Evolução Cega: ensaios de uma teoria (2ª Edição)
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Sobre este e-book
Seguindo preceitos não-lineares da Psicanálise e uma desordem proposital, os leitores irão perceber que as citações aparentemente complexas, de pensadores como Freud, Lacan e Derrida, basearam-se também em situações simples e corriqueiras.
Esses fragmentos utilizados como referência, "por vezes inconscientes, por vezes inconsequentes", que compõem a vida pregressa do autor, são expostos de maneira fluídica e inteligente, buscando associar passagens pessoais à sua pesquisa psicanalítica ainda em formação... Abertura do escopo de observação em diversas áreas do conhecimento. Narração juvenil como incentivo prematuro a novas descobertas.
("Acentuação de Portugal" – e ortografia tendo como referência o Anexo I do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa/1990, atualizado em dezembro de 2013).
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Pré-visualização do livro
Evolução Cega - Lurembergue Pereira
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
INTRODUÇÃO
NIGHTCRAWLER
PORTUGAL: A ORIGEM
O QUINTO IMPÉRIO
O CLÃ DAS FORMIGAS
SOU READY MADE NATURAL
, SEM VANITAS
DISLECHIO
HIPNOSE E SONHOS NO YOUTUBE
INSTRUTOR DE TURBINAS
QUEM INVENTOU O RÁDIO?
PROJETO EUROPEU
SARAMAGO E MEIRELLES: EVOLUCIONÁRIOS
NEUROPLASTICIDADE, UM PRECEDENTE...
DARE DEVIL, O HOMEM-SEM-MEDO
MEMÓRIA NÃO-CONSCIENTE
NEUROPLASTICIDADE COM ENFOQUE NO APRENDIZADO DE IDIOMAS (REGISTROS)
43º REGISTO: EFEITO COLATERAL, APÓSLEITURA EM BRAILLE
ANTES
DEPOIS
REFERÊNCIAS
AÇÃO!
PROPOSTA DE TESE DE DOUTORADO
SOMBRIOS – LEGIÃO DE IMPERFEITOS
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
TODA PESQUISA TORNA-SE ALEATÓRIA E IRREGULAR; POIS SEGUE MOVIMENTOS POR VEZES INCONSCIENTES, POR VEZES INCONSEQUENTES.
E COMO ORGANIZAR UM DISCURSO QUE NÃO PODE SER PROFERIDO?
POR ENIGMAS E DESORDEM.
INTRODUÇÃO
É notável a evidência de os seres humanos, por mais que não possam viver em isolamento, considerarem opressivos os sacrifícios que lhes são exigidos pela cultura com o propósito de possibilitar uma vida em comum
. (O futuro de uma ilusão, Sigmund Freud).
NIGHTCRAWLER
Em 1978, após retornar de Brasília, era um garoto com quase nove anos de idade. Saímos dos concretos planejados de nossa capital federal e do Plano Piloto geométrico, para o crescimento aleatório e periférico de uma megalópole. Bairro de Realengo, zona oeste carioca.
Anos depois, fiz um trabalho na faculdade Blaise Pascal, sobre o livro la Cité de Dieu, de Paulo Lins (em francês 😣).
Passagem:
« Le pouvoir du bandit était revigoré, et il avait des plans pour devenir à nouveau le chef de la Cité de Dieu ; et pour cela il avait déjà prévu avec ses amis de Realengo d’organiser une attaque surprise [...] »
O poder do bandido estava revigorado, e ele tinha planos para se transformar no novo chefe da Cidade de Deus; e para isto tinha previsto com seus amigos de REALENGO, de organizar um ataque surpresa [...]
Em sua pesquisa oral, que deu origem ao filme homónimo Cidade de Deus
, de Fernando Meirelles, entre as décadas de 60/70/80, o bairro de Realengo estava inserido no circuito de violência urbana e crime organizado.
Depois de quatro anos no Distrito Federal, entre 1973 e 1977, continuei a viver o meu faroeste caboclo
, só que dessa vez no Rio de Janeiro. Lá passei um grande período de minha infância.
Problemas à parte, foi ótimo! Futebol nas ruas de paralelepípedo; caçada às rãs para o almoço de domingo - hoje uma iguaria - encanamentos de água estourados, que originavam as piscinas ao ar livre; pipas ou papagaios; bolinhas de vidro, bolas de gude, berlindes. Um paraíso! Mas nada superava o carnaval suburbano. Blocos de rua, marchinhas, bate-bolas, fantasias. Era um verdadeiro show popular.
- Dico (apelido de infância), vai aonde?
- MMnnnnn.
- Tire essa dentadura postiça, menino!
- Vou brincar com os amigos, Mamãe.
- Mas assim? Todo azul, cabelo desgrenhado, e essa cauda de diabo. Como fizeste isso? Está horrível, filho.
- É o Nightcrawler, Mamãe.
- Quem?!
C:\Users\Lurembergue\Desktop\lur\livro\desenhos\Capa cortina sagrada volume 2.bmpEsse é o meu herói fictício de infância, Nightcrawler, menos conhecido como Noturno. E o seu grupo: os X-Men. Mutantes da Marvel, excluídos e marginalizados. Sim, enquanto os garotos de Realengo (segundo a crença popular, nome originário de Real Engo, nos idos de D. Pedro II) empunhavam o martelo de Thor, as teias do Homem-Aranha, e a capa do Batman; eu era o Demónio Azul, com sobras de tecidos da feira de domingo.
Mas ainda assim me considerava um herói como eles.
Kurt Wagner (seu nome de batismo
) ainda não participava de animações televisivas. Era possível identificá-lo somente pelas revistas em quadrinhos, banda desenhada com personagens coloridos; o que dificultava a sua popularização. Azul-marinho, seis dedos alongados e cauda em forma de seta. O seu poder? O teletransporte, com um rastro de enxofre no ar. Nada atraente.
Foi abandonado pelos pais, graças à sua anatomia medonha, e adotado por um monastério alemão. Ser demoníaco, extremamente religioso. Bela antítese..., mas quem se importa.
- Quem é aquele? - Perguntou o Hulk, ao acariciar os músculos; e por que esse feioso verdolengo está com eles e eu não?
- Esse é o Dico, da rua Piraquara - afirmou incrédulo Batman ao alinhar o seu cinto de utilidades.
- Muita coragem dele usar aquilo
- murmurou o Homem-Aranha.
- Certamente é um vilão; ou ele pensa que é Dia das Bruxas - ironizou o Homem-de-Ferro.
- Calma, rapazes. Vamos tirar isso a limpo - em tom de ordem, o Superman.
Continuei estático, frente à horda de heróis em minha direção.
- Que bicho é esse? - Círculo crematório em formação.
- Nightcrawler.
- Quem?!
- Noturno, dos X-Men.
- Nunca vi mais feio. Parece um demónio.
O tom ameaçador dos justiceiros me causou mal-estar.
- Espere um instante. Que cheiro horrível?!?
Tentei amenizar a constrangedora situação, com uma anedota infantil. E infeliz.
- O Noturno... Ele deixa um odor de enxofre quando desaparece - Sorriso nervoso, Nightcrawler.
- Mas o diabinho
ainda está por aqui. - Sorriso angular, verdolengo
.
E os heróis destruíram, impiedosos e furiosos, aquilo que eles não compreendiam.
PORTUGAL: A ORIGEM
"O que chamamos de ‘desconstrução’ obedece inegavelmente a uma exigência analítica, por vezes critica e analítica. A questão da divisibilidade é um dos mais poderosos instrumentos de formalização ao que chamamos de ‘desconstrução’. Se por hipótese absurda, exista uma única desconstrução, uma única tese de desconstrução, ela consideraria a divisibilidade: a diferença como divisibilidade." (Derrida, Lecteur de Freud e Lacan, René Major - França).
Os laços culturais entre Brasil-Portugal, em mais de 500 anos de história, causaram marcas profundas ao país colonizado, e influências perenes ao país colonizador. Não obstante marcas e influências perderam a sua identidade e foram naturalmente aculturadas. Dentro desse processo de mutação, evolução e aculturação; uma variável manteve-se constante, presente, unindo Brasil e Portugal em uma só voz: o nosso idioma.
Porém ele não é imutável, e as características intrínsecas do Português de Portugal e do Português do Brasil trazem delimitações marcantes, calcadas basicamente em pontos congruentes; tais como: circunstâncias históricas, aspectos regionais e evolução linguística.
Podemos dizer que as circunstâncias históricas se apresentam como origem primaz à disseminação do idioma Português no Brasil; e como razão preponderante para diferenças acentuadas entre as respectivas escritas. Não podemos negar que também a oralidade no Brasil origina-se de Portugal. Isso é uma verdade indelével.
Historicamente a colonização portuguesa, entre os anos de 1500 e 1822, permeou o nosso país com esse rico acento latino. Isso se deu principalmente porque os lusos, durante a colonização, possuíam o idioma e a força; enquanto o Brasil, os recursos naturais e uma certa dose de primitividade. O Linguista Max Weinreich diz: uma língua é um dialeto com exército e marinha
. No descobrimento, fomos dominados por terra, por mar e as nossas expressões indígenas, descentralizadas e segmentadas. Infelizmente, não resistiram à potência do além-mar. O Tupi-guarani capitulou.
Hoje a escrita portuguesa