Desenvolvimento e estagnação: o debate entre desenvolvimentistas e liberais neoclássicos
De André Nassif
()
Sobre este e-book
O autor busca analisar a razão pela qual países como o Brasil, que cresceram de maneira extraordinária após a Segunda Guerra Mundial e estavam alcançando o nível de padrão de vida dos países ricos, terem entrado num processo de estagnação econômica por volta da década de 80. A obra explora duas formas de organização do capitalismo: desenvolvimentista e liberal. Nas palavras do prefaciador Luiz Carlos Bresser-Pereira: "André Nassif discute o novo desenvolvimentismo com grande competência porque ele é um dos mais notáveis economistas desenvolvimentistas brasileiros. Quando, porém, eu o conheci, em 2008, ele acabara de publicar na revista que edito, a Brazilian Journal of Political Economy, um artigo em que negava a tese que eu então estava começando a defender, a partir da teoria que estava desenvolvendo, de que o Brasil estava sofrendo um grave processo de desindustrialização. André, porém, é um economista que pensa com autonomia e clareza. Com o passar do tempo, ele mudou sua opinião sobre a desindustrialização e se tornou um dos economistas que mais tem feito contribuições para o novo-desenvolvimentismo".
Relacionado a Desenvolvimento e estagnação
Ebooks relacionados
Institucionalismo, desenvolvimentismo e a economia brasileira Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrônicas antieconômicas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasReindustrialização: para o desenvolvimento brasileiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA volta do Estado planejador: neoliberalismo em xeque Nota: 0 de 5 estrelas0 notasReforma e Política Tributária: as Formulações do Atual Sistema Tributário na Constituinte de 1987/88 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNove Clássicos do Desenvolvimento Econômico Nota: 3 de 5 estrelas3/5Austeridade: A Historia de uma Ideia Perigosa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEconomia e política: tudo o que você precisa saber para discutir em uma conversa de bar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma introdução à economia do século XXI Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNovíssima Dependência: a subordinação brasileira ao imperialismo no contexto do capitalismo financeirizado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHistória Do Pensamento Econômico Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGoverno Lula: um projeto de Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTeoria monetária do Direito: contribuição para a crítica marxista Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Sistema Socioeconômico Cubano (1959-2018): concepção, evolução e situação atual Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAnálise Macroeconômica e Avaliação Governamental Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDinheiro: o poder da abstração real Nota: 5 de 5 estrelas5/5Introdução à Teoria Econômica de John R. Commons Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contrarreformas ou revolução: respostas ao capitalismo em crise Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA escassez na abundância capitalista Nota: 5 de 5 estrelas5/5A globalização foi longe demais? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCapitalismo, socialismo e democracia Nota: 4 de 5 estrelas4/5Moeda e Sistema Financeiro: ensaios em homenagem a Fernando Cardim de Carvalho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEnsaios sobre o capitalismo no século XX Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMoeda e crise econômica global Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA superestrutura da dívida: financeirização, classes e democracia no Brasil neoliberal Nota: 5 de 5 estrelas5/5Nacionalização: necessidade e possibilidades Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Teoria Econômica na Obra de Bresser-Pereira Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Tempo de Keynes nos tempos do capitalismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMoeda é Política. Por Que Constitui Uma Questão de Estado? Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Economia para você
Trade Na Prática Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPerguntas ao ChatGpt: Sobre finanças Nota: 4 de 5 estrelas4/5As seis lições Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDesvendando O Metodo De Taufic Darhal Para Mega Sena Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Mercado do Luxo No Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO modelo Mundell-Fleming: Um modelo crucial para compreender a economia internacional Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBitcoin: A moeda na era digital Nota: 5 de 5 estrelas5/5Carne bovina salgada dessecada: História, importância econômica e social, tecnologia e conservação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFé e liberdade: O pensamento econômico da escolástica tardia Nota: 1 de 5 estrelas1/5Educação Financeira Em 3 Capítulos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO capital - Livro 3 - Vol. 4, 5 e 6: O processo global de produção capitalista Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrash Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO método Seis Sigma: Aumentar a qualidade e consistência do seu negócio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO caminho da servidão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJogando Para Ganhar: Teoria e Prática da Guerra Política Nota: 5 de 5 estrelas5/5A ação humana Nota: 5 de 5 estrelas5/5Análise Técnica: Análise de Preços para Investimentos em Ações Nota: 5 de 5 estrelas5/5Liberalismo Nota: 5 de 5 estrelas5/5A ciência de ficar rico Nota: 5 de 5 estrelas5/5Fazendo A Comida Render Mais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo Ser Rico & Feliz Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFinança$ Sem Crise Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDinheiro: o poder da abstração real Nota: 5 de 5 estrelas5/5Finanças: Gestão familiar sem complicações Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInvestir em Ações: Aprenda a Investir na Bolsa de Valores Nota: 5 de 5 estrelas5/5Seja muito mais que um milionário: Um passo a passo para virar a chave das suas finanças Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de Desenvolvimento e estagnação
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Desenvolvimento e estagnação - André Nassif
PARTE I
A CORRENTE DESENVOLVIMENTISTA
PRÓLOGO À PARTE I
Nesta Parte I, analisarei os principais fatores subjacentes à deflagração e à sustentação de processos exitosos de desenvolvimento econômico, segundo a corrente desenvolvimentista. Esta corrente pauta-se por dois objetivos teóricos principais: entender os mecanismos pelos quais economias atrasadas (subdesenvolvidas
) conseguem alcançar níveis de renda per capita e padrões de vida similares aos das adiantadas (desenvolvidas
); e elucidar os fatores que levam diversos países a caírem em processos crônicos de estagnação e regressão econômicas (falling-behind), depois de terem exibido, por algumas décadas, taxas expressivas de crescimento da produtividade do trabalho e percorrido trajetórias relativamente bem-sucedidas de crescimento econômico e catching up.
As teorias desenvolvimentistas baseiam-se nos fatores da estrutura econômico-produtiva responsáveis pela transição de uma economia subdesenvolvida para desenvolvida – por causa disso, essas teorias são denominadas estruturalistas
–, bem como nos eventuais problemas que podem levar uma economia em desenvolvimento a cair na armadilha da estagnação.
Inicialmente, mostro como as raízes conceituais do desenvolvimentismo estão presentes nas teorias de Smith, Marx e Schumpeter, autores que, não por mera coincidência, tinham como foco comum a análise das forças motoras do desenvolvimento econômico. Em seguida, analiso as teorias desenvolvimentistas, das clássicas
às mais recentes, destacando também a contribuição das teorias elaboradas na América Latina, notadamente o modelo centro-periferia de Prebisch, as teorias de desenvolvimento, subdesenvolvimento e estagnação de Furtado e as teorias novo-desenvolvimentistas, elaboradas por Luiz Carlos Bresser-Pereira e outros autores brasileiros. Uma vez que as teorias desenvolvimentistas apresentam argumentos sólidos em favor da intervenção do Estado em prol do desenvolvimento, a Parte I finaliza com um capítulo em que apresento justificativas teóricas, assim como evidências empíricas e históricas em favor da concepção e implementação de planos nacionais de desenvolvimento por parte dos governos nacionais.
CAPÍTULO I
RAÍZES CONCEITUAIS DO DESENVOLVIMENTISMO
Introdução
As teorias do desenvolvimento não têm como eixo central a análise do comportamento da economia no dia a dia, no curto prazo, ou mesmo no médio prazo. Seu objetivo principal é a dinâmica da economia no longo prazo. Assim, os teóricos do desenvolvimento, ao invés de se preocuparem com as flutuações do PIB, da renda, ou do emprego em intervalos curtos, ou médios, por exemplo, num período de um a cinco anos, concentram-se no comportamento tendencial dessas variáveis ao longo do tempo. Assim tem sido desde que a economia adquiriu status de ciência com Adam Smith em seu A Riqueza das Nações, de