Eva
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Eva - Carlos Sherman
EVA
CARLOS SHERMAN
EVA
AS ORIGENS DA MISOGINIA
Copyright
2013 by Carlos Leger Sherman Palmer JR
Todos os direitos reservados
Capa: o Autor
Divulgação e Secretariado: o Autor
Editoração e Preparação, Referências Bibliográficas, Revisão: o Autor
[2ª Edição (Revisão 01) – 2015]
‘EVA – As Origens da Misoginia [Miolo] Ed 2 Rv 01.PDF’
‘EVA - As Origens da Misoginia [Miolo] Ed 2 Rv 01.DOCX’
_______________________________________________
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
_______________________________________________
Sherman, Carlos
EVA – AS ORIGENS DA MISOGINIA / Carlos Sherman; organização
Carlos Sherman, São Paulo : Editora ProÉtica, 2013.
ISBN [NN-NNN-NNNN-X]
1. Ensaios Brasileiros 2. Crônicas Científicas 3. Divulgação Científica 4.
Ciência e Religião 5. Filosofia 6. Retórica 7. Ética 8. Valores Morais 9. Justiça
10. Psicologia Social 11. Psicologia Evolucionária 12. Evolução Humana 13.
Genética do Comportamento 14. Genética de Populações 15. Neurociência
Cognitiva 16. Teoria do Conhecimento 17. Psicologia 18. Sociobiologia 19.
Antropologia 20. Mitologia 21. Epistemologia 22. Crenças 23. Superstições
24. Metafísica 25. História 26. História da Ciência 27. Neurofisiologia 28.
Paleantropologia 29. Etologia 30. Paleontogenética I. Título
NN-NNNN CDD-NNN.N
_______________________________________________
Índice para catálogo sistemático:
1. Ciência: Neurociência : Ética e Filosofia NNN.N
[2013]
Todos os direitos desta edição reservados ao autor [Editora neuroLOGIC]
Telefone: +55 3412-9663/64/ 98238-2100/2200
ProÉtica - www.ethosproject.blogspot.com
Para a MULHER...
Para a minha mulher...
Para Indi...
"E porei contra ti o meu zelo, e usarão
de indignação contigo. Tirar-te-ão o
nariz e as orelhas, e o que restar cairá à
espada. Eles tomarão teus filhos e tuas
filhas, e o que ficar por último em ti
será consumido pelo fogo. Também te
despirão as tuas vestes, e te tomarão as
tuas belas joias."
(‘ Bíblia Sagrada’; Ezequiel [23:25-26])
Deus
Sumário
11
Nota do Autor: Crônicas Filosóficas e de
Divulgação da Ciência
17
Agradecimentos
19
Prólogo: Aisha2
47 Um
Sob o Signo da Submissão - Hajar e o Corão
79
Dois
De Santo e Louco todo mundo tem um pouco
121 Três
Maravilhosamente Imperfeitos
167 Quatro As Origens da Misoginia
200 Cinco
O Aborto da Razão
218 Seis
Agnes de Deus
246 Sete
A Linhagem de Deus
268 Oito
Malleus Malleficarum
299 Nove
A Sagrada Família
313 Dez
Uma ajudadora idônea
327 Onze
Jesus e o Mito de Cristo
368 Doze
Maria da Penha
384 Treze
A Deo rex, a rege lex
407 Quatorze O Silêncio dos Justos
434 Epílogo: A Flor do Conhecimento
446 Referências Bibliográficas
Nota do Autor: Crônicas Filosóficas e de
Divulgação da Ciência
Evoluímos culturalmente pelo acúmulo de conhecimento
extracorpóreo, ou, dito de outra forma, a partir de
conhecimentos prévios anotados pela geração predecessora. Isso
não evoca um apelo à tradição, e ao contrário, até porque
mantida a primeira tradição não evoluiríamos, estancando no
primeiro passo. O objetivo deste trabalho é apaixoná-lo pelo
conhecimento e pela realidade.
Na iminência de adentrar a maioridade ingressei no curso de
Engenharia Mecânica – mais tarde convertido em Engenharia
Eletrônica - na UnB em Brasília. Vivia com os meus pais e
recebia a respectiva influência cultural deste maravilhoso meio,
o que contribuiu muito em minha formação. Mas havia também
o reforço religioso, e eu percebia que, de certa forma, tudo o que
eu sabia parecia estar errado – em termos conceituais. E de
fato estava. Isso foi tão assustador quanto instigante, e eu não
recuaria diante deste desafio.
Longe de denegrir minha origem rica em experiências,
aprendizados, atenção, e carinho, refiro-me aqui aos aspectos
filosóficos e que norteiam questões ditas ‘fundamentais’ sobre a
vida: onde estamos, de onde viemos, para onde vamos, como e
por quê? Todas as ‘respostas’ que recebi estavam incrivelmente
equivocadas, e grande parte da humanidade toma tais
‘respostas’ como sagradas. Não posso omitir as respostas que
encontrei, não posso furtar-me de dizer a VERDADE.
Mas somente aos 23 anos, enquanto residia em
Campinas/SP, pude começar a engatinhar novamente. Foram
mais de 20 anos ‘aprendendo a aprender’. O conjunto das obras
às quais me dedico, sob a égide do projeto ‘ProÉtica’, é o
resultado deste aprendizado empenhado em pesquisas
multidisciplinares e estudo abnegado – nas áreas de História Geral,
História da Filosofia, Filosofia, Epistemologia, Sociologia, Sociobiologia, Antropologia,
Mitologia, Climatologia, Arqueologia, Paleoantropologia, Paleogenética, Cosmologia,
Astronomia, Astrobiologia, Física Clássica, Relativística, Quântica, Química, História e
11
Filosofia da Ciência, Psicologia, Neurofisiologia, Neurociência Cognitiva, Biologia
Evolucionista, Biologia Molecular, Etologia, Citologia, Embriologia, Genética,
Epigenética, Probabilidade e Estatística, Música, Poesia, Literatura, Enologia [sic] et
Cetera.
O presente trabalho é, portanto, um subproduto desta coleção
de artigos e ‘crônicas científicas’ publicadas ao longo de minha
vida, e dito de outra forma, trata-se do compêndio de meu
aprendizado. Ainda continuo na estrada do conhecimento e
sempre a postos quando o assunto é ENDEREÇAR A VERDADE.
E vou por aí aprendendo, para então divulgar e contribuir
para um mundo melhor.
A organização ‘dos livros’ consumiu mais de 10 anos entre a
redação, arte, e revisão, produzindo um acervo com quase 8.000
páginas. A presente obra decorre de 3 intensos anos de
estruturação, montagem, escrita, e consumiu mais de 6 meses
em revisões. E sei que muito trabalho ainda precisaria ser feito,
mas chegou a hora de parir tudo isso.
Este é o meu oitavo livro, ‘ EVA – As Origens da Misoginia’, e
investiga
a
intrincada
trajetória
do
machismo,
do
androcentrismo e da misoginia, ou o ódio à mulher. e suas
consequências nefastas.
Espero, ao longo do que se segue, haver contribuído para a
divulgação científica, observando à ética e as melhores práticas
consagradas pelo ceticismo, e contribuindo em endereçar a
verdade; citando as fontes, sempre que possível, e enfatizando,
quando necessário, os limites de validez de minhas informações
e observações; indicando quando os resultados forem parciais,
provisórios ou inconclusos, e trazendo em anexo eventuais
contraditórias às minhas próprias conclusões - sempre que tais
refutações estiverem no limite de converterem-se em novas e
melhores descrições da realidade. O meu objetivo aqui é
apaixoná-lo pela realidade!
Não obstante, trata-se de um livro de crônicas, e que almeja
abordar questões relacionadas ao corpus da Filosofia e das
diversas Ciências, sem a pretensão de estabelecer tratados
acadêmicos, e ao contrário, apresentando os temas em
linguagem direta e descontraída; e citando, entre verbetes e
aforismos clássicos, letras de música e excertos poéticos – pois
12
considero a arte como resultado do mais elevado ato
intelectual, e o pensamento e a reflexão como o resultado do
mais elevado ato de sensibilidade artística.
Peremptoriamente, reclamo o direito de abolir a Reforma
Ortográfica em alguns casos clássicos e específicos, como o uso
de hifens, e a distinção entre ‘estória’ e ‘história’, que insisto em
manter. A descontração da proposta avança sobre a liberdade
estilística, no uso de alguns neologismos, algumas expressões
em latim – sempre que contribuírem com a poesia histórica -, e
no hábito, que me persegue nas últimas décadas, de terminar as
frases com três pontinhos. Tal recurso está incorporado ao meu
modo de pensar, indicando uma pausa respiratória ou para
reflexão, um enlevo na intensidade dramática, ou apenas
deixando tudo no ar.
Apesar de tratar-se de uma obra de crônicas, procurei
apresentar todas as referências bibliográficas no decorrer do
livro; também optei por não apresentar um índice remissivo, e
na verdade, como ‘ one man band’, faltou-me tempo para fazê-lo.
Recuso para todos os fins a distinção entre Ciências Humanas
e Ciências Exatas. Todas as Ciências têm a sua gênese no esforço
e nas paixões humanas, Lato Sensu; e nenhuma Ciência instigou
tais paixões humanas, Stricto Sensu, pelo apelo obtuso à
exatidão como querem uns, ou ao dogma, como pretendem
outros.
Necessitamos mais do que nunca ‘ saber como’, e devemos
desafiar a primeira impressão do ‘ saber que’. O terreno moderno
é exuberante, mas árido para antigas e opressivas ‘ leis
sagradas’. Inventamos a Ciência, pois, para testar a nossa
LUCIDEZ, promover o bom entendimento e a justiça - e que
assim seja. Desejamos nos tornar cientes, porque necessitamos
conhecer a nossa estória dentro da História – este é o
verdadeiro papel da CIÊNCIA. Parafraseando Sagan, desejamos
conhecer a ficha do órfão.
Peço antecipadas e reiteradas desculpas pelos eventuais erros
de digitação nesta primeira edição. Trabalhei sozinho, e apesar
de todo o empenho ao longo várias e intermináveis revisões -
onde de 10 a 20 páginas eram incrementadas a cada jornada -,
13
sempre ficava a impressão de que ainda faltava algo; mas
precisava desencantar e publicar esta obra.
No memorável prefácio da obra post mortem de Carl Sagan,
‘Variedades da Experiência Científica – Uma visão pessoal da
busca por deus’, assinado por sua esposa, companheira e
coautora Ann Druyan; ela esclarece que Sagan – ganhador do
prêmio Pulitzer – jamais publicou quaisquer de suas obras sem
antes "revisar a pente fino no mínimo vinte ou vinte e cinco
vezes versões de cada manuscrito em busca de erros ou
infelicidades de estilo" . E mesmo assim, e contando com o apoio
de revisores, diagramadores e consultores, as ‘edições’ eram
necessárias, e apinhadas de correções. E este será forçosamente
o meu caso, ressaltando mais uma vez que trabalho sozinho, e
em algum ponto minha mente já está viciada nos textos, sendo
incapaz de proceder à necessária ‘autocrítica’. Não se trata de
uma ‘desculpa’, mas um ‘pedido de desculpas’.
Gostaria de justificar ainda, e antecipadamente, a variação
estilística ao longo de centenas de páginas, e com mais de
130.000 palavras escritas. Depois de muito penar, na vã
tentativa de ‘linearizar’ a emoção de minha redação, aceitei
conviver com uma clara variação de humor estilístico: (1)
quando estou tratando de temas científicos, e adotando uma
posição didática e serena; (2) ou quando estou tratando de
casos de violência contra a mulher, contra crianças, humanos,
seres vivos, e adotando uma posição mordaz e extremamente
crítica; (3) e finalmente quando trato de questões religiosas, e
valendo-me de deslavada irônica e comentários pícaros, já que
tais preceitos ditos sagrados não me inspiram mais do que
risos e lágrimas, indo do patético ao trágico em um punhado de
lendas e fábulas, que muito prejuízo trouxeram à nossa
cansada, porém vitoriosa, humanidade.
Mas enfim, este sou eu.
Quando a saga do Conhecimento Humano foi deflagrada o
que se viu foi o abuso da autoridade dita filosófica [sic], e a
posterior evocação de uma certa ‘ ciência de catedral’. Esta obra
trata da Ciência como atitude para a vida e diante da vida; a
14
nobre atitude de tomar ciência, ou de tornar-se ciente PELA
PROVA - pelas evidências, pelos fatos; e como disse:
endereçando a verdade. E feliz do homem que pode optar pela
verdade - diria a minha amiga Eliana. Um conceito que faz toda
a diferença em minha vida, e fez toda a diferença para a
humanidade. Sim querida: FELIZ DO HOMEM QUE PODE
OPTAR PELA VERDADE.
Também abuso em conduzi-los por uma deliciosa
investigação sobre conceitos filosóficos e científicos, e
desnudando certos personagens ditos ‘sagrados’ como Platão,
Aristóteles, Agostinho, Aquino, Descartes, Leibniz, etc. - e não
serei tão generoso com eles. Apresentarei ainda homens
verdadeiramente notáveis como Horácio, Epicuro, Hipócrates,
Bertrand Russell, Darwin, Kandel, Sacks, Damásio, Pinker,
Sagan, Onfray. Estou seguro de que, apesar de dedicar a obra
às mulheres, os homens não se entediarão com esta viagem
pelo conhecimento humano [sic]. Afinal elas foram as
pioneiras, ainda no Éden, na nobre a atitude de PENSAR - além
da provocação [sic]!
Esta é a proposta deste livro, contribuir em vossa opção pela
verdade,
exorcizando
o
medo,
desconstruindo
mitos,
descortinando ilusões, e demonstrando a importância do ‘saber
como’, além dos limites do ‘saber que’, para que sejamos
melhores cidadãos, e assim ‘saber o que’ melhor cabe ao bem-
estar comum. Façamos o bem apenas pelo bem de fazer. Porque
fazer o bem faz bem – neurofisiologicamente falando.
E começamos pela MULHER: FIAT LUX!
15
16
Agradecimentos:
Estes são alguns dos amigos que reconhecidamente apoiaram
o meu trabalho; e sei também que muitos mais foram
injustamente – e por mero lapso de memória - deixados de fora.
Vocês aguentaram longas e intermináveis conversações e
monólogos, formularam instigantes questionamentos, estiveram
dispostos ao debate, ou deflagraram calorosos e exagerados
elogios, representando um importante suporte e esteio
emocional para que este projeto - de uma vida -, que culmina e
começa com este livro, fosse levado adiante.
Vocês ajudaram a PARIR este livro... Em ordem
descontraidamente alfabética:
Adriana e Carlos Lenis, Adriano ‘Crioulo Branco’ Carvalho,
Alexandre Rodrigues, Alexandre Scherman, Aline e Alexandre Matas,
Ana Lúcia Sampaio, Anancy Pompeu, André Agnesini, André Pimentel,
Ângela Vieira, Don Antônio (Peba), Antônio Braga, Arnaldo
Nascimento, Bárbara Pascoal, Beatriz e Jorge Mário Restrepo,
Bertolucci, Betinha, Brenda Pratte, Bruno Cera, Carina Lemos, Carlos
Caccia, Carlos Carvalho, Carlos Castejon, Carlos Enochato, Carlos Miko
Coimbra, Carlão Gonzalez, Carlão Teles, Cesar Correia, Cersar
Rodrigues, Clara Lafetá, Claudia e Idinir Carrara, Cristina e Luis Cera,
Daniel Lima, Daniela Luiz, Danilo Pinheiro, Danilo Spanó, Daici e Ivan
Silva, David Rangel, Décio Freitas, Denise e Theo Guimarães, Dinancir
Freire, Douglas Rodrigues, Edemilson Lima, Edgar Tsunoda, Edgar
Zanotto, Edileusa e Ismail Guimarães, Edú Alves, Edvaldo Junior,
Eliana Martins, Eliane e Ricardinho Toda, Eliana Antoniassi, Eliane
Evanovich, Emiliano, Ericka e Cidinho Silva, Erika Palmer, Ernani
Ferrari, Eubio Prieto, Evani Ferreira, Fábio Perone, Dona Fátima,
Fernanda e Rafael Cera, Flavianny e Emerson Guimarães, Flávio Prox,
Francisco Spadoni, Gabi Tobias, Grabriel Cera, Gebrim, Giovana e
Cláudio Policastro, Giovanni Giansante, Gladson Santana, Grace
Romero, Grazi e Clayton Ferraz, Guilherme Santos, Gustavo Beranger,
Tia Glaucinha, Herbert Leite, Hugo Cazuriaga, Isabela Palmer, Inhesta
‘ Livraria Cultura’, Ivan Monticelli, Ivan Certain, Dona Ivonete
17
Guimarães, Jaime Cardona, Jean Wyllys, Jô e Paulo Pinheiro, João
Lopes, Jodemir Garcia, José Luiz Figueiredo, Josie e Lio Rodrigues,
Juliana e Lamento de Federico, Don Júlio, Júlio Moracen, Karla Melo,
Karol Siqueira, Kenzo Yui, Kiko Kalil, Laura e Zé Carlos Torquato,
Laudelino Barbosa, Leonardo Guerao, Luana e Luis Prox, Luc
Anderssen, Lucas Rodrigues, Lúcio Zaccara, Luigi Biga, Luis Coimbra,
Luiza e Dawton, Mala Véi a Guimarães, Marcelo Giumelli, Marcelo
Pimentel, Marcelo Setubal, Marcia Souza, Marcio André, Mariana
Lafetá, Mario Laino, Matheus Pinheiro, Maurício Fleury, Mazinha
Évora, Meire Finelon, Michael Onfray, Michael Shermer, Mitsue Yui,
Naninha Rodrigues, Noeli e Talman, Noemi Be, Oswaldo Truzzi, Paulo
Lopes, Paulo Zotta, Pedro Pinheiro, Perce Polegatto, Priscila Sampaio,
Rafael Torres, Raphael Ornaghi, Regina e João Sisdelli, Renata de
Andrea, Richard Neill, Ricieri Taglietti, Roberto Thiele, Rodolfo
Lobato, Rodolfo Rangel, Ronaldo Santos, Rosana e Patrick Juliet, Rose
Costa, Salvador Mazo, Tio Sampaio, Samuel Rangel, Sandro Góes,
Silvia e Tao Oliva, Sônia Sauer, Tati e Márcio Gonzalez, Tetê e Kinho
Rodrigues, Thaís Plaza, Thais e Tiago Quase Dois, Thales Coutinho,
Thaysa Caspi, Tom Cruise Silva, Vagner Kooper, Valdirene Destro,
Vinícius Silva, Violeta, Vitinho, Zélia Guimarães, Zemário dos Santos,
Yuri Buenaventura, Wagner Roque, Willian Bernardes. Dr Aguiar,
Antônio Rifa e Valdir Ferro – in memoriam.
Este livro é de vocês. os meus amigos, humanos, troppo
umanos, livres e pensantes; os seguidores e visitantes do Grupo
ETHOS [ Facebook]; do meu blog www.EthosProject.blogspot.com;
o amigo e conselheiro Lúcio Zaccara, da Livraria Zaccara – um
lugar para se deixar ficar; o parceiro Inhesta e os colaboradores
da Livraria Cultura; a queridíssima Karla Melo da Editora
Confraria do Vento; e o gentilíssimo Oswaldo Truzzi da Editora
da UFSCar (EdUFSCar).
OBRIGADO! Não os esqueci.
Alguns de vocês nem sabem por que estão aqui, mas eu
bem sei por quê!
18
Prólogo: Aisha2
Dedicado a Aisha, Malala, Benazir Bhutto, Ayaan Hirsi Ali, Fakhra
Younus - e a todas as ‘aishas’ deste planeta.
"O pai pode consentir em dar a sua filha em
casamento sem a permissão dela, porque ela não tem
escolha, exatamente como Abu Bakr El Sedick [...] fez
com sua filha, Aisha, quando ela estava com seis
anos de idade. Ele a deu em casamento ao profeta
Maomé sem a permissão dela. [Aisha teria dito:] O
mensageiro de Allah tomou-me como sua noiva
quando eu tinha seis anos, e tomou-me como sua
esposa quando eu completei nove anos de idade."
Ibn Hazm
(‘ Al-Muhalla’ [‘ O Adocicado’];
Vol. 6, Parte 9, páginas 458 a 460)
"Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e
não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se
quer e não pode, é impotente: o que é impossível em
Deus. Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo
modo, é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é
invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus. Se
pode e quer, que é a única coisa compatível com Deus,
donde provém então existência dos males? Por que
razão é que não os impede?"
Epicuro de Samos
Maomé (570-632), o profeta
do islamismo e o
representante autorizado do ‘deus’ islâmico na Terra, desposou
a pequena Aisha quando ela mal havia completado 9 aninhos.
Aisha não desfrutou de uma infância completa - brincando de
forma descompromissada e saudável –, como muitas meninas
de seu tempo e cultura, e não conheceu o conceito de juventude.
Aisha foi desposada
por um homem de 54 anos, o profeta
do
Islamismo, quando ainda era uma criança, e sendo este o triste
destino de muitas menininhas em várias partes do mundo até os
nossos dias. Mas com que objetivo? E afinal, como encarar este
casamento? Quais seriam as obrigações maritais de Aisha, uma
19
menina de apenas 9 anos? O que "Allah" – vulgo ‘deus’ -
pretendia ao permitir que o seu mensageiro
levasse um bebê
de 9 aninhos para casa como ‘esposa’?
Algumas pistas colhidas no próprio mundo islâmico, e no
‘pensamento’ islâmico, sugerem que Maomé pretendia passar
a pequena Aisha - e sem piedade. Será? Não é possível que exista
algum consentimento divino neste disparate. Em nossos dias, tal
atrocidade seria considerada exemplarmente como crime
hediondo, a PEDOFILIA – sendo esta uma prática ainda muito
comum em outro reduto religioso, e conforme veremos
adiante.
Mas para aqueles que ainda acumulam dúvidas sobre as
pretensões maometanas, aqui seguem alguns FATOS. O
casamente islâmico "beneficia – exclusivamente [grifo meu] - o
homem" , como retrata Rafiqul Haqq em seu livro ‘ As Mulheres
no Islamismo’:
"O casamento é para o benefício que o homem pode ter da mulher e
não o contrário."
Já o imam Malik prefere dirigir a questão para as genitais:
"O que foi contratado é a mulher, isto é, o benefício derivado
do seu órgão sexual."
Contratado
é particularmente abominável. Outro imam
-
ou homem santo
no islamismo -, Abu Hanifa, afirma que:
"O homem tem o direito de forçar a mulher a gratificá-lo
sexualmente – grifo meu."
E temo pelo destino da pequena Aisha, porque Hanifa
arremete naquele que seria um dos comentários mais hipócritas
de toda a História:
"Mas, ele precisa, do ponto de vista da religião, fazer sexo
com ela para protegê-la de ser moralmente corrompida."
Protegê-la de ser moralmente corrompida
? A pequena
Aisha deve ser protegida de ser "moralmente corrompida"
transando com um barbado de 54 anos – seja ele ‘ profeta’ ou
20
não? Ela deve ser protegida sim, mas sendo mantida à distância
de homens caquéticos, hipócritas, doentios e imundos como
estes?
Al Ghazali, o grande reacionário, o responsável em primeira
instância pelo atraso amargado pelo mundo islâmico após
séculos de prosperidade, nos dá outra pista:
"Alguns homens tem um desejo sexual compulsivo tão grande, que
uma mulher não é suficiente para protegê-los (do adultério)."
Outro cara-de-pau: "protegê-los do adultério" ! Isto dito por
homens supostamente ‘santos’ e relatando a vida de outros
homens santos
– dotados, em sua ‘santidade’, de um "desejo
sexual compulsivo"! Mas Ghazali nos daria um exemplo ainda
mais ‘perfeito’ sobre este "desejo" irrefreável:
"O Profeta costumava PASSAR [ter relações sexuais com] todas as
esposas numa só noite, e naquele tempo ele tinha nove esposas [...]"
E entre elas um bebê de 9 aninhos. E o destino da pequena
Aisha estava selado ou PASSADO - islamicamente falando. E
saltamos 1.500 anos na História, para viver o drama de outra
Aisha; outra vítima da mesma ‘cultura’: o Islamismo – à moda
Taliban.
O cobiçado prêmio do fotojornalismo, o ‘ World Press Photo’,
foi dado à sul-africana Jodi Bieber. Suas lentes sensíveis
captaram uma imagem tristemente chocante, e que seria a capa
da revista Time em 1 de agosto de 2010. A imagem registra o
contraste macabro entre a beleza de uma mulhe r e o sinal
evidente da violência sofrida - e perpetrada quando esta tentava
escapar da fúria de seu algoz [i.e., um marido covarde e
abusivo].
O que poderia ser apenas uma briga de casal em nossa
cultura, redundou em mutilação física, e endossada pela
‘cultura’ à qual esta Aisha, lamentavelmente, também pertencia.
Hoje ela está protegida e têm os seus direitos como ser humano,
assim como o respeito por sua individualidade, garantidos.
Aisha, que teve o nariz e as orelhas cortadas por seu
21
próprio marido, pôde ver o seu rosto emergir feminino,
novamente, pelas mãos hábeis e artísticas de médicos
americanos - o suposto império de satan
.
O destino da afegã Bibi Aisha, de apenas 18 anos, começou a
mudar quando ela foi resgatada por tropas americanas no
Afeganistão. Não bastaram as preces a "allah" , não bastou a
submissão; mas as tropas americanas vieram na forma de
"anjos" – devidamente armados até os dentes -, e Aisha pôde
então escapar de seu calvário, descansar de seu suplício, e
reencontrar a sensação de viver.
David Burnett, da Contact Press, destaca que:
"Esta pode se tornar uma daquelas imagens quando você fala 'sabe
aquela imagem da garota' e você sabe exatamente do que estamos
falando [...]"
Você já viu esta foto? Não demore em busca-la na Internet,
afinal uma imagem pode valer mais do que mil palavras –
embora este livro conte mais de 140.000.
Mas existe um componente ainda mais forte a ser
considerado em toda esta comoção: esta é uma foto cuja estória
podemos facilmente recompor em segundos. Esta é UMA
IMAGEM INEFÁVEL e ao mesmo tempo INDELÉVEL. E mais,
também não serão necessários mais do que alguns segundos
para que estejamos plenamente seguros sobre que tipo de ser
humano poderia haver cometido tamanha atrocidade (?),
membro de que grupo (?), e por que motivos (?). A resposta a
estas três perguntas é a mesma: religioso, religioso, religioso!
Um homem dito religioso integra um grupo dito religioso para
perpetrar atos ditos religiosos. E sei o que está pensando
enquanto termino esta frase: ‘mas esta é outra religião, não a
minha (!)’; ou está pensando que ‘isso não é religião, isso é ódio
(!)’, ou que tal ‘ainda bem que sou cristão, e estamos bem
distantes destas atrocidades (!)’. Não tão rápido ‘cowboy’!
O ‘marido’ [sic] de Aisha executou uma sentença BÍBLICA,
extraída de sua bíblia - esta que está ao lado de sua cama, na
mesinha de cabeceira; e do mesmo tipo de bíblia que
encontramos esperando por nós em hotéis, a palavra de ‘deus’:
22
"E porei contra ti o meu zelo, e usarão de indignação contigo.
Tirar-te-ão o nariz e as orelhas, e o que restar cairá à espada. Eles
tomarão teus filhos e tuas filhas, e o que ficar por último em ti será
consumido pelo fogo. Também te despirão as tuas vestes, e te
tomarão as tuas belas joias. Assim farei cessar em ti a tua
perversidade e a tua prostituição trazida da terra do Egito; e não
levantarás os teus olhos para eles, nem te lembrarás nunca mais
do Egito. Porque assim diz o Senhor DEUS." - Ezequiel [23:25-28]
Este versículo selou o destino de Aisha, e esta pérola inspirou
a sentença de Aisha. Este livro, empunhado por judeus, cristãos
e islâmicos, se chama ‘ Bíblia Sagrada’ – e não ‘Corão’. Muito
embora a bíblia e o corão sejam livros coirmãos, ou melhor, o
corão emula a bíblia - piorando aqui e aliviando ali; mas é
rigorosamente farinha do mesmo saco de insanidades.
E deste ponto em diante, já não escreverei as palavras bíblia,
corão, ‘deus’, religião, iniciando por letras maiúsculas - pois não
merecem o meu respeito. Escreverei sempre o substantivo
comum ‘deus’ entre aspas, posto haverem muitos ‘deuses’, sem
que, no entanto, a simples existência de nenhum deles tenha
sido adequadamente provada; isso enquanto vidas são mutiladas
e exterminadas em seu sórdido nome – como verão.
Pois é este tipo de religião que a bíblia - a sua bíblia -
prescreve. E o comportamento deste monstro, o marido de
Aisha, é o comportamento esperado de um "temente a deus". Se
você mãe não apedreja os seus filhos rebeldes, ou você pai não
exige a submissão de sua mulher – com a vara -, então vocês
não leram as escrituras – e ninguém realmente lê. Mas estão
protegidos pela falácia intelectiva Ad Populum, afinal seguem a
maioria, e Magister Dixit, porque o ‘mestre’ disse; e, portanto,
pertencem ao ‘rebanho’, e possuem um ‘senhor’ – como escravos
- ao qual estão irremediavelmente submetidos. Medo e
submissão cega, este é o tom, e não amor e compaixão. Leiam a
bíblia! Este ‘deus’, o seu ‘deus’, só está descrito na bíblia e no
corão - e em nenhum outro livro.
A presente obra pretende demovê-lo da fantasia alimentada
por todos sobre a ‘bíblia’, sobre ‘deuses’, sobre o Jesus que se
tornou ‘cristo’ – e que doravante também será resumido a um
23
substantivo comum -, e sobre ser religioso; enquanto investiga,
revela, e desvela, a degradante condição da MULHER em tais
livros ditos ‘sagrados’. Por enquanto, só posso antecipar que
‘Jesus
Cristo’
endossa
firmemente
cada
um
destes
aterrorizantes ditames RELIGIOSOS:
"Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-
rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o
céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei,
sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes
mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens,
será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os
cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus." -
Mateus [5:17-19]
Então, Cristo veio cumprir
a lei dos profetas
, e endossa,
pois, na íntegra – sem tirar um jota ou um til
- as palavras
ferinas e ‘ mutilatórias’ de Ezequiel - e sem espaço para a
famigerada falácia da relativização ou contextualização. E sem
espaço para justificações ‘metafóricas’. Se me permitem mais
um aparte: apedrejar filhos rebeldes e mutilar mulheres foi
errado ontem e continuará sendo Ad Eternum.
No contexto histórico em que esta fábula está situada, apesar
do machismo vigente à época, podemos sim afirmar que foi por
meio da religião, e por meio da insanidade de homens
religiosos, que a condição da mulher passou de inferior para
odiosa – In Nomine Dei.
A
Aisha
afegã
teve
o
seu
casamento
arranjado
prematuramente, e decidiu fugir depois de anos a fio sofrendo
maus tratos e abusos perpetrados cotidianamente por seu
marido. Ela relatou que o seu castigo foi aplicado com a devida
aprovação de um ‘comandante’ ou autoridade, pertencente ao
grupo islâmico conhecido macabramente por Taliban - cujas leis
incluem tais punições contra as mulheres, além de mutilações
genitais, seios; conforme prescrito na bíblia e depois no corão.
Taliban e imam serão também escritos de forma substantiva
comum; onde em meu ‘dicionário próprio’ o primeiro termo se
refere ao ‘grêmio religioso composto por homens iletrados,
recalcados, complexado e boçalizados’, e sendo o segundo termo
24
definido como ‘ homens recalcados, inseguros e hipócritas,
idolatrados por homens ainda mais inseguros’; em ambos os
casos, tais termos estão aplicados ao contexto do islamismo. O
substantivo ‘imam’ pode ainda ser considerado sinônimo do
termo cristão ‘santo’. Notem que estou rebaixando o adjetivo
‘santo’ de seu fantasioso altar sagrado para a realidade
substantiva e profana.
Voltando ao drama de Aisha, me alegro em saber que uma
equipe cirúrgica especializada pôde realizar o ‘milagre’ que
‘deus’ não foi capaz de conduzir – e cujo sinistro ele não foi
sequer capaz de evitar, senão o contrário, endossando e
inspirando a mutilação com seus livros sagrados.
Com o apoio da Fundação Grossman Burn, e sob a liderança
segura do próprio médico e filantropo Peter Grossman, o rosto
desta MULHER foi reconstituído, e hoje pode ser encarado sem
sobressaltos – deus não esteve presente na cirurgia.
Aisha teve o rosto recuperado, sua vida reabilitada, e a sua
dignidade reparada – em termos. Livre, enfim. Agora com 19
anos, Bibi, além de um novo rosto e uma nova oportunidade,
recebeu o prêmio ‘ Enduring Heart Award’ - também concedido
pela Grossman Burn Foundation. Curiosamente, este foi.
"[...] o primeiro destes prêmios, dado a uma mulher, e nos mostra o
que significa ter amor e um coração forte."
Por que mais mulheres não receberam este prêmio? O que há
de errado com os seus ‘corações fortes’? Ou, o que há de errado
com a vaidade insegura e caprichosa masculina? Peço perdão
pela generalização retórica. Mas por que ‘corações’, se
pensamos, sentimos, somos, e vivemos por meio de nossos
CÉREBROS? Toda esta falácia ou erro conceitual nos tem
conduzido a severos mal-entendidos; e mal-entendidos em série
conduzem a catástrofes – como veremos; e por isso a objeção.
Mais à frente entenderão esta sutil indignação, e lembrar-se-
ão deste obséquio quando conferirem os constructos
aristotélicos e suas heranças nocivas e ‘misóginas’. Por
enquanto, recomendo a nobre, porquanto humilde, disposição
25
conhecida nos círculos filosóficos por ‘epoché’ - ou SUSPENSÃO
DO JUÍZO. Vai valer a pena!
Outra referência na luta contra a condição da mulher no
mundo islâmico é Malala. Em Outubro de 2012 a paquistanesa
Malala Yousafzai foi baleada na cabeça dentro de um ônibus
escolar. A garota foi jurada de morte pelos covardes talibans
quando passou a lutar pelo direito das mulheres à educação.
Deixada à mingua por ‘ allah’, Malala foi salva pela ciência
médica, sendo a mais jovem vencedora na história do prêmio
‘ Sakharov de Liberdade de Expressão’. Ela também foi a mais
jovem candidata da História ao Nobel da Paz.
Nas palavras de Martin Schulz, membro do Parlamento
Europeu:
"Malala tem coragem de levantar a voz pelos direitos das mulheres
e, além disso, encorajar as pessoas a seguirem seu exemplo, apesar
de viver em mundo dominado pelos homens."
Malala, no entanto, continua na mira dos barbados
complexados talibans; e vive sob a proteção do governo inglês
em Birmingham.
"Os talibans tomarão Malala como alvo, não importa se estiver nos
Estados Unidos ou Reino Unido." - Shahidullah Shahid (porta-voz
taliban no Paquistão)
Com o perdão de minha zelosa editora e amiga, a sábia
moderadora de minha consciência, mas estes são uns
COVARDES, ASSASSINOS. POBRES ‘DIABOS’! Assim, em
letras garrafais.
Mas por que deveríamos nos preocupar com as atrocidades
bíblicas, com o corão, com a Aisha de nove aninhos, e com
Maomé - seu ‘esposo’? Isso foi há tanto tempo! Devemos nos
preocupar com tais barbaridades porque tudo isso está bem vivo
em nossos dias. Por que ainda existe uma ‘aisha’ que sofre por
conta de tais preceitos ditos ‘divinos’ [sic] no terceiro milênio –
hoje, aqui e agora. E um homem que se diz esposo e religioso é
capaz de atacar, espancar, torturar, abusar, mutilar e deformar
26
UMA MULHER INDEFESA - e que acredita que deve suportar
tais crimes por merecê-los, e conforme reza a sua crença. Por
que existem muitas mulheres como Aisha pelo mundo afora –
HOJE, AGORA. Por que existem muitas mulheres que sofrem
com o machismo e a misoginia, submetidas e espancadas por
homens covardes, que sustentam sua ira com preceitos bíblicos e
corânicos, e seus efeitos ideológicos colaterais e decorrentes; E
POR QUE DEUS PARECE NÃO SE IMPORTAR.
"Puxe a esposa pela orelha, bata nela com a mão ou com uma
vara."
Este é um dos conselhos de um livro publicado no Canadá,
intitulado: ‘ A Gift For Muslim Couple’ [‘ Um Presente para o
Casal Muçulmano’]. O livro chocou a opinião pública livre e
decente de todo o mundo, ao revelar instruções islâmicas para
os ‘maridões’ e fiéis seguidores de ‘allah’. Esta pérola da sandice
humana tem 160 páginas, e foram ‘sentenciadas’ pelo
acadêmico muçulmano
– termo que resume uma contradição
em si - Maulavi Ashraf Ali Thanvi. Uma obra que, segundo o
autor, é "dedicada aos recém-casados" – pombinhos -
"muçulmanos".
"[...] pode ser necessário força ou até mesmo ameaças para contê-
la. [e continua] O marido deve tratar a esposa com bondade e
amor, ATÉ mesmo quando ela tende a ser estúpida e lenta. [Dos
direitos do marido:] a esposa não pode sair de casa sem sua
permissão. [Ela deve ainda] satisfazer seus desejos [...] e deve
embelezar -se para ele."
Estas práticas odiosas e opressivas resumem o caminho mais
fácil encontrado por esquisitões enrustidos para submeter
mulheres a um casamento; sendo que, tais escroques, covardes,
obtusos, jamais seriam capazes de encontrar uma companheira
por mútuo consentimento - senão pela RELIGIÃO.
E tais ‘preceitos’, afirma o autor, vem diretamente do corão
:
"Os homens são superiores às mulheres porque Allah outorgou-lhes
a primazia sobre elas. Portanto, dai aos varões o dobro do que dai
às mulheres. Os maridos que sofrerem desobediência de suas
mulheres podem castigá-las; deixá-las sós em seus leitos, e até
27
bater nelas. Não se legou ao homem maior calamidade que a
mulher."
O mesmo fenômeno ocorre no mundo evangélico, e
reconheço aqui uma certa ‘generalização muito ampla’ em meu
argumento; mas sinto-me suportado a fazê-lo por conta da
experiência direta com inúmeros casais que se conheceram no
‘culto’.
O "manual islâmico" dá instruções inclusive para escamotear
surras e agressões – afinal, não basta colocar um gelinho -; e
recomendações para "não bater excessivamente na esposa",
afinal, isso deixaria provas do CRIME.
Embora este livro tenha suscitado hordas de indignação,
encontra-se disponível para compra em lojas virtuais
muçulmanas – e sem maiores consequências, em nome da dita
‘liberdade de expressão’. Isso não é ‘liberdade de expressão’,
isso é liberdade de opressão. E o seu direito termina
imediatamente antes do meu nariz.
E ninguém tem direito de posse sobre minguém. Mesmo
quando estabelecemos o direito de custódia de um adulto sobre
um ‘menor’ - até que, com a maioridade, sobrevenham os
Direitos Individuais -, não cessam as demais prerrogativas
legais, os Direitos Humanos, o Estatuto da Criança e do
Adolescente, etc. - nunca. Se vivos, temos direitos iguais, e
somos todos humanos!
Mas por que judeus e cristãos deveriam desaprovar esta ode à
incivilidade, e este ódio à mulher? Afinal, a bíblia faz muito pior
do que isso, e recomenda incessantemente a morte de mulheres,
crianças, e homens, por motivo torpe; isso apenas por trabalhar
no sábado, apostasia, heresia, blasfêmia, ou apenas por
intolerância religiosa. A mulher como espólio de guerra, o velho
pretexto para arrebanhar escravas virgens, uma das maiores
glórias bíblicas. O ‘deus’ bíblico – por exemplo - "despedaça 42
crianças" por zombarem de um homem, "escolhido e apoderado
por deus", chamando-o de CARECA:
"Então subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns meninos
saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo;
28
sobe, calvo! E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou no
nome do Senhor; então duas ursas saíram do bosque, e
despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos." - II Reis [2:23-
24]
Esta é a refutação cabal do famigerado e falacioso conceito da
justiça divina
. A ‘bíblia sagrada’ anuncia em seu Apocalipse
particular o assassínio confesso de toda a humanidade, e com
requintes de crueldade inimagináveis. Este, senhores, foi o
primeiro livro da História a ser publicado – com a invenção de
Gutenberg -, e continua sendo editado e vendido ‘livremente’ até
hoje. John Foxe (1517 – 1587) escreveria:
Deus abrira a máquina de impressão para pregar!
Vale notar, no entanto, que, em suas primeiras ‘edições’,
‘bíblias e tradutores foram parar na enorme fogueira acesa pela
própria igreja católica para conter a onda de popularização da
leitura bíblica. A bíblia estava na fogueira acesa pela própria
igreja.
Ressalto ainda que: chamar a bíblia de manual à morte não é
ofensa, mas mera descrição – conforme ficará bem claro ao
longo deste livro.
"Quê mal há em incitar a rejeição de uma religião? Se as atividades
e ações desta religião são tão intoleráveis, irracionais e abusivas
aos Direitos Humanos, que merecem ser totalmente rejeitadas." -
Rowan Atkison (‘Mr. Bean’)
Mr. Bean está falando sério, e apenas desta vez.
Espancar a esposa como "instrução matrimonial" é uma
prática comum e generalizada no mundo islâmico. A hipocrisia
islâmica reinante, evidentemente, tratará de negar, mas a
verdade está endereçada, e a verdade é esta. A escalada deste
tipo de violência contra mulheres muçulmanas pode ter recuado,
mas os números ainda são alarmantes: quase mil mulheres,
somente no Paquistão, entre adolescentes e adultas, foram
assassinadas no ano passado em nome da honra
. No entanto,
não existem dados oficiais deste ou de outros países, porque tais
crimes - In Nomine Allah - são devidamente acobertados pelas
29
próprias autoridades teocráticas, e que obviamente apoiam a
prática descrita em suas leis divinas.
Dependemos do trabalho e dos relatórios apresentados por
‘ ONGs’ que operam nestes países para destapar o montante de
crimes cometidos contra a mulher. As esposas que escapam de
serem assassinadas por seus enfurecidos e doentios maridos
podem terminar banhadas em ácido, pela desobediência em
matérias como: "aprender a ler e escrever". Este foi o caso da
paquistanesa Fakhra Younus, que se suicidou recentemente com
a idade de 33 anos, depois de viver 12 anos cega de um dos
olhos, além de surda e com vários outros problemas físicos -
resultado de um banho de ácido ‘preparado’ pelo ‘maridão’. Só
em 2011 mais de 8 mil ataques com ácido foram praticados
contra mulheres no Paquistão. A simples recusa em casar-se
com um islâmico pode redundar em uma ‘chuva de ácido’.
Mas, não é só nos ‘antros islâmicos’ que as mulheres são
covardemente atacadas por ‘islâmicos’; na Inglaterra, mais de
mil meninas, algumas com idades girando em torno dos 10
aninhos – i.e., ‘ no ponto’, segundo Maomé -, já foram
submetidas à mutilação genital, onde os órgãos sexuais externos
são removidos a fim de impedir que mais tarde as moças
venham a sentir ‘prazer’. Tais atrocidades ocorrem mesmo
dentro do casamento; de acordo com seus opressores e
praticantes, a mutilação serve como "prova da pureza e
lealdade" desta mulher. Líderes islâmicos na Inglaterra já foram
flagrados defendendo publicamente tal pratica hedionda.
Em
sua
obra-prima,
‘Tábula
Rasa:
a
negação
contemporânea da natureza humana’ (2002), o consagrado
psicólogo Steven Pinker cita uma correspondência pessoal do
antropólogo Donald Symons, e que captura muito bem o
problema do dito ‘relativismo cultural’:
"Se apenas uma pessoa no mundo segurasse uma menina
aterrorizada, esperneando e gritando, e cortasse-lhe os genitais
com uma lâmina séptica, e costurasse o corte deixando apenas um
minúsculo orifício para a passagem de urina e fluxo menstrual; a
única questão seria com que severidade essa pessoa teria de ser
punida e se a pena de morte seria uma sanção suficientemente
severa. Mas quando milhões de pessoas fazem isso, ao invés
30
entendermos a atrocidade como ampliada milhões de vezes, ela
subitamente se torna parte da ‘cultura’, e assim, por mágica, a
prática torna-se menos horrível, ao invés de mais, e chega até
mesmo a ser defendida por alguns ‘pensadores morais’ ocidentais,
incluindo feministas."
E esta é a pura verdade. Quando um homem comete um
crime temos um delito, mas quando milhões endossam e
repetem o mesmo crime, então temos uma ‘cultura’ – uma
prática ‘cultural’, ou uma ‘religião predominante’. O filosofo
Sam Harris, que também cita esta pérola [sic] em sem
maravilhoso livro ‘ A Paisagem Moral – Como a ciência pode
determinar os valores humanos’ (2013), arremata:
"São precisamente esses casos de equívoco adquirido (ou
‘psicopatia adquirida’, somos tentados a dizer) que apoiam a
alegação de que uma moralidade universal demanda o apoio de
uma religião estabelecida. A distinção categórica entre fatos e
valores abriu um poço sem fundo debaixo do liberalismo secular –
levando ao relativismo moral e às profundezas masoquistas do
discurso politicamente correto."
Não estou dizendo apenas que ‘existe um caminho
alternativo à religião’, estou afirmando que a religião é
inteiramente e completamente IMORAL, AMORAL, MORTAL e
PREJUDICIAL. Estou dizendo que a religião subsiste apenas
como um pálido reflexo em meio à sociedade libertária; mas
estou dizendo também que este pálido reflexo ainda é suficiente
para muito prejuízo, para julgamentos errôneos, tendenciosos, e
muita confusão. O problema não reside apenas em estar no
caminho errado, e de ainda desconhecer que a religião é o
caminho errado, mas sobretudo porque deixamos de caminhar
na direção certa - HUMANA, troppo umana.
Na
Inglaterra,
gangues
de
estupradores
—
predominantemente muçulmanos — aliciam meninas muito
novas, geralmente de "sangue inglês", para se tornarem
"escravas sexuais" – In Nomine Allah. A crise alcançou
proporções epidêmicas. De acordo com a Secretaria dos Direitos
do Menor na Inglaterra, cerca de 10 mil "meninas brancas",
menores de idade, vivem nesta condição assustadora (Fontes:
Daily Mirror, Toronto Sun).
31
Não podemos nos esquecer de Benazir Bhutto (1953-2007),
advogada e política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra
de seu país, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo
de chefe de governo em um Estado muçulmano ‘moderno’ –
pero no mucho.
E qual o seu destino? Benazir foi assassinada, em 27 de
dezembro de 2007, em um atentado suicida em Rawalpindi
(cidade próxima a Islamabad – e que tive a ousadia de visitar em
duas oportunidades), quando retornava de um comício no
Parque ‘Liaquat Bagh’ – nome que homenageia o primeiro-
ministro paquistanês Liaquat Ali Khan, também assassinado no
mesmo local em 1951.
O ataque ocorreu enquanto o carro de Benazir trafegava
seguido por simpatizantes; ela acenava para a multidão pelo teto
solar do veículo quando foi alvejada no pescoço e no peito por
um terrorista suicida, que, em seguida, cumpriu o seu destino
execrável explodindo a si mesmo e provocando a morte de cerca
de 20 pessoas, além de centenas de feridos. Adivinhem quem
assumiu a autoria do atentando? E quais os motivos? Religião,
machismo, misoginia, poder - EM NOME DE ALLAH. A Al-
Qaeda afegã reivindicou a responsabilidade por mais esta
atrocidade – e o mundo andou em marcha ré mais uma vez.
Benazir, certa feita, disse:
"Eu vejo o Islam comprometido com a tolerância, a igualdade, e
com os princípios da democracia."
Trata-se de uma contradição em si: ‘submissão’ e
democracia são princípios mutuamente exclusivos. Para
Benazir a falta deste entendimento lhe custou à vida. E o ‘corão’,
o livro sagrado do Islam, explica por quê:
"O homem, mas não a mulher, é feito à imagem de Deus. Daí
resulta claramente que as mulheres devem estar submetidas a seus
maridos e devem ser como escravas."
Nada democrático.
32
E não podemos nos esquecer também de Ayaan Hirsi Ali.
Ayaan nasceu na Somália, e aos 5 anos - juntamente com a sua
irmãzinha de 4 anos -, sofreu a infibulação do clitóris em uma
cerimônia organizada pela própria avó. A infibulação, também
conhecida por ‘excisão faraônica’, é considerada a pior de todas
as práticas de mutilação; após a amputação do clitóris e dos
pequenos lábios, os