Ressonância

De Welynton Ferreira

Nossa única certeza em vida é a morte, e o único jeito de descobrir que atravessar o outro pode ser atravessar a si, é sair do lugar e bater de frente - ainda somos seres inacabados à procura de respostas, necessidades impostas e corpos atribulados, vivendo na redoma de concreto onde a confiança está apenas nas incertezas da vida. Em outro sentido, após contemplar essa publicação, você poderá olhar para dentro do meu eu, uma verdadeira ressonância literária magnética. Conhecerás meus anseios, medos e perspectivas de mundo. Aproveite! Não é sempre que me abro para mostrar os projéteis e estilhaços que a vida inseriu em meu corpo e mente.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 22 de ago. de 2020

Pré-visualização do livro

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Copyright© 2020 Welynton da Silva Ferreira

Produção editorial

Welynton Ferreira

Revisão Textual

Welynton Ferreira

Andressa Magi

Ilustrações

Cauê Boal

Arte de capa

Diego Max

Projeto Gráfico e Diagramação

Stephanie Cerqueira

Todos direitos desta edição reservados ao autor

E-mail: [e-mail]

PREFÁCIO

Quando trombei com o Welynton da Silva Ferreira, ou melhor, Bijú, pela primeira vez, foi num rolê em Marília – SP há uns sete anos atrás. Minha missão na city era bem específica. Na época, achei que iria somente apresentar uma pesquisa na UNESP, e fechou aí, voltar pra Bahia (sabe de nada inocente). Acabei conhecendo alguns cabritos de luz que me levaram para residência universitária, e aí durante algumas apresentações batizadas pelas rimas nas rodas de Freestyle, foi questão de tempo, e assim, o encontro com Bijú.

Participar desse corre de pretx, me traz sentidos, dentre eles, que tenho a agradecer pela amizade, pelo respeito e o amor desse cabrito!

A obra aqui intitulada, Ressonância: Onde a confiança está apenas nas incertezas da vida, é um convite a perceber o significado da experiência na imersão a mundos, e por si, desperta o sentido do ser, que ao se arriscar na contemplação vivente, caminha em passos filosóficos.

Isso acontece simplesmente, pelo autor entrelaçar conexões atemporais, as quais são reforçadas pelo conteúdo do livro ao revelar um delicado brilhantismo de uma mente inquieta que desvela o caminho da obra por um rolê dual entre os mundos. Nesses dois mundos (Biju e o cotidiano) que são bulé-bulés (que não para quieto, agitado) é nítido que existe uma fusão! Tal conexão o permite ser sensível ao transcrever a rua e seus habitantes por crônicas atentamente perceptíveis. E por tal feito, elas se contam num costurar de diálogos, onde Bijú perpassa pelas linhas, driblando elementos negativos de sua biografia para chegar à compreensão dos big bangs da vida coletiva. E no campo de várzea, bate um baba (futebol) de frente com outro ser, o qual, ele se esforça para em cada ideia, envolver o/a leitor/a. E por mais engraçado, cômico, contundente que possa ser seus escritos, encontra-se aqui, um navegar por um rio de sentidos e sensações em cada trecho. Por isso o autor não está interessado em convencer o/a leitor/a da importância de sua obra e/ou na embriaguez do ego, exaltar sua criatividade. Nada disso! A obra ganha vida, ao encontrar nas mãos do autor um direcionamento prático para sua existência. E assim, de mãos dadas, eles simplesmente estão sendo eles, reais! E essa é a essência de ser um bom jogador, essa é a essência do Ressonância.

O livro traz a ideia de ser leve diante das durezas da vida, e por isso, desde a capa, às primeiras palavras até os salves finais, não há gritos, trata-se de uma conversa. E é através da conversação que se constitui a fluidez nas palavras do griot, do MC, do escritor, do intelectual, e Bijú é tudo isso, - e como o negão é rueiro, algo afirmativo que quase sempre aparece em nossos papos é o pode pá, - então, devo acrescentar, que pode pá e muito mais.

As recomendações iniciais dadas pelo autor são um aviso, e acredito que é necessário. Pois você que está lendo, não estará de frente com palavras, você estará de frente com você! Isso porque, o autor teve a sagacidade de captar com sutileza os detalhes da essência do que se apresenta no dia a dia, e nos presenteia, com um simples convite vamos juntxs, estou com você!. E isso nos conduz a ter uma conversa com nossa história, com nosso eu, e num toque de prima, o jogador passa a bola, e nos diz: vai, faz esse gol, você está livre, é disso que se trata o Ressonância, viver, sentir, pensar, entender a rua e as incertezas vida.

E o mais incrível disso, é que enquanto escrevia essas palavras, fui tomado por uma forte emoção e arrepios, e como a palavra ressonância é algo que envolve a conexão energética, ao lê-lo, estou me libertando também.

O Ressonância fala de respeito. Respeito à experiência, a palavra, e como ambas fazem parte do mesmo repertório vivente, há um respeito à verdade. Verdade essa que é construída pela experiência, que conectada a fluidez interativa, indica algo que estamos andando sobre ou em busca, e através disso, toca no íntimo de cada um/a que utiliza dos olhos, dedos e ouvidos para experimentar essa experiência literária.

Para concluir, o aprendizado que adquiri após ter tido a honra de ler a obra, e pincelar escritas neste prefácio; é que todo caminho se aprende caminhando, e só caminhando que se possui aprendizado, e a cada nova experiência, o universo serve de bandeja um rio farto de possibilidades para os