Produção textual em Libras: a construção da escrita dos alunos surdos do CECM
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Produção textual em Libras - Lindalva Silva de Oliveira Neves
Dedico este livro à memória da minha mãe-avó Domingas Maria de Jesus Oliveira pela dedicação e incentivo que me fizeram persistir nos estudos e chegar até aqui.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me conceder a oportunidade de produzir e compartilhar este livro.
À minha família, por compreender os momentos de ausência necessários para esta produção.
À minha querida amiga Arly Gonçalves Diogo dos Santos, pela parceria e por me incentivar a realizar o mestrado.
À minha turma de mestrado, pela amizade e parceria.
Ao meu orientador, Dr. Francisco Edviges Albuquerque, pelo tempo dedicado às instruções que nortearam este estudo.
A todos os professores do mestrado, pelo incentivo e dedicação, em especial às professoras que compuseram a banca examinadora da pesquisa, Dr.ª Selma Maria Abdalla Dias Barbosa e Dr.ª Marilza Vanessa Rosa Suanno.
À direção do Centro de Ensino Clodomir Milet (CECM), na pessoa de Marcia Faustina Barbosa Viana Costa, bem como à coordenação pedagógica e a todos os professores que atuam com estudantes surdos nessa instituição, pelo apoio nas atividades desenvolvidas no decorrer da pesquisa.
Às intérpretes de Libras Fátima Goreth Andrade da Silva e Maria Benedita Bezerra Magalhães, pela disponibilidade e parceria.
Ao instrutor surdo Claudio Roberto Bezerra Araújo, pela contribuição na validação e sistematização dos sinais que compõem o glossário de Libras produzido durante a minha pesquisa de mestrado.
Aos alunos surdos participantes desta pesquisa (JU e BRV), sem os quais não seria possível a produção deste trabalho.
A todas as pessoas que, de diferentes formas, contribuíram para a concretização desta obra.
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
INTRODUÇÃO
1. CONSIDERAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
1.1 IMPLICAÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA
1.2 PROPRIEDADES DE CONSTRUÇÃO TEXTUAL
1.3 O GÊNERO DIÁRIO PESSOAL – DP: ESTRUTURA E FUNCIONALIDADE
1.4 A INCLUSÃO ESCOLAR DOS SURDOS: DIFICULDADES E POSSIBILIDADES
1.5 A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS)
1.5.1 PERSPECTIVA HISTÓRICA
1.5.2 ASPECTOS ESTRUTURAIS
1.5.3 O SISTEMA DE ESCRITA DE SINAIS
1.6 O SURDO E A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
2. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA DA PESQUISA
2.1 SEQUÊNCIA DIDÁTICA – SD
3. ANÁLISES E DISCUSSÃO DOS DADOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXOS
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
[...] A inconclusão que se reconhece a si mesma implica necessariamente a inserção do sujeito inacabado no permanente processo social de busca (Paulo Freire).
PREFÁCIO
Esta obra teve início na minha dissertação de mestrado, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Mestrado (PROFLETRAS) na Universidade Federal do Tocantins (UFT). Este livro traz, portanto, as abordagens teóricas e metodológicas da pesquisa-ação desenvolvida no contexto educacional, focalizando o processo de ensino de pessoas surdas no que tange à escrita do português, visando a contribuir com a produção de conhecimentos sobre o processo de construção da escrita dos alunos surdos por meio da integração de conhecimentos científicos e saberes práticos.
Para esse alcance, partimos de reflexões sobre as principais dificuldades de escrita (do português) dos estudantes surdos, pois, em geral, esses apresentam uma escrita com muitos desvios das regras de uso dessa língua. Sabemos que a Língua Portuguesa (LP) é fundamental na vida do surdo brasileiro para que ele possa interagir e sobressair socialmente.
Ao longo da pesquisa, foram elencadas não só as dificuldades de escrita que envolvem os aspectos gramaticais e lexicais da língua, mas também as que envolvem questões extralinguísticas e perpassam o nosso sistema de ensino e o contexto do aluno. O reconhecimento dessas dificuldades é concebido neste estudo como um pressuposto para uma intervenção significativa.
Esta obra exibe, portanto, uma proposta de intervenção realizada pela instrução em Língua Brasileira de Sinais (Libras), oportunizando a reflexão sobre como a produção em Libras pode favorecer o aprendizado da escrita do português, considerando que a construção de sentido por surdos está relacionada com a sua forma de ver o mundo, sua condição histórica, sua subjetividade, sua língua, sua cultura.
Autores da Linguística Textual, como Marcuschi (2012), Quadros e Schmiedt (2006), Silva (2001), Salles (2007) e Ribeiro (2015), dão suporte às abordagens que integram este material. Acredito que essas abordagens e a proposta didática de aprimoramento da escrita, por meio do gênero diário pessoal, apresentadas neste trabalho, cooperam para uma prática docente inclusiva que motive o aluno surdo à produção escrita e, consequentemente, amplie a sua competência sociocomunicativa.
INTRODUÇÃO
Este livro emergiu da minha pesquisa de mestrado, que se configurou um desdobramento diante das dificuldades de escrita (do português) dos alunos surdos do Centro de Ensino Clodomir Milet (CECM) em 2018. Atuo, há 13 anos, como professora de surdos e como intérprete de Libras e me deparo frequentemente com as dificuldades de escrita desses estudantes. Já atendi alunos surdos nos diferentes níveis de ensino (fundamental, médio e superior) e tenho constatado que essas dificuldades se instauram no contexto educacional, não apenas nos anos iniciais, mas em toda a escolarização dos alunos. Escrever o português é, realmente, um desafio para os estudantes surdos e, consequentemente, para os professores atuantes na área.
As dificuldades que esses sujeitos vivenciam para produzir textos escritos envolvem questões intralinguísticas que comprometem a comunicabilidade textual, o efeito de sentido pretendido, e, por conseguinte, dificultam a sua interação social por meio da Língua Portuguesa-LP (na modalidade escrita).
Uma das grandes dificuldades presentes nos textos de surdos, já muito discutida no âmbito educacional, se refere ao uso dos elementos formais de coesão, considerados um dos fatores de coerência textual (LEITE, 2010): uso inadequado de preposições; de verbos de ligação; ausência de conjunção e pronomes relativos, dentre outras (Salles, 2004). Esses elementos conectivos são indispensáveis para a construção do sentido do texto. A inadequação no emprego desses constituintes pode prejudicar a compreensão textual, pois [...] o sentido de qualquer texto resulta da unidade criada pelas sucessivas amarras que vão sendo feitas ao longo de seu percurso
(ANTUNES, 2010, p. 215).
A troca de palavras, denominada paragrafia semântica
(CAPOVILLA, 2001), é outra dificuldade comumente presente na escrita de surdos. Na explicação de Capovilla, exibida por Ribeiro (2015), esse fenômeno ocorre [...] quando a criança evoca o sinal errado para nomear uma figura, este sinal errado tende a evocar a sua palavra escrita correspondente. Como tal palavra não se aplica à figura, ela consiste num erro de troca de palavras
[...] (2001, p. 1509). A pesquisa de Silva sobre redação de surdos destaca também as trocas visuais como uma das características frequentes na escrita de pessoas surdas. Como exemplo, a autora cita: GAIO¹ para GATO; CRIANQAS para CRIANÇAS.
Em suma, os surdos têm muitas dificuldades para refletir sobre o funcionamento da escrita, inclusive nos próprios textos (RIBEIRO, 2015). Até mesmo a codificação das palavras se configura uma tarefa árdua para muitos. Em consequência dessas dificuldades, a escrita do surdo é frequentemente incompreendida e estigmatizada (KARNOPP, 2015), o que gera desânimo e culmina no fracasso escolar (repetência, desistência e baixo rendimento) de muitos estudantes surdos no Brasil.
Essa problemática envolve também