Julia Jones - Os Anos da Adolescência - Livro 5: Traição: Julia Jones - Os Anos da Adolescência, #5

De Katrina Kahler

Os Anos da Adolescência – Livro 5… Por causa do seu erro, Julia é expulsa do acampamento e mandada para casa – um acontecimento, no mínimo, devastador. Mas, ela não espera o que vai acontecer depois. E, também não espera o turbilhão de emoções que vai acabar por sentir. Confrontando um dilema de proporções gigantescas, ela não sabe o que deve escolher. Mas depois, as coisas parecem melhorar quando ela reencontra uma amiga do passado que ninguém esperava voltar a ver. Este livro leva a uma conclusão dramática que mantém o leitor em suspense sobre o que vai acontecer a seguir. Mais um livro, cheio de emoção, drama e romance, indicado para jovens leitoras com idade igual ou superior a 13 anos.

• Idioma: Português
• Editora: Kc Global Enterprises Pty Ltd
• Data de lançamento: 31 de mar. de 2021
• ISBN: 9781071588758

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Capítulo Um

Estou tão desiludida com você, Julia! Furiosa, olhei fixamente para a minha mãe; as suas palavras eram uma autêntica provocação para mim. Que direito tinha ela de entrar e de me confrontar daquela maneira? E, ainda por cima, trouxe aquele anormal para nossa casa. Os olhos do Barry, espiando tudo, me fitavam enquanto a minha mãe falava. Com um ligeiro encolher de ombros, ele quis dar a entender que estava do meu lado. Mas, será que ele pensa que eu vou passar a gostar dele de um momento para o outro? Será que ele julga que eu vou precisar de me abrigar debaixo de suas asas à revelia da minha mãe? Aqueles dois só me enojavam. Só queria que se fossem embora. Poém, a minha mãe tinha outras ideias.

-Olha só para esta casa! Nunca vi tanta bagunça! Julguei que podia confiar em você, Julia, mas acho que estava completamente enganada!

Olhei em volta da sala e reparei na desarrumação que o Matt tinha deixado atrás dele. Eu só tinha estado ausente um dia e meio e já havia um monte de pratos e copos sujos, espalhados na mesa do café, assim como uma pilha de caixas de pizza vazias em cima do sofá - provas mais do que evidentes de que ele e os amigos tinham feito uma reunião em nossa casa na noite anterior.

Embora fosse tempo de escola, ele aproveitou o fato de eu não estar em casa e decidiu convidar os amigos para uma pizza. Provavelmente, a desculpa terá sido um trabalho de escola para apresentar. Se foi esse o pretexto, tinha muitas dúvidas que eles tivessem feito alguma coisa e também não acreditava que o Matt tivesse chegado a horas à escola depois do que parecia ter sido uma noitada.

Ignorando a confusão, olhei de novo fixamente para a minha mãe. Eu tinha acabado de chegar do acampamento; acenei um rápido adeus à Becky antes do pai dela acelerar pela rua abaixo e o carro desaparecer na curva da estrada. Dei meia volta para entrar em casa e vejo a carrinha do Barry.

Como se os meus problemas já não bastassem. Ainda estava em choque com a vergonha de ter sido expulsa do acampamento para descobrir que o Barry estava em nossa casa.

A princípio, pensei que o meu irmão devia ter encomendado outra reparação. Comigo fora de casa, ele já não teria de enfrentar os meus protestos e podia ter combinado qualquer coisa com o Barry sem eu saber.  Estava tão furiosa que me saía fumo das orelhas quando entrei em casa, pronta para expulsar o Barry de nossa casa e lhe dizer para não mais voltar. Mas, quando entrei na sala, não estava nada à espera de também ver a minha mãe.

Imediatamente, ela começou me atacando. Como era típico dela, não quis ouvir o meu lado da estória. Não estava interessada em saber que, afinal, eu era uma vítima das circunstâncias... no lugar errado à hora errada. Embora eu fosse o único elemento inocente do grupo, a única que não tocou em álcool, essas informações caíram em orelhas moucas. Ela errou da mesma maneira que erraram os meus professores.  Todos estiveram muito mal. Na opinião dela, eu tinha feito uma coisa erradae e só me podia culpar a mim mesma. 

-Estou tão envergonhada! -  O seu suspiro de indignação ainda me fez sentir pior. - O que vão pensar os outros pais quando souberem que a minha filha foi expulsa do acampamento? E agora você também vai  levar uns dias de suspensão da escola! Nem acredito que você permitiu que isto acontecesse!

-Suspensão?

-Sim! Até ao final da semana! Você se devia sentir muito envergonhada!

Me sentei no sofá com a cabeça doendo com as últimas notícias. Antes de mais, eu contava esconder o incidente da minha mãe, mas, obviamente, o meu pai tinha ligado e lhe contou todos os detalhes. Só não sabia se ele lhe tinha pedido para vir ou se a decisão tinha sido dela. Também gostaria de saber o que ele iria pensar se soubesse que ela tinha trazido o novo namorado com ela.

Além disso, eu tinha sido suspensa. Nem queria acreditar! Os professores tinham cumprido a ameaça. Embora eles nos tivessem avisado antes do acampamento que isso podia acontecer, no fundo, eu estava rezando para que isso não fosse verdade.

Lembrei do incidente do Facebook e dos garotos que foram suspensos por causa disso. A Shelley levou duas semanas de suspensão! Eu e a Becky nos saímos bem. 

Como se estivesse lendo meus pensamentos, a minha mãe explicou o cenário.

- Por causa dos exames de final de ano que estão marcados para a próxima semana, vão ser apenas três dias de suspensão. Se não fosse isso, seria muito pior!

Ela olhou para mim, furiosa, enquanto o Barry continuava com o seu estúpido encolher de ombros em jeito de simpatia.  Mas, por que raio ele não se ia embora? Isto era um assunto privado da família, e ele não fazia parte da minha família!

-Você tem noção das consequências disto a longo prazo, certo, Julia? Todos os detalhes da sua suspensão vão constar no seu registo escolar para futuras candidaturas a emprego, já para não falar nas candidaturas ao ensino superior. Isto pode arruinar o seu futuro!

Ela estava sendo tão dramática e, embora tivesse alguma razão no que dizia, eu não queria ouvir aquilo.

Eu sabia que tinha feito uma escolha errada... que devia ter abandonado o grupo quando percebi que havia álcool... mas, mesmo assim,  achava que não merecia aquele desfecho.

De repente, lembrei a Millie e o Ky, os dois sorrindo. Gostava de saber o que eles estariam fazendo nesse preciso momento. Tiro com arco e escalada eram as atividades previstas para a tarde. E eu ia perder tudo isso. De igual modo, também ia perder passar a noite no exterior dentro de uma tenda , a atividade que eu mais esperava ansiosamente.

Ignorando as continuadas reclamações da minha mãe, peguei na mochila e subi as escadas para o meu quarto. Me sentia esmagada, frustrada e doente de ouvir o seu discurso contínuo e irritante.  E, por outro lado, me sentia particularmente incomodada com o olhar fixo e penetrante  do Barry. Tinha de fugir dali.

-Para onde você vai, senhorita? Volte aqui e arrume esta sujeira! -gritou a minha mãe.

-NÃO É A MINHA SUJEIRA! - gritei de volta. A ligeira hesitação da minha mãe me deu alguma satisfação. 

Respirando bem fundo, bati com a porta do quarto atrás de mim.

Capítulo Dois

Quando o Matt chegou a casa vindo da escola, foi surpreendido com a presença da nossa mãe. Abri um pouquinho a porta do quarto e ouvi ela a lhe contar tudo sobre o meu comportamento  no acampamento. O meu comportamento! Que piada.

De nós os dois, eu fui sempre a mais responsável; sempre cuidando dele, arrumando, cozinhando, assegurando que havia sempre comida em casa. Mas ele era o menino de ouro. Nada do que ele fazia estava errado. Pelo menos, aos olhos dela.

Felizmente, o Barry já tinha ido embora. Quando ouvi o motor do carro dele na entrada, fui à janela para me certificar. Para meu desgosto, ele olhou para cima e me viu, com um sorrisinho pilantra na cara enquanto me acenava adeus.

Corri a cortina com força e saltei de novo para a cama. Sabendo que a minha mãe ainda estava em casa, não me atrevia a descer as escadas, mas a fome que eu tinha foi mais