

    NARCISOS NA ESTRADA

    SEMPRE EM MOVIMENTO

    NATUREZA

    O CETRO

    O CISNE

    O DESPERTAR DA ALMA

    O NAVIO ADÃO

    O PERFUME DO OLÍBANO

    ONÍRICO

    ÓSCULO DO TEMPO

    OUTRORA HOJE

    PARA LONGE DO MURO, BEM ALÉM DAS CORDAS

    PÁSSARO

    PONTE FLUTUANTE

    RASGO

    RESGATE DA PRIMAVERA

    RESPOSTA

    SÊ TU PRIMAVERA

    SUPERNOVA

    TERTIUM COMPARATIONIS

    TESTAMENTO

    TREM-BALA

    UM GRAU MAIOR

    CANETA SOBRE O TRAVESSEIRO

    NADA ALÉM

    O PARTO DO ESPÍRITO

    ALVORADA

    Quando o sol ascende, acende o espírito adormecido

    de um sono, a princípio, interminável.

    Acorda um pouco insano, um pouco incomunicável, ensimesmado, hipersensível, procurando uma saída

    das percepções, dos descompassos dos sentidos.

    Vai a muitos lugares que mais parecem ser versões do mesmo, traduções do mesmo texto, diferentes textos do mesmo texto, mas o mesmo, no mito, sempre o mesmo.

    Quando o sol ascende, acende o espírito anestesiado

    de um silêncio que parecia intransponível.

    Desperta um pouco inseguro, um pouco temeroso

    e irascível - ignição e alta velocidade em um estalo.

    O clique está lá. E o lá é bem aqui, em algum lugar inacessível.

    É um clique mais rápido do que um piscar de olhos,

    o gatilho que transporta, altera,

    alterna matéria e substância. Evento.

    E todos os tempos e lugares

    estão juntos em um mesmo e único lugar.

    Não há mais uma linha cronológica,

    nem um eu querendo falar ao eu-futuro ou ao eu-passado.

    Todos estão juntos em um mesmo e único lugar.

    Estranho diálogo! Diferentes lugares,

    diferentes versões de um mesmo lugar,

    sempre um mesmo texto-lugar,

    diferentes lugares de um mesmo lugar.

    O espírito adormecido, infinito e simultâneo,

    adormecido e acordado está.

    Acordado e adormecido, solitário e acompanhado

    por si mesmo e versões de si.

    Espírito-semente, espírito-potência,

    espírito infinito em sua finitude,

    que sabe e alcança, em um clique ou gatilho,

    o fim e o início: o seu centro gravitacional.

    Todas as suas versões são tão reais quanto a real.

    E onde está o real, senão na fronteira-conjunção-separação, onde o sol ascende?

    E quando o sol ascende, acende o espírito,

    (co)move-o, a si e ao corpo, ao centro, à conjunção:

    espírito, início e fim, em si mesmo; espírito circular: como os tempos terrestre e lunar.

    NUME

    Peã Sublime, Teus ares Te anunciam!

    Repousa o arco de prata recurvo,

    que já estremecem os ramos do loureiro!

    Extrai a melodia da cítara, em divino dedilhar,

    que o rebento de Leto está prestes a chegar.

    Vens caminhando sobre o tapete de louro,

    o mais perfumado, dissipando o nevoeiro,

    semeando dentes-de-leão, ó Líder das Musas!

    Com Teus divinos olhos, vês tanto raios reluzentes,

    como as sementes que jazem sob o solo.

    O princípio e o fim de tudo se harmonizam

    em Teus cachos de ouro, ó Infinito!

    Tocas a melodia única das estações.

    São baixos os acordes dos invernos; altos, os dos verões.

    Ó Nume Lucífero, profere Teus divinos oráculos,

    conhecedor único que és dos desígnios

    de Zeus, a Verdade Suprema e Inelutável!

    Quando os ventos assoviam, entoam melodias só para Ti!

    Ventos silvantes e salamandras de fogo

    clamam por Tua flauta selvagem, Tu e Tua contraparte, ó Pã.

    Melodias doces e suaves, dos lábios das Musas,

    fluem melífluas por Tuas graças.

    São elas as flores das Artes e das Revelações.

    As flechas dos Teus oráculos são tanto bênçãos como perdição.

    O profeta está, então, perdido para o que é pequeno e igual a si, e morto para aquilo que de ordinário há no mundo.

    Rei do calafrio, traz as leis pias, que regem o destino dos homens, segundo a Justa e divina Ordem do universo,

    Tu, que detens as formas e as fôrmas de tudo,

    e reges a cadência dos astros, a arte e ciência dos homens.

    Que notável artista, a devotar-se à sua obra-prima,

    não terá sido tocado por Tuas mãos, os raios do teu Nume?

    Tem sede de perfeição para prestar-Te honras,

    e qualquer obra sua se torna uma oração ou prece,

    De olhos mareados, entregue a Ti, emocionado,

    Tu, que és a residência da Perfeição Divina!

    A Guardiã da Sabedoria Te é grata, ó Pai daquele que cura!

    Porque são Tuas as pestes, é Tua a cura.

    Ó Senhor, que empunhas o Cetro e cantas a Ordem Divina, na voz suave da lira, Fonte de Saúde e de Prosperidade, Teus pés, nos campos, são Fertilidade

    e, na companhia das Musas, Tua Beleza é Inspiração!

    Teus olhos solares também se abrem para a noite e o lúgubre , e os cisnes cantam os Teus presságios no bater das asas.

    Há qual coisa de

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