De muitos, Um

De Laelder de Souza

A riqueza que se possa ter vai muito além daquilo do que possa, de alguma forma, ser medido. Há valores na vida que se conseguem com o passar do tempo, que atravessam a existência de uma maneira sutil.
Ora, uma vez que o tempo pode ser mais leve que um esvoaçar de uma pena e inexorável como as marcas deixadas em nossos corpos, as rugas.
Quando nos deparamos com um material, que de certa forma apresenta as características do que no coração o tempo legou, se compreensível se faz que De Muitos, um seja aonde se possa encontrar as silenciosas vivências num verso, numa cantata de uma rima ou num alegro numa estrofe, conquanto, possa às vezes soar lírico ou melancólico, mas ao menos tocar o nosso coração. De muitos, um: De muitos, por ser tanto, e um, por ser único o que será encontrado neste livro.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 6 de mar. de 2023
• ISBN: 9786525443157

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Só o amor

Se as portas se fecham

Quem vai conseguir abri-las

Antes que o desespero tome conta?

Onde de só preferi-las

Como saída já pronta.

Ouvi as sugestões que te chegam.

Após ouvi-las te sintas diferente

E a tristeza de te se aposse

Por estar em um outro caminho

Que nunca esteve presente

No teu coração, como se fosse

Dar passos agora sozinho.

Mas na hora difícil ele será

A certeza que abre a oportunidade

Num aprendizado mesmo na dor

E no peito bater a saudade

Em lembranças, em ti, ele se fará.

Adormecer

Noite que esfria.

Dia que entardece.

Luar que chora.

Outono que esvanece.

Sorriso sem alegria.

Tempo que foi embora.

Um amor que não se viu.

A saudade que dói.

Inverno num rio.

O que não venho e se foi.

Mão estendida no vazio.

A união por um fio...

O olhar a dizer tanto.

Lareira que aquece.

Neve no chão caindo.

O EU num pranto.

Amizade partindo.

Nada a dizer.

E o ar frio.

O amor não é uma tolice...

Queria que você estivesse aqui,

Ou onde você estivesse eu estar contigo.

Sei que o amor não é uma tolice...

Porque nada perdi

Ao ter você comigo.

E eu achei que o amor não existisse.

E crendo na sua inexistência mergulhei na paixão

Que quanto mais tinha, mais queria.

Sem ter nenhuma sensatez

Explodiam os ciúmes sem razão

Fazendo da alegria em estupidez

Dando-me tão pouco, tudo queria.

E hoje sinto que tolos são...

O que nunca amou

Ou um amor nunca teve.

Quando sua vida o encontrou

Deixa sempre leve o coração

E nunca dele se esquece.

Encontro final

Todas as horas são longas

E os dias que passam seguem lentos

Como se quisessem fazer

Que cada hora

Tirasse o desejo de te encontrar.

Ofertando estranho prazer

Entorpecendo todos os meus pensamentos

Querendo a sua vida da minha fique de fora.

E como se fosse insuportável

O ar pesa sobre os meus ombros

E então a chuva que cai

Molha o meu olhar

Por não poder ver onde você está

Saem as lágrimas dos meus olhos

Fazendo o medo em mim sorrir

Por achar esse encontro improvável.

E as noites são mais escuras

E eu perco a direção que me leva até você

Aguardando a esperança de quando o dia surgir

Minha busca em teu silêncio

Fale-te das minhas procuras

As que venho fazendo, para você sentir

Eu me perdendo por tantas ruas

Para poder te ter.

Então aponta o teu caminho

Para que a esperança ande mais comigo

Evitando assim que tu também desistas

Por mim sentir um beduíno num deserto

Só quero que no final está contigo

Estando ambos juntos por completo

Pelo Amor que mesmo sozinho

Buscou o encontro final de nossas vidas.

Após ele o que pode haver?

Muitos dizem que serve só

Para fazer parte de histórias românticas

E para nada mais presta.

E se estiverem realmente certas

Então como se aplica

A razão da vida nesse Sol.

Penso que antes surgem sempre

As tempestades de areia

E que não se sabe para onde ir.

Num mar plenamente livre

Age sempre um canto de sereia

Sem