A dor de viver nesse mundo

De Vinicius Camiza

Onde dói?
A pergunta poderia ter sido outra. O quanto dói? O que dói? Por que a dor?
Estamos em um mundo onde existe dieta de analgésicos. Mas qual é o verdadeiro botão que devemos apertar para parar de doer por dentro?
A poesia pode ser analgésica? Está mais para anti-inflamatória. Ela é tanto médica quanto paciente nessa existência que não está na UTI, mas, na verdade, é a própria.
Então, caro ser humano, já sabe o que fazer. Tome a dose recomendada de versos, lirismo e deixe o remédio agir.
O Ministério da Saúde adverte: em caso de overdose, somente mais poesia poderá te salvar.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 10 de abr. de 2023
• ISBN: 9786525447711

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Conteúdo © Vinicius Camiza

Edição © Viseu

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Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem a permissão expressa da Editora Viseu, na pessoa de seu editor (Lei nº 9.610, de 19.2.98).

Editor: Thiago Domingues Regina

Projeto gráfico: BookPro

Coordenação Editorial: Giselle Rocha

Consultoria Editorial: Érica Montini

Copidesque: Elica Vorpagel Biff

Revisão: Vinicius Camiza de Souza

Capa: Sofia de Souza Moraes

Diagramação: William Datti

e-ISBN 978-65-254-4771-1

Todos os direitos reservados por

Editora Viseu Ltda.

www.editoraviseu.com

DEDICATÓRIA

Dedico essa aventura à primeira letra que desenhei, à tia que me deu o primeiro livro, aos pais que me guiaram, ao amor incondicional que vem com algumas mordidas e ao amor de muitos nomes que vem do Sul, e é peculiar e encantador.

PREFÁCIO

Este livro demorou quarenta anos para ser escrito. Quando algo está para acontecer, cada acontecimento prévio é uma barreira ou um passo? Digamos que você queira cozinhar uma receita, mas precisa ir ao supermercado comprar ingredientes. Seria esta a etapa primeira da sua culinária?

Pensando dessa forma, tudo que fazemos é uma etapa de nossa morte. Deve ser por isso que dói. Uma vez eu li que a dor é tão maravilhosa pois a sua presença significa que estamos vivos. Cada busca pelo ar, cada nervo atiçado, as juntas sofrendo, nada disso importa. O que importa é viver.

Então que doa a quem doer. Tudo que arde, cura. E eu garanto que vai.

Como dói

A dor de viver nesse tempo

A dor de viver nesse corpo

A dor de cair dessa ponte

A dor de doer pouco a pouco

Gritamos

Fedemos

Sangramos

Morremos

Nos comem como bicho

Chafurdando no lixo

Daqui das sarjetas

Elevar-nos-emos até as estrelas

Talvez nunca mais

Meu coração é função

Indeterminada de mim

Fui pra achar a solução

Acho o problema outrossim

Limpo a negra lousa

Suja de pensar assim

O giz da Minh ‘alma pousa

Tremura, na mão, motim