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Letras e artes: afinidades de trajetórias investigativas:  Volume 2
Letras e artes: afinidades de trajetórias investigativas:  Volume 2
Letras e artes: afinidades de trajetórias investigativas:  Volume 2
E-book142 páginas1 hora

Letras e artes: afinidades de trajetórias investigativas: Volume 2

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Sobre este e-book

Neste segundo volume de "Letras e Artes: afinidades de trajetórias investigativas", a Editora Dialética traz artigos de pesquisadores/as de diversas áreas artísticas, propondo a ampliação do entendimento do que chamamos de linguagem.
Seja sobre Literatura, Cinema, Teatro ou Artes Plásticas, obra e autor, assim como objeto e pesquisador/a, estão cocriando um lugar próprio, uma entidade processual de reflexão que perscruta instâncias de estruturação do self, tais como o pertencimento.

Os artigos deste volume nos guiam, abrindo ramificações de direções e sentidos que, por vezes, encontram-se, tangenciam suas margens, criam intercessões ou mesmo distanciam-se, desembocando em novas linhas de investigação. Eles fornecem um espelho de boa dimensão de profundidade para nossas reflexões.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de ago. de 2022
ISBN9786525258690
Letras e artes: afinidades de trajetórias investigativas:  Volume 2

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    Letras e artes - Cristiane Menezes Muñoz

    LEITURA NA WEB: UM DESAFIO PARA O LEITOR

    Zilma da Silva Gusmão

    Doutora

    zilmagusmao@gmail.com

    DOI 10.48021/978-65-252-5870-6-C1

    RESUMO: Este estudo busca fazer uma análise da leitura na web e dos desafios encontrados pelos leitores, considerando as práticas leitoras de usuários da internet que já têm grande afinidade com o computador e com a navegação por páginas da web. Esses usuários são alunos do curso de Sistemas de Informação, todos em um nível avançado do curso ou formandos. Esta pesquisa vai mostrar também que, além das competências clássicas de leitura como a cognição ou os fatores linguísticos, o leitor da web necessita de alguns outros conhecimentos e habilidades no uso do computador que facilitam a sua leitura e a tornam mais proveitosa em se tratando de busca e pesquisa pela internet. Como base teórica para a comprovação das hipóteses levantadas, serão analisados alguns pressupostos teóricos de Nielsen que, em suas pesquisas com usuários da internet, afirma que o leitor não lê as páginas da web, mas corre o olho nelas; Coscarelli, que afirma que as habilidades de busca e navegação são importantes para a leitura de hipertextos, Kock que defende que o leitor das páginas da web lê de acordo com seus interesses e Krug, que apresenta, em seus estudos, que o leitor é atraído por palavras e expressões que têm algum efeito sobre o seu sistema nervoso.

    Palavras-chave: Leitura na web; Leitores; Desafios.

    1. INTRODUÇÃO

    A leitura em si, tratada da forma convencional, já se apresenta como um grande desafio ao leitor que, de forma involuntária, traz consigo as suas experiências de leitura que convergem ou não com o texto que ele se propõe a ler em dado momento e promove, no momento da leitura do texto, um embate entre o que se lê e o que se sabe sobre o tema que está sendo lido.

    Mas o grande desafio dos tempos modernos, da era da informação, é a leitura de textos na web. Essa leitura se apresenta como um desafio maior ainda para o leitor pelo fato de não ser linear, ou seja, de não ser aquela leitura em que se viram as páginas para dar sequência ao texto. A leitura na web se apresenta de forma irregular e sem linearidade explícita, além de ser comandada pelos impulsos ou experiências do leitor com o computador na arte de navegar pela internet.

    Em se tratando da leitura na web, existem, além da cognição, alguns aspectos que permeiam e norteiam o processo de leitura e que precisam ser compreendidos para que se entendam melhor as escolhas de leitura feitas por um usuário. E até mesmo para avaliar tais escolhas de forma mais coerente, e o que leva o usuário a essas escolhas que, muitas vezes, o fazem desistir de um percurso de busca e de leitura para criar outro.

    A leitura em páginas da web tornou-se alvo de pesquisadores preocupados com o impacto disso para a educação. Muitas são as discussões sobre o tema, por isso, é necessário tratar o assunto pontualmente. Tentaremos, neste espaço, entender a questão da leitura virtual e compreender seus processos que não são únicos e exclusivamente cognitivos.

    2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

    2.1. Web: uma nova concepção de leitor

    A internet trouxe consigo um novo leitor, um leitor diferente daquele que lê textos impressos numa sequência linear programada pelo autor do texto lido. Para esse leitor da linearidade, o texto já se apresenta organizado a sua frente, a numeração das páginas, a sequência dos fatos, os capítulos demarcados, tudo isso indica o caminho que ele deve percorrer.

    Já o leitor das páginas da web se apresenta como alguém que vai se deparar com um mundo de opções e que vai fazer suas aderências. Ao escolher um site para navegar, diante dele, vai emergir uma página com várias opções de leitura, ou seja, links, figuras, gráficos, palavras, etc., os chamados hipertextos. Portanto, para esse leitor, cabe escolher o melhor caminho para fazer a sua leitura daquele site.

    A leitura nesse espaço acontece de forma bem desapegada do modelo tradicional. Não tendo a numeração das páginas ou a divisão de capítulos, o leitor terá que estabelecer sua própria sequência. Na ausência da consecução dos fatos, o leitor terá que definir o que será lido primeiro e o que virá em seguida ou até mesmo o que não será lido. E isso não pode ser pré-determinado, pois quando se abre uma página da web é que se sabe qual é o seu verdadeiro conteúdo.

    Não nos deparamos mais com páginas estáticas, mas sim dinâmicas e que, muitas vezes, são atualizadas diariamente. Segundo Primo (2007, p. 1), a web é caracterizada por potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de informações, além de ampliar os espaços para a interação entre os participantes do processo.

    Então, é nesse momento que se forma o leitor da internet. Diante de cada página haverá sempre uma nova atitude de leitura. Conforme afirma Kock (2002), o leitor dessas páginas age de acordo com seus interesses.

    Faz de seus interesses e objetivos o fio organizador das escolhas e ligações, procedendo por associações de ideias que o impelem a realizar sucessivas opções e produzindo, assim, uma textualidade cuja coerência acaba sendo uma construção pessoal, pois não haverá efetivamente dois textos exatamente iguais na escritura hipertextual. (KOCK, 2002, p. 72)

    Além dos interesses do leitor, existem também outros dois fatores essenciais para uma boa leitura na web, a busca e a navegação. Saber o que se está buscando é essencial para uma leitura na web. A procura em websites não pode ser simplesmente aleatória ou desmedida, ela deve ser direcionada. Já a navegação é entendida, pela informática, como "percorrer páginas ou recursos da internet, geralmente utilizando um navegador e seguindo hiperligações"¹, a boa navegação faz com que o leitor chegue a resultados satisfatórios de leitura. Por isso, Coscarelli (2009) afirma que, para a leitura do hipertexto, exigem-se as habilidades de busca e navegação.

    Há nos websites vários atrativos ou obstáculos que podem desvincular o leitor dos seus objetivos de leitura e fazer com que ele perca o foco, desviando-o do seu caminho de origem. Portanto, as chances de um leitor que tenha o hábito de navegar pela internet de permanecer no seu propósito inicial de leitura são muito maiores do que um leitor inexperiente, ou seja, que não utiliza a internet com frequência. Claro que, medidas as proporções, não podemos desqualificar a eficácia da leitura do leitor inexperiente, porém, o que é possível observar é que quanto mais se navega pela web mais facilidade se tem de manejá-la e, consequentemente, de se fazer uma leitura mais eficiente dos sites.

    Para serem trabalhadas essas dificuldades dos usuários em navegar e ler na internet é que se fala e se acredita tanto no letramento digital. De acordo com Gomes (2011), o letramento digital² vem ocorrendo naturalmente e de forma bem espontânea em muitas comunidades de prática, mas os usos ainda são, em sua maioria, voltados para as formas hegemônicas de pensar e de participar, o que deixa de fora a leitura crítica e a alteridade (GOMES, 2001, p. 14).

    Boa parte dos leitores da internet ainda lê guiados por uma conduta comum dos usuários da web, ou seja, acompanham os padrões ditados por uma comunidade de internautas. Um exemplo disso são as redes sociais. O Facebook, a mais comum de todas, estimula seus usuários a postar, curtir e comentar. Cria-se, então, um grupo de pessoas que convergem toda a sua atividade de leitura no Facebook nessas três atitudes, esquecendo-se, na maioria das vezes, que essa rede social pode também ter outras funcionalidades que podem ser utilizadas pelos seus usuários.

    Tais reflexões só vêm endossar a necessidade de um leitor diferente para as páginas da web, pois por mais que se direcione o leitor a praticar uma leitura globalizada, que envolva ideias alheias, alienadas e voltadas muito mais para o consumo do que para o ato de pensar, a internet exige um leitor atento dado o seu dinamismo e interatividade.

    2.2. Web: uma nova concepção de leitura

    Distante das marcas da leitura tradicional, a leitura na web trouxe para os nossos dias, em primeiro plano, um novo suporte, o computador. Objeto esse que exige uma habilidade na sua operacionalidade por parte de quem o utiliza. Com o computador, surgiu a internet que permitiu às pessoas navegarem por ela e lerem suas páginas. Portanto,

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