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Deitado Em Berço Esplêndido
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E-book123 páginas1 hora

Deitado Em Berço Esplêndido

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Sobre este e-book

“Deitado eternamente em berço esplêndido”, é o trecho do Hino Nacional do Brasil e expressão popular para designar os corruptos que, de geração em geração (eternamente) dispõe do seu país (berço) para enriquecer-se desavergonhada e esplendorosamente. Corrupção é a estupidez humana e de todas as nações. Daí o título da antologia escrita por talentos da Literatura Lusófona. Somos o povo da revolta pacífica e silenciosa, com poucas lutas como em “O homem azul” de Guilherme Corona. Ou indignado individualmente como no drama “Um homem desiludido” do índio resignado com o tratamento dado a seu povo, do autor amazônico Anderson Igor. “Elo passional a cinco” é um thriller de corrupção policial escrito por Antônio Guedes Alcoforado. “O camaleão de uma noite só” de João Marcos Borges e “Exemplos de vida” de Eloy Rondon mostram erros do dia-a-dia e juntos com o “O peso na consciência” traz as consequências na psique humana. “O predador de Alcabideche” de autoria de Estevão de Sousa é a escalada de um político e suas maracutaias. Na distopia de Fabio Borges, “A íris azul de Cleópatra” o leitor se perguntará se há solução. Em “O lado obscuro de Afonso” Guadalupe Navarro nos conta a corrupção funerária onde, no final o leitor é abatido por nocaute. Luciano Meireles com “Desvio de balas” faz-nos sentir o sabor das balas ou bombons de bananas. “Fundo Anônimo” do autor lusitano Carlos Arinto, obra ambientada em Oeiras-Portugal e “As fivelas de ouro” é relato do autor Carlos Campos Reis de uma história real de punição severa ocorrida na Oeiras brasileira, terra de dois dos autores. Temos aqui o encontro das cidades homônimas separadas pelo Oceano Atlântico e unidas pela lusofonia. Os versos são iniciados por uma surpresa lusitana: seis sonetos petrarquiano de autoria de Arnaldo Teixeira Santos. Há ainda a autora portuguesa da Madeira, Maria Côrrea, e a preocupação com a situação mundial. Há a luso-brasileira Marcella Reis com a confiança e esperança. Os brasileiros em verso: Eloy Rondon e Marcelo de Oliveira Souza, indignados e três poemas de Vânia de Farias, todos escritos com qualidade, integridade, transparência e respeito que o tema requer.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de fev. de 2016
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    Deitado Em Berço Esplêndido - Autores Brasileiros E Portugueses, Org. Antônio Guedes Alcoforado

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    1

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    DEITADO

    8

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    EM

    BERÇO ESPLÊNDIDO

    Antologia

    Prosa e verso

    Coordenação de

    Antônio Guedes Alcoforado

    7

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    DEITADO

    EM

    BERÇO ESPLÊNDIDO

    8

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    Antologia

    Prosa e verso

    OBRA COLETIVA

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Deitado em berço esplêndido : antologia : prosa e verso /

    Antônio Guedes Alcoforado. -- Teresina, PI : Ed. dos Autores,

    2016.

    Vários autores.

    7

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    1. Contos brasileiros - Coletâneas 2. Poesia brasileira -

    Coletâneas 3. Prosa 4. Verso livre

    CDD-869.308

    16-01115

    -869.108

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Contos : Antologia : Literatura brasileira

    869.308

    2. Poesia : Antologia : Literatura brasileira

    869.108

    Autores

    Prosa

    Anderson Igor Leal Costa

    Antônio Guedes Alcoforado

    Carlos Arinto

    8

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    Carlos Rubem Campos Reis

    Eloy Rondon

    Estevão de Sousa

    Fábio Gomes Borges

    Guadalupe Navarro

    Guilherme O. C. Corona

    João Marcos Borges

    Luciano Nunes dos Santos Meirelles

    Verso

    Arnaldo Teixeira Santos

    Eloy Rondon

    Marcella Wolkers dos Reis

    Marcelo de Oliveira Souza, IWA

    Maria Côrrea

    Vânia de Farias Castro

    7

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    aPRESENTAÇÃO

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    Deitado eternamente em berço esplêndido é o trecho do Hino

    Nacional do Brasil e expressão popular para designar os

    corruptos que, de geração em geração (eternamente) dispõe do

    8

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    seu país (berço) para enriquecer-se desavergonhada e

    esplendorosamente. Corrupção é a estupidez humana e de todas

    as nações. Daí o título da antologia escrita por talentos da

    Literatura Lusófona.

    Somos o povo da revolta pacífica e silenciosa, com

    poucas lutas como em O homem azul de Guilherme Corona. Ou

    indignado individualmente como no drama Um homem

    desiludido do índio resignado com o tratamento dado a seu

    povo, do autor amazônico Anderson Igor.

    Elo passional a cinco é um thriller de corrupção policial

    escrito por Antônio Guedes Alcoforado. O camaleão de uma

    noite só de João Marcos Borges e Exemplos de vida de Eloy

    Rondon mostram erros do dia-a-dia e juntos com O peso na

    consciência traz as consequências na psique humana.

    O predador de Alcabideche de autoria de Estevão de

    Sousa é a escalada de um político e suas maracutaias.

    Na distopia de Fabio Borges, A íris azul de Cleópatra o

    leitor se perguntará se há solução. Em O lado obscuro de Afonso

    Guadalupe Navarro nos conta a corrupção funerária onde, no

    final o leitor é abatido por nocaute. Luciano Meireles com

    7

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    Desvio de balas faz-nos sentir o sabor das balas ou bombons de

    bananas.

    Fundo Anônimo do autor lusitano Carlos Arinto, obra

    ambientada em Oeiras-Portugal e As fivelas de ouro com o

    relato do autor Carlos Rubem Campos Reis de uma história real

    de punição severa ocorrida na Oeiras brasileira, terra de dois dos

    autores. Temos aqui o encontro das cidades homônimas

    separadas pelo Oceano Atlântico e unidas pela lusofonia.

    Os versos são iniciados por uma surpresa lusitana: seis

    sonetos petrarquiano de autoria de Arnaldo Teixeira Santos. Há

    ainda a autora portuguesa da Madeira, Maria Côrrea, e a

    preocupação com a situação mundial. Há a luso-brasileira

    Marcella Reis com a confiança e esperança. Os brasileiros em

    versos indignados Eloy Rondon e Marcelo de Oliveira Souza e

    três poemas de Vânia de Farias.

    Imagine-se hoje, velho, saudável e cheio de vida. Pense

    como você foi educado. Dessa lembrança, impreterivelmente a

    alegria será o resultado desse tempo passado. Quando você foi

    educado na ética e longe da corrupção.

    Nesta obra, prosa e versos dignificam a alma de quem

    não sucumbiu frente às injustiças e corrupção. Contos, crônica e

    8

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    poesia, arte que nos fortalece, é o presente que damos a você

    leitor que conosco partilha da alegria de escrever com ética,

    qualidade, integridade, transparência e respeito.

    Antônio Guedes Alcoforado

    Coordenador da antologia

    Edna Guedes Aguiar

    Poetisa

    7

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    Um homem desiludido

    Anderson Igor Leal Costa

    Macapá – Amapá, Brasil

    olhas caindo ao chão, vento batendo forte nos

    Fcabelos longos do índio Alcir Paliku.

    Logo depois, sentado no chão, encostado na parede em uma fila

    de banco. Pés esticados, próximo à porta de vidro. O seu rosto

    8

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    está sujo, cansado e reflexivo. Roupa esfarrapada. Queimadura e

    cicatriz no rosto. Dentes escuros, parte banguela. Aparência

    sórdida. As pessoas passam e não o veem. Em cima das suas

    pernas, um chapéu de boiadeiro. Ele pensa: Não entendo as

    pessoas. Se dizem sociáveis, mas desrespeitam o próximo.

    Celulares, seus melhores amigos. Roupas e maquiagens, um

    convite à falsidade. No atendimento bancário, fulano de tal

    chega último minuto, vê a fila imensa, procura um conhecido no

    início da fila, se aproxima entrega o envelope, passa na frente

    dos bobos que chegam cedo. Outra situação, celebridade ou

    autoridade se identifica são à frente atendidos. E só veem

    corrupção no alto escalão. E isto que presencio diariamente,

    não é também? Furar a fila, fazer uma gambiarra na

    energia, roubar o wi-fi do vizinho sem pagar nenhuma taxa da

    internet, a omissão de bens na declaração de imposto de renda,

    isso não é corrupção?

    Chega uma criança, pele morena, onze anos, sorridente,

    carregando em suas mãos bolas, uma amarela, outra vermelha.

    — Está em outro mundo, é? — Caio pergunta.

    — O movimento está fraco hoje, né? — disse Alcir.

    7

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    — Nem me fale meu amigo, acho que não saiu o

    pagamento de salários dos funcionários do Governo do Estado.

    Hoje lá no semáforo, todo mundo está mão de vaca, nem baixam

    os vidro dos carros. Só alguns. Nossos amigos deixaram o

    malabarismo do semáforo e passaram a vender pulseiras em

    praças e comércios da cidade. Temos que garantir o almoço e

    talvez o jantar.

    Cenas corriqueiras para os moradores de rua. Cada dia

    uma luta para sobreviver. Seguem ignorando humilhações,

    fugindo de ataques de radicais que ateiam fogo enquanto

    estivesses dormindo. O efeito blasé em uma cidade de muros

    invisíveis. Viver em coletividade, trabalhar em grupo,

    estabelecer contatos e criar estratégias para garantir o dinheiro

    da comida, ingredientes importantes para eles.

    A percepção de Alcir e Caio em relação à vida era de

    descrença por tanto observarem comportamentos e ações. Não

    entendiam indiferenças, arrogâncias, falsidade e hipocrisia.

    — Como as pessoas comuns são corruptas — diziam.

    No final da tarde, uma pequena fogueira para conversas.

    Alcir sentado na praça ganhou lanche por piedade e compaixão.

    Recebeu dois folhetos com frases da Bíblia e palavras

    8

    DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO

    motivacionais. Ali próximo vários carros estacionados, três em

    locais inapropriados. O primeiro ocupava a vaga de deficientes,

    o segundo a do taxista, e o último a do moto-taxista.

    Alcir observou que todos estavam apressados e tensos

    em seus carros de uso pessoal. Sem aviso, chega viatura de

    fiscalização. Os guardas de trânsito desceram e emitiram as

    multas para os dois últimos.

    Um jovem de pele branca, terno, gravata e óculos

    escuros entra em seu veículo, com a mão mostra sua carteira de

    agente político e segue.

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