Sobre(vivências)

De Eliza Maria da Silva Metzker

Sobre(vivências) é um desabafo. É a ocupação mais que urgente de novos espaços. É a tentativa de ressignificar mentalidades. São alternativas de viver, de sentir, de doer e se doar. É sangrar e buscar algo que estanque, mas também é acalanto, ao enxergar o amor (não só o romântico) como cura. É sobre escuta atenta, respeito às escolhas de cada ser e ações advindas de reflexões. É sobre mente e peito abertos. Permita-se.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 8 de ago. de 2022
• ISBN: 9786525422428

Pré-visualização do livro

Agradecimentos

A Deus e as outras forças superiores do universo que me regem e guiam, pela vida e energia para usá-la na arte das palavras.

Aos meus pais, pelo sustento nos mais variados sentidos, bem como pela crença no meu potencial.

Aos meus amigos pelo apoio, incentivo diário e confiança. Aos que estão comigo desde sempre, acompanhando minhas conquistas e vibrando por elas, mesmo de longe.

Aos profissionais da educação que passaram e marcaram minha trajetória, pelos vínculos construídos e admirações que me serviram de impulso.

Ao Coletivo Feminista Mulheres Insubmissas – UNEB campus X, por todas as possibilidades de encontro, aprendizados, crescimento e afetos.

Aos que acompanham virtualmente os meus textos e contribuem no alcance e propósito deles, permitindo-se serem tocadas a cada verso.

Por todos os que respeitam minha existência e sempre me acolheram nas desventuras da vida.

Obrigada!

O ano vinte/vinte

As incertezas inundam meu ser

Os dias como conta-gotas

remoendo cada parte das horas

de angústia e vazio

As noites longas de insônia

se estendendo entre meus olhos

cerrados

iludidos, cheios de esperança

por um amanhã melhor

[mas ele não vem]

Longos meses à espera de um nada

Planos repletos de ânimo

se desfazendo em questão de minutos

As expectativas totalmente em ruínas

Pessoas que vêm

Outras que se vão

Eu me despedindo de algumas

Já outras, apenas grandes pontas soltas

no intervalo entre consideração e indiferença

Momentos significativos destruídos

Lembranças caindo no esquecimento

[é melhor assim]

Aceitar tudo isso / cuidar das minhas feridas

reconhecer minha força

lutar sozinha e sobreviver

me enxergar como merecedora de afeto

me acolher machucada

ter mais paciência e carinho comigo

não forçar uma armadura ao coração

[porque ela não existe aqui]

nem nunca existiu.

Esse poderia muito bem ser o resumo do ano de 2020 para mim. Um ano de luta e muita resistência não optativa, pois era a minha única saída. No início, um misto de incerteza e desespero, com uma pitada de esperança que tudo iria rápido passar. Mas os meses se estenderam e a sensação de estar sendo enganada tomou conta.