Contos de Erana: a Maldição do Guerreiro: Contos de Erana

De A L Butcher

Ele que barganha com monstros, atente! Um herói forja um pacto profano com uma bruxa e aprende que a magia nunca esquece.

Contos míticos numa terra de magia proibida.

Uma noveleta de fantasia sombria dos Contos de Erana.

• Idioma: Português
• Editora: BadPress
• Data de lançamento: 3 de fev. de 2021
• ISBN: 9781071587188

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O mundo de Erana é cheio de contrastes, pois a magia é proibida e sua prática é punida com a morte; ainda assim, neste mundo onde os criminosos são muitos, a lei é dura e a ignorância é uma arma política, a magia persiste. A magia não obedece às leis dos homens, dos trolls, ou mesmo dos elfos. A magia encontra seu caminho através de sangue escondido, através de mitos e histórias contadas à beira da fogueira, e fica à espreita em cavernas e ruínas perdidas pela passagem do tempo. Histórias antigas são recontadas, sussurradas e, por sua vez, frequentemente esquecidas... mas não por todos.

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Leif se ajeitou ao lado da fogueira, os pés úmidos aquecendo ao brilho âmbar. Não pela primeira vez, desejou ter dinheiro para comprar botas à prova d'água e que coubessem direito em seus pés. Ele esperava, depois de hoje, poder comprar um daqueles couros finos de marreco, belezas forradas com pelos que ele vira na Rua dos Artesãos. Enquanto mexia os dedões dos pés e massageava as bolhas que cobriam as solas, ele sorriu. Não precisaria mais implorar ao padeiro por pães murchos ou vestir roupas velhas vindas das barracas dos comerciantes do Enclave. Não que alguém no Enclave tivesse muito com o que negociar, ou ao menos algo que realmente pertencesse a eles. Até o pobre quarteirão dos humanos era melhor que o Enclave dos elfos, embora nos últimos tempos os humanos estivessem cada vez mais desesperados, e até um troll ou outro pudesse ser visto dentro dos becos nefastos do quarteirão.

Ele não precisaria mais torcer para que seus antigos mestres humanos tivessem pena dele e o tratassem com gentileza, uma situação que não acontecia com frequência antes de sua fuga. Todo homem tem um limite para a quantidade de surras que aguenta tomar antes surtar ou fugir, e Leif não era uma pessoa violenta. Talvez Leif teria até seu próprio servo! Claro que, como meio-elfo, ele não tinha direito a ser dono de nada, embora tivesse aprendido que o dinheiro abria muitas portas, convencia muitos a fazer vista grossa e até subornava a Ordem dos Caçadores de Bruxas. Nestas terras, pelo preço certo, a lei podia ser comprada.

Passando a mão cheia de cicatrizes pelos cabelos ondulados e castanhos, Leif sorriu; aqui estava ele, frente a uma fogueira que ele mesmo fizera, com homem nenhum para chamar de 'mestre' e aventura ao seu redor. Se ele fosse capturado, na melhor das hipóteses, seria retornado ao Enclave; na pior, seria