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#Bora Inspirar: 16 Histórias Inspiradoras de Empreendedorismo Feminino
#Bora Inspirar: 16 Histórias Inspiradoras de Empreendedorismo Feminino
#Bora Inspirar: 16 Histórias Inspiradoras de Empreendedorismo Feminino
E-book257 páginas2 horas

#Bora Inspirar: 16 Histórias Inspiradoras de Empreendedorismo Feminino

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Sobre este e-book

Quando falamos de empreendedorismo, sabemos que não existe caminho único. Em se tratando de empreendedorismo feminino, então, os caminhos são múltiplos e muitas vezes surpreendentes. Todos eles, porém, contém alguns elementos fundamentais que estão presentes em todas as jornadas que apresentamos nesta coletânea. Esta obra reúne 16 histórias genuínas e inspiradoras de mulheres que, tendo percorrido caminhos distintos, nos mais diversos segmentos do mercado, possuem características essenciais em comum: a coragem e a energia para fazer acontecer. Sem a coragem, muitas vezes confundida com uma certa dose de loucura, não há movimento possível. Mas, coragem apenas não basta. Essas mulheres nos mostram, através de suas incríveis trajetórias, que é preciso respirar fundo e buscar a energia necessária para o percurso que, com certeza, vai demandar persistência e dedicação.
Então, aproveite a leitura e #Bora InsPirar!
IdiomaPortuguês
EditoraBookba
Data de lançamento10 de fev. de 2023
ISBN9786585384056

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    Pré-visualização do livro

    #Bora Inspirar - Carla Catap Strauss

    Prefácio

    Assim como as autoras que aqui relatam suas histórias, ao ser convidada a redigir este que é o meu primeiro prefácio, fui fazer o mesmo que todas elas, estudar. Li e reli o livro diversas vezes, pesquisei, busquei inspiração, e pedi conselhos a pessoas de minha rede que, no meu entendimento, seriam mais capacita- das para cumprir esta missão.

    Algo em comum entre as mulheres que empreendem é a crença de que nunca estão realmente prontas. A busca por uma educação formal, muitas vezes é um complemento acadêmico importante para os próximos passos, mas em outras parece ser apenas um endosso que garante segurança para a consolidação do projeto sonhado. Este livro trará experiências e aprendizados de diferentes empreendedoras e espero que te dê coragem para seguir em frente.

    Uma das muitas facetas fascinantes que encontrei nesta lei- tura foi a constatação da nossa fluidez e a capacidade que nós mu- lheres temos de nos adaptar, navegando entre o ambiente coorpo- rativo e o do empreendedorismo. Parece que não existe uma linha tão definida entre um mundo e outro, e sim, momentos ideais para cada jornada. A persistente incapacidade coorporativa de promo- ver o equilíbrio entre maternidade e a carreira por exemplo, gerou muitos relatos: sorte a nossa, azar dos empregadores. Em alguns casos, no entanto, houve o retorno ao mercado coorporativo, o que no universo feminino, não é visto como um movimento de retrocesso como muitas vezes observo acontecer com o público masculino.

    Grandes iniciativas empreendedoras também surgiram da criação de redes e negócios de apoio mútuo, em um movimento de impulsionamento feminino, buscando evitar que os problemas que enfrentamos não se repitam com outras.

    Nas páginas a seguir você verá que, apesar dos diversos pontos em comum entre mulheres empreendedoras, como a bus- ca por aprendizado contínuo, a inquietação, o desapontamento em relação ao ambiente coorporativo, a vontade de ajudar outras mulheres, o desequilíbrio com a maternidade... existe também um universo plural, com origem e motivações diversas.

    Temos diferentes pontos de partida e isso é importante destacar. Enquanto algumas de nós, onde eu claramente me encaixo, partimos de posições de privilégio, com famílias estruturadas e um ambiente fértil, outras por outro lado, encontram exatamente na vulnerabilidade financeira e estrutural, a motivação e o estímu- lo para impulsionar o seu lado empreendedor. A verdade é que, segundo o IPEA, quase metade dos lares brasileiros são chefiados por mulheres, inclusive grande parte sem apoio de um(a) compa- nheiro(a) em casa e temos muito o que aprender com elas.

    Participo de diversos ambientes de empreendedorismo e quando comecei a ler este livro, imaginei que leria sobre fundos de venture capital, angel investors e outros temas tão comuns no universo de startups. E sim, encontrei relatos incríveis de quem alcançou o Vale do Silício e furou a bolha de um ambiente ain- da predominantemente masculino. Mas me deparei também com algo novo, e fui positivamente surpreendida com trajetórias úni- cas de mulheres em busca de suas verdadeiras vocações. Histó- rias que não têm objetivo de escalar globalmente, fazer IPO e nem de colocar as fundadoras na lista de bilionárias da Forbes. E isso é igualmente maravilhoso.

    Compreender este universo tão plural do empreendedorismo feminino é estimulante e enriquecedor. Tenho certeza de que, como eu, você se sentirá inspirada (o) por cada uma destas histórias.

    Boa leitura!

    Paula Puppi

    Conselheira de empresas, empreendedora, investidora anjo

    e Chief Transformation Officer na WPP.

    Das grandes marcas para a vida acadêmica: conciliando teoria e empreendedorismo

    Carolina Frazon Terra

    Empreendedora, eu? Apesar de desde 2008 ter minha pró- pria consultoria, acho difícil me reconhecer como empreendedo- ra. Talvez por não ser uma empreendedora pura. Quando recebi o convite para estar aqui, fiquei surpresa: logo eu, diante de tantas outras mulheres com mais sucesso que eu nessa trajetória? Foi aí me dei conta de uma pitada de síndrome da impostora me ron- dando...

    Empreender significa, de acordo com o dicionário Oxford Languages, decidir realizar (tarefa difícil e trabalhosa); tentar. Também pode ser entendido como pôr em execução; realizar. A partir daí, pensei: estou realizando a árdua tarefa de empreender no mundo da comunicação e das mídias digitais com meus cur- sos, treinamentos, palestras e consultorias. Estou tentando. Estou colocando em execução, literalmente realizando. Sendo assim, vou falar sobre a jornada de uma pessoa que nunca se imaginou dona do seu próprio negócio.

    Comecei da maneira mais clássica possível: durante a fa- culdade de Relações Públicas, na Universidade Estadual Paulis- ta Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Bauru, fiz estágios na área. Ao me formar, decidi ir para os programas de trainee. Pres- tei para vários e entrei na Vivo, onde tive a oportunidade de fazer capacitações e treinamentos que me preparariam para o que esta- ria por vir. Tornei-me analista de comunicação e ali mesmo com- binava o trabalho na empresa com a especialização e a docência.

    Começava naquele momento a minha paixão pela academia e por tudo que envolve o ambiente universitário. Sem perspectivas de crescimento na empresa (operadora de telefonia), decidi respirar outros ares.

    Entrei no Mercado Livre como coordenadora de comuni- cação corporativa. Eu era, literalmente, uma EUquipe. Contava com o apoio de uma pequena assessoria de imprensa – e somente isso. Eu tinha que cuidar de toda a comunicação interna e externa da companhia, das estratégias, dos resultados, das análises e das métricas.

    Passados uns anos, senti que meu interesse pelas tecnologias de comunicação só aumentava. Estávamos em plena efervescên- cia do surgimento das redes sociais on-line e eu sabia que queria trabalhar com aquilo. Decidi, junto a outros três sócios na época, abrir a nossa própria agência. Nasceu então, em 2008, a FourC Comunicação, apelidada carinhosamente de 4C. Éramos quatro Cs e o nome fazia todo sentido. Mais tarde, viramos apenas dois Cs, mas continuamos com o nome, apesar de termos mudado al- gumas vezes o nosso contrato social.

    Meu primeiro cliente foi o local onde eu trabalhava, o em- prego em que estava: o próprio Mercado Livre. Uma das facul- dades em que eu lecionava também acabou por se tornar cliente. De maneira incipiente e tímida, íamos desbravando um mundo totalmente novo que envolvia, além do trabalho técnico de comu- nicação, toda a burocracia de uma empresa, ainda que pequena. Precisamos de contador, de todos os trâmites legais, de uma conta empresarial, e ficamos atentas aos custos e retiradas provenientes da empresa.

    No ano de abertura da empresa, chegou uma proposta: in- cube a sua empresa aqui na nossa agência e venha ser nossa diretora de mídias sociais. Meu primeiro cliente na nova casa: o Google. Eu mal tinha saído do mercado e ele já me sugava de volta. Chamei minha sócia e decidimos que iríamos peitar o convite – iríamos para essa agência que estava em franco cresci- mento e com muitos planos de ampliação. Não fechamos a 4C, ela ficou adormecida.

    Na agência Ideal, tive a oportunidade de liderar uma equipe com 23 pessoas, entre gerentes, coordenadores e analistas. Atendi a clientes como Google, McDonald’s, Hospital Albert Einstein, Avon, L’Occitane, algumas farmacêuticas, entre tantos outros. O ritmo de agência, assim como o de um negócio próprio, é insano. Além do trabalho ali, como pessoa jurídica eu ainda dava aulas na graduação e na pós. Estava sempre correndo, ansiosa, estressada.

    Acabei me dando de presente, depois de uma difícil decisão de sair da agência, um período sabático de três meses em 2010. Fui estudar inglês em Londres, viajei boa parte da Europa e vol- tei ao Brasil no final do ano disposta a retomar a 4C e aliá-la à minha paixão acadêmica. Nesse tempo, eu já havia cursado uma especialização – Gestão Estratégica em Comunicação Organiza- cional e Relações Públicas (Gestcorp) –, um mestrado – que me rendeu o livro Blogs corporativos: modismo ou tendência – e um doutorado – cujo resultado foi o livro Mídias sociais... e agora? O que você precisa saber para implementar um projeto de mídias sociais.

    De 2011 a 2013, segui dando cursos livres, aulas (em diver- sas instituições) e tocando a consultoria (um projeto aqui, outro ali). Equilibrava as contas estando entre o empreendedorismo e as aulas.

    Em 2013, fui chamada para dar uma palestra aos times de marketing da marca de chocolates Garoto. Fiz um superdiagnóstico da marca no digital e fui para Vila Velha, no Espírito Santo, apresentá-lo. Na parte da tarde do treinamento, estavam os diretores de marketing, recursos humanos (RH) e o presidente à época. Imediatamente, me convidaram a assumir uma posição que estava vaga e que precisava de alguém com o meu perfil. E lá fui eu ser gerente de marketing digital de uma das marcas mais queridas de chocolate do Brasil. Nessa caixa amarela da vida, tinha mudança de estado, morar longe da família e dos amigos e um desafio completamente novo adiante. Eu aceitei. E, mais uma vez, eu colocava a 4C para dormir e voltava ao mercado.

    Construí uma estratégia digital sólida com a marca Garoto, tive a oportunidade incrível e inimaginável de atuar em uma Copa das Confederações e em uma Copa do Mundo com a marca. Viajei o país todo fazendo cobertura em tempo real dos principais jogos nos perfis de mídias sociais da marca, acompanhava, in loco, as ativações nos estádios, gerenciava pepinos de toda or- dem, realizava ações de relacionamento com vips, celebridades e influenciadores. Foram momentos de muito aprendizado, de mui- to trabalho, mas também de muita diversão. O que aparecia nas minhas redes sociais era aquele glamour de estar trabalhando na Copa do Mundo do Brasil, conhecendo artistas e celebridades, indo a jogos e eventos e tirando fotos com famosos.

    Ao final da Copa de 2014 – sim, eu estava ao vivo assistindo incrédula ao 7 a 1! –, eu havia decidido que precisava voltar aos bancos acadêmicos e que queria me dedicar às aulas. Meu em- preendedorismo ficaria restrito a treinamentos, cursos, palestras e projetos de consultoria que me interessassem. Assim, no final de 2014, tracei um plano: daria aulas nas pós-graduações e tocaria alguns projetos de consultoria que me interessassem e nos quais eu pudesse agregar algo estratégico. Digo isso porque a decisão tomada ali dizia respeito a não ter uma equipe e trabalhar sozinha na consultoria. A 4C seria ressuscitada mais uma vez.

    Desde 2007/2008, sempre participei de um grupo de pesqui- sas na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), o Com+, que se dedica a estudar o jornalismo e as comunicação digitais. Esse na pesquisa sempre me manteve conectada à universidade e ao meu desejo de, um dia, ser uma professora da USP. Desde 2010, também passei a lecionar na es- pecialização que me formei na USP, o Gestcorp. Assim, equili- brava minha fome de ser professora com a de ser empreendedora. Em 2016, tive meu primeiro filho, o Bruno, e, com ele, experimentei o que é a loucura e a correria de – tentar – conciliar filho, casa, trabalho, pesquisa e o próprio negócio. Lembro-me de um episódio em que tirei leite (Bruno tinha 1,5 mês) e saí para dar uma palestra em um congresso enorme de um coletivo de in- fluenciadores de saúde. Saí aos prantos me sentindo uma péssima mãe, mas com a certeza de que a Carol profissional estava ali e que queria fazer aquilo.

    Aos poucos, fui me adaptando à nova rotina e conseguindo equilibrar os pratos, deixando outros cair e tudo bem. Em 2018, resolvi que era hora de voltar a estudar, pois Bruno já ia para a escola. Eu tinha uma rede de apoio paga e da família. Escrevi um projeto de pós-doutorado e submeti à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Quis estudar como as marcas poderiam ser influenciadoras digitais. Será que só os influenciadores poderiam se destacar ou uma marca também era capaz de tal feito? Com a experiência de mercado que possuía e toda a cancha acadêmica, senti que seria mais um projeto que me levaria a um livro.

    Em 2019, com o pós-doc em andamento e a rotina doida em funcionamento, resolvi voltar formalmente a uma instituição como funcionária: prestei o concurso na Faculdade Cásper Líbero e entrei como professora da graduação de Relações Públicas. Não precisei matar a 4C pela quarta vez, pois tinha achado o equilí- brio entre dar aulas e consultorias. Uma coisa alimentava a outra e vice-versa. Acabara de achar o ponto ideal entre ter um negócio e ser funcionária ao mesmo tempo. Acontece que, sem querer querendo, engravidei do meu segundo filho, o Pedro.

    Tinha acabado de entrar na Cásper (eu não tinha passado nem do período de experiência ainda), estava com o pós-doc na metade e descobri a gravidez. Fui chorando na mesa da minha coordenadora na Faculdade, a querida Patrícia Salvatori, e contei que estava grávida. Cheguei até a cogitar me demitir para não atrapalhar o ano letivo, mas ela foi a pessoa mais bacana na época e me falou: Relaxa, filho é uma benção. Não se preocupe e vai seguindo até onde puder. Dei aulas até o dia 11 de novembro. Pedro nasceu saudável e lindo no dia 15.

    Nesse tempo de licença-maternidade, ainda toquei uns pro- jetinhos de consultoria com clientes recorrentes e voltei à faculdade no dia em que fechou o mundo por conta da pandemia da covid-19, era 16 de março de 2020.

    Por dois anos inteiros, nem sei como aguentei dar aulas on-line, dar conta da consultoria, participar de aulas on-line com meu mais velho, amamentar, ficar noites a fio com o pequeno e ainda gerir a casa. No entanto, como loucura pouca é bobagem, apesar de tudo isso, terminei o pós-doc, lancei dois livros na pandemia, o Marcas Influenciadoras Digitais e o Comunicação Or- ganizacional – este último em parceria com os queridos Bianca Dreyer e Joao Francisco Raposo – e sobrevivi!

    Agora, em pleno 2022, entendi o que é o empreendedoris- mo para mim: é essa possibilidade e oportunidade de tocar minha consultoria, escolher os projetos que me interessam e que acho que tenho condições de agregar e ainda conciliar com as aulas e o emprego formal na faculdade.

    A jornada não é fácil, não é simples, não é prazerosa o tem- po todo e tem seus altos e baixos. Há dias em que penso em retor- nar ao mundo corporativo – por conta de uma maior estabilidade, dos benefícios e da certeza do que pingará na conta –; há dias em que tenho o maior orgulho de

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