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Dzáit-gáist
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E-book151 páginas2 horas

Dzáit-gáist

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Sobre este e-book

Um duplo protagonismo de dois seres que fundidos no amor, na sabedoria e num mútuo chamado alcançarão, da forma mais inventiva e inédita de que há memória, a mais Amorosa e Suprema das Criaturas. Daí, às verdades, revelações e ao desvelar dos mistérios que envolvem a existência, seja ela criacionista, natural e civilizatória, será um mental processar à distância da vontade, da consciência e da imaginação...
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de out. de 2023
Dzáit-gáist

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    Dzáit-gáist - Marco Paulo Silva

    DZÁIT-GÁIST

    MARCO PAULO SILVA

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    1.ª edição – janeiro de 2024 –, ® na Câmara Brasileira do Livro.

    Copyright © 2024 by Marco Paulo Silva

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    À personalidade, à força de caráter, à vontade inaba- lável, à clarividência e à permanente superação.

    Ficção é a mentira pela qual dizemos a verdade.

              Albert Camus

    Zeitgeist:

    Termo alemão - em português pronuncia-se [Dzáit-Gáist] -, que significa:

    Espírito de determinada época; Espírito do tempo; Tudo aquilo que caracteriza um período específico; Sinais dos tempos; Conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, num dado período; Características genéricas de uma era.

    PREFÁCIO

    Nem nos melhores e idílicos sonhos, nem no melhor e mais prazeroso dos cenários este autor imaginava conceber ou escrever algo desta magnitude. Uma exclusividade, aliás, brade-se, não extensiva, somente, à obra que aqui se vos oferece. A narrativa em apreço é, quiçá, o ápice do processo, mas um píncaro resultante de uma diamantina sequência iniciada em COSMION e continuada em POMPA & CIRCUNSTÂNCIA. Três criações e empreendimentos, de fato, sublimes e de alto quilate. E qual a razão de ser de tanta e tão enfática adjetivação? Porque, dificilmente, vós havereis de encontrar em qualquer romance já lavrado, ainda que ensaísta, à semelhança dos dois citados, e deste mesmo, junto com seus respectivos e específicos enredos ficcionais, dificilmente havereis de encontrar, dizia-vos, compêndios tão vastos de aforismos, idiossincrasias e ensinamentos que transversam os domínios criacionista, existencial e ontológico do Ser. Eles são preleções de psicologia, sociologia, filosofia, religião, teosofia, história, economia, biologia, física, cosmogonia, geodésia, geopolítica, conhecimentos gerais, arte e cultura a rodo, linguística, semiótica e literacia. Numa frase: singulares e incomparáveis Sumas de Realogia.

    Lembrem-se para que nunca o olvidem: mais do que seres psicossociais, nós somos antes de mais, e acima de tudo, entes transcendentais... E nesta obra, em especial, estou em crer, e com a devida vênia, que todos vós ir-vos-eis deparar com algo inédito e jamais assim concebido ou conceptualizado.

    Já passou pela vossa mente o quão extraordinário um romance de ficção poderá ser?...

    E se nessa ficção imaginada o realismo grasse?

    E se eu vos disser que esses dois componentes se reúnem aqui na plenitude?

    Afinal de contas, quem ousará desperdiçar a oportunidade de experienciar um encontro com Deus?...

    São Paulo, 18 de outubro, de 2023

    Marco Paulo Silva

    CAPÍTULO I

    KATE

    Kate recordava cada palavra, cada pausa e entoação do asceta Jiddu Krishnamurti como se tivesse a escutá-lo e a visualizá-lo ali:

    A crise é uma crise de consciência (...). Uma crise envolta em falhos paradigmas, padrões e replicante barbárie (...). Não deveremos aceitar tais coisas e da forma como nos foram transmitidas, mas entendê-las à luz de novas perspetivas, mergulhando nelas, disseca-no-las. Colocar coração e mente, e tudo o que tivermos ao nosso dispor para descobrir e desbravar tudo o que concerne à existência e sua ontologia. Algo, contudo, que depende de cada um de nós e de mais ninguém, pois que é um terreno onde não haverá mais professor, mestre, discípulo, líder, guru ou salvador. Você mesmo será tudo isso. Você é tudo! E deverá, a partir deste momento, perscrutar os fenômenos à sua volta, tudo o que existe e que, aparentemente, ou à priori, estará além da compreensão.(...)

    A fala em apreço era o mote da abertura antológica e seminal, em jeito de addendum, de um documentário, gravado em pen-drive, que uma amiga lhe havia oferecido. Com a gentileza praticada veio um pedido e uma ponderação: Assiste com a máxima atenção e disponibilidade, e prepara-te para nunca mais seres a mesma...

    O dito cujo tinha o nome de Zeitgeist e o vaticínio proferido, indelevelmente, se confirmou. Após a devida e atenta visualização, Kate sentiu que havia ganhado, imageticamente falando, a lamparina, o gênio e o tapete voador - o pacote completo. Um concentrado de red pills (pílulas da clarividência e da verdade, para quem não conhece o duplo termo e estrangeirismo) que extraía da caverna coletiva a que a esmagadora maioria dos gentios havia sido encerrada, cada um que o assistisse, captasse e tivesse a capacidade de lhe extrair, devidamente, a mensagem. Ela tinha, à data, dezoito anos de idade e, de fato, uma nova Kate, mais uma, emergira a partir dali. Fora, pois, a junção perfeita entre a fome, a vontade de comer e um predileto banquete. Fora o the point of no return a partir do qual outros conteúdos advieram, interações, novas amizades, cursos, achados, revelações e epifanias à potência. Pelo meio, a eclosão duma grande tribulação civilizatória - mais uma...

    Kate nascera com a revolução. Uma entre tantas, profusas e sortidas que assolaram o anel e domo de Atlantis. Revoluções políticas, econômicas, industriais, tecnológicas, culturais e sociais que, eufemisticamente, assim se anunciavam, mas que ao longo dos séculos se comprovaram não passar de cruéis usurpações de poder, constituição de aglomerados econômicos e oligopólios, golpes institucionais e costuras geopolíticas em tudo o que era sociedade organizada. Foram-no à escala sistêmica, generalizadas, sucessivas e cadenciadas - qual orquestra super afinada -, planejadas e executadas, todas elas, nos mínimos pormenores, vendendo a esperança de uma nova vida, mas que só trouxeram mais dor, sangue, decadência, submissão tirânica e retrocessos atrás de retrocessos. No lugar de nascimento da nossa protagonista não fora diferente...

    Kate era a segunda filha do casal que com ela encerrou os trabalhos. O nome fora uma escolha da mãe, dado que o pai havia tido preferência no do primogênito. E a escolha materna fora um tributo à adorada cantora que aquela, devota e deleitosamente, vinha escutando ao longo da vida. Ao responder a Kate quando esta chegara à fase das perguntas e dos porquês, e questionara a mãe sobre a razão de assim se chamar, a progenitora, para além do que acabou de ser revelado, respondera-lhe algo que ela gravara e jamais esquecera: Escutá-la em seu amplo espectro consubstancia a experiência espiritual do idílico. Uma angelical voz e graciosidade artística que nos faz fluir num desdobrar miraculoso de prazerosas emoções, recordações e anseios. Ao crescer, e passando, também, a dita artista a figurar no rol de suas predileções musicais, Kate entendeu na plenitude a efusiva descrição da mãe, passando a sentir-se sempre muito orgulhosa por carregar tal nome e significado. No rol das marcantes memórias em torno de sua mãe, desta feita pela negativa, uma reverbera até hoje, e reverbará por toda a sua existência (há muito que o entendera): o seu distanciamento, a sua ausência (não física, corporal, mas emocional, de presença), a indiferença no ser e estar, fundamentalmente, na do papel de mãe. A decente introjeção da imago materna que deveria ter sido feita de forma pregnante, consolidada e omnipresente foi sendo feita e construída em Kate, pois, pela fugacidade, evanescência e falta. Situação que só se agravou mais e mais com o avançar do tempo. Já o pai, com seus acertos e falhas, e na relação com os filhos, sempre soube assumir seu imperativo dever e preponderância no seio familiar, consubstanciando-se, assim, como um contrapeso à postura prófuga da esposa. O ambiente em casa, as disfuncionalidades enquanto casal e a carência de mãe, por óbvio, contribuíram para a instabilidade emocional de Kate que, providencialmente, ela viria a compensar com a vivência lúdica e venturosa de uma infância feliz na rua. Uma profusão de crianças de todas as idades brotava de todos os lares que compunham a comunidade onde vivera e crescera. As horas infinitivamente maiores do que as que passava em casa, nas quais brincava e interagia com os amigos(as) de todo o tipo e feitio, salvaram-na de males maiores. A rua fora para ela, indubitavelmente, uma escola, o terreno fértil de muitos aprendizados, de superação de adversidades e de saber o que queria e o que não queria. Fora o molde que forjara uma fortíssima personalidade que se viria a revelar, mais tarde, na adultícia. A título de exemplo destacamos um episódio em que, a dado momento, teria ela, então, doze ou treze anos, as novidades atreladas ao estímulo e consumo de tabaco, drogas e álcool vinham devastando os jovens de todas as vilas e cidades. Por inúmeras ocasiões Kate viu-se rodeada de uma ou duas dezenas de jovens fumando, bebendo, desmesuradamente, e se drogando, sendo instigada, a todo o tempo, a fazer o mesmo, mas, qual rochedo, sempre se mantendo firme e irredutível na recusa em nome da sobriedade e da lucidez. Nunca fumou. Experimentara uma vez para nunca mais. Quanto às drogas sempre nutrira por elas uma aversão visceral e espantava-se, pela negativa, ao testemunhar o que as criaturas, vergadas ao vício, faziam com o próprio corpo. Já o álcool, esse, só passou a consumi-lo depois dos vinte anos de idade, de forma social e contida.

    Retornando às origens familiares, o irmão tinha então quatro anos de idade quando ela encarnou e se dimensionou. Sofreu um pouquinho (para não dizermos muito e por muito tempo) desde então, pois que o novo ser, de forma natural, requeria para ela todos os cuidados e atenções, e porque seu processo de crescimento infantil vir-se-ia a revelar deveras problemático, errático e irrequieto. Kate, desde cedo, mostrou ao que veio - uma metamorfose ambulante, fenotípica, psíquica e, comportamentalmente, falando. Uma criatura indiagnosticável, imprevisível, surpreendente, inrotulável e, contra todas as fadadas expectativas, dotada de múltiplos recursos e dons, primeiro, físicos, depois intelectuais. Desde birras constantes, ao cabo dos trabalhos para dormir e deixar dormir; Desde o comportamento e os maus resultados escolares dos anos iniciais, às constantes rusgas com o irmão por espaço, posse de brinquedos, etc..., e porque em casa, quando não estava na rua, ela precisava de alguém para cristo (o irmão). Em suma, o quadro geral, por assim dizer, antecipava naturais preocupações de pais, família e professores. Os primeiros, por óbvio, eram os que mais se exasperavam, culpando as estrelas, se acusando mutuamente por certos relapsos na criação e educação da filha, por vezes pensando, até, que sofriam de mau olhado de terceiros, mas jamais refletindo e percebendo que eram por demais imaturos e despreparados para, naquela altura, já serem pais de duas crianças. Sua mãe, então, e reforçando, sempre fora muito mais do que uma questão de imaturidade estrutural ou retardada jovialidade - sempre fora um problema caractereológico e psiquiátrico. E Kate era o elo mais fraco... A avó paterna, certo dia, e tal era, por vezes, o desespero, deixara escapar numa reunião familiar uma exasperadora interjeição: Meu Deus, batizem esta menina. Ela tem o diabo no corpo!.

    Kate, num processo natural de reflexão de sua circunstância e de tudo o que a envolvia, mas também numa vincada aptidão

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