Não deverias Roberta
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Sobre este e-book
Ela é uma mulher madura, independente e "responsável" e suas prioridades na vida estão longe de "Eles se casaram e viveram felizes para sempre". Agora ela se permite fazer coisas que anos atrás não faria nem de brincadeira, como sexo no primeiro encontro.
Claro que deixou de fazer outras coisas; ir festas três dias seguidos, de jeito nenhum...
Avisaram ela que quando chegasse aos trinta anos teria que começar a usar cremes antirrugas, o seu metabolismo abrandaria, a ressaca duraria dois dias e teria de lidar com a terrível "senhora", mas ninguém avisou ele que um menino novo lhe daria arrepios.
Ela é a Roberta, junte-se a ela nessa história divertida e "madura".
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Não deverias Roberta - Claudia A. Pérez R.
Não deverias Roberta
Claudia A. Pérez R.
––––––––
Traduzido por Gisele Carara
Não deverias Roberta
Escrito por Claudia A. Pérez R.
Copyright © 2023 Claudia A. Pérez R.
Todos os direitos reservados
Distribuído por Babelcube, Inc.
www.babelcube.com
Traduzido por Gisele Carara
Babelcube Books
e Babelcube
são marcas comerciais da Babelcube Inc.
Claudia A. Pérez R.
Não deverias Roberta
Primeira Edição Novembro de 2019
––––––––
Desenho da Capa
Saúl Torres Vázquez
Correções
Isaura Nayeli Tapia González
Todos os direitos reservados.
Não é permitida a reprodução total ou parcial desta obra, nem a sua incorporação num sistema informático, nem a sua transmissão sob qualquer forma ou por qualquer meio (eletrônico, mecânico, xerox, gravação ou outros) sem autorização prévia e por escrito dos proprietários dos direitos autorais. A violação destes direitos pode constituir um crime contra a propriedade intelectual.
O direito autoral estimula a criatividade, defende a diversidade no campo das ideias e do conhecimento, promove a liberdade de expressão e favorece uma cultura viva. Obrigada por adquirir uma edição autorizada deste livro e por respeitar as leis de direitos autorais ao não reproduzir, digitalizar ou distribuir qualquer parte deste trabalho em qualquer meio sem permissão.
ISBN: 9781692866846
Esta história é dedicada aos meus amigos leitores que se tornaram amigos de vida, sem vocês este mundo literário não teria tanta graça.
Eu amo vocês!
Agradecimentos
Existem muitas pessoas que, mesmo sem saber, tornaram esta história possível, não vou citá-las porque como sempre dizem; qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência...
Mas vou mencionar aqueles que sabem; meu companheiro de vida e de ideias malucas, aquele que sempre me ajuda para que as vozes na minha cabeça virem livros e sacrifica muitas, muitas horas para que isso seja possível, te amo meu Kchorro.
Aos meus pais e irmãos por sempre me apoiarem.
A minha Santa, por ser minha revisora estrela, seu tempo, paciência e carinho.
Meu Wen, obrigada por tudo e mais.
À minha comadre Liz e Nuria pelo grande apoio que me deram para que esta história em papel esteja agora nas suas mãos.
Aos blogueiros pelas resenhas e belas edições.
E claro para as minhas #meninasparaiso, por esperarem com amor e entusiasmo pelas minhas novas personagens.
E a vocês duas loucas, que embora não estejam mais aqui, sinto saudades de vocês como sempre, minha Are e Swe #vamospormais.
Playlist
♪♪Gianluca Grignani♫♫Mi historia entre tus dedos.
––––––––
♪♪Villancicos♫♫El burrito sabanero.
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♪♪Villancicos♫♫ Los peces en el río.
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♪♪ Charlie Zaa♫♫Ódiame.
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♪♪ Pesado♫♫Ojalá que te mueras.
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♪♪ Johan Sebastián♫♫ Maracas.
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♪♪ José José ♫♫ 40 y 20.
1
Roberta
Chegou dezembro e suas posadas[1], o que significa que tenho pelo menos um evento agendado para cada final de semana do mês; amigos da universidade, colegas do escritório, família e claro minhas amigas de sempre, com quem falo todos os dias, o dia todo, abençoado WhatsApp e seus emojis idiotas!
Eu amo dezembro, é o meu mês favorito, não é que no resto do ano eu não tenha com o que ocupar meu tempo ou onde ir, mas no último mês do ano, minha agenda fica magicamente lotada e eu adoro isso.
Além disso, tem dinheiro extra, graças ao tão esperado décimo terceiro. Que sim, acabo fazendo desaparecer com as despesas que o fim de ano implica; presentes, roupa nova que não pode faltar, a visita obrigatória à esteticista, quem sabe uma viagem, pagar o seguro do carro e outros compromissos. Mas que diabo, é para isso que trabalho, para me dar ao luxo de algumas coisas.
Felizmente minhas finanças estão ok, meus cartões perfeitamente controlados e graças ao fato de que os métodos contraceptivos abençoados nunca me falharam, posso continuar acordando aos domingos até que meus intestinos comam uns aos outros, comer pizza fria no café da manhã, voltar tarde da noite para casa e não me preocupar com mais do que minhas despesas. Não ter filhos tem sido uma das melhores decisões da minha curta e experiente vida, quanto mais o tempo passa e observo minhas colegas de gênero, eu apoio, benditas mães. Que vida levam! E é que nunca voltam a dormir, desde as náuseas dos primeiros meses de gravidez, passando pelas birras estressantes das crianças, pelos hormônios agitados e febris dos adolescentes, pela fortuna que custa manter e educá-los, até que sejam adultos e continuam cometendo coisas estúpidas. Tenho trinta e quatro anos e minha mãe continua se preocupando comigo como fazia quando eu tinha quinze, e embora eu tenha saído de casa há vários anos, se ela me visse chegar com os raios de sol espreitando e os sapatos na mão, ela iria enlouquecer.
Essa coisa de maternidade simplesmente não foi feita pra mim, com muito trabalho eu me alimento. Cuidar de outro ser vivo seria impossível, o último cacto que tive acabou morto e o lixo confirma isso.
Maquiei-me no estacionamento, antes de subir para o escritório, ouvindo Mi historia entre tus dedos, de Gianluca Grignani, percebendo que essa música tocava no momento romântico da festa, quando eu ia ao colégio, mais de quinze anos atrás! Pufff! Parece que foi ontem, acho que é nessa hora que entra a frase: "é do meu tempo".
Olho o resultado da minha maquiagem no espelho retrovisor, ficou boa e depois de liberar endorfinas na academia me sinto ótima, dar uma olhadinha nos instrutores da academia sempre me deixa de bom humor.
Acomodo meus seios no sutiã de esponja para que o decote sutil da minha blusa apareça melhor e expresse exatamente o que eu quero; profissional e feminino. Sutiãs com bojo são uma benção, não que eu seja totalmente reta, mas uma ajudinha sempre cai bem.
Desço com a pasta e o celular na mão, cumprimentando as moças bonitas da recepção. Um grupo de jovens esperam para serem atendidos, seguramente pelo engenheiro de produção que a cada tanto recruta alunos para fazerem as suas práticas profissionais, ou seja; tem garotos mandados de baixo custo. Ele é um cretino! E é exatamente por isso que eu gosto do Oscar, eu passei por lá também antes de me formar, só que no lugar do departamento de Produção foi em Recursos Humanos, minha chefe era uma desgraçada, me fazia preparar café para ela, tirar xerox, levar documentos de um departamento para outro, arquivar centenas e centenas de papéis que nunca mais viram a luz do dia, levar e trazer documentos de um escritório para outro, coletar assinaturas, até que aos poucos eu fui mostrando a ela que poderia me dar tarefas que exigissem um pouco de cérebro. Ganhei a sua confiança e no final do meu estágio profissional ofereceu-me um emprego e fiquei para trabalhar, isso já faz vários anos, subi de cargo e felizmente de salário desde então.
Subo de elevador com vários colegas de trabalho, detesto a cara depressiva das pessoas que parecem vir para serem torturadas ao invés de trabalhar, algumas ainda com olhos marejados e cara de: Faz dias que não durmo, meu Deus! Eles deprimem qualquer um, se não tem com quem transar, deveriam se masturbar antes de sair de casa, isso com certeza melhoraria o humor deles, eu sempre faço isso quando estou atrasada para ir na academia e funciona.
Minha assistente ainda não chegou, mas é cedo, faltam quinze minutos para o início e a pobre Carmen sempre chega correndo. De volta ao escritório, enrolo a pasta e ligo o computador, o celular vibra pela enésima vez, mal passa das oito da manhã e não faltam mensagens de bom dia nos grupos de WhatsApp e notificações nas redes sociais, dou uma olhada para ver o que há de novo no mundo do IG enquanto o computador inicia, mas antes de terminar de olhar as fotos, a porta se abre.
Elena: Você vai à noite, certo? (Pergunta sem nem dizer alô, suponho que com o bom dia que ela deixou no grupo do WhatsApp Fofocando com Satanás
já seja mais que suficiente, ela também é uma das minhas melhores amigas e tenho sorte de tê-la por perto, no departamento de Cobranças).
Roberta: Claro, as posadas na casa do Oscar são sempre boas.
Elena: E o que vamos fazer amanhã?
Roberta: Adoro o seu otimismo, (respondo sarcasticamente), situe-se! A última carne assada na casa dele, saímos às cinco da manhã e eu não saí da cama até às oito da noite e só para comer alguma coisa e voltar para debaixo dos lençóis.
Elena: Droga! Antes, costumávamos ir ao cinema na quinta, ir para festas na sexta e ir ao clube no sábado, o que diabos há de errado com a gente? (Se eu sou um desastre, Elena é um caso à parte, mas assimilei meus lindos trinta e quatro com dignidade, ao contrário, ela se apega a querer continuar vivendo como se ainda estivéssemos na universidade).
Roberta: Temos mais de trinta, supera, a gente não consegue acompanhar o ritmo dos vinte.
Elena: Maldita velhice! Outro dia minha boca quase virou de raiva quando um garoto nojento me chamou de senhora
. (Eu comecei a rir de sua expressão de trauma, como se