A folha que caiu na trilha
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Sobre este e-book
Elas seguiam à risca a trilha entre o formigueiro e a comida, mas se colocássemos uma folha no caminho, elas ficavam totalmente sem rumo. Uso essa experiência de infância para apresentar a ideia central desta obra. Proponho, neste livro, a organização dos sentimentos que temos diante das diversas situações que nos são apresentadas durante a vida, evidenciando a exaltação dos sentimentos bons fundamentados nos valores pessoais. Assim, torna-se mais fácil dar um norte à vida pessoal e profissional construindo um foco. Faço um convite ao leitor para conhecer e aprender a lidar com as principais emoções que permeiam nossa existência e que influenciam todos os campos de nossa vida.
Sabendo que muito do que somos e das nossas experiências pessoais se conectam e se tornam referências para o outro, apresento, também, minha experiência pessoal quando, sem rumo e sem metas de vida, descobri a folha que estava em minha trilha impedindo minhas realizações. Finalizo com um estímulo à retomada do caminho e à autorrealização pessoal, profissional e até mesmo espiritual, das quais todos necessitamos.
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A folha que caiu na trilha - Marciano Lima
Dedicatória
Dedico este livro à minha esposa, Renata Lima, e aos meus filhos, Cecília Carvalho e Augusto Lima, pessoas por quem me comprometi a dar o melhor de mim.
Dedico-o, também, à minha mãe, Maria Hilda, por dar o melhor dela para que eu pudesse ser quem sou.
O que faz uma pessoa adquirir experiência na vida não é um ano a mais que se tem, mas um obstáculo a mais que a vida lhe proporciona.
Juliana Ladeira
Prefácio
Ler sempre é um ato de poder. É uma das razões pelas quais o leitor é temido em quase todas as sociedades.
(Alberto Manguel)
A leitura é algo que fortalece uma das grandes riquezas, dentre outras que temos, e que precisa ser lapidada: nossa capacidade de entendimento e de absorção do conteúdo que nos é transmitido, pois o conhecimento que adquirimos, certamente, transformará a nossa vida e a vida das pessoas ao nosso redor.
A leitura é um ato de poder, mas eu convido você a não o compreender como algo que nos torna superiores às outras pessoas, e sim como a aquisição da capacidade de fazer a diferença para o bem na vida de quem está ao nosso lado. Pessoas buscarão, em nós, vida por meio de palavras, e palavras são capazes de fundamentar ações, e ações são capazes de transformar vidas.
A partir de uma reflexão sobre a citação acima, de Alberto Manguel, diretor da Biblioteca Nacional Argentina, invito o(a) caro(a) leitor(a) a usufruir de cada palavra, degustar cada frase e mergulhar em cada capítulo, a fim de lapidar o conhecimento que você já tem e que, com certeza, demonstra a pessoa especial que você é, com as capacidades que possui. Desejo a você, prezado(a) leitor(a), uma jornada maravilhosa pelas páginas deste livro e, mais ainda, que você encerre esta leitura percebendo-se uma pessoa mais plena em maturidade emocional e espiritual do que ao iniciá-la. Ótima leitura!
O Autor
Capítulo 1
Organizando os Sentimentos
Afinal, aonde você quer chegar?
Há alguns anos, após pedir demissão de uma empresa onde eu trabalhava no setor administrativo, descobri, ou pelo menos quis pensar, que estava fazendo um bom trabalho, porque meu gerente, na ocasião, se esforçou um pouco para que eu não me desligasse da empresa. Numa conversa decisiva entre nós, ele me fez uma pergunta um tanto profunda e de uma força expressiva:
— Afinal, aonde você quer chegar?
Após longos cinco segundos, respondi:
— Ainda não tenho certeza sobre aonde quero chegar, mas estou certo de que não quero ficar parado no lugar onde estou.
Sabemos que existem momentos em que precisamos nos acalmar, perceber as coisas ao nosso redor e deixar que elas aconteçam da forma mais natural possível, mas haverá outras circunstâncias em que precisaremos colaborar para que, também, as coisas ao nosso redor se realizem da melhor forma possível.
Correr atrás dos nossos sonhos e galgar cada vez mais objetivos desafiadores deixou, há muito, de ficar somente no discurso do orador da turma da faculdade ou na mensagem do convite de formatura. É algo real, que acontece conosco o tempo todo e nas diversas áreas de nossa vida. É o que a vida nos tem apresentado, é o que as circunstâncias têm exigido de nós.
Comecei meus estudos na década de 80, em 1986 para ser mais exato, com quase 8 anos. Atualmente, a idade para se iniciar no ensino público é de 6 anos, mas existem escolas que fazem o papel de creche e aceitam crianças a partir dos 2 anos — ou menos. Sempre gostei de estudar e me automotivava a cada vez que ouvia algo como: "se não tem segundo grau¹ completo, não vai conseguir emprego fácil. Buscava, então, atender ao máximo às exigências do mercado. Surge, em seguida, outra premissa:
se não tem curso de datilografia², não vai conseguir emprego fácil. E lá vou eu lutar para ter um certificado de datilógrafo! Causa? A perda de uma promoção para a vaga de almoxarife, em uma empresa onde trabalhava como zelador de oficina, por não ter datilografia. Fiz o curso e, com apenas seis meses, o concluí, mas em seis meses ele já estava obsoleto e o mercado de trabalho, obviamente, continuava pressionando. Agora, exigiam uma digitação excepcional para
vencer na vida"; mais uma vez, fui em busca de um curso de informática básica que incluísse os principais programas de computação e a bendita digitação.
A partir daí, percebi, quase um pouco tarde, que minha jornada em busca de conhecimento para atender às exigências não só do mercado de trabalho, mas dos meus objetivos pessoais, jamais se encerraria — pelo menos, é o que tenho aprendido. Logo após a informática básica, eu já precisava de um Excel Avançado, além de ainda ouvir que quem não tinha um curso superior estava totalmente desatualizado e fora do que o mercado exigia. Por fim, depois de muito estudar e me aprofundar, vejo que ainda tenho muito a percorrer; mesmo assim, quando eu chegar lá, saberei que alguém já esteve naquele lugar e que terei que ir além para fazer a diferença, se eu quiser fazer a diferença.
Percebo que, por mais que eu saiba aonde quero chegar e quais são os meus objetivos, ao alcançá-los, parece que alguém já esteve lá antes de mim, e de fato é assim. Todavia não posso ter isso como desculpa para ficar estático no tempo e no espaço; não posso permanecer onde estou como quem repousa em um porto seguro. Como bem pontuou William Shedd3³, um navio no porto é seguro, mas não é para isso que os navios são construídos
. Não nascemos para ficar parados — somos seres reais e dinâmicos, movidos por estímulos. Por isso chegar em algum lugar sempre foi um profundo desejo que, consciente ou inconscientemente, manifestamos em nossas atitudes. Queremos sempre algo mais, e a física comprova que um corpo parado não está sujeito a nenhuma mudança a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas nele⁴
.
Mudança, não estar mais aqui, ver algo novo, sentir algo diferente...o mesmo
é sempre hostil e amedrontador. Há tempos que os maiores empreendedores da história no mundo dos negócios, na arte e na política destacam essa necessidade e apontam para este caminho: mudar, quebrar paradigmas — atitudes que podem ser fantásticas, mas ao mesmo tempo, assustadoras. E por quê? Porque, para muitos, a mudança significa pensar diferente e deixar de acreditar naquilo em que sempre se acreditou.
Existe uma passagem⁵ no Novo Testamento muito conhecida por nós, cristãos, e que expressa bem isso. Contemporâneo a Jesus Cristo, existiu um homem que se chamava Nicodemos. Ele, fariseu considerado príncipe dos judeus, era membro do Sinédrio, o conselho governante judaico cuja autoridade limitada foi sancionada pelo governo romano. Nicodemos estava entre as pessoas que questionavam as ações de Jesus, mas não duvidava delas. Certo dia, em uma conversa com Jesus, Nicodemos perguntou ao próprio como era possível que todas aquelas coisas acontecessem. A resposta que ele teve foi um tanto incomum, mas de profundo sentido: "Jesus replicou-lhe: Em verdade, te