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Na hostilidade conheci a espiritualidade: como começou minha conexão espiritual
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Na hostilidade conheci a espiritualidade: como começou minha conexão espiritual
E-book116 páginas1 hora

Na hostilidade conheci a espiritualidade: como começou minha conexão espiritual

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Sobre este e-book

A obra Na hostilidade conheci a Espiritualidade traz uma autobiografia da autora Gabriela Camargo Dutra. Momentos marcantes em sua vida que
culminaram em seu caminho para a espiritualidade. Situação que se tornaram oportunidade de evolução espiritual, de desenvolvimento e inspiração para ajudar o próximo.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento20 de jun. de 2022
ISBN9786525415642
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    Na hostilidade conheci a espiritualidade - Gabriela Camargo Dutra

    Dedicatória

    Dedico este livro aos meus mentores espirituais e a toda espiritualidade amiga que tem me auxiliado durante minha experiência aqui na Terra, e ao conforto que sempre pude receber diante de cada problema e desafio vencido.

    A minha avó materna, Neide, que recentemente desencarnou e que já cuidou de mim em outra vida – sempre foi um instrumento de Deus na minha vida atual.

    Ao meu marido, Eduardo, que sempre acreditou em mim e sempre viu um potencial latente e as minhas filhas, que são minha inspiração diária.

    Introdução

    No dia 20 de julho de 1986, retornei ao planeta Terra, reencarnando em uma cidade pequena, chamada Viradouro, no interior de São Paulo. Minha missão? Viver como Gabriela Camargo de Lima, filha de Sérgio e Cláudia, um jovem casal cheio de complexidade, imaturo e com uma enorme diferença cultural. Meu pai vivia como se não houvesse o amanhã; minha mãe? Uma sonhadora nata.

    Ainda hoje, quando penso sobre todas as coisas que contarei para vocês, não posso deixar de ter certeza que meus pais foram providencialmente preparados para mim. Admitir isso é assumir que a família de origem tem papel fundamental na nossa evolução espiritual. E, feita toda caminhada, a minha exigiu paciência, renúncia e boa vontade. Nosso espírito já sabe que será assim, ele foi educado dessa forma, vida após vida.

    Nosso corpo? Talvez não.

    Em minha família pude resgatar os ensinamentos que as bocas mais sábias repetem. Nós nos encontramos, pessoa com pessoa, entre nossos desafetos do passado para restaurarmos a fraternidade que há entre nós, os humanos. Não passamos de devedores resgatando antigos compromissos, cuja compreensão só nos será revelada após muito esforço e comprometimento.

    Minha jornada, assim como a sua, leitor, padece dos mesmos males que todas as outras. Somos chamados a viver uma vida, parafraseando um famoso poeta: assim como Deus quis brincar com os próprios filhos, nós somos chamados a estarmos entre os homens com assombro e ternura. Nascemos curiosamente de um ventre, vivemos enfeitiçados, encarcerados num corpo e na humildade de uma alma. Conhecemos a memória, as esperanças, os temores, os dois rostos de um futuro incerto. E conheceremos a vigília, o sono, os sonhos, a ignorância, a carne, os labirintos da razão e a amizade dos homens.

    Dessa forma, convido vocês a tomarem parte de uma história: a minha história, pois eu acredito que, talvez, minhas cicatrizes possam ajudar a curar as feridas de alguém.

    I

    Nossa história não começa realmente em nós, começa antes, em nossos pais, aquela soma que não é nunca a mesma para cada pessoa. É em nossos pais que podemos encontrar a chave e também o calabouço de nossa vida. Sem nossos pais, sem a história deles, somos eternamente incompletos, perdidos sem saber que estamos perdidos, pois reverberamos em labirintos, cujo mapa desconhecemos completamente.

    Eu começo então, pelos meus pais.

    Meu pai era um homem muito bonito, isso atraia a atenção de muitas mulheres. Com tantas opções disponíveis, ele acabou traindo minha mãe muitas vezes. E todo mundo sabia. Haviam ocasiões, pelas histórias que ouvi, em que ele saía com amigas de minha mãe. Isso acontecia enquanto ela estava por perto! Certa vez, em uma festa na casa de minha tia Martinha, ele ficou de namoro com uma colega da anfitriã, nos fundos da casa que estávamos, não havia pudor algum.

    Algum tempo depois, esses deslizes viraram piada. Palhaçada mesmo. Uma dessas histórias, que hoje me lembro (e que não foram nada engraçadas na época), foi sobre o dia em que ele chegou em casa contando que tinha ido no motel com uma mulher, cujo nome não me lembro, mas que nós conhecíamos do dia a dia. Ele dizia: Fui no motel com ela e eu não tinha dinheiro para pagar, ela ficou brava e me deixou lá, preso, tive que vir embora a pé, sem filtros, com a maior cara de pau do mundo.

    Eles, a família de meu pai, eram muito liberais, o extremo oposto da família da minha mãe, que era muito moralista. Os meus avós maternos, Dorival e Neide, eram muito fechados, lembro-me bem o quão crítico e julgador era meu avô. Por isso, havia muitos conflitos entre a família do meu pai e da minha mãe. A diferença cultural era irreconciliável.

    Meus pais se conheceram por intermédio de um amigo de meu pai, o Cláudio Bido. Era um amigo daqueles que é quase um irmão. Esse amigo trabalhava em uma loja de calçados, do lado da loja onde minha mãe trabalhava, portanto a conhecia. Meus pais se viram pela primeira vez assim, em uma festa de aniversário, meu pai foi convidado por esse amigo, para o aniversário de minha mãe. Nessa época, meu pai estava em processo de divórcio e minha mãe namorava. Mas o destino tratou de juntar os dois.

    Eles se gostaram de primeira.

    A relação dos dois, desde o início, foi muito conturbada. Imaginem só! Na época, a ex-esposa de meu pai estava grávida. Por esse motivo, e outro que logo mais contarei, meu avô materno era terminantemente contra o relacionamento dos dois. Meu Deus! Imaginem o quão bravo ele ficou quando soube que os dois estavam juntos; ele, que era bem conservador, não suportava o jeito do meu pai, que também era bastante agressivo e inconsequente.

    Acontece que minha mãe também engravidou, logo na primeira relação sexual da vida dela, com meu pai. Isso significava, antigamente, casamento. Ao mesmo tempo, meu pai tinha duas mulheres grávidas. Infelizmente, a outra mulher contraiu uma doença sexualmente transmissível de meu pai. Essa doença passou para o bebê e, pela infecção, a criança morreu três dias depois do parto.

    Essa outra mulher já não queria mais meu pai, então, teoricamente, não havia mais obstáculos para o casamento. Entretanto a história não acaba aí. Mais ou menos nessa época, meu avô Hélio, pai de meu pai, tinha o costume de trazer mulheres do Pará para trabalharem como empregadas.

    Meu pai tinha o costume de visitar uma dessas empregadas durante a noite – e ela engravidou de gêmeos. Então todos nasceram praticamente juntos: o bebê da outra mulher, os gêmeos da empregada e, por fim, eu mesma.

    No caso da empregada, que não tinha como se virar, pois meu avô paterno mandou-a embora, ela veio bater na porta de meu pai. E a ex-esposa acolheu os gêmeos até que a empregada pudesse vir buscá-los, uns seis meses depois. Levou-os embora e nunca mais os viram.

    Entre minha mãe e a ex-esposa de meu pai houve uma conversa, em que ela disse: Se você quiser ficar com ele, fique. Eu não quero mais saber dele. Toda a situação, incluindo a perda do filho, foi um trauma muito grande para aquela mulher.

    Tudo isso era muito pesado para meu avô, o mais conservador deles. Então minha mãe decidiu, contra a vontade do meu avô, ir com meu pai para Viradouro-SP, eles moravam em Araraquara-SP, para a casa de minha avó paterna. E foi aí que o inferno começou para minha mãe. Meu avô materno nunca conseguiu perdoá-la por causa da fuga. Até tolerava, mas perdoar não. A relação ficou muito difícil.

    Quase nessa mesma época, meu pai passou a bater na minha mãe, mesmo ela estando grávida. As agressões eram tão violentas que ele chegou a jogá-la de uma escada. Ficou com um machucado na cabeça por quase um ano. E as coisas pioravam, coisas que presenciei, mas não tenho as imagens claras na cabeça, minha mãe apanhava comigo no colo.

    No ápice da loucura, ele chegou a dar uma facada nela. As brigas por causa do comportamento dele inevitavelmente aconteciam. Lembro desse

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