Quando Somos Fortes
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Quando Somos Fortes - Glaucia Martins
QUANDO SOMOS FORTES
QUE A VERDADE NÃO SE PERCA
Glaucia Martins
Glaucia Martins
Quando somos fortes
Que a verdade não se perca
1ª Edição
Taubaté- São Paulo
Glaucia Martins
2021
2
Ficção não real e qualquer semelhança será coincidência.
3
Segredos
6
As flores e os espinhos
12
A mudança
16
Amadurecimento
36
Casamento ou arrependimento?
72
Tudo que começa errado, acaba errado
82
Buscando dias melhores
89
O que é um relacionamento indefinido?
100
Coincidência? Milagre? Sorte?
117
4
Quando somos fortes, que a verdade não se perca, por Glaucia Martins.
Dedico esse livro para meus amados filhos Carlos e Rebeca, filhos que amo e são a razão do meu viver.
Agradeço a Deus por me presentear com a vida deles.
De todas as felicidades que posso viver, ser mãe é a maior realização da minha vida, um amor incondicional.
5
Quando somos fortes, que a verdade não se perca, por Glaucia Martins.
Segredos
Quem nunca se olhou no espelho e ficou analisando cada marca de expressão?
Pensando que, com as marcas da vida estão os aprendizados e toda uma história para contar.
Como a palma da mão, ou como as digitais dos dedos, cada pessoa tem uma identidade, lembranças e sonhos que são únicos e exclusivos.
Boas ou não, a história é sua!
Cabe a você escrever os próximos capítulos.
Digo isso, pois em uma quarta-feira, turva e chuvosa, sem nada especial para fazer, me olho no espelho e me pergunto, quem de fato sou?
Lembro-me, que em um dia comum, aliás, só parecia ser comum, pois não pode ser comum um dia tão chato!
Logo, acordava com minha avó batendo na porta do meu quarto, me chamando para tomar café e ir para escola.
Na verdade, gostava da escola, mas não a ponto de pular da cama disposta a sair correndo para aula, então levantava lentamente e obedecia a minha avó.
6
Quando somos fortes, que a verdade não se perca, por Glaucia Martins.
Dizia minha avó, que desobedecer aos mais velhos dá azar à vida inteira.
Talvez isso faça sentido agora!
Sentava-me à mesa com o bafo de onça e cabelo bagunçado, e lá estava, para minha alegria, um prato cheio de bolinhos de chuva em formatos de bichinhos.
Eu aos 10 anos, minha avó me tratava como se fosse um bebê de cinco.
Era isso que eu gostava no fundo, de ser tratada com todo amor que ela me dava e agir como criancinha.
Saía comendo os bolinhos e corria para o quarto colocar o uniforme da escola, quando escutava aquele barulho do motor do fusca, (vrun vrun) e aquela buzina inconfundível do fusca vermelho, que significava que meu avô estava me esperando na garagem.
Começava a gritar da janela do quarto, (pai) estou indo.
Ele, sem paciência, continuava buzinando, pois, ele não gostava de chegar atrasado na escola.
Digo (pai), porque é assim que chamo meus avós maternos, pai e mãe.
7
Quando somos fortes, que a verdade não se perca, por Glaucia Martins.
Corria para o carro e ao chegar à escola, ganhava um beijo carinhoso do meu avô.
Bom! Carinho apenas do meu avô, pois ao chegar à escola era recebida diariamente com piadinhas.
Sempre fui motivo de piadas, porque além de ser tratada como bebê, era gorda, talvez a única criança obesa da escola.
Aquela que não era chamada para jogar bola na educação física, não era escolhida para jogar queimadas e ainda para ajudar, na aula de educação física uma vez por semana o professor pesava as crianças colocando o peso e altura deles em livro enorme e preto.
O livro negro era meu pior pesadelo!
Pensava que, o principal objetivo daquele livro era realmente me fazer passar vergonha, pois o dia de pesagem na escola era o pior dia do mês.
Meu coração tremia quando subia na balança, era muito constrangedor.
Enquanto pensava no que iria fazer para escapar da pesagem do professor Fabiano, a fila ia diminuindo, até que escutava;
8
Quando somos fortes, que a verdade não se perca, por Glaucia Martins.
— Beatrisse! É a sua vez de pesar.
Então, começava o pesadelo, suando frio, subia na balança, e pronto!
Sessenta e cinco quilos, bem acima das minhas amigas com 50 quilos.
Ali era, com certeza, mais um dia que iria ser chamada de baleia até o final do mês.
Então, contando as horas para acabar o dia, me distraia com a matéria da professora Otília, tentando esquecer os colegas de classe correndo atrás de mim e rindo nas minhas costas.
Sempre fui tímida, e não falava muito em sala de aula, gostava de ter poucos amigos, na verdade, nunca soube ter mais de uma amizade simultaneamente.
Suponho que isso seja um defeito, se dou atenção para uma amiga, acabo deixando a outra de lado, (risos).
Quem vê falando assim, pensa que tenho muitos amigos, aff.
Na escola, o intervalo passava bem rápido, sempre escolhia uma amiga para brincar e ficava lá conversando e 9
Quando somos fortes, que a verdade não se perca, por Glaucia Martins.
lanchando na cantina do senhor João, (Seu João) como era chamado pelas crianças da escola.
Meus avós eram simples e não tinham dinheiro sobrando, mas sempre me davam um dinheirinho para o lanche na escola.
Então o grande e esperado barulho, surgia bem longe e ia aumentando, até que chegava à porta da escola, o famoso (vrun vrun) e lá estava meu avô Benedito (Ditinho), com sua roupa suja de pó de ferro e tinta dos portões que ele fazia.
Sem querer me gabar, mas meu avô sempre será o melhor serralheiro do universo.
Todos os vizinhos tinham portões e janelas feitas pelas mãos suadas dele.
Minha alegria era quando o dia acabava e finalmente iria para casa, ficar no meu quarto com minhas bonecas, meu videogame e minha penteadeira cor-de-rosa.
Sempre as idas para casa eram divertidas, meu avô e eu íamos embora cantando e rindo bastante, dentro do fuscão, já íamos planejando nosso final de semana, que poderia ser desde uma visita ao parque ou até um passeio de trenzinho.
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Quando somos fortes, que a verdade não se perca, por Glaucia Martins.
À volta para casa também me garantia muitos mimos com minha avó Vicentina que me preparava bolinhos e biscoitos.
Apesar de toda alegria de chegar em casa, havia algo que realmente me preocupava: o final de semana!
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Quando somos fortes, que a verdade não se perca, por Glaucia Martins.
As flores e os espinhos
O final de semana me preocupava muito, pois era o dia em que, geralmente, minha