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Quartzo Rubro
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E-book351 páginas4 horas

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Sobre este e-book

A aparente pacata cidade de Sagrados guarda muitos segredos, onde abriga seres misteriosos e místicos. Joana Angelis vivia sua vida tranquila na cidadezinha onde nasceu e cresceu. Determinada e doce coordenava seu grupo de música com seus amigos de escola, até conhecer o introspectivo Khaliel, que tinha uma missão a cumprir, sendo ela o alvo primoroso. Mas será que o atraente semideus-demônio resistiria a doçura e beleza da sua presa? Será que levaria sua missão até o fim em nome de seu mestre demoníaco? Uma paixão avassaladora que poderá desencadear numa temível guerra entre poderosos espécimes sobrenaturais.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de nov. de 2022
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    Quartzo Rubro - Revathy Dhewi

    Quartzo Rubro

    Híbridos

    Revathy Dhewi

    Revathy Dhewi

    Copyright © 2022 Revathy Dhewi

    Todos os direitos reservados.

    2

    Orgulho, arrogância, presunção, ira, rispidez e ignorancia-

    estas qualidades pertencem àqueles cuja natureza é

    demoníaca, ó filho de Pritha.

    As qualidades transcendentais conduzem à liberação, ao

    passo que as qualidades demoníacas levam ao cativeiro.

    Não se preocupe, ó filho de Pandu, pois você nasceu com

    as qualidades divinas.

    Ó filho de Pritha, neste mundo há duas espécies de

    criaturas. Uma é chamada divina e a outra, demoníaca

    Krishna, Bhagavad Gita.

    Revathy Dhewi

    QUARTZO RUBRO

    Híbridos

    Romance/Fantasia

    Revathy Dhewi

    4

    AGRADECIMENTOS

    a Deus(Krishna), Supremo autor.

    Ao meu esposo Murari(Miguel Angel)

    Aos meus filhos preciosos, Jayadeva Hari,, Radha Govinda, Tulasi Devi

    Revathy Dhewi

    6

    Revathy Dhewi

    Prólogo

    _Sheliar não desça! - A voz imponente da imperante Garbasi soou pelo extenso pátio do palácio vermelho púrpura. As colunas quase se moveram com a forte vibração quando as partículas salivais se difundiram nelas.

    _Eu devo ir Garbasi, sinto que Haliel precisará de mim! -

    disse Sheliar recostada em uma das colunas tentando não encarar sua imperante.

    _A terra é perigosa. Tu não deves abandonar teu posto, serás banida. Tu és ciente das leis

    hierárquicas - Garbasi objetava refrear a anjelia Sheliar que estava disposta a abandonar seu posto da falange celestial.

    _Sim, eu sei - concordou Sheliar. - também sei o que os anjos fizeram foi injusto, Haliel é fiel, sempre foi – retaliou. - Agora os executores irão caça-lo até os confins da terra, mas eu não vou dar-lhe as costas, pelo menos quero encontra-lo e dizer que o amo.

    Sempre amei...

    A respiração de Sheliar era profunda e Garbasi podia rastreá-la facilmente.

    _Mas não poderá voltar - disse Garbasi. - Os executores irão atrás de você também, por isso estou pedindo... Eu temo por você...

    Você é a melhor

    anjelia dentre as demais - Garbasi a cada passo que dava podia chegar mais perto e Sheliar sentia isso também.

    _Estou decidida, eu vou descer a terra - disse Sheliar numa forte e rápida palpitação do coração.

    _Há também demônios lá, eles se hibridaram com seres humanos, não poderá identificá-los. Este é um dos motivos pela qual os caídos e outros anjos que se associaram com os lucíferes foram renegados - a voz de Garbasi soou mais baixa e serena quando viu o ombro de Sheliar exposto pela coluna.

    Revathy Dhewi

    _Eu irei correr este risco - falou saindo detrás da coluna encarando o olhar cortante de sua imperante.

    _Este amor vale tanto assim? Vale este sacrifício?

    Na terra seus sentimentos serão mais fortes, provavelmente sua essência angelical se perderá, o apego é mutuo e a natureza humana é fraca - persuadiu Garbasi.

    _Como tu podes saber? - Relutou a anjelia. - Eu só saberei descendo lá - afirmou desviando a vista de sua imperante.

    _Como mais poderei convencê-la? - Disse a imperante pesarosa. Ela viu durante o decorrer dos tempos como os caídos se desconectavam da energia celeste e como perdiam sua conexão com as falanges angelicais.

    _Não tentando - Sheliar abriu as asas, preparando-se para partir, mas sua imperante a conteve mais uma vez.

    _Espere... – Pediu Garbasi se acercando dela. -

    Sheliar – falou suave – tem uma forma rápida e arriscada de entrar lá. Há uma linha cósmica que nos liga a terra. É a mesma linha áurea que os

    guardiões auxiliadores passam para chegar a terra - mesmo sabendo dos riscos que corria Garbasi

    indicou a anjelia um meio de chegar ao seu destino. No fundo não queria que sua anjelia fosse, mas também não queria mostrar-se contraria a sua decisão.

    _Os anjos espectros que vagam atrás dos humanos e ao mesmo tempo não os protegem de nada? – a anjelia implicou.

    _Não os julgue, são servos uteis, eles não foram designados a proteger os humanos, mas sim a

    auxilia-los na jornada karmica. Estes não tem poder de mudar o destino ou a natureza deles.

    _Mas nós temos Garbasi. Eu tenho e posso – afirmou Sheliar.

    _Vá por essa linha – disse Garbasi receosa dando uma olhada em todas as direções para ter certeza de que não havia mais alguém no pátio além delas.

    _Agradeço seu apoio - Sheliar disse em reverencia.

    _Eu não deveria está fazendo isso - falou com receio _antes de partir você terá que se destituir dos seus emblemas - ordenou Garbasi.

    8

    Revathy Dhewi

    _Tudo bem, eu aceito.

    _Sheliar isso me dói muito, não gostaria de apontar minha espada na sua direção, porém a lei exige isso

    Garbasi era obediente às leis angélicas, mas fazer isso era como se todas as espadas dos mais temidos e puros imperantes estivessem apontadas para si.

    _Eu entendo... Entendo a situação que estou colocando você - disse Sheliar sentida. – cumpra seu dever e aponte-me grandiosa Garbasi, imperatriz da falange vermelha.

    A imperatriz Garbasi apontou a espada da renegação no peito da anjelia proclamando seu

    julgamento, seguindo o protocolo da hierarquia celestial.

    _ Eu imperante Garbasi da falange angélica vermelha, portadora do bastão da chama imácula.

    Renego-te ó anjelia Sheliar princesa regente da lança flamejante celeste. Destituo você do seu cargo e de sua arma. Eis que dou o julgo sem direito a revogação.

    Apesar de fazer seu julgo com autoridade, uma lagrima de lamento nasceu na beirada do olho

    direito de Garbasi, sentia-se sendo transpassada pelas espadas de seus imperantes por quebrar a

    maior das regras contribuindo para que uma de suas contingentes decaísse sem ter cometido uma ofensa grave a ponto de receber renegação completa.

    Sheliar se despediu dos emblemas e de sua bela arma. Então seguiu nos caminhos de nuvens

    cinzentas para não chamar atenção para si. Horas depois estava no aeroplano triangular junto a um

    lindíssimo pavão branco reluzente descendo a linha áurea azul celeste. O medo e a determinação eram seus imperantes neste momento, não podia mais voltar atrás, não dava mais para lamentar, ela sabia disso, sabia do poder da renegação e que nem mesmo seus superiores podiam quebrar tal regra.

    ***

    Revathy Dhewi

    O fim da linha estava próximo, pensou onde Haliel poderia está.

    Sheliar não conhecia a terra, nunca havia estado lá, porem estava disposta a enfrentar qualquer obstáculo para sobreviver e encontrar seu amor. Podia ver a entrada, seu coração pulsava

    intensamente assim como seu sangue, e pareciam que iam explodir ao colidir com a atmosfera terrestre.

    Ela foi arremessada como uma esfera deslocada de um cometa, não deu tempo de abrir as asas, quando viu já estava caída no chão. O

    corpo era mais pesado e as asas assim como seus ossos pareciam ser de ferro. As sensações eram mais intensas e os sentidos mais aguçados. Sentiu os pedregulhos na areia batida arranhar sua pele límpida e macia, fez grande esforço para se levantar, mas asas pareciam uma carga tão pesadas quanto os membros do seu corpo angelical. Será que era assim que acontecia com os celestes quando caiam? Refletia. Será que era essa sensação de culpa confundida com desprezo e humilhação que ela estava sentindo agora que os caídos sentiam?

    Ruídos e gritos não muito longe de onde estava jogada aguçaram mais ainda sua audição. Tentava entender do que se tratava e que direção vinha. Sua

    visão conseguira captar o local das atividades que ocorriam, conseguiu ver Haliel como tanto

    desejava. No entanto ele se encontrava numa situação de perigo. Sheliar resmungou algo, forçou o corpo a se levantar, se equilibrou em pé, deu passos e com força abriu as asas que resistiam mais vez e mais uma vez, finalmente elas obedeceram à mensagem de ordem dela. Então voou a fim de chegar até seu Haliel.

    Grupos de adversários lutavam violentamente, garras e asas eram suas armas, velocidade e golpes traiçoeiros eram suas habilidades mais fatais.

    Sheliar chamou intensamente Haliel que logo deu sinal de tê-la escutado. Sim ele a escutou, esquivouse rapidamente dos que prendiam sua atenção na luta e chegou até Sheliar.

    _Anjelia Sheliar? Como...? – Falou Haliel comovido.

    _Haliel, eu só vim por que... – Agora Sheliar queria expressar 10

    Revathy Dhewi

    seu sentimento de amor por ele, mas o ambiente assombrado pelos movimentos agressivos dos grupos que digladiavam ferozmente não

    propiciava inspiração para que pudesse construir sua declaração de palavras poéticas de amor.

    _Eu sei por que você veio Sheliar, eu sei... – disse Haliel que já sabia a razão dela ter vindo, só não imaginava que a anjelia fosse capaz de provar tanto por ele.

    _Eu só quero dizer que... – antes que Sheliar terminasse a frase Haliel se propôs a beija-la

    suavemente. Ela ficara surpreendida pela atitude tempestuosa dele. Anjos não beijavam, não assim dessa forma, beijavam com o olhar, beijavam com as testas encostadas uma na outra e beijavam com o coração.

    _O que foi isso Haliel? Você... – disse ela confusa.

    _Eu sou um caído assumido Sheliar, estamos na Terra agora... – Haliel beijou-a vigorosamente dessa vez. Ela aceitou cada beijo retribuindo

    apaixonadamente. – Haliel eu te amo! - Declarou Sheliar.

    _Isso é uma doce poesia celeste! – Disse emotivamente Haliel num sorriso sublime e com um olhar sereno.

    Aos poucos sua expressão transcendente modificou-se quando foi transpassado pelas costas,

    covardemente pelo o anjo Vandell com sua espada de cristal violeta.

    Sangue fluiu da boca de Haliel

    borrando seu belo sorriso, o brilho dos seus olhos se apagou ao cerrar suas pestanas, seu corpo caíra nos braços de sua amada Sheliar que agora provava desgosto e aflição.

    _Você nunca deveria ter vindo a Terra anjelia Sheliar – falou Vandell com o olhar fervente na direção da anjelia e se afastou deles sem demonstrar nenhuma consideração pelos da sua espécie, simplesmente se foi.

    A tristeza assolou os olhos de Sheliar que lagrimaram pelo único fato de perder o amor de sua vida no momento em que finalmente o encontrou novamente. A única esperança que almejara era apenas ama-lo ficando ao seu lado para sempre.

    Revathy Dhewi

    Sentira que seu coração também fora cortado pela aquela espada.

    Os executores eram cruéis com anjos desviados, renegados de suas posições angelicais, não colocavam seus sentimentos acima de sua

    missão determinada por seus imperantes arcanjos.

    Nunca deveria haver considerações, nunca, mesmo que pertencesse a mesma falange celeste.

    Mizael viu Haliel sobre o colo de Sheliar e aproximou-se para ajudar, colocou a mão no peito

    do amigo que o apoiou nas horas mais conflitantes.

    Haliel ainda mostrava estar consciente, segurando com força a mão de Mizael pediu que cuidasse de

    Sheliar, e dando a ele uma bússola tridimensional revelou parte de um segredo que guardava há

    tempos. Então Mizael a guardou cuidadosamente e prometeu que seguiria suas instruções e, continuaria o trabalho que Haliel começara na Terra com os que o mesmo denominou de Híbridos Proliferados.

    12

    Revathy Dhewi

    Capítulo 1

    Revathy Dhewi

    _ Sagrados é embelezada por quatro magníficos parques de uma botânica exuberante – iniciou Giuliana, guia turística do local. Ela guiava o grupo de Irlandeses e outro de Japoneses que seu noivo Casmiel abandonou mais uma vez, para praça central da cidade. Ela disfarçava sua raiva contida pelo sorriso automático produzido no seu rosto de traços venezianos.

    _ Contém oito capelas – continuou ela com brilho falso nos olhos azuis cinzentos. – construídas em locais estratégicos que lhe dão um formato octogonal que mostrarei durante suas estadias em Sagrados - distribuiu panfletos com mapas e fotos das capelas.

    _ A catedral Maior dos Anjos como veem – disse apresentando a frente da catedral de estilo neogótico convidando-os a entrar. – é uma das maiores atrações com vitrais fabulosos que destacam os seres de luz até seu exílio...

    – Pausou para que os turistas tirassem fotos.

    Giuliana suspirou quando viu seu noivo entrar com um sorriso dissimulado passando por ela e se apresentando ao grupo de japoneses, distribuindo a eles os flyers que faltaram.

    14

    Revathy Dhewi

    _ Sagrados – iniciou – é fonte de inspiração para historiadores e paz para peregrinos que se abstém das confusões das cidades grandes – disse Casmiel com sorriso simplório.

    Olhou de relance para sua noiva que lançou de volta seu olhar de decepção. Ele sabia que isso era ruim para o relacionamento deles, então a levaria para jantar depois para reparar o erro e pedir desculpas como sempre fazia.

    Casmiel conduziu seu grupo para fora e os levou para o museu Sarantis que é administrado por ele e seu irmão gêmeo Damiel. Da van da empresa de turismo Angelis Connects se podia ver a praça central florida de ipês vermelhos, amarelos e roxos. No meio um belo e enorme pinheiro. A ida durou trinta minutos apenas. Casmiel estacionou e os dirigiu para dentro do museu. O grupo de dez japoneses se impressionou com os artefatos. Relíquias preciosas como pergaminhos egípcios, gregos e yantras hindus. Armas incomuns, até mesmo crânios e ossadas em expositores se destacavam pelos detalhes diferentes contidos nelas.

    Depois foram levados a visitar a grande biblioteca, considerada a maior fonte de conhecimento histórico da cidade administrada pelo o professor Gerardi Cardes Ph.D.

    em línguas, simbologia e especializado em arqueologia. Que impecavelmente conservava o local. Casmiel mencionou sobre a família fundadora da biblioteca, os Damaros que foram praticamente mortos num terrível incêndio, mas a causa

    Revathy Dhewi

    ainda era um mistério. Mencionou também a cidade universitária de Wangelis que era o maior interesse do grupo japonês. Todos sorriram e tiraram muitas fotos.

    Assim a vida corria em Sagrados na tranquilidade de seus cem mil habitantes e visitantes curiosos pelos mistérios que rodeavam a cidade.

    ***

    O fim da tarde se aproximava, os pássaros assobiavam nas arvores. O vento leve e frio amenizava o calor.

    Em outra parte da cidade o céu agora alaranjado acima de uma das capelas que é mais como uma catedral em tamanho menor avistava-se encantadoramente num degrade marfim rosado na região oeste da cidade. As janelinhas de vitral brilhavam fazendo arco-íris no chão. O colorido estendia-se até a porta principal.

    Uma estatua representando a patrona do bairro chamado Horizonte Oeste se encontrava numa posição imperativa e ao mesmo tempo meditativa com a cabeça voltada para os céus, mãos juntas no peito segurando uma espada quase frente à entrada. E próxima a ela uma jovem de cabelos longos castanhos que reluziam com o último ponto de raio solar. Sua face oliva iluminava-se com o efeito dourado como se o sol a maquiasse e na despedida lhe desse um beijo na promessa de retornar no dia seguinte. Um vento repentino soprara as folhas prendidas nos seus braços. Prontamente se pós a 16

    Revathy Dhewi

    juntar na esperança de recupera-las.

    A pouca distância dai dois atraentes rapazes a fitavam da pracinha em frente à capela Santa Joana Darc. Um era robusto, cabelos ondulados caídos até os ombros, olhos escuros como sombra e expressão enigmática. O outro de cabelos curtos de semblante calmo e introspectivo.

    _ Olhe! – disse o cabelo ondulado. – encontrei o que tanto busco - sorriu de canto – bem bonita, não acha? – Apontou chamando a atenção do seu súdito.

    _ É – resmungou o de cabelo curto. – o que devo pensar? –

    Expressou frio. – você a quer? Eu posso capturá-la agora –

    disse ansioso quase se pondo de pé, mas seu mestre o conteve.

    _ Aha – levantou o dedo sinalizando na boca. – calma você está parecendo um lobo sedento por sua caça, vamos vê-la melhor. Espere... – deu uma pausa analisando o território ao seu redor. Via o modo como às pessoas circulavam pela pracinha resplandecida com brotos de ipês amarelos. Arrastou a sola do sapato sobre o chão raspando a tinta, revelando o granito pintado pelo verniz acinzentado.

    _ Vamos fazer este plano dar certo. No entanto será como um teste pra você meu fiel escudeiro – prosseguiu medindo com o polegar e o indicador a estatua da santa que tinha a estatura de uma mulher adulta de um metro e oitenta.

    Revathy Dhewi

    _ Diga o que devo fazer mestre Luci – quis saber o intitulado escudeiro.

    _ Você vai se aproximar desse pessoal da capela. Sondá-los, conhecê-los e conquistar a confiança deles – determinou.

    _ E a presa? – insistiu o escudeiro.

    _ Não seja apressado lobinho mau. Antes de ser devorada a caça deve ser bem preparada, assim se pode desfrutá-la com mais sabor e prazer – o mestre mordeu um dos dedos em punho fechado, após falar com sagacidade.

    _ Você quer que eu a prepare, como? – indagou com frieza.

    _ Eu quero que a faça se apaixonar por você, mas não seja tolo a ponto de se deixar levar pela paixão. Seja legal, gentil, mostre seus talentos, se tiver. Quando a minha escolhida estiver alucinadamente cega por você, será presa fácil – pode até dar uns beijos, mas só, entendeu? – o instruiu.

    _ Não sou bom em fazer papel de galã romântico – o intitulado esfriou a voz – poderia ter escolhido Endolf é típico dele - falou com mais frieza e tom desinteressado.

    _ Não! – exclamou mestre Luci contestando – ele logo a possuiria antes de mim. Ele é um lobo tarado – protestou. –

    Jamais. Eu escolhi você porque tem um dom em especial – o mestre incentivou.

    18

    Revathy Dhewi

    _ Eu, um dom? – desacreditou.

    _Você logo saberá – fez sinal para que seu intitulado levantasse. – agora vai, é a hora – garantiu o mestre.

    _ Mas como entrarei na capela? – ele indagou receoso. –

    você mesmo disse que não podemos? – dobrou as sobrancelhas.

    _ Cheque mate lobo negro, esse é seu dom – disse o mestre estalando os dedos.

    Então o mais fiel e habilidoso dos lucíferes seguiu em frente.

    " Porque eu?" pensou. "N ão sou bom nisso. Eu simplesmente poderia perfura-la e levar até ele".

    Os passos lhe pesavam, a mente parecia incendiar a cabeça, não tinha jeito com garotas, nunca teve, não era do seu feitio.

    Sedução não era o seu forte, agora teria de se moldar, controlar-se.

    " É só uma presa, é só uma presa" – repetia baixinho.

    Suspirou e parou diante da moça. Abriu a palma da mão direita e como mágica atraiu algumas folhas. Um vento frio soprara novamente na tentativa de manter os papeis espalhados.

    _ Pronto, estão aqui – disse forçadamente seguido de um

    Revathy Dhewi

    sorriso fechado.

    A garota percebera sua chegada. No entanto ficara concentrada por alguns minutos. A voz que soara contida à fez responder apressadamente.

    – ah! Obrigada pela ajuda – disse ainda agachada colhendo os papeis restantes. Esticou a mão direita para alcançar os na mão do estranho que aparecera de repente. As mãos se tocaram sem avisar, em pé de frente para o rapaz, o encarou com um sorriso de agradecimento.

    Agora ele a olhara mais de perto, avaliou seu rosto. Olhos amendoados, a cor de suas íris como safiras verdes o hipnotizou por um momento. Os lábios pequenos carnudos despertou nele uma vontade de mordê-los.

    Isso não pode ser minha prisão – refletiu.

    Seu vestido bege rendado até os joelhos, de alças finas e fita laçada abaixo do busto revelava sua pele levemente bronzeada por natureza o que lhe deu vontade de saborear com a língua.

    Controle-se – respirou.

    Ela também fixou seu olhar no dele. Olhos cor de mel fascinantemente inebriante, lábios suavemente rubros. Braços fortes, o corpo com músculos bem definidos revelados pela blusa de malha fina cor cinza – mangas longas e calça jeans 20

    Revathy Dhewi

    preta justa. O que pareceu intrigantemente atraente e prendeu sua atenção.

    A voz travada não conseguia chegar à língua para falar, mas a garota engoliu seca e esforçou-se para expressar mais uma vez sua gratidão.

    _ Ai! – esbaforiu. – você é um anjo. Não sei o que seria de mim se não tivesse aparecido. São papéis importantes. Eu sou Joana.

    A mente dele se enfureceu ao escutar anjo. As unhas cresciam fora dos dedos a fim de penetrar na pele da moça.

    Mas de repente a mão direita dela já livre tocou sua face.

    Surpreendido afastou o rosto.

    _ Você está bem? – ela perguntou. – como se chama?

    _ Paullin – respondeu com voz tão penetrante que fez os pelos de Joana eriçar. Isso a fez colocar sua jaqueta preta de forma a proteger os poros da brisa outonal.

    _ Nunca vi você por aqui? – A boca dela mexendo era atraente e instigante para Paullin, tentava conter-se a cada engolir de saliva.

    _ Eu acabei de chegar à cidade – tentou soar simpático. – seu nome é o mesmo da capela. Você é como a santa? – iniciou sua investigação.

    Revathy Dhewi

    _ Ah... Não. Quem me dera – pausou ajeitando os papeis. –

    então seja bem-vindo. Foi um prazer conhecê-lo - disse Joana descendo um degrau na intenção de partir. Mas o rapaz a barrou de frente.

    _ Seria bom se fosse... – deu um sorriso tão cativante que Joana

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