Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Afrodisia
Afrodisia
Afrodisia
E-book147 páginas1 hora

Afrodisia

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

E quando o encontro de almas abre as janelas dos olhos para o Infinito? A mais bela dentre as mais belas, a Deusa do Amor vem, em toda a sua resplandecência e magnitude, ensinar a Arte das coisas Belas e Sublimes. Arrebata os corações humanos, de tal forma que, retira de seus olhos o véu das ilusões, abrindo-os para uma realidade na qual a feiura e a pequenez já não têm lugar, e onde reinam soberanos o Amor Sublime e a Beleza Áurea. Tal graça não vem sem a paga do amor humano, da compaixão, da devoção e do sacrifício. Porém, uma vez que se tem o vislumbre desse áureo tesouro, os olhos jamais se contentarão com a pobreza da finitude ordinária, sabendo que o preço cobrado por tal dádiva é irrisório diante de tamanho resplendor. E para onde vai a poesia? Sedenta de impossível, almeja tornar-se uma escada situada no limiar entre o profano e o sagrado, espelhando a beleza de um horizonte rosáceo, cuja visão seja uma bússola, um farol ou um morno abraço.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de ago. de 2020
Afrodisia

Leia mais títulos de Deise Zandoná Flores

Relacionado a Afrodisia

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Afrodisia

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Afrodisia - Deise Zandoná Flores

    AFRODISIA

    do Olimpo ao Infinito

    DEISE ZANDONÁ FLORES

    Copyright © 2020 Deise Zandoná Flores

    Todos os direitos reservados.

    ISBN: 978-65-00-08180-0

    DEDICATÓRIA

    À mais bela dentre as mais belas, à luz maior de todas luzes, de cujos pés nascem flores e perfumes, Afrodite Urânia, Douta Professora das Escadas e Rainha Coroada das Ascensões...

    O postulante ao teu Amor, o iniciado nas Tuas Artes empreende uma ardente busca por Ti, das margens de sua existência até o Centro do Mundo, almejando beber da fonte de Tuas virtudes e, através destas, resgatar a si próprio dos limites da matéria para ascender ao vislumbre, de soslaio, do infinito e da imortalidade. Tua magnitude é menos o aquecimento do desejo do que a saciedade de união, Eros, entre o material e o celestial, através de um casamento, cuja imagem-filha espelhada nas águas primordiais é a virgem e áurea Harmonia.

    Aprende, pois, ó intelecto (mens), diz Dorneus, a exercer em relação ao próprio corpo o amor (charitatem) que se interessa pelos outros, moderando as tendências vãs dele, de modo que ele esteja pronto a te acompanhar em tudo.

    Para que isto aconteça, hei de esforçar-me para que ele juntamente comigo beba da fonte da força (virtus) e para que, depois que os dois se tornarem um só, acheis a vossa paz na união. Vai, ó corpo, a esta fonte para beber juntamente com o intelecto até à saciedade para que no futuro já não tenhas sede de novidades. Oh! efeito admirável da fonte, que de dois faz um, e faz as pazes entre os inimigos. A fonte do amor (amoris) pode fazer do espírito e da alma o intelecto (mentem), mas aqui ela faz do intelecto e do corpo o homem uno (virum unum).

    (DORNEUS, via Carl Jung)

    LISTA DE POEMAS

    MATER POETICA

    GRAÇAS

    FLAMINGO

    OLHOS DE ADÔNIS

    PULSAR

    ENCARCERADO

    VINHO MÍSTICO

    MAR SILENTE

    ESQUECIDA ASCENDÊNCIA

    ARMAS DEPOSTAS

    FLOR DE LARANJEIRA

    BARCO DAS MEMÓRIAS

    PRECES E MONÇÕES

    MÍMESE

    UNICÓRNIO

    ANUNCIAÇÃO

    SINTONIA

    O QUEÍSMO DE UM DRAMA DIVINO

    IMPERDOÁVEL

    PRECE A UM TECELÃO

    ANTES DE O SOL CHEGAR AO TOPO

    CALDEIRÃO

    EXORTAÇÃO

    C’EST LA VIE

    ENGAVETADO

    BRIO

    O CAMINHO DO SANTO

    PÃO

    BARCA

    O HOMEM DENTRO DO HOMEM

    MÚSICO

    RITO

    EGRESSO

    NASCERÁ DE NÓS

    IMENSO E IMENSURÁVEL

    CONTEMPLAÇÃO

    FLOR DE AGOSTO

    CANTO

    HORIZONTE

    CONTAGIOSO

    CÁLICE

    SEDA

    GRUTA E FAROL

    PARTITURA

    MISTÉRIO

    ALTAR DA EFEMERIDADE

    O ADVENTO DO INFINITO

    ONDE MORAM AS ESTAÇÕES

    CONVERSÃO

    MANDALA

    PROLE DAS HORAS

    ALTAR

    SACERDÓCIO

    VIAJANTE DOS RELEVOS

    TRIUNFO

    DUNA

    VENTOS

    NO VENTRE DA ROTINA

    SILÊNCIOS

    MEL E VINHO

    ATMOSFERA DE ENCONTRO

    DOCE DESASTRE

    NOME

    TAJ MAHAL

    INTOXICAÇÃO

    ENSOLARADOS

    ESPELHO DE EROS

    DIREÇÃO

    METRÔNOMO

    DECORAÇÃO

    PAVÃO ÁUREO

    ESTRANHO TAMBOR

    ARDILOSA CONSPIRAÇÃO

    ENCANTAMENTO

    FEIRA DE ENCANTOS E ENCANTAMENTOS

    O NOIVADO DA ALMA E DO ESPÍRITO

    MATRIMÔNIO SAGRADO

    CONCEPÇÃO

    QUATRO

    VIOLÊNCIA DIVINA

    NINAR O SONHO

    ASAS

    SEDE DE IMPOSSÍVEL

    O SONHO DOS SONHOS

    PALAVRAS ABRASADAS

    MALDIÇÃO

    TORQUE

    MEIO-DIA

    O ÊXTASE DO ARTISTA

    PARADOXA

    O REI ESTÁ MORTO

    ESPETÁCULO

    POEMAS

    MATER POETICA

    Nem a sombra da minha mão ainda toca o véu de Maia.

    Meus pés seguiram por uma estrada arenosa,

    e toda a veia rugosa da inverdade já não alcança

    o meu coração talhado pelo tempo.

    Cheguei a um ponto de curvatura, um novo princípio,

    uma iniciação ou um meio para um renascimento,

    tal como em um rito antigo: no labirinto enfrentando as feras, tornando-me mais uma delas, a reviver o mito do eterno retorno.

    Não é tanto um círculo quanto um náutilo,

    uma espiral que sempre se dobra, sequiosa,

    sobre o próprio centro, apenas para ampliar a sua órbita.

    Às vezes, vejo-me na borda da galáxia, a abandonar

    o curso primevo e arcaico, para mergulhar

    no ventre de uma escuridão que já não me transforma.

    Procuro a explosão de uma supernova para expandir-me,

    coruscante, sobre uma massa leve e gasosa,

    a colorir o espaço, imitando as cores,

    o movimento, os sentimentos, as dores,

    as curvas e as formas de uma vida biológica.

    Vejo-me a me precipitar rumo ao infinito,

    alcançando a borda que separa

    a matéria bruta da transcendência áurea.

    Sou eu a pedra, o monólito ou o segredo

    de uma caverna anímica e arcaica,

    que conduz a noiva, a Mística Primeva

    ao casamento com o Discurso da Ciência.

    Faço arte de uma forma científica

    ou ciência de uma forma artística?

    Toma-me, não o coração, a vida!

    Queria fazer uma Poesia nobre e alta,

    que fosse uma lágrima de júbilo e alegria

    a escorrer pela face divina. E, destarte, rasgar,

    ampliar, nutrir, arar e florir o terreno das almas...

    Mas a sombra da minha mão já não toca o véu de Maia.

    E, como qualquer coisa menos sublime do que ordinária,

    como qualquer ser moldado da argila, eu também serei esquecida.

    E não importa! Eu só quero abrir a porta de uma alma,

    que me faça querer mil vezes voltar à Terra, para

    mesmo de mim esquecida, reencontrá-la

    e imitar, em miniatura empobrecida, a cosmogonia.

    Repetir mais um Adão e uma Eva,

    a experimentar o corolário de uma queda

    e, desta feita, gerar muitas filhas Poesias.

    Mas isso é só uma megalomania onírica,

    menos tempo e alma,

    do que efeito do silêncio da madrugada.

    Quero circundar o mundo e a galáxia,

    para me ver tão ínfima e pequena;

    de todos os meus sonhos, minoria,

    sendo menor do que um sulco da sabedoria

    - o desenho da eternidade na face divina -,

    muito menor que a pretensão da lágrima de alegria celestina.

    Dedico-me apenas a cultivar a honra e a tentar fazer-me digna, pela dor de um ventre fértil e prenhe de poesia,

    desta filiação, do merecimento do amor do singular

    astro-rei que habita o meu coração, e da compaixão de Deus.

    E porque nem a sombra da minha mão alcança o véu de Maia,

    que eu vislumbro, através do lusco-fusco trêmulo

    da minha insciência, a minha autêntica e insuspeita natureza: não sou mãe da Poesia; sou filha, ou quiçá, xamã ou sacerdotisa.

    Ela me toma num arrebatamento extático,

    vencendo, de assalto, o sono e o cansaço.

    E, pela força mágica da sarça ardente, revela-me

    tal filiação ou menos: uma tutoria ou mero apadrinhamento.

    Não sou eu o ventre prenhe de Poesia. Sou cativa,

    por Ela, raptada da falsa consciência de minha soberania.

    Ela dispõe da minha mão e engenho,

    ao preço da insônia, da mania e da exaustão.

    Tal é a Poesia: é mais que poesia. É profecia,

    epifania, hierofania; é lágrima divina de amor e alegria,

    ou a Presença de uma Deusa pagã Venusiana.

    Há coisa mais sublime, terna e genuína

    do que chamar de Mãe a Poesia?

    GRAÇAS

    Ah, Filha de Uranos, como és bela!

    Por onde passas, as Tuas doces pegadas

    formam tapetes de flores nas cores

    de uma onírica e perfumada aquarela!

    Diva dourada, quantos de fato sabem...

    ... que todo o amor humano de Ti é só uma parte?

    ... que Teu riso gracioso e suave brota da beleza

    de Tua sublime

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1