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Simbolismo Secreto De Hollywood
Simbolismo Secreto De Hollywood
Simbolismo Secreto De Hollywood
E-book213 páginas2 horas

Simbolismo Secreto De Hollywood

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Sobre este e-book

Os ensaios sobre simbolismo de Hollywood estão escritos com a meditação profunda do decorrer de alguns anos, agora publicados como subsídio e exemplificação da filosofia da história, “O guia do católico pós-cataclísmico” (2020). O interesse deles é proporcional à ignorância geral do assunto.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de nov. de 2020
Simbolismo Secreto De Hollywood

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    Simbolismo Secreto De Hollywood - Pedro Henrique Barreto De Lima

    Prefácio

    Os ensaios sobre simbolismo de Hollywood estão escritos com a meditação profunda do decorrer de alguns anos, agora publicados como subsídio e exemplificação da filosofia da história, O guia do católico pós-cataclísmico (2020).

    O interesse deles é proporcional à ignorância geral do assunto.

    Simbolismo do filme Lara Croft: Tomb Raider

    (2001)

    Dois conhecidos críticos de cinema, a saber, Roger Ebert e Chris Stuckmann; embora gostem do filme de aventura dos noventa, Lara Croft: Tomb Raider; promoveram a ideia de que, conquanto agradável, não é um grande filme nem faz sentido.

    A ideia de que o filme em questão não faz sentido é uma impressão profana, infelizmente desencorajadora e escandalizadora; dado que não me ocorre nenhum outro filme tão rico e denso em simbolismo. Com efeito, Lara Croft: Tomb Raider deve ser colocado de par com um autor como Chrétien de Troyes sob o aspecto de propor veladamente um esoterismo por meio de um simbolismo inacessível sem certa instrução. O propor veladamente esse simbolismo, no caso do autor francês, teve como finalidade simplesmente tornar potencialmente disponível um conhecimento que de outro modo geraria apenas irritação e incompreensão ou escândalo. Se vê isso em que indivíduos como Orlando Fedeli projetam sobre a ideia guenoniana de esoterismo precisamente o contrário do que o guenonismo primariamente associa ao esoterismo, a saber, o Sr. Fedeli projetava sobre o esoterismo o caráter de um artigo de fé, algo tomado

    sem demonstração. Obviamente, essa profanidade só pode ser promissora no gerar, de parte a parte, escândalo e irritação.

    Porque o catolicismo não tem nada a ver com rejeitar apreender o sentido dos princípios esotéricos, ao contrário do que uma organização como a Associação Montfort tem promovido, o exame do sentido esotérico de peças de entretenimento de massa é expediente; e tal por diversas razões. Uma delas é que o exame do esoterismo em um filme como Lara Croft: Tomb Raider, dissipa marginalmente nesse filme a sua aparência profana, e permite ver a unidade entre as culturas profana, retórica e dogmática; precisamente a unidade cuja articulação cultural se afigura a promoção por excelência da causa religiosa.

    Sucede que Lara Croft: Tomb Raider é um filme precisamente a respeito da promoção do permitir ver a unidade entre a cultura profana, a cultura retórica e a cultura dogmática; além de ser um filme a respeito do obstáculo a isso, promovido por organizações como a Associação Montfort. O filme inicia com uma simulação ou treinamento em que a protagonista, a arqueóloga independente Lady Croft, enfrenta um robô em uma catacumba artificial. Há aí o contraste entre a modernidade (robô) e a antiguidade ou tradição (catacumba). Lady Croft se apresenta, alheia ao olhar de toda comunidade, como uma promotora do

    contraste entre os dois planos. A antiguidade diz do que é significativo e qualitativo, a modernidade diz do que é absurdo e quantitativo. O contraste e a conexão entre esses dois planos constituem uma das aplicações do simbolismo da estrela e do mar, o qual simbolismo reaparecerá de modo bem literal mais adiante no filme.

    A solidão relativa a familiares e amizades, de Lady Croft, simboliza a conduta filosófica, o colocar a contemplação acima da manifestação; e nisso se deve ter em mente os simbolismos do arco-íris, e da construção do templo, que têm como aplicação um referir a filosofia como tal. O simbolismo do arco-íris e da construção do templo são alusões ao contraste entre o plano sintético ou qualitativo, e o plano analítico ou quantitativo, precisamente parte do simbolizado pelo simbolismo da estrela e do mar.

    A filosofia é adicionalmente simbolizada pela construção do templo, sob o aspecto da síntese como oposta à análise; por causa da ideia da pedra que os construtores rejeitaram (a qual ideia corresponde ao

    mar), que indica o não se poder antever do princípio ao fim todo conhecimento espiritual. A utilização da pedra rejeitada como o cume da construção, em cujo momento a pedra rejeitada se revela o princípio e o fim da construção, tal corresponde à estrela.

    O possuir dois leais assistentes (um mordomo e um especialista em tecnologia) com extraordinário senso

    de dever e colaboração com sua empresa filosófica (por exemplo, em se notando que não parecem sequer indivíduos casados), da parte de Lady Croft, assinala a impessoalidade do esforço filosófico. Ao mesmo tempo, ela tem com eles grande familiaridade e intimidade, o que parece criar um paradoxo.

    Entretanto, esse paradoxo é só mais uma expressão do simbolismo da estrela e do mar; em que a

    impessoalidade é significada pela estrela, a pessoalidade pelo mar. A dissipação entre esses dois planos, por meio do trato retórico, qual é expresso de modo interessante no filme, é estritamente conversível com o esforço filosófico. Escusado dizer que as culturas profana, retórica e dogmática guardam correspondência, respectivamente, com o mar, o esforço filosófico e a estrela.

    O mordomo de Lady Lara, chamado Hilary, tem um senso de decência apresentado como antiquado. O

    expert em tecnologia, chamado Bryce, se apresenta como associado a liberdade e ao idiossincrático. Hilary corresponde à estrela, Bryce ao mar. Se trata de mais uma camada de sentido sugerindo a empresa filosófica de Lady Croft, e se trata da expressão do caráter dual da personalidade da protagonista.

    O caráter de ser mulher, em Lady Croft, simboliza o caráter de transição associado à empresa filosófica. O

    seu sobrenome, Croft, significa pequeno campo; e

    tomando campo no sentido mais ordinário de lugar onde se exerce atividade; esse sobrenome é uma alusão à personagem possuir uma vocação e um empenho, incluso como direito hereditário, visto ser ela nobre e filha de nobre. Essa hereditariedade torna a sua vocação impessoal, o que, contrastado com a sua plena e pessoal aceitação de dita vocação, configura mais uma aplicação do simbolismo da estrela e do mar.

    O filme é tão densamente carregado de simbolismo, que se afigura difícil se deter em todos os pontos, e explorar tudo quanto é aludido; porque o simbolismo é sugerido de modo desconcertantemente variado e incessante, restando claro que foi deliberado e planejado sob a forma de insinuação.

    Lady Lara entra em disputa com a organização dos Illuminati, cujo símbolo piramidal é uma espécie de variação do simbolismo da construção. Eu não conheço muito sobre os Illuminati, mas o se contrapor do seu racionalismo à religião católica é obviamente a expressão de uma forma pejorativa de iniciação, para a qual quanto transcende o mundo sensível é absurdo.

    Como no comunismo, os Illuminati propõem o associar a iniciação à latência mínima; se trata de uma aplicação da comédia à política. A organização, pois, é uma expressão do simbolismo do solstício de verão, um período de forte incidência solar, mas de contínuo

    afastamento do sol em relação ao trópico. É uma iluminação externa e a expressão externa de uma formulação espiritual esvaziada, e de um esvaziamento progressivo. Isso se manifesta no apego organizacional à organização em sentido secular, como oposta à organização em sentido puramente espiritual.

    O que na personalidade da protagonista é uma expressão da simultaneidade do pesar e qualitativo (estrela) com a alegria e o quantitativo (mar), configurando a ousadia e o solstício de inverno, oposto ao solstício de verão; tal tem na Ordem dos Illuminati uma correspondência sombria, pejorativa e invertida nas comparativamente mais limitadas emoções da crueldade (mar) e gentileza (estrela). A crueldade (mar) guarda correspondência com o pesar (estrela), e a alegria (mar) com a gentileza (estrela); daí se aplicando uma expressão tanto da inversão e da mudança de um solstício para outro; quanto uma expressão da unidade entre a estrela e o mar. O

    estreitamento da potencialidade humana relativo ao solstício de verão se revela no modo como o representante dos Illuminati, o Sr. Powell, se expressa e articula sobretudo por meio das emoções sociais da crueldade e da gentileza, e não por meio da ousadia, que constitui propriamente um princípio sutil da sociedade que transcende a esfera social, e guarda correspondência com a independência filosófica. O

    filme aborda o tema do ter de se aliar precariamente a formas seculares de organização para promover a profissão filosófica, e o explorar a filosofia para fins seculares da parte dos que se distanciam dela. Essas duas possibilidades são mais uma camada de aplicação do simbolismo da estrela e do mar, e o acirramento disso é uma expressão da dinâmica do mundo contemporâneo. É nessa esteira que Lady Lara propõe que é ela quem reina ou senta-se no trono Illuminati, significando que é a filosofia, como princípio sutil da sociedade, o que ordena e se impõe sobre o plano iniciático-secular. Assim, é a doutrina guenoniana e filosófica o que termina por determinar os rumos de organizações como a Associação Montfort, no seu se fiar ao plano da manifestação como oposto à contemplação, no seu se render inerme ao curso do solstício de verão; por exemplo, no seu negar a necessidade da fé cristã para a salvação por causa do boicote a esse dogma pelas autoridades do Vaticano moderno, a Associação Montfort indo ao ponto de ignorar ou jogar para baixo do tapete que o mais prestigioso teólogo católico, Santo Tomás, professou claramente a necessidade da fé.

    Lara e os Illuminati, ora em conflito, ora em precária aliança, buscam um triângulo mágico que permite acessar a eternidade e manipular o curso temporal. O

    triângulo caiu do céu e se associou a uma civilização.

    O simbolismo da pedra que caiu do céu é comum a um número de tradições, por exemplo no islamismo, e corresponde de algum modo à pedra filosofal.

    Significa uma expressão terrena da iniciação divina.

    Nesse sentido é significativo que Cristo se descreva a si como a pedra angular. As duas metades do triângulo mágico são descritas como, respectivamente, o passado e o presente, o que guarda correspondência com a catacumba e o robô, Hilary e Bryce, a estrela e o mar; e portanto significa a própria Lady Lara, em particular como símbolo do iniciado.

    As metades do triângulo têm de ser reunidas no preciso momento de alinhamento planetário, quando os astros do sistema solar se vêem alinhados. Isso ocorre a cada cinco mil anos. O alinhamento periódico significa a ideia de indiferenciação. O número de anos entre cada alinhamento, cinco mil, é a multiplicação de cinco por mil. O número cinco significa a

    manifestação, porque inclui o número quatro (como nos pontos cardinais, expressos por exemplo desde um sinal de adição em uma superfície plana), mais um curso, que pode ser ascendente ou descendente; nos dois casos criando uma linha perpendicular e terceira dimensão em relação aos pontos cardinais na superfície plana. A própria altura cria a dualidade de sentidos, ascendente e descendente. Assim, o número cinco alude ao número seis. A ideia de que o número

    cinco pode supor o curso ascendente ou descendente está ligada ao fato de, segundo certa literatura esotérica citada pelos Dimond, o pentagrama poder significar o bem ou o mal, dependendo da sua posição.

    O número cinco significa uma escolha, e também uma disputa, entre o solstício de verão (os Illuminati e o Sr.

    Powell) ou o solstício de inverno (a protagonista). O

    número mil, pelo qual o cinco se multiplica, significa, por ser múltiplo de dez (um número cíclico por excelência), a ideia de ciclo histórico abrangente e a ideia do efeito abrangente da disputa sobre a civilização. O tema de Lara Croft: Tomb Raider, é exatamente o mesmo, de certo modo, do seriado Avatar - A Lenda de Aang, expresso com uma outra linguagem, a saber, o destino das pessoas está submetido ao conflito entre a via espiritual e a degeneração secularista.

    A primeira metade do triângulo é achada em um templo, carregada por um líquido místico cuja cor é parecida com a da água do mar. Isso simboliza o mar.

    A água do mar dá vida a monstros de pedra, que guardam certa correspondência com as estátuas apocalípticas que ganham vida e atacam quem não as adore. Essas estátuas, estando associadas à imagem da besta, e a besta estando associada ao princípio intelectual de um império secular; significam o ser

    ferido e ameaçado pelo solstício de verão sob o aspecto do seu caráter ficcional e falsificador.

    A segunda parte do triângulo é achada em outro templo, no interior místico de uma miniatura solar.

    Isso simboliza a estrela.

    A traição do Sr. Powell à Ordem dos Illuminati também é significativa; representa o caráter precário da unidade iniciática desde o curso do solstício de verão. Isto é, é necessária uma unidade intelectual profunda para haver uma unidade manifesta estável.

    O ponto a que eu queria chegar desde o início, é que o filme não apenas é cômico, e tal de um modo único, mas ele está discutindo, desde certo ponto de vista, a ideia mesma de comédia e do seu princípio. A comédia é a associação da iniciação à latência mínima; e a ambiguidade inerente a isso, expressa por exemplo desde um festival como a Saturnália, é uma das expressões da disputa entre Lady Lara e os Illuminati.

    A ambiguidade dessa definição de comédia decorre de que o mundo sensível e a unidade puramente quantitativa, que são termos aproximados, guardam latente o sentido simbólico. É possível escolher o dissociar o plano sensível de um significado suprassensível transcendente, e isso significa escolher o número cinco de modo descendente; e assim tirar ao plano sensível a sua potencialidade cômica, dando-lhe

    um caráter mais pecaminoso que propriamente cômico. A disputa e a inter-relação entre o plano sensível e o plano suprassensível é o tópico de moralidade mais carregado de latência, e a intermediação entre um e outro plano é uma função da filosofia; precisamente a vocação em relação à qual a protagonista termina por se engajar e se comprometer de modo contínuo.

    O fim da filosofia é associado pelo filme à flor jasmim, que simboliza inocência e eternidade; e no filme, com a aparição de garotas a aconselhar Lady Lara em associação ao jasmim; significa o acesso bem-sucedido ao triângulo mágico. Lady Lara não estava pronta para o reencontro contínuo com o pai, uma vez explorado o poder do triângulo, pai que perdera na infância, pai cujo trágico desaparecimento simboliza a incompletude da sua iniciação.

    Nota: É um sinal da intenção iniciática da conduta da protagonista que a sua linguagem intercale de modo tão perceptível e contínuo as insinuações e ousadia; a primeira correspondendo à comédia extensiva (e ao mar), a segunda à comédia intensiva (e à estrela).

    P.S.: O inverso também é verdadeiro. Sob o aspecto da sua latência unívoca a insinuação é a estrela. Sob o aspecto da sua explicitude enfática a distrair do que resta latente, a ousadia é analítica e o mar

    Segundo comentário a Lara Croft: Tomb Raider Certas observações adicionais sobre o filme Lara Croft: Tomb Raider,

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