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Magda
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E-book262 páginas3 horas

Magda

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Sobre este e-book

Após a destruição de sua terra natal, Magda se vê obrigada a mudar para a terra dos Humanos onde enfrentará todo o tipo de preconceito. Proibida de usar seus poderes, ela precisará de muita inteligência para não ser identificada e condenada em um mundo onde as Bruxas não são aceitas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de jan. de 2019
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    Magda - Kemilly Rayanne

    Magda

    A Jovem Bruxa

    1

    2

    Kemilly Rayanne Magda

    A Jovem Bruxa

    3

    4

    Personagens

    Magda McFord: filha da rainha das Bruxas.

    Marjorie McFinn: pseudônimo da Magda.

    Rose McFord: rainha das Bruxas, mãe da Magda. Karen : tia da Magda, irmã de Rose McFord.

    Mike Milles: o mais popular da escola, caçador de Bruxas. Barbara (Barbie): a superpopular da escola, inimiga da

    Magda.

    Amy Beyla: Elfa, amiga da Magda.

    Eldir Alf: Elfo, irmão da Amy.

    Bradley Hoopers: gótico, admirador da Magda no

    colégio

    Damon Haper: Vampiro, namorado da Amy Beyla Vallery Hank: Elfa Negra que quer se vingar da Magda Mary: amiga da Barbara

    Melisse: Ninfa Melíade

    Ariagne: Sereia

    5

    Iris: Fada, prima da Magda e sobrinha da Karen Bianca: Irmã mais velha da Iris

    Tulio: esposo de Karen, da etnia das Fadas

    6

    Prólogo

    Era uma época sombria, eu vi diante dos meus olhos uma sangrenta e terrível batalha entre os reinos Nórdicos se travarem. Guerra por ambição, pelo simples prazer da superioridade entre outros povos e um desejo árduo de dominar o mundo como se isso fosse possível para nações tão pequenas e com recursos limitados, utilizando apenas poderes mágicos as quais possuíam ou armas artesanais e eficazes fabricados por eles mesmo mas com pouca tecnologia.

    – Protejam-se! – gritou um dos comandantes do exército das Bruxas, alertando sobre as bombas que caiam como saraivadas vindas do ataque dos Humanos.

    A região Nórdica era dividida basicamente em sete reinos: o reino dos Vampiros, situado mais ao oriente, um lugar muito frio e desértico; Elphland, o reino dos Elfos, divisavam com a terra dos Vampiros, era considerada uma das terras mais linda da região, com um grande lago límpido e outros lagos termais menores, onde várias pessoas se banhavam para serem curadas em suas águas quentes; o reino dos Elfos Negros, localizado na fronteira norte entre a terra dos Elfos e dos Vampiros, era uma terra muito sombria com uma floresta grande e escura, um povo muito recluso, assim como os Vampiros, não se envolviam com ninguém; o reino das Ninfas, situados mais ao sul, uma terra quente e exótica, com um belo lago de águas brilhantes; o reino das Ninfas Melíades, talvez um dos povos mais guerreiros, assim como as Ninfas se separaram dos Elfos, as Melíades se separaram das Ninfas após uma longa e árdua batalha; Fairyland, o reino das Fadas, fazia fronteira com a terra das Ninfas, a terra dos Elfos e com a terra das Bruxas, também tinham um grande lago que se misturava com o lago das Bruxas por uma passagem estreita; e Witchland, o reino das Bruxas, do lado ocidente das terras Nórdicas. E ainda existiam os Humanos, que dominavam o restante do mundo.

    7

    Os Elfos eram criaturas sábias, não muito altas. Geralmente tinham modos serenos, mas o seu exército era muito poderoso, com uma habilidade incrível em manejar arco e flecha. Eles tinham o poder de curar qualquer ferida de guerra.

    Enquanto os Elfos travavam uma dura guerra contra os Vampiros. As Bruxas portanto, viram uma oportunidade em recuperar as terras perdidas há séculos naquela região e trataram de se aproveitarem da vulnerabilidade dos Elfos. Essa batalha terminou ruim para as Bruxas e os Elfos, uma vez que os Vampiros venceram ambos. Os Elfos nunca perdoaram as Bruxas por essa traição e até os dias de hoje são inimigos mortais.

    Os Vampiros eram assim chamados por ter a habilidade de sugar as forças e energias de outras criaturas, transferindo os poderes momentânea-mente. Antigamente, tinham por costume beber lhes o sangue, porém, esta prática já havia sido abandonada por eles há séculos, devido à grande incidências de doenças que se transmitiam através de sangue contaminado das vítimas. Eles tinham poder de se locomover rapidamente de um lugar para o outro, o que lhes davam ligeira vantagem sobre os outros povos.

    Nós, as Bruxas, habitávamos o lado oposto dos Vampiros, no Ocidente daquelas terras. Éramos muito poderosas, podendo realizar feitos incríveis tanto para o nosso próprio benefício qu anto para o dos outros, às vezes isto prejudicava e acarretava sérios equívocos, éramos chamadas de superambiciosas, inescrupulosas, entre outros adjetivos repugnantes que nos empregavam.

    Os Humanos eram criaturas que não possuíam poderes místicos próprios, no entanto, possuíam o poder de fabricar armas tão poderosas capazes de dizimar todos os outros povos. Apesar de serem considerados dóceis, eles eram brutais e impiedosos na guerra. Com maior número populacional do que qualquer outra criatura exótica, a chance do domínio mundial era certa. Poderiam inclusive eliminar quem não os interessava em um piscar de olhos.

    Naquele dia, os Humanos já haviam dominado os Elfos e partiram para uma dura batalha contra as Bruxas. Seus tanques de guerra e suas aeronaves invadiram violentamente, não respeitando nossas barreiras de proteção, abrindo passagens para seus soldados

    8

    arrogantemente através de suas bombas impiedosas. Rose McFord, minha mãe, era a rainha do reino das Bruxas. Sua reputação como a mais poderosa e implacável governante de um país a precedia. Quem a eliminasse, receberia a condecoração da mais alta estirpe como o salvador do mundo, libertando o povo Humano das terríveis Bruxas. Não havia outra maneira de invadir Witchland sem acabar com a rainha McFord.

    – Filha – ordenou minha mãe em seu leito de morte, após ser alvejada terrivelmente – Você não pode permanecer aqui, não é seguro… uma carruagem a levará até Burlington, onde mora minha irmã Karen.

    – Mãe! Eu não posso te abandonar! Sou uma guerreira também, assim como a senhora. Eu lutarei até a morte contra estes Humanos impiedosos, vou mostrar a eles…

    – De maneira nenhuma. Está tudo perdido… você precisa se salvar!

    – Eu não posso… como viverei sabendo disso?

    – Não importa agora, filha! Já está tudo acertado. Vá logo! – Mas mãe – eu estava indignada – Burlington não é a

    terra dos Humanos?

    – Sim, mas é o único jeito de você escapar com vida. Karen cuidará bem de você. Lá estará segura.

    – E se descobrirem o que sou?

    – Eles não descobrirão. Ouça-me com muita at enção, quando estiver na terra dos Humanos, nunca use seus poderes em hipótese alguma, entendeu? Terá que aboli-los para sempre.

    – Entendi – respondi entre lágrimas. – Agora vá que a carruagem te espera. – Mas mãe eu queria...

    – Filha… eu te …amo… não me decepc… cof, cof... – Mãe!

    Ela fechou os olhos para não abrir nunca mais. Aquela que sustentou o reino com pulso firme agora jazia em meus braços. Eu me desesperei, vieram os criados do reino e levaram- me.

    Durante a viajem até a perigosa e estranha terra dos Humanos, perguntava a mim mesma quem poderia ter facilitado a

    9

    invasão dos Humanos em nossas terras. As Fadas não eram aliadas dos Humanos, nunca foram e nem os apoiava, no entanto, foi por lá que nos atacaram. Este é um dos motivos pelo qual nunca simpatizei por elas.

    10

    Capítulo 1

    A casa de minha tia Karen era a última na Appletree Point. Construída no alto de uma colina, ela era rodeada de pinheiros e outras árvores típicas da região. Muito discreta, não chamava a atenção de quem passava por ali. Mais adiante estava o lago Champlain com sua imensidão de águas geladas e pequenas ondas mansas a se despedir na margem. Era um lugar bonito, porém isolado.

    Da casa de Karen até o colégio Burlington demorava cerca de seis minutos de carro. Eu preferia ir a pé pelo Leddy Park, apreciando a natureza, demorava cerca de trinta minutos. Na volta eu gostava de parar em frente ao lago e observar as águas com suas pequenas ondas se desfazendo na margem. No lado sudoeste, havia uma prainha isolada e tranquila, uma clareira junto ao lago com muita areia. Era onde eu costumava passar meus momentos de meditação.

    "– Magda! Sai do lago já! Com tantos afazeres você só pensa em nadar o dia inteiro? – gritava minha mãe – Qualquer dia desses alguma sereia vai te beliscar os pés!

    – Não existem sereias, mãe. São apenas contos idiotas que as Fadas vivem falando para nos amedrontar.

    – Não se pode duvidar."

    Já estava a um mês no colégio Burlington, mas ainda não me acostumei com o lugar. Sentia-me um peixe fora d'água, ali não tinha ninguém da minha espécie. Lembro da minha tia insistindo para eu estudar.

    – Magda, você precisa estudar. Um dia precisará de uma profissão, você precisa ser como os Humanos, fazer o que eles fazem ou não sobreviverá por aq ui.

    11

    – Mas eu não quero ser como eles, tia.

    – Você precisa esquecer esse negócio de vingança. O que aconteceu já passou. Vamos seguir em frente, temos uma linda vida para viver.

    – Tia – eu tentava explicar que superei. Dois anos na casa dela fez esquecer toda aquela batalha terrível – Eu não quero me vingar. Você sabe tanto quanto eu que foi minha mãe quem provocou toda aquela guerra. Ela provocava a todos os povos, ninguém gostava de nós. Por causa da família real, nós somos mal vistos por todas as etnias existentes na face da terra.

    Karen observou meu pequeno discurso sem pestanejar.

    – Eu quero mudar isso. – continuei – As pessoas precisam saber que existem bruxas de bom coração, e não são as Fadas.

    – Que bom, filha. E o que você tem contra as Fadas?

    – Eu as acho muito metidas. Por causa dos contos idiotas delas somos mal vistas por toda sociedade.

    – Eu adoro aquelas histórias, pensei que você já havia superado isto.

    – Elas são da nossa mesma linhagem, fazem o que nós fazemos, porém elas vivem divulgando que somos do mal enquanto elas do bem, isto é justo? Afh, não as suporto!

    – Lembre-se que Edward, meu marido, é descendente de Fadas.

    – Eu sei. Vou demorar a aceitar isso.

    – São nossas primas, não precisamos aceitá-las se não quisermos. Agora se arrume, está atrasada para escola!

    O colégio era estranho para mim. Na terra dos Humanos era assim. As pessoas sequer me olhavam, quanto mais conversar. Eu comparava com as escolas de Witchland, todos eram muito divertido, querendo mostrar quem tinha o melhor poder, sabia fazer a melhor magia. E sempre ríamos das nossas atrapalhadas, as professoras eram muito rudes e viviam nos corrigindo.

    Alguns alunos rodeavam um garoto que tocava violão na escada, eu admito, ele tocava muito bem, parecia um profissional. No outro canto, um garoto, de cabelos crescidos e pretos, com um chapéu

    12

    estranho tentava uns truques de mágica para uma pequena plateia. Eu juro que fiquei tentada a usar um de meus poderes para surpreendê- lo, mas minha tia recomendou inúmeras vezes para em hipótese nenhuma, aconteça o que acontecer, não usá-los e agir com uma Humana normal. Bom, regras são regras.

    Cheguei ao meu armário. Enquanto guardava minhas coisas, notei um alvoroço no início do corredor. Cinco garotas caminhavam como se estivessem na passarela da Montpelier Fashion Week. A garota do meio, uma loura, de estatura média, magra e de nariz empinado parecia ser a líder do grupo. Se elas fossem as cheeleaders da equipe de futebol americano, ela seria a que ficava no topo da pirâmide. As outras, uma de cabelo vermelho, duas de cabelo preto e outra loura pareciam mais as súditas dela do que qualquer outra coisa. Passaram por mim e apenas duas notaram minha existência, olhando pelo canto do olho. Desejei que elas não estudassem comigo na mesma sala, eu não simpatizei em nada com elas.

    Mas, para minha infelicidade, elas estudavam. Concentrei - me e disse a mim mesma que estava ali para aprender e nada mais. É apenas uma escola, como as outras.

    "A bruxinha de dentes amarelados, grande e medonha, apareceu no pátio da escola, arrastando os pés como sempre fazia para todos perceberem sua aproximação.

    – Me dá este lanche? – os cabelos loiros encaracolados jogados para frente a deixava com um ar ainda mais sombrio.

    Era a primeira Bruxa de cabelos claros que eu via na vida. – Não pode fazer isso… – repliquei, indignada.

    – Quem manda aqui sou eu, garota. – ela me olhou com ar de desafio – O que foi? Vai contar pra mamãe ‘ela pegou meu lanchinho’. VAI?

    Não respondi, mas a raiva me dominava de uma maneira descontrolável. Não podia usar os poderes na escola a não ser nos dias específicos das aulas de magia."

    13

    Naquele dia, a professora de história pediu um trabalho em grupo. Cada grupo apresentaria uma parte da conquista e da independência dos Estados Unidos. Havia o grupo dos populares, dos menos populares e o dos CDF’s. Eu me identificava mais com este último, porém, eles me ignoravam.

    – Marjorie, onde está seu grupo? – perguntou a professora, vendo-me isolada na carteira. Preferi não fornecer meu nome de batismo por questão de segurança.

    – Eu não tenho.

    – Então entre neste grupo que está faltando um integrante. Era o grupo dos CDF’s. Só tiravam notas boas, não se

    envolviam com nada, nunca entravam para participar dos jogos de educação física, apenas se limitavam a estudar. Eu não queria ser como eles, nunca se divertiam, nem mesmo uma anedota boba eles contavam para descontrair. Como iríamos fazer um bom trabalho?

    Observei o grupo. Um garoto louro, sua irmã também loura de orelhas pontudas, uma garota ruiva de pele transparente, cheia de sardas, um garoto moreno tímido que não falava nem se perguntasse diretamente a ele e uma garota morena muito inteligente que, definitivamente, me odiava não sei exatamente o motivo. Todos calados sem se atrever a olhar um para o outro e o tempo passando. Eu tive uma ideia, era apenas fazer um pouco de mágica e, pronto! O trabalho estaria feito.

    Só que não.

    – Ei, diga o que você sabe sobre a história dos Estados unidos – perguntou o garoto de orelhas pontudas. Ele e a irmã usavam um camuflador para esconder as pontas, mas a mim não podiam esconder.

    Eu não conhecia nada sobre a terra dos Humanos, muito menos sobre a dos Estados Unidos. Em Witchland não se falavam sobre esta etnia a não ser para os soldados, que precisavam conhecer os pontos fracos e fortes de todos os povos para se protegerem.

    – Bem, eu sei muito pouco – consegui dizer – eu sei que o presidente Kennedy foi assassinado e...

    – Como você passou de ano? De onde você veio, garota?

    14

    Acho que fui insultada por um grupo de CDF’s! Isso era

    possível?

    – Olha, eu vim do outro lado do mundo, vocês poderiam colaborar comigo um pouco, sim?

    – Ah, você é europeia, isto é notável. O que mais poderíamos esperar – comentou o gordinho, mastigando alguma goma sem sabor.

    – Eu não sei de onde ela veio e não me interessa. Mas se ficarmos discutindo ficaremos sem nota – disse a menina de orelhas pontudas iguais as do irmão dela – Vamos nos preocupar com o trabalho, por favor?

    Eu me esforcei ao máximo, todos se ajudaram e terminamos o trabalho. No dia de apresentá-lo, todos explicavam um trecho. Eu fui a que mais falou, o garoto tímido me surpreendeu dizendo mais do que eu esperava. As garotas pop nos olhavam com olhos tortos e faziam piadinhas o tempo todo enquanto apresentávamos. Isto estava me irritando de uma forma descomunal.

    O sinal para o intervalo tocou. Peguei a bandeja com minha refeição e caminhei até a mesa em que estava o meu grupo da aula de história. Eu queria me desculpar pela impressão ruim que tive deles. Pela primeira vez eu me sentia confortável naquele lugar estranho.

    De repente, ploft!

    Trombei com um garoto de uma série mais avançada. Ele era um dos jogadores de futebol americano. Alto e forte. Uma mecha do seu cabelo castanho insistia em brincar na sua testa e ele vivia ajeitando-a. As garotas suspiravam quando passava, podiam-se ver os músculos definidos através da camiseta justa e um pouco transparente. Era o mais popular da escola, sempre cercado de amigos. A minha bandeja foi parar longe, esparramando comida por todo o refeitório. Escutei um sussurro geral. Abaixei para recolher o que sobrou da minha refeição.

    – Olá! – ele tinha uma voz calma e um sorriso irresistível – acho que a culpa foi minha. Deixe-me compensar por isso.

    – Não, a culpa é toda minha, eu fui desastrada – eu trem ia sem controle – deixe-me resolver isso.

    15

    – De maneira nenhuma – ele gritou por cima do ombro para alguém – Dany, traga uma bandeja para a moça aqui, pra mim! Imediatamente uma bandeja apareceu. Olhei para os restos

    de alimentos espalhados pelo chão.

    – Meu nome é Mike, Mike Milles – se apresentou – não se preocupe, logo alguém vem limpar.

    – O meu é Mag… er, Marjorie... McFinn — titubeei. – Marjorie McFinn? Tem um nome forte.

    – Obrigada.

    – Disponha.

    Ele foi para o outro lado do refeitório e eu sentei toda trêmula na mesa de meus novos amigos.

    – Vejo que fez amizade com o popstar da escola – disse a menina de orelhas pontudas – cuidado com a Barbie, ela não gosta de garotas que falam com ele.

    – Quem é Barbie?

    – Barbara, a patricinha da sala.

    Parecia não ser apenas eu a ter uma má impressão da garota pop.

    – Eu não quero nem chegar perto dele. Foi apenas um acidente.

    – E que acidente! – comentou com malícia.

    – Eu juro, foi apenas um acidente.

    A partir daquele momento, descobri algumas coisas sobre os Humanos. Devemos cultivar as amizades, mas devemos nos afastar de pessoas problemas. Mike Milles poderia ser um problema dos grandes.

    16

    Capítulo 2

    Voltando da escola, decidi passar pelo parque Leddy. O sol era intenso naquela tarde, sem perspectiva de chuva, um dia propício para passeio. Avistei o lago Champlain ao longe e aproximei na intensão de ver os cisnes brincarem na margem, criaturas dóceis que não faziam nada além de enfeitar o lago e saborear alguns peixes inofensivos. Uma garota loira já estava lá, jogando migalhas de pão para as aves. Era Amy Beyla, a primeira amiga que fiz no colégio. Suas orelhas pontudas eram inconfundíveis e eu estava tão certa de que ela não era Humana quanto a relva é verde e o céu azul.

    – Brincando com os patos, Amy?

    – Não são patos, são cisnes – ela respondeu sem se virar – venha, jogue um pouco para eles também. Veja como estão felizes. Observei-os. Rodeavam até a margem esperando mais

    migalhas, sem medo de serem capturados por algum predador que poderia estar à espreita.

    – Olha, as suas orelhas são pontudas, iguais as da ninfa que encontrei na floresta outro dia – eu já havia reparado há dias as orelhas dela, mas só agora eu resolvi falar. Se ela fosse o que eu suspeitava seus olhos cuspiriam fogo.

    Ela ficou séria e levou as mãos para cobrir as orelhas. Amy me olhou aturdida.

    – Como você viu? Elas estavam escondidas.

    – Ué. Estão aparecendo agora. Tá todo mundo vendo – menti.

    – Droga! Devo ter perdido as presilhas. Mar, eu vou te contar um segredo, só para você, entendeu? – ela disse baixinho, não sei por que, mas adorava quando ela me chamava de Mar. Com as mãos em concha, ela aproximou do meu ouvido – Eu sou uma Elfa. Mas não conte a ninguém, por favor! Se os Humanos

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