Enquanto Eu Me Procurava
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Sobre este e-book
interpretações. Em primeira pessoa, a obra discorre questões humanas, notoriamente também femininas, de maneira crua, grotesca e nua, todavia pinceladas com a delicadeza
do alívio do próximo minuto.
Com narrativa direta e dinâmica, a autora busca traçar rotas, trazer aos leitores caminhos,
visões, experimentos de situações cotidianas ou imaginárias, ao mesmo tempo que, de maneira sutil, levanta questionamentos sobre a trajetória da vida, as existências, paixões, medos, finais.
Esta obra propõe uma rápida caminhada em diferentes cenários, muitos tido como exóticos e esculpe personagens, que a autora conheceu ou não, em situações e eventos não necessariamente reais. A autora, faz uso das
palavras e elementos nas imagens como quem cumpre o papel da arte, sendo mera ferramenta nas mãos da concepção artística e literária que se compõe.
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Pré-visualização do livro
Enquanto Eu Me Procurava - Adriana Duarte Pacheco de Sá Rabello
Sumário
CAPA
Rosas Rojas
Aniversário
Fábrica de Loucos
A vida pouco antes da ida
Na aldeia
Ali, por ali
Só depois que eu for
SOBRE O AUTOR
SOBRE A OBRA
CONTRACAPA
Enquanto EU me procurava
Editora Appris Ltda.
1.ª Edição - Copyright© 2023 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.
Catalogação na Fonte
Elaborado por: Josefina A. S. Guedes
Bibliotecária CRB 9/870
Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT
Editora e Livraria Appris Ltda.
Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês
Curitiba/PR – CEP: 80810-002
Tel. (41) 3156 - 4731
www.editoraappris.com.br
Printed in Brazil
Impresso no Brasil
Dridu
Enquanto EU me procurava
Às mulheres da minha vida: Nazareth Duarte,
Nilma Duarte Pacheco, Eulália Duarte Barros, Maria Clara,
Maria Eugênia e Maria Isabel Duarte Pacheco Portasio.
Agradecimentos
O meu profundo obrigado aos amigos Narjara Macedo, Anália Dantas, Heldene Leicam, Nuno Amaral, Gil Vicente, Carlos Daniel e José Rodriguez. Pessoas especiais que me fizeram acreditar que o que faço é arte.
A minha eterna gratidão aos meus pais, pela vida e às minhas filhas, pelo sentido à vida.
Além disso, gostaria de expressar o meu especial apreço aos que comigo partilharam suas vivências, dores e amores, muitos dos quais originaram esta obra.
Prefácio
O útero em volta.
Quando eu gritar, quem poderá ouvir-me na hierarquia dos anjos.
(Rainer Maria Rilke – Elegias de Duíno)
Há um feixe luminoso em cada frase. Lava que não queima. Solar, por vezes. Obscura, outras tantas. Há um sorriso de criança amedrontada. De mulher temerária. Há um fio translúcido que nos leva à virilha que separa a vida da morte. Um desejo de água, nascente pura. De vida, sem as rugas dos dias. Há culpa. E urgência de redenção — não na autora —, da realidade. Normalmente não obteria o autoperdão
.
Em Rosas Rojas
, um dos sete contos com que a ilustradora DRIDU, Adriana Duarte Pacheco, se lança na escrita, há efêmeros que perduram. Há gritos agarrados, murmúrios. Úteros de mulheres que governam. Que cuidam. Que cantam e sofrem. E riem. Que sobem morros. Passos e escaladas rumo a um qualquer terraço de onde se vislumbrem as cores que matizam de sentido o cotidiano. Sabiam do que tinha vivido, nada sabiam do que iria acontecer daqui para frente no novo tempo. Todavia, nada poderia ser pior do que já viram
.
Lá está o gatilho emocional da estrada de palavras que Dridu nos estende. Gatilhos, vários. E um rabisco, um traço no olhar agrilhoado da menina na ilustração do conto A Aldeia
.
Adriana Duarte Pacheco, jurista, produtora, educadora e disseminadora de artes, começou por aí mesmo, pela ilustração de tantas e tantas obras de autor alheio. Traço forte, humano. Traço que mostra os dias com as tripas de fora. Sem medo, sem freio. Quer seja no negro e vermelho da cópula sanguínea da imagem que abre Rosas Rojas
. Quer seja nos seios que formam o céu esbatido de A Fábrica de Loucos
. Ouço um estampido, com se tiro fosse
. O gatilho, de novo. E a consequência, emocional. O embate inevitável.
Dridu faz nascer a ficção da realidade. Mergulha nas faldas da serra, nada até ao cume da montanha. Arranca (nos) o coração errante, sem filtros. Olho ainda meu corpo inerte, ainda no chão, ainda molhado com tanto sangue. Ainda flutuo sobre a cena
.
Ao lançar o livro Enquanto EU me procurava, Dridu pinta um novo mundo, com as personagens deste que conhecemos. O pincel, nas palavras ou das ilustrações, fala de nós, de qualquer um de nós. Do medo da morte. Da alegria da vida. E do oposto de tudo isso. Real, a obra é profundamente real, cenários e episódios paridos das entranhas da memória, imaginada e reinventada pela autora. Há uma planície a florir de ficção, de imaginários outros.
Sete crônicas: Rosas Rojas
, Aniversário
, Fábrica de Loucos
, A Vida Pouco Antes da Ida
, Na Aldeia
, Ali, Por Ali
e Só Depois Que Eu For
. E o abrir de um novo tempo. E a certeza de que, depois da última página, o autor permanece naquele terraço que Dridu constrói diante do mundo.
Basta ler uma das crônicas que irrompe a vontade de parafrasear o poeta português Ruy Belo. Dridu dá palavras como as árvores dão frutos exóticos. A autora escreve, como vive, como ama. Destrói-se e suicida-se nas palavras. E das palavras renasce. Ruy Belo a reverberar na autora nascida no estado brasileiro do Rio Grande do Norte, na cidade de Natal: Ao escrever, dou à terra que para mim é tudo, um pouco do que é a terra. Escrever é para mim morrer um pouco, antecipar um regresso à terra
.
Ora, em Enquanto EU me procurava, Dridu faz ecoar o poeta português. E acrescenta outros acordes a essa voz líquida: a fome de viver, as ganas de compreender o outro, de apanhar a