No Brilho Daquele Olhar
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No Brilho Daquele Olhar - Norberto De Oliveira Araujo
NO BRILHO DAQUELE OLHAR
NORBERTO DE OLIVEIRA ARAUJO
DIREITOS AUTORAIS
Direitos Autorais reservados a Norberto de Oliveira Araujo.
Todos os direitos de reprodução, cópia, comunicação ao público e exploração econômica desta obra estão reservados, sendo proibida a sua reprodução parcial ou total, através de qualquer processo, sem a prévia e expressa autorização do autor nos termos da lei 9.610/98
Registro junto ao EDA – Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional Nº815.870 Livro: 1.586 Folha: 458
Está é uma obra de ficção. Nomes, personagens, locais e acontecimento são frutos da imaginação do autor. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência
No Brilho Daquele Olhar
1a EDIÇÃO, 2019
ISBN: Prefixo: 978-85-921950-2-1
PREFÁCIO
Desnecessário dizer, que esta obra se trata de ficção. As ideias, personagens, situações foram brotando do fundo de minha imaginação. Quando conclui e comecei a reler, percebi que a história contém situações que fazem parte do nosso dia a dia. De certa forma, retrata notícias e fatos que vemos e ouvimos diariamente através das mídias, a ponto de ficar em dúvida, se o que escrevi é fantasia ou retrata o nosso mudo real.
Por outro lado, algumas coisas fazem parte de livros, contos que li e filmes que assisti a vida inteira.
Meu querido irmão Newton, que escreveu o romance policial "ASSASSINATO EM BRASÍLIA", leu a primeira parte do livro e me alertou que algumas situações, principalmente no meio jurídico, podem não retratar exatamente a realidade.
Sim... Talvez não seja exatamente como descrevi. Mas, não importa... É ficção! E ficção vale tudo. Quantos e quantos filmes, o herói consegue desarmar a bomba 0,0001 segundo antes de explodir? E o presidente que derrota, sozinho, um grupo de terroristas e ainda consegue pilotar um enorme avião todo estropiado, com a perícia dos melhores ases da aviação.
Sim, ficção vale tudo! Inclusive as situações vividas por Ives, Lívia e o misterioso Alex.
Neste romance que retrata a luta de paladinos da justiça contra criminosos e quadrilhas de tráfico de drogas, também procura demonstrar que o Amor não se revela apenas através de palavras, carícias e beijos, mas... Através do olhar!
PARTE 1
O PALADINO
CAPÍTULO 1
SURGE O PALADINO
Sete horas e trinta e cinco minutos. Ives, sentado à mesa, lê o jornal enquanto toma o café da manhã. As notícias de sempre, envolvendo corrupção, conchavos entre políticos. Oscilação na bolsa de valores e no mercado financeiro.
No Oriente Médio, novos ataques de grupos rebeldes. Aqui no Brasil, ataques e explosões de caixas automáticos e as notícias de crimes que já fazem parte do nosso dia a dia.
Uma notícia chama à sua atenção. Mais um assalto a carro-forte praticado por uma quadrilha. Já é o terceiro caso em menos de um mês.
Sabe que as quadrilhas estão cada vez mais armadas e ousadas. Usaram explosivos e armamentos pesados, restritos às forças armadas.
Por um momento fica pensativo. Enquanto isso, Débora, a sua esposa, se aproxima e o cumprimenta com um beijo na boca.
—Bom dia Amor. Senta-se à mesa, preparada pela empregada com café com leite, suco de laranja, papaia, queijo branco e bolo de abacaxi. Para iniciar o dejejum, serve-se de um copo de suco.
Enquanto toma o suco, percebe a expressão de preocupação de seu marido.
— Começa hoje, né, Amor? Sei que está preocupado. Levanta-se e o abraça pelo pescoço.
— Sim, Amor... Começa, hoje!
Ives e Débora se conheceram nos bancos de uma conceituada Faculdade de Direito na cidade de São Paulo.
Ives de Arruda Baraldi sempre foi um pouco mais compenetrado e Débora Avaloni expansiva e mais falante. No começo do curso, se falavam pouco.
Débora estava sempre com colegas que faziam rodinhas animadas, enquanto Ives, um pouco mais reservado, preferia estudar nos intervalos das aulas, pois tinha que aproveitar o pouco tempo que lhe restava para ir bem nas provas e não ficar com dependências, ou as tais DPs
.
Não foi fácil, Ives perdeu seu pai aos 16 anos. Sua mãe com muito sacrifício, sustentava ele e sua irmã Iris. Para ajudar, Ives trabalhava num escritório de advocacia, a Mendes & Lindemberg.
O dinheiro que ganhava, ajudava a manter a casa, junto com sua mãe, Dona Cândida e pagar a faculdade. Repetir de ano, nem pensar.
Ives é um rapaz esbelto, com mais de um metro e oitenta de altura. Pele clara, cabelos e olhos pretos e penetrantes, com um grande topete, bem afeiçoado.
Débora, uma loira bonita com sorriso aberto, cabelos curtos estilo Chanel
, chamou sua atenção desde os primeiros momentos.
No início, sentavam-se longe um do outro e quase não se falavam. Mas, aos poucos, como num jogo de xadrez, foram se aproximando até ficarem lado a lado.
A proximidade fez com que as conversas fluíssem com mais frequência. Nos intervalos, passaram a ficar juntos. Seja com os colegas ou para estudar nos períodos de provas.
Débora pertencia a uma família de classe média e não tinha dificuldades financeiras. Fizeram uma grande amizade.
Com o passar do tempo, perceberam que sentiam algo mais que amizade, mas mantinham certa reserva com medo de se expor. Mas, era nítido o carinho e atenção que tinham um pelo outro.
Foi no encontro de despedida no final do primeiro ano que tudo aconteceu.
Festas de estudantes acontece de tudo. Bebedeiras, risos, piadas, cantos, danças e encontros fogosos.
Débora também estava alegrinha. Bebeu, dançou, pulou. Arrastou Ives à folia.
Não era muito de farra, mesmo assim permaneceu ao seu lado de forma discreta, ensaiando alguns passos meio desajeitados. Mas, ficar ao lado daquela loirinha baixinha o deixava feliz.
O pessoal continuava animado, dançando e bebendo. Caio, considerado o galã da turma, o conquistador
, se entrosou no meio da farra e começou a dançar ao lado de Débora.
Ives se incomodou com sua presença e a forma como começou a arrastar a asa para cima dela. Irritado, decidiu voltar à mesa.
Caio vivia cercado de amigos e nunca teve dificuldades para conquistar garotas. Sempre muito badalado, nunca deu muita bola para Débora.
Mas, naquele momento se interessou por aquela loirinha. Decidiu que seria a sua mais nova conquista.
A dupla parecia animada. Com um copo de bebida na mão, ofereceu a Débora.
Dançavam e riam bastante. Caio começou a ficar cada vez próximo e o contato corporal foi se fechando. Sentia que a sedução era questão de tempo.
Débora, no início, gostou de ver o galã demonstrar interesse e cortejá-la. Mas, aos poucos, percebeu seu assédio aumentando e sentiu-se incomodada com sua aproximação e a forma como a tocava.
Com bastante álcool na cabeça, tentava abraçá-la e beijá-la. Débora tentou se desvencilhar, mas Caio estava determinado.
Ives ficou mais irritado, ao vê-lo tocando em Débora. Decepcionado, levantou-se da mesa para ir embora.
Débora percebeu. Ives a olha com ar de decepção e se encaminha à saída. Tentou ir atrás, mas Caio a segurou e num destempero total, tentou beijá-la à força.
Desesperada, tenta se soltar. Ives profundamente chateado, dá uma última olhada para trás, antes de sair e percebe a cena e o olhar de desespero de Débora, pedindo ajuda.
Ives para e rapidamente volta-se em sua direção. Se aproxima, dá um empurrão em Caio e a puxa para seu lado.
—Tire suas mãos de cima dela. Disse furioso.
—Qual que é a sua, o babaca? Replica, Caio.
—Sai fora... Besta. Deixa a gente em paz. Esbraveja, Débora.
—Se encostar nela de novo te arrebento. Ives volta a ameaçá-lo.
Caio sentiu-se ultrajado. Onde já se viu tomar uma invertida dessas? Com o sangue fervendo, partiu para cima de seu oponente.
Trocam socos e se atracam. Logo são cercados pela turma do deixa disso
.
Ainda muito irritado, tentou partir de novo para cima de Ives que sangrava no supercilio direito.
Depois de contido, dirige palavras ofensivas contra o casal, em seguida se afasta.
Débora chorando muito, olha para Ives com tristeza.
—Você está sangrando. Alguém consegue pano e gelo? Gente... Ajudem, por favor!
Não demorou muito para o pessoal trazer gelo e panos que conseguiram no refeitório.
Débora continuava a chorar e bastante trêmula, faz compressa para tenta conter o sangramento.
Ânimos acalmados, a festa continuou correndo solta. Alguns colegas ao lado do casal, reprovaram a atitude de Caio, procurando consolá-la, comentando que havia bebido demais e passado dos limites.
O sangue havia estancado, mas o pequeno corte continuava aberto.
—Melhor levá-lo a uma farmácia, ou melhor, a um pronto socorro para dar um ponto. Sugeriu uma das colegas.
—Sim... Nós vamos procurar uma farmácia para comprar produtos para fazer um curativo. Débora afirma, fitando Ives com tristeza.
—Não precisa, só um bandeide
já está bom. Ives retruca, ainda com o sangue quente.
Demonstrando firmeza e determinação, Débora insiste.
—Não senhor. Você vem comigo! Vem sim!
—Vocês querem que a gente vá junto? Pergunta, Patrícia?
—Não precisa. Estou de carro. Responde, Débora.
Ives balança a cabeça e saem do salão. Entram no carro e logo encontram uma farmácia. Compram uma solução para desinfetar, algodão e uma caixa de fitas adesivas para curativo.
—Vamos ao meu apartamento, que eu faço um curativo.
—Não se preocupe, eu vou pra casa. Por hoje, já deu!
Ives responde com uma certa irritação, ainda sentindo dores.
—Puxa... Deixe-me cuidar de você.
—Por favor, deixa, vai! O olha com pesar.
—Ahhh... Desculpe a irritação, mas não quero te dar trabalho... Está bem?
Na verdade, a sua vontade seria dizer, que tudo aconteceu porque Débora deu brecha para Caio, porém, entendeu que ela foi vítima de assédio e também está precisando de apoio, conforto.
—Imagina... É o mínimo que eu posso fazer. Vamos lá!
—Está bem. Concorda, Ives.
Logo, chegam ao apartamento. Mora sozinha. Um apartamento de dois dormitórios bem decoradinho.
Enquanto Débora limpa e faz o curativo, Ives faz caretas e dá pequenos gemidos, como se estivesse sofrendo uma tortura.
—Ahhh... Para de fazer drama. Sorri.
—Mão pesada, hein?
—Seu bobo! Ambos riem.
Débora concluiu o curativo e se gaba.
—Huuumm... Até que não ficou mal.
—Não me deixando parecido com o Frankenstein, já está de bom tamanho.
Voltam a rir bastante. Débora o olha com ternura.
—Obrigado por me ajudar. Sobrou pra você, né?
Ives dá um forte suspiro, encolhe o ombro e abaixa a cabeça.
—Por que você estava indo embora? Por que não ficou comigo? Pergunta, Débora.
—Ahhh... Você e o Caio estavam bem animadinhos.
—Imagina! Estava todo o pessoal em volta e eu achei que ele estava querendo apenas se divertir e dançar, como todos nós.
—Estavam, sim. Estavam, sim. Pensa que não percebi, é?
—Eu ia te largar lá... Sabia? Responde, franzindo a testa, demonstrando dor e irritação mais uma vez.
Débora se aproxima um pouco mais de Ives, abre um sorrisinho maroto e pergunta.
—Ficou com ciúmes, é? Passa a mão em seus cabelos.
—Ahhh... Que ciúmes nada... Para!
Débora continua a fitá-lo com sorriso nos lábios.
Ives olha bem no fundo de seus olhos, cria coragem e põe para fora.
—Quer saber? Não gosto de ver nenhum homem dando em cima de você.
Débora fica séria e aproxima seu rosto ao de Ives e o encara bem no fundo de seus olhos.
—Jura!
Continuam a se olhar. Seus corações começam a bater mais acelerados. O calor emana de seus corpos. Sentem um desejo forte.
Encostam seus lábios e trocam um beijo. Voltam a se olhar fixamente. Seus lábios pedem mais. Entrelaçam suas línguas e suspiram.
Era o que desejam há tanto tempo.
Beijam-se com força. Sem querer, Débora toca em seu ferimento. Ives geme de novo.
—Ohhh... Meu Deus... Desculpe... Faz biquinho, afaga seu rosto e o beija com mais cuidado.
Os beijos tornam-se mais longos e ardentes. Querem mais. A cada sessão de beijos, vão tirando suas roupas, se acariciam e tocam suas partes.
Bastante excitados e ofegantes, se amam no próprio sofá.
Desfrutam do prazer e voltam a se olhar com bastante ternura. Trocam beijos curtos.
Ives a fita novamente.
—Sempre quis ter você em meus braços. Sempre imaginei te abraçando... Te beijando...
—Sonhei tanto com isso. Desde a primeira vez que a vi, me encantei com você. Sabia?
—E por que demorou tanto? Débora responde, ainda um pouco ofegante.
—Sei lá? Não sei onde estava com a cabeça.
—Eu sei. Precisou tomar uns sopapos para achar. Responde, sorrindo docemente.
—Verdade... Precisei levar um safanão, sentir medo de perder você. Sorri, meio sem graça.
—Também te desejava. Desde o começo te achei um gato, sabia?
—Você sempre quietinho, isolado. O tempo foi passando e achei que você não queria nada comigo.
—Sempre quis. Responde, Ives.
-Ahhh... Então, o que aconteceu acabou sendo bom... Serviu para alguma coisa. Sorri.
Débora o beija três vezes. – Daqui pra frente, deixa eu cuidar de você?
Ives a olha com muita ternura e responde.
—Sim... E eu de você? Sorri.
E assim, aflorou a paixão e o amor que estavam guardados dentro de seus corações. Muito mais que amizade, existia um sentimento mais forte entre os dois.
Esse amor e paixão foi aumentando, o que serviu como força motriz para Ives seguir em frente, vencendo suas dificuldades.
Débora, apaixonada e sempre presente ano a ano, o incentivou bastante até que se formassem.
Ives que havia iniciado como aprendiz na Mendes & Lindemberg Advocacia, juntou-se aos seus demais colegas de profissão.
Trata-se de uma empresa pequena, onde seu talento e persistência foram ganhando destaque.
Determinado, continuou a fazer cursos de pós-graduação. Queria crescer mais e logo foi contratado por uma empresa de advocacia de maior porte.
Desde pequeno, seu sonho sempre foi pôr criminosos e assassinos na cadeia. Sua meta passou a ser, se tornar um Promotor Público ou Juiz.
É indiscutível o seu talento. Possui perspicácia, capacidade de entender e memorizar com facilidade as leis. Detalhista, minucioso, facilidade de argumentação e principalmente, o desejo de promover justiça, numa sociedade injusta. Ingredientes tão necessários para se tornar um bom Promotor.
É um trabalho cansativo que exige muita disposição. Sobra pouco tempo para curtir seu grande amor.
Débora, ao contrário de Ives, buscou a área Cível. Queria algo menos estressante e perigoso que a área Criminal. Tão dedicada é incansável quanto Ives, fez cursos de pós-graduação e trabalha em uma grande empresa multinacional.
Estão morando juntos, desde quando começaram a namorar. De lá para cá, a paixão e amor só cresceu entre os dois.
São inseparáveis. É incrível como se entendem. Nos momentos de dificuldade, sempre procuram incentivar um ao outro.
Débora, muita determinada, é uma mulher incrível. Além de bonita, meiga e uma mulher fogosa que deixa rolar suas fantasias na cama.
Ives que sempre se impressionou com sua beleza, corpo bem-feitinho, não deixa por menos e também solta seus desejos e emoções. A paixão faz parte da vida desse casal apaixonado.
Mas, nem tudo foi fácil. A carreira, estudos à noite, pouco tempo sobrava ao casal. Chegavam tarde e exaustos. Muitas vezes tomavam banho, conversavam querendo saber como foi o dia a dia de cada um. Logo, o sono tomava conta dos dois e adormeciam trocando carícias e juras de amor.
Nos finais de semana, procuravam recuperar a falta de tempo. Algumas vezes, quando percebia que Ives não parava de falar sobre a carreira profissional, o interrompia com um beijo súbito em sua boca.
—Para de falar de trabalho. Me enche de beijos, Amor.
E voltava a beijá-lo com força até perderem o ar.
Ives respondia aos beijos e trocavam carícias com volúpia. Se amavam e expressavam todo o sentimento de amor e prazer, um pelo outro.
E assim foram tocando suas vidas, com suas dificuldades, mas com muito amor e paixão. Débora se destacou na empresa e recebeu uma promoção. Seu salário aumentou consideravelmente.
Por outro lado, Ives começou a ganhar notoriedade, levando criminosos, golpistas para trás das grades. O jovem advogado não se intimidava na frente de advogados mais experientes em defesa de seus clientes facínoras.
Seus vencimentos também aumentaram e não havia mais como postergar o casamento com Débora, afinal de contas, já viviam juntos há mais de cinco anos.
Assim, mudam-se para um apartamento maior e mais confortável, no ano em que Ives passou no concurso e se tornou Promotor Público.
O padrão de vida dos dois melhorou significativamente. Plano para aumentar a família ficou postergado, pois, é momento de focar em suas respectivas carreiras profissionais.
Como Promotor Público, direcionou seu trabalho contra criminosos e quadrilhas especializadas em contrabando de armas, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas e bens naturais.
Sabe que o crime organizado se espalha como uma doença nas entranhas de todas as esferas governamentais e da sociedade brasileira, aviltando as riquezas do país, destruindo famílias e causando medo e insegurança.
O Brasil está perdendo essa guerra contra o crime. É preciso que surjam novos paladinos dispostos a travar uma luta sem fim contra às forças do mal.
Ives encarna muito bem essa ideia. É obstinado pela Justiça e combate ao crime. Destemido, sabe que a luta é árdua e sem prazo para acabar. Não só ele, como outros valentes
que estão surgindo para atuar nessa guerra sem fim.
Nem sempre recebem louros pelas vitórias. Muitas vezes, pagam caro pela ousadia de combater o crime. Ameaçadores, os criminosos colocam em risco suas vidas e de seus entes queridos.
São organizados, ardilosos e usam as brechas da própria Justiça para virar o tabuleiro, se safar e minar as forças desses combatentes.
Ives conheceu Wellington e Bruce, dois jovens Promotores que compartilham dos mesmos ideais.
Wellington, de família humilde, também teve dificuldades para chegar onde chegou, não só financeiras e por ser de uma família simples, mas teve que vencer o preconceito de ser de origem negra.
Como se sabe, as pessoas de classes sociais menos abastadas são as que mais sofrem para conseguir um lugar ao sol. Sim, foi difícil. Tinha que ajudar a família e manter seus estudos. Ralou, deu duro, sofreu discriminação, mas chegou lá.
Infelizmente faz parte de uma minúscula parcela com menos de 2% de negros que ocupam o cargo de Promotor Público, expondo de forma gritante a desigualdade social e racial existente no Brasil.
Ives e Wellington atuam juntos em operações que já levaram alguns criminosos às barras da Justiça.
Talvez, por terem passado por dificuldades parecidas, tornaram-se não só parceiros, mas grandes amigos.
A essa dupla juntou-se Bruce, um capixaba oriundo de família de classe média alta, não teve as mesmas dificuldades para chegar à Promotoria.
Como se costuma dizer na praça: semelhantes, atraem semelhantes
.
Bruce, apesar de não ter a mesma impetuosidade de Ives, é um pensador analítico que sempre busca informações, estuda os dados profundamente e avalia bem as questões, antes de decidir o que fazer.
É atento aos detalhes, metódico, organizado, reservado, assertivo, comedido, focado e não gosta