A minha biografia
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Sobre este e-book
A vida foi dando sempre guinadas emocionantes e apavorantes, mas nunca nada que demovesse a minha vontade de ultrapassar e vencer.
Como que num piscar de olhos, tudo muda e diante de todos os percalços, o único objetivo que pretendo é o de atingir a felicidade.
Sou uma mulher comum que, nos episódios que se seguem, foi levada a extremos que ultrapassam todos os limites do aceitável.
Fui obrigada a fazer escolhas. A vida foi dando evidências claras de qual o caminho que tinha de seguir.
A dúvida é se todos os caminhos foram os melhores e se fui capaz de atingir efetivamente a felicidade...
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A minha biografia - Luciana Pinto
Agradecimentos
Agradeço a todas as pessoas envolvidas na minha história.
As que fizeram parte e que, a determinada altura, deixaram de fazer, as que continuam a fazer, as que me educaram, fizeram crescer, evoluir e aprender.
Agradeço a todos aqueles que considero meus amigos/clientes que fizeram com que eu nunca desistisse.
Agradeço à minha família.
Agradeço a Filipe Teixeira, Rui Vieira, Lúcia Marinho, Rui Miguel, Sónia Deolindas, Manuela unas e Rita Salazar.
Agradeço à Cordel d’ Prata pela paciência, disponibilidade e profissionalismo na execução de um grande sonho.
Agradeço a todos, sem exceção, pelas conversas, partilhas diárias e histórias de vida inspiradoras.
Agradeço à Leonor e ao Gonçalo, que são a minha vida.
Prefácio
Seguir o caminho da vida
Conheci a Luciana Pinto há poucos anos, por questões meramente profissionais, mas foi uma pessoa com qual me identifiquei logo à partida.
Afinal, quem disse que a amizade precisa de ser definida por uma dimensão temporal? A sensação foi criada pela ligação de amizade que fomos e estamos a construir, é que já nos conhecemos há imensos anos...
Tantas situações vividas e parecidas, momentos de escolha que, mesmo com trajetos diferentes, nos fazem cruzar em decisões muito iguais. Partilhas de situações vividas que, no caso, nos levam a identificar-nos mutuamente.
A vida é surpreendente. Cruzou- me com esta mulher tão incrivelmente diferente, com sede de conhecimento e uma lutadora.
Esta biografia vem relatar acontecimentos de uma vida repleta de situações com as quais muitos se irão identificar. Experiências e vivências que tornaram a Luciana Pinto em alguém altruísta, empreendedora, mãe, amiga, capaz de ultrapassar barreiras que a própria vida nos oferece sem pedirmos, mas que só alguns, com a sua capacidade fugaz e audaz, conseguem ultrapassar.
A biografia que temos nas mãos permite-nos conhecer uma mulher que se dedica à vida de uma forma transformadora e rica, com vontade de crescer, aprender e lutar por todos os objetivos e metas que também sabe e está preparada para os definir.
Lúcia Marinho
Introdução
A escrita sempre foi para mim uma forma interessante de documentar o meu dia a dia, as mudanças pelas quais fui passando sem ter de contar a alguém, fez sempre parte de uma terapia individual e solitária, talvez por isso nunca tenha chegado à loucura.
Comecei a escrever por volta dos meus dezoito anos para colmatar os fantasmas da solidão, e entre uns episódios e outros de inspiração durante os últimos anos da minha vida, voltei a escrever e, por coincidência, para fugir aos mesmos fantasmas.
Os anos foram passando, a vida foi sendo construída como estava destinado e nunca me tinha ocorrido a ideia de editar, mas, de repente, e sem saber explicar muito bem como nem porquê, aos trinta e nove anos surgiu a ideia bem vincada na minha cabeça, ideia essa que acabou por ter um ênfase diferente com todas as mudanças e porque a esta altura da minha vida faz todo o sentido que conheçam um pouco melhor a minha história.
E porque não?
Uma autobiografia?
Sempre fui uma mente inquieta, não sei se isso é bom ou mau. Por vezes, desgasta-me. Já controlo melhor, mas ainda assim é uma característica que nasceu comigo e que hoje, mais do que nunca, faz sentido, percebo-a e considero-a muito necessária para conseguir atingir os meus objetivos.
A verdade é que a escrita foi sempre o meu grande refúgio e me tem salvado dos túneis escuros que, de vez em quando, a vida resolve que têm de aparecer, e dos quais tenho conseguido aos poucos sair, dia após dia, sem nunca baixar armas.
A escrita é uma terapia. Consigo escrever tudo o que me vai na alma, sem pensar em julgamentos, onde busco o alívio para reorganizar os pensamentos e expressar os sentimentos.
Os últimos anos da minha vida foram de uma mudança abrupta, a inspiração veio em força e decidi voltar a escrever com toda a dor, sem filtros, em grande parte devido ao facto da minha vida ter sido uma constante de coincidências que me fazem querer que o caminho seja este.
Já para não falar das pessoas que têm entrado, e que vou permitindo entrar, que me dão sinais claros de que é mesmo para acontecer. Pessoas que cativam o meu afeto, que me roubam sorrisos, que dividem gargalhadas e que passam a fazer parte da minha vida. Pessoas que mudam a minha vida simplesmente por estarem nela.
Todas as pessoas aparecem na nossa vida com a sua missão e com o seu propósito e cabe-nos a nós decifrá-lo. Nada acontece por acaso e tenho isso bem ciente por tudo que vivi. A vida vai nos dando sinais que teimamos muitas vezes a não os ver, mas quando se tornam demasiado evidentes, é inevitável não os perceber.
A esta altura da minha vida, reescrever a minha história é das coisas mais inspiradoras, mais calmantes, mais terapêuticas, mais conscientes e libertadoras que faço na descoberta deste novo EU.
A maturidade da idade ajudou-me a perceber os sins e os senãos de tudo pelo que passei. A maturidade e a ajuda fundamental de pessoas de bem com as quais me fui cruzando nos últimos anos e, que tal como eu, decidiram, a determinada altura da sua vida, que o sentido seria ajudar as almas com as quais se vão cruzando.
Passaria por tudo novamente, consciente da falta que me faria para a construção da pessoa que sou hoje.
Não poderia ser diferente.
Se me arrependo de alguma coisa?
Sim...
Se há coisas que faria diferente se soubesse que iriam ser da forma que foram?
Sim...
Não sou das que diz que não mudaria nada porque estava destinado...
Mudaria...
Não iria ser a mesma coisa?
Não, obviamente que não, claramente que não.
A pessoa que sou foi construída e aceite pelo que passei e da forma que passei e isso já não posso apagar. E tenho orgulho em mim, muito orgulho.
Nada foi acaso, nada foi perda. Foi tudo ganho e aprendizagem.
Aprendi a muito custo a gostar de mim.
Para quem acreditar, energeticamente falando, soube há dias, por obra do acaso, que estou numa mudança de karma.
A decisão de voltar a escrever e lançar a minha primeira obra – sim, porque não pretendo ficar por aqui – saiu de uma forma tão inspiradora e concisa. E porque como nada até aos dias de hoje foi acaso na minha vida, quis o destino e as coincidências da vida que assim fosse.
O acaso do destino, sempre o acaso do destino.
Pois, não sei...
Sei apenas que tenho de o fazer para, assim, libertar ainda alguns fantasmas que me assolam, de quando em vez.
Acredito que sou uma pessoa de muita sorte. Costumo dizer em tom de brincadeira que tenho um anjo da guarda sempre comigo, que me vai amparando de todas as possíveis quedas, que me amparou em todos os momentos difíceis e que me guiou sempre no melhor caminho. Caminho esse que foi feito com toda a dignidade a que me educaram, com todos os valores que me foram incutidos, toda a lealdade e resiliência.
Sou uma pessoa de muita sorte pela vida ter concedido sempre a aproximação de pessoas maravilhosas, inspiradoras, pessoas que me ajudaram a crescer, evoluir.
Escrevo a minha história no papel convicto de que será surpreendente para muitos, esclarecedor para tantos outros, mas, principalmente espero que seja exemplo de persistência para que quem a ler se identifique nalgum episódio da minha vida e que possa ser, de alguma forma, a ajuda que precisam para resolver ou ultrapassar da melhor maneira possível os obstáculos da vida. Se assim for, a minha missão será cumprida.
A vida nem sempre nos mostra o percurso mais fácil, nem que iremos sofrer menos, mas. ensina-nos a vivê-la da melhor forma. Esta é a solução e o caminho para a felicidade.
Não sou mais nem menos do que ninguém.
Ainda tenho muito para aprender, para curar, para desaprender, para aceitar. Mas sei que já cresci significativamente e sinto me muito feliz com todo o meu percurso. Existem situações que já não me atormentam, memórias que já não me afetam e pessoas que já nem me lembro, emoções que já não tenho medo de expressar, histórias que posso contar sem tremer.
Lembro-me todos os dias de onde estava e de onde estou hoje.
Errei muito. Certamente continuarei a errar no desconhecido futuro, mas aprendi muito com os erros...
Caí várias vezes, levantei-me de todas as quedas...
Bati no fundo algumas vezes, sempre ciente de que a felicidade era o caminho.
Fez parte...
Faz parte...
Vai continuar a fazer...
E chegará leve em pleno...
Eu sei que chegará, e cada capítulo servirá de lição.
A esta distância, consigo perceber o porquê de tudo, o significado de tudo o que aconteceu na minha vida e aceito.
Olhar de mim para mim e conseguir escrever cada capítulo em paz, mas não obstante da dor que ainda me traz escrever certos episódios.
Continuará a descoberta do incerto, o futuro.
Passarei ainda por muito, mas já não me permito o desgaste. Vivo a vida de uma forma madura, sinérgica, capaz de resolver o mundo.
Ainda tenho dias que não me apetece fazer nada, abro o computador e não consigo escrever, não consigo fazer nada de produtivo, não me apetece treinar, não me apetece ler, não me apetece levantar da cama e está tudo bem. Mas querem saber? Esses dias também são importantes, também são precisos para percebermos o bom e o mau da vida que, por vezes, nos esquecemos. Para percebermos a diferença de que, quando estamos muito bem, de repente, tudo pode mudar e ficamos mal e temos de aprender a viver com isso, a dar a volta.
Noutra altura da minha vida, vivia frustrada por não conseguir aceitar que dias maus fazem parte e a solução é deixar passar, que o amanhã venha com outra clareza e que certamente seja melhor.
Foco no que me traz paz, foco nas soluções e não nos problemas, foco nas coisas simples e práticas da vida.
Não controlo nada nem ninguém, mas tenho sempre a opção de continuar ou não.
Não controlo quem entra na minha vida, mas decido se permanece ou se segue caminho.
Todas têm ou tiveram um papel importante na minha vida, no sentido de me ensinar, e sou grata por isso.
Esta é a minha história, a mais sincera.
Haverá certamente histórias mais inspiradoras, mais intensas, que a minha.
Mas esta é a minha.
Consciência disso é paz.
Aos outros, dou o direito de serem como são. A mim, dou o dever e obrigação de ser cada dia melhor.
Nem sempre dei o tempo suficiente para alcançar a minha melhor versão e para refazer quando quebrei. Sinto que, em determinados episódios da minha vida, devia ter conseguido fazer o luto
para seguir em frente e não fui capaz. Como alguém me disse um dia, todos precisamos fechar janelas para que as portas se abram em pleno. E não o