Design para a sustentabilidade ambiental: O design do ciclo de vida dos produtos
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Sobre este e-book
O livro é dividido em três partes. A primeira define o esboço e os cenários do desenvolvimento sustentável e traça a evolução da sustentabilidade na pesquisa e na prática do design; a segunda aborda em profundidade as estratégias utilizadas para projetar e desenvolver produtos ambientalmente sustentáveis e explica os modelos para projetar produtos com baixo impacto ambiental; e a terceira apresenta o impacto ambiental dos produtos e os métodos para avaliá-lo, com foco específico na Avaliação do Ciclo de Vida e com as ferramentas que foram desenvolvidas para apoiar o design de produtos para a sustentabilidade ambiental. Esta é uma leitura essencial para estudantes, designers e projetistas com interesse em processos de desenvolvimento de produtos.
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Design para a sustentabilidade ambiental - Carlo Vezzoli
Design para a sustentabilidade ambiental: o design do ciclo de vida dos produtos
CONSELHO EDITORIAL
André Luiz V. da Costa e Silva
Cecilia Consolo
Dijon De Moraes
Jarbas Vargas Nascimento
Luís Augusto Barbosa Cortez
Marco Aurélio Cremasco
Rogerio Lerner
Design para a sustentabilidade ambiental: o design do ciclo de vida dos produtos
Carlo Vezzoli
Tradução
Marcelo Ambrósio
Título original: Design for Environmental Sustainability: Life Cycle Design of Products
Design para a sustentabilidade ambiental: o design do ciclo de vida dos produtos
1st edition: © 2008 Springer-Verlag London Limited
2nd edition: © 2018 Springer-Verlag London Ltd., part of Springer Nature
© 2023 Carlo Vezzoli
Editora Edgard Blücher Ltda.
Publisher Edgard Blücher
Editores Eduardo Blücher e Jonatas Eliakim
Coordenação editorial Andressa Lira
Produção editorial Ariana Corrêa
Preparação de texto Danilo Villa
Diagramação Guilherme Henrique
Revisão de texto Maurício Katayama
Capa Leandro Cunha
Imagem da capa Cadeira Mirra, © Hermann Miller, Inc.
À Giada e Viola
Prefácio e Agradecimentos
Este livro é baseado em mais de vinte anos de trabalho, pesquisa e atividades didáticas do LeNSlab Polimi Design e Inovação para a Sustentabilidade (DIS) do Departamento de Design da universidade Politécnico de Milão. Este livro nasceu e cresceu graças ao intercâmbio com muitos professores e designers pertencentes à rede LeNS (Learning Network on Sustainability, www.lens-international.org), que reúne centenas de universidades em todo o mundo, com o objetivo de difundir o design para a sustentabilidade na didática, em empresas e em estudos de design.
Tudo começou em meados dos anos 1990 com o encontro e a pesquisa feita com Ezio Manzini, um pioneiro do design para a sustentabilidade na Itália e no mundo. Ao longo dos anos, uma preciosa contribuição veio de muitas pessoas que colaboraram dentro das instituições de pesquisa já mencionadas. Em particular, gostaria de agradecer a Lucia Orbetegli, Carlo Proserpio, Sara Cortesi, Fabrizio Ceschin, Elisa Bacchetti, Emanuela Delfino, Fiammetta Costa e Lorenzo Lucchini.
Um agradecimento especial vai para Maria Cecilia Loschiavo dos Santos e Dijon De Moraes que apresentaram este livro à comunidade científica brasileira; a Aguinaldo dos Santos, que trabalha arduamente para difundir o design para a sustentabilidade como coordenador da LeNS Brasil; bem como para Marcelo Ambrosio, pela cuidadosa pela cuidadosa revisão técnica da edição inglesa deste livro.
Esta obra foi criada para todos aqueles que desejam enriquecer sua cultura e seu know-how em design, e para aqueles que gostariam de projetar produtos com um baixo impacto ambiental. Assim, este livro é dirigido tanto a estudantes de design quanto a profissionais independentes de design, que trabalham para um estúdio ou uma empresa.
Este texto foi escrito e organizado tanto para fornecer uma estrutura geral e articulada da disciplina quanto como uma ferramenta de apoio para a prática do design. Além dos argumentos gerais, as possíveis estratégias e as várias linhas guias e opções de design são destacadas e estruturadas em tópicos. Consequentemente, o texto é acompanhado por uma rica seleção de estudos de caso sobre produtos com baixo impacto ambiental.
Estes estudos de caso foram escolhidos com dois objetivos: tornar as opções de design claras e elucidar sua especificidade em relação aos diferentes tipos de produtos. Para tornar o segundo objetivo ainda mais claro, também visualmente, os estudos de caso são apresentados em caixas de texto destacadas.
Milão, Itália
Carlo Vezzoli
Sobre o Autor
Carlo Vezzoli é professor titular de Design na universidade Politécnico de Milão, e dentro dessa instituição, há mais de vinte anos, pesquisa e ensina sobre design para a sustentabilidade. Atualmente, ministra os cursos de Design de Produto para Sustentabilidade Ambiental e Design de Sistema para Sustentabilidade. É chefe do grupo de pesquisa Design e Inovação de Sistema para Sustentabilidade (DIS) e do laboratório de pesquisa LeNS_Lab Polimi. Já ministrou cursos e palestras no mundo inteiro (fora da Itália) em universidades da África (Botsuana, Quênia, África do Sul e Uganda), Ásia (China, Índia, Japão e Tailândia), Américas (Brasil, Colômbia e México) e Europa (Estônia, Finlândia, França, Noruega, Holanda e Reino Unido).
Apresentou-se em congressos internacionais na Europa (Áustria, Bélgica, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Irlanda, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça, Holanda e Reino Unido), nas Américas (Argentina, Brasil, Colômbia, México e Estados Unidos), África (África do Sul, Uganda) e Ásia (Índia e China).
Desde 2007, é fundador da Learning Network on Sustainability, que é uma rede mundial multipolar com mais de 150 universidades de design cobrindo todos os continentes, com o objetivo de difundir o design para a sustentabilidade a partir de um éthos aberto. Coordenou um projeto de três anos financiado pela UE LeNSin (programa Erasmus+), envolvendo 36 universidades como parceiras do México, Brasil, África do Sul, Índia, China, Reino Unido, Holanda, Finlândia e Itália.
Em 2021, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Paraná. Além disso, escreveu vários livros publicados em inglês, italiano, espanhol, português e chinês.
Conteúdo
Prefácio e Agradecimentos
Sobre o Autor
Introdução
Parte I - Quadro de Referências
Capítulo 1. Sustentabilidade e descontinuidade
1.1 Desenvolvimento sustentável
1.1.1 Introdução do conceito na agenda internacional
1.2 Dimensões de sustentabilidade
1.2.1 A dimensão ambiental
1.2.2 A dimensão socioética
1.2.3 A dimensão econômica
1.3 Sustentabilidade: um apelo à mudança radical
1.3.1 A magnitude da mudança
1.3.2 A qualidade da mudança
1.4 Os caminhos para a sustentabilidade
1.4.1 Contextos industrializados, de média e baixa renda
1.4.2 A agenda europeia para a sustentabilidade
Conservação do meio ambiente
Equidade e coesão social
Prosperidade econômica
Cumprimento das Responsabilidades Internacionais
Capítulo 2. Evolução da sustentabilidade na pesquisa e na prática em design
2.1 Evolução da sustentabilidade no design
2.2 Seleção de recursos de baixo impacto
2.3 Design para o Ciclo de Vida de Produtos
2.4 Design de sistema produto-serviço para a ecoeficiência
2.5 Design para equidade e coesão social
2.6 Estética para a sustentabilidade
2.7 Estado da arte
Parte II - Design para a Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 3. Design para o Ciclo de Vida
3.1 Introdução
3.2 Requisitos ambientais dos produtos industriais
3.3 O sistema do ciclo de vida do produto
3.3.1 Pré-produção
3.3.2 Produção
3.3.3 Distribuição
3.3.4 Uso
3.3.5 Descarte
3.3.6 Ciclos de vida adicionais
3.4 Abordagem (unidade) funcional
3.5 Design para o Ciclo de Vida
3.5.1 Objetivos do Design para o Ciclo de Vida
3.6 Implicações para uma abordagem de Design para o Ciclo de Vida
3.6.1 A abordagem do projeto
3.7 Estratégias do Design para o Ciclo de Vida
3.7.1 Prioridades entre diferentes estratégias
3.8 Estado da arte do Design para o Ciclo de Vida
Capítulo 4. Minimização do consumo de material
4.1 Introdução
4.2 Minimizar o conteúdo de material de um produto
4.3 Minimizar sobras e descartes
4.4 Minimizar ou evitar a embalagem
4.5 Minimizar o consumo de material durante o uso
4.6 Adotar sistemas flexíveis de consumo de material (durante o uso)
4.7 Minimizar o consumo de material no desenvolvimento do produto
Capítulo 5. Minimização do consumo de energia
5.1 Introdução
5.2 Minimização do consumo de energia durante a pré-produção e produção
5.3 Minimização do consumo de energia durante o transporte e o armazenamento
5.4 Selecionar os sistemas de consumo de energia mais eficientes durante o uso
5.5 Adotar um sistema de consumo variável de energia para acompanhar as flutuações da demanda
5.6 Minimização do consumo de energia durante o desenvolvimento do produto
Capítulo 6. Minimização da toxicidade e nocividade dos recursos
6.1 Introdução
6.2 Seleção de materiais não tóxicos e inofensivos
6.3 Selecionar recursos energéticos não tóxicos e não prejudiciais
Capítulo 7. Otimização da renovação e da biocompatibilidade dos recursos
7.1 Introdução
7.2 Seleção de materiais renováveis e biocompatíveis
7.3 Seleção de recursos energéticos renováveis e biocompatíveis
Capítulo 8. Otimização da vida útil do produto
8.1 Vida útil
8.2 Por que projetar considerando a durabilidade dos produtos
8.3 Projetar produtos para a intensificação do uso
8.4 A dimensão social e econômica da mudança
8.5 Serviços do ciclo de vida
8.6 Diretrizes
8.7 Projetar durabilidade apropriada
8.8 Projetar para a confiabilidade
8.9 Facilitar a atualização e a adaptabilidade
8.10 Facilitar a manutenção
8.11 Facilitar o reparo
8.12 Facilitar a reutilização
8.13 Facilitando a remanufatura
8.14 Intensificar o uso
Capítulo 9. Estendendo a vida útil dos materiais
9.1 Introdução
9.2 Diretrizes
9.3 Adotar a reciclagem em efeito cascata
9.4 Escolher materiais com tecnologias de reciclagem eficiente
9.5 Facilitar a coleta e o transporte após o uso
9.6 Identificar os materiais
9.7 Minimizar o número de materiais incompatíveis entre si
9.8 Facilitar a limpeza
9.9 Facilitar a compostagem
9.10 Facilitar a incineração
Capítulo 10. Facilitando a desmontagem
10.1 Introdução
10.2 Diretrizes
10.3 Minimizar e facilitar as operações de desmontagem e separação
10.4 Usar sistemas com junções reversíveis
10.5 Usar sistemas de união permanente que possam ser facilmente abertos
10.6 Prever tecnologias e formas específicas para a trituração
10.7 Utilizar materiais facilmente separáveis quando triturados
10.8 Utilizar peças adicionais que possam ser facilmente separadas após a trituração dos materiais
Capítulo 11. Restrições e oportunidades para uma abordagem de Life Cycle Design
11.1 Restrições econômicas no sistema tradicional de oferta e demanda de produtos
11.2 Sistemas de produtos-serviços ecoeficientes: novos modelos de negócios que favorecem a introdução da abordagem LCD do produto
11.3 Tipos de sistemas de produto-serviço ecoeficientes
11.3.1 Sistemas de produto-serviço ecoeficientes orientados para o produto: serviços que proporcionam valor agregado para o ciclo de vida do produto
11.3.2 Sistemas de produto-serviço ecoeficientes orientados para o resultado: serviços que fornecem resultados finais para o cliente
11.3.3 Sistemas de produtos e serviços ecoeficientes orientados para o uso: serviços que fornecem plataformas habilitantes
para o cliente
11.4 Projeto de sistema produto-serviço para ecoeficiência
Parte III - Métodos e instrumentos para o projeto e a análise ambientalmente sustentável
Capítulo 12. Complexidade ambiental e atividade projetual
12.1 Introdução
12.2 Métodos e ferramentas de apoio para projetos ambientalmente sustentáveis
Capítulo 13. Estimar o impacto ambiental dos produtos: Avaliação do Ciclo de Vida
13.1 O impacto ambiental do nosso sistema de consumo-produção
13.1.1 Exaustão dos recursos naturais
13.1.2 Aquecimento global
13.1.3 Esgotamento da camada de ozônio
13.1.4 Smog
13.1.4.1 O smog de verão
13.1.4.2 O smog de inverno
13.1.5 Acidificação
13.1.6 Eutrofização
13.1.7 Poluição tóxica do ar, do solo e da água
13.1.8 Resíduos
13.1.9 Outros efeitos
13.2 Métodos quantitativos para estimar e analisar o impacto ambiental de produtos
13.3 Avaliação do Ciclo de Vida (LCA)
13.4 LCA e design: importância e limitações
13.5 Outros métodos quantitativos para avaliação de impacto ambiental
Capítulo 14. Ferramentas ambientalmente sustentáveis orientadas para o projeto
14.1 Introdução
14.2 Ferramentas de avaliação de impacto ambiental
14.2.1 Ferramentas de avaliação ambiental quantitativa
14.2.2 Ferramentas para a LCA completa
14.2.3 Ferramentas para a LCA simplificada
14.2.4 Ferramentas de avaliação ambiental qualitativa
14.3 Ferramentas de orientação para a geração de soluções ambientalmente sustentáveis
14.3.1 Ferramentas dedicadas para desempenhos ambientais específicos
14.3.2 Ferramentas LCD do produto
14.3.3 Ferramentas específicas para produtos e empresas
Capítulo 15. O método MPDS
15.1 Introdução ao método MPDS
15.2 MPDS na Análise Estratégica do Produto (e briefing)
15.2.1 Avaliação do impacto ambiental do produto-padrão existente
15.2.1.1 LCA de um produto-padrão existente
15.2.1.2 Avaliação qualitativa do impacto ambiental de um produto-padrão existente
15.2.2 Definição das prioridades de projeto ambiental
15.2.3 Visualização sintética das prioridades de design ambiental
15.3 MPDS no projeto conceitual
15.3.1 Geração de ideias sustentáveis
15.3.1.1 Workshop focado na geração de ideias de produtos ambientalmente sustentáveis
15.3.1.2 Reelaboração de ideias ambientalmente sustentáveis
15.3.2 Verificação de sustentabilidade do(s) conceito(s)
15.3.2.1 Representação das características ambientais do conceito
15.3.2.2 Verificação das melhorias ambientais do conceito (em relação ao produto-padrão existente)
15.3.2.3 Visualização das potenciais melhorias estratégicas ambientais
15.4 MPDS em projeto (e engenharia) de produto
15.4.1 Seleção dos processos e detalhamento de projeto de menor impacto ambiental
15.5 MPDS em comunicação
15.5.1 Avaliação dos impactos ambientais em comparação com o produto-padrão existente para fins de comunicação
15.5.1.1 Comparação da LCA com o produto-padrão existente para comunicação
15.5.1.2 Avaliação da busca de estratégias de LCD
15.5.2 Elaboração do documento de qualidade ambiental do produto
15.6 Ferramentas MPDS
15.6.1 Formulário ESPI – Indicadores de Prioridade Estratégica Ambiental (ICS)
15.6.2 Checklist de avaliação do impacto ambiental de produto existente (ICS)
15.6.3 Placas de ecoideias com diretrizes e exemplos (ICS)
15.6.4 Lista de verificação da avaliação da busca de estratégias de LCD (ICS)
15.6.5 Radar multiestratégia (ICS)
15.6.6 Diagrama explodido do ciclo de vida
15.7 Exemplo de aplicação do método e ferramentas MPDS
15.7.1 Avaliação do Ciclo de Vida de um produto-padrão existente
15.7.2 Identificação e visualização sintética das prioridades estratégicas ambientais
15.7.3 Geração de ideias com foco na sustentabilidade ambiental
15.7.4 Verificação da sustentabilidade do projeto conceitual
15.7.5 Seleção dos processos de menor impacto ambiental e detalhes do projeto
15.8 Aplicação do método a diferentes contextos de projeto
Apêndice A. Critérios e diretrizes de projeto
A.1 Minimização do consumo de materiais
A.2 Minimização do consumo de energia
A.3 Minimização da toxicidade e nocividade dos recursos
A.4 Otimização da renovação de recursos e biocompatibilidade
A.5 Otimização do ciclo de vida do produto
A.6 Prolongamento da vida útil dos materiais
A.7 Facilitando a desmontagem
Apêndice B. Diagramas de impactos ambientais
Referências
Landmarks
Página Inicial
Contribuidores
Dedicatória
Prefácio
Introdução
Bibliografia
Notas de rodapé
Outros créditos
Página Inicial
Outros créditos
Parte
Capítulo
Capítulo
Parte
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Capítulo
Parte
Capítulo
Capítulo
Conclusão
Capítulo
Apêndice
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Notas de rodapé
Introdução
Atualmente é extremamente claro que os sistemas existentes de produção e consumo de bens e serviços excederam a capacidade da biosfera e da geosfera de absorver - sem danos irreversíveis - as transformações ocasionadas. A frágil saúde de nosso planeta e as previsões não tão otimistas em termos de disponibilidade de recursos e poluição do ar, água ou solo estão nos indicando que não é mais possível perseverar no uso e abuso da natureza.
No entanto, a sustentabilidade ambiental não é uma questão amplamente conhecida ou aceita, nem produz a dimensão da mudança que este modelo de desenvolvimento exige. Muitos estudos afirmam que estamos cada vez mais próximos de um colapso, ou seja, da condição em que não poderemos levar o sistema de volta ao equilíbrio que garantiu a todos os habitantes de nossa Terra uma vida sustentável.
Uma mudança radical é necessária, uma mudança que requer uma descontinuidade sistêmica. E essa mudança deve começar agora. É uma questão de anos, não mais de décadas. Olhar para as coisas por meio das lentes da sustentabilidade implica questionar todo o modelo de desenvolvimento atual.
A consciência ambiental e suas atividades derivadas têm seguido um caminho a montante: desde o tratamento da poluição (políticas de fim de ciclo que dependem da neutralização a jusante dos efeitos ambientais negativos criados pelos produtos industriais) até a intervenção sobre os processos de produção que causam poluição (a questão das tecnologias limpas), para redesenhar os produtos e/ou serviços que criam esses processos poluentes (a questão dos produtos de baixo impacto). Finalmente, a consciência ecológica trouxe a discussão e a reorientação do comportamento social, ou seja, a demanda por produtos e serviços que, em última instância, motivam a existência desses processos e produtos (a questão do consumo sustentável). Este caminho revela que é importante não apenas reparar os danos decorrentes dos processos de produção e consumo, mas também (e acima de tudo) intervir prontamente na prevenção. A rota empreendida também nos diz que é necessário modificar o processo de design e mostra como a importância do design em si tem crescido ao longo dos anos. Na verdade, o projeto parece estar assumindo uma responsabilidade cada vez maior, o que requer novos conhecimentos e ferramentas.
A realidade que estamos enfrentando exige uma demanda crescente de designers capazes de projetar produtos com um baixo impacto ambiental como principal característica. Este livro é também uma resposta a essa solicitação de conhecimento e know-how em design que implica uma redução do impacto ambiental dos produtos; em outras palavras, dar origem ao design para a sustentabilidade ambiental.
A primeira parte do livro apresenta e define os contornos e cenários do desenvolvimento sustentável e, dentro dessa estrutura, traça a evolução da sustentabilidade na pesquisa e na prática do projeto.
A segunda parte trata em profundidade da abordagem e estratégias utilizadas para projetar e desenvolver produtos ambientalmente sustentáveis. Em particular, esta seção explica a abordagem de Design para o Ciclo de Vida, e as estratégias e diretrizes para integrar as exigências ambientais nas fases de desenvolvimento. Além disso, também são explicados os modelos de oferta nos quais se torna muito interessante – sob um perfil econômico e competitivo – projetar produtos com um baixo impacto ambiental.
A terceira parte apresenta os impactos ambientais dos produtos, e as ferramentas e metodologias que podem ser usadas para avaliá-los, com um foco específico na metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida. As ferramentas que foram desenvolvidas para apoiar o projeto de produtos para a sustentabilidade ambiental são descritas. Finalmente, encontramos uma descrição do Método de Design de Produto para Sustentabilidade Ambiental (MPDS), e as ferramentas que o LeNSlab Polimi DIS (Design and system Innovation for Sustainability, Design Department, Politecnico di Milano) adota ao oferecer consultoria a empresas com o objetivo de pavimentar seu caminho para o desenvolvimento de habilidades e ferramentas relacionadas ao design de produtos ambientalmente sustentáveis.
No anexo, as estratégias e diretrizes de projeto são propostas de forma sintética, juntamente com um conjunto de tabelas de avaliação de impacto ambiental.
Parte I
Quadro de Referências
Capítulo 1. Sustentabilidade e descontinuidade
1.1 Desenvolvimento sustentável
Nos últimos anos, os conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade ambiental entraram na agenda política internacional. Entendemos esses conceitos como as condições sistêmicas segundo as quais, em nível regional e global, o desenvolvimento social e produtivo ocorre:
dentro dos limites da resiliência1 do ambiente, ou seja, de sua capacidade de absorver os efeitos das transformações antropogênicas sem gerar degradação irreversível;
sem comprometer as necessidades das gerações futuras, ou seja, preservando os recursos, ou melhor, o capital natural2 que será repassado às gerações futuras; e
numa estrutura de redistribuição igualitária dos recursos de acordo com um princípio pelo qual cada pessoa tem direito ao mesmo espaço ambiental,3 ou seja, à mesma disponibilidade de recursos naturais globais.
1.1.1 Introdução do conceito na agenda internacional
A questão ambiental, entendida como o impacto dos sistemas de produção e consumo sobre o equilíbrio dos ecossistemas, começou a ser percebida, na segunda metade dos anos 1960, como consequência da aceleração e difusão da industrialização. É possível lembrar então, nesses anos, dos incidentes de poluição dos lagos norte-americanos, das primeiras catástrofes ecológicas em função da limpeza feita em mar aberto dos tanques dos navios-petroleiros ou ainda das mortes causadas pelo smog em algumas cidades industrializadas.4 No entanto, é a partir do início dos anos 1970 que começam a surgir as primeiras pesquisas científicas sobre limites e problemas ambientais. A deterioração e o esgotamento dos recursos naturais como efeitos indesejáveis do desenvolvimento industrial começaram a ser estudados e discutidos em nível internacional. Os limites naturais de nosso planeta, tanto em relação ao desenvolvimento técnico e produtivo descontrolado quanto ao aumento da população mundial, começaram a ser percebidos. Em 1972, foi publicado o livro Os limites do crescimento5 (Figura 1.1), que relatou os resultados da primeira simulação em computador dos efeitos do implacável sistema de produção e de consumo sobre a natureza; foi a primeira previsão científica de um possível colapso do ecossistema global. Portanto, estes foram os anos da descoberta dos limites ambientais (e dos efeitos negativos irreversíveis).
Figura 1.1 Capa do livro Os limites do crescimento (1972).
Durante os anos 1980, o debate internacional sobre a questão ambiental se intensificou e se espalhou. A captura da opinião pública cresceu e as instituições começaram a agir com uma série de políticas e normas ambientais, relativa às atividades de produção e baseada no Princípio do Poluidor-Pagador. Um evento importante foi a elaboração de um estudo em 1987 para fornecer orientações sobre o futuro da humanidade, pela Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Esse relatório, intitulado Nosso futuro comum,6 continha a primeira definição de desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades
.
Com a chegada da década de 1990, a questão ambiental entrou em sua fase de maturidade. O documento Cuidando do planeta Terra: uma estratégia para o futuro da vida (Caring for the Earth: a Strategy for Sustainable Living), publicado em 1991 pela União Internacional para a Conservação da Natureza (International Union for the Conservation of Nature, IUCN), do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA, e do Fundo Mundial para a Natureza (World Wide Fund for Nature, WWF), continha uma definição de desenvolvimento sustentável complementar à anterior: melhorar a qualidade da vida humana, vivendo dentro dos limites da capacidade de preservar os ecossistemas
. Essa definição enfatizava a possibilidade de melhorar a qualidade de vida da humanidade, salvaguardando a capacidade da Terra de regenerar seus recursos. As duas definições, consideradas em conjunto, descrevem o desenvolvimento sustentável como uma prática que leva benefícios aos seres humanos e aos ecossistemas.
Outro evento histórico daquele período foi a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, UNCED, que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992.
Essas iniciativas fizeram com que o conceito de desenvolvimento sustentável se estabelecesse permanentemente nos documentos de todas as organizações internacionais, como um modelo de referência para o redirecionamento dos sistemas de desenvolvimento social e produtivo. Em particular, em 1994, o desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade ambiental se estabeleceram como um ponto de referência fundamental no plano de ação sobre o meio ambiente da Comissão Europeia.
A partir dos anos 2000, tornou-se particularmente presente e perceptível o sentimento de necessidade de uma participação ativa e consciente de todos os atores sociais envolvidos no atual sistema de produção e consumo.
Especialmente significativa, nesse sentido, foi a criação da Unidade de Consumo Sustentável dentro do PNUMA, em maio de 2000. A hipótese inicial era que apesar do progresso feito pelo mundo industrial e por empresas durante a última década [...] na medida em que o consumo ultrapassa a capacidade da Terra de prover recursos e absorver resíduos e emissões, a situação ainda é dramaticamente evidente
.7
Em 2002, em Joanesburgo, África do Sul, foi realizada a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (World Summit on Sustainable Development, WSSD). A Cúpula foi organizada pelas Nações Unidas, dez anos após a Cúpula do Rio de Janeiro, para discutir o estado de implementação das decisões tomadas no Brasil e para reconhecer que novas experiências e conhecimentos haviam sido desenvolvidos enquanto isso, que foram trazidos para a Declaração de Joanesburgo sobre desenvolvimento sustentável.8
Em junho de 2006, o Conselho Europeu adotou a Estratégia de Desenvolvimento Sustentável (Sustainable Development Strategy, SDS) para uma União Europeia melhor e mais sustentável.9 Em 2009, a SDS foi renovada e uma estratégia única e coerente sobre como a União Europeia deveria se comprometer a longo prazo para enfrentar os desafios do desenvolvimento sustentável foi definida. São amplamente reconhecidas as necessidades graduais de mudança dos atuais modelos insustentáveis de consumo e produção e do avanço para uma abordagem integrada das políticas sociais, econômicas e ambientais. Além disso, a renovada SDS reafirmou a necessidade de solidariedade global e reconheceu a importância de fortalecer o trabalho com parceiros fora da União Europeia, incluindo os países em rápido desenvolvimento, que terão um impacto significativo no desenvolvimento sustentável. O Conselho Europeu, em dezembro de 2009, confirmou, dessa forma, que o desenvolvimento sustentável continua sendo um objetivo fundamental para a União Europeia
. De acordo com a revisão da SDS de 2009, a própria estratégia continua a fornecer uma visão de longo prazo e se constitui em uma estrutura política geral para todas as políticas e estratégias da União Europeia.
Fora do cenário europeu, a abordagem das Nações Unidas foi a de transferir as direções gerais para a agenda regional e nacional. Esse é o caso do Processo de Marrakech, uma iniciativa conjunta do PNUMA e do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA), com o objetivo de promover e manter iniciativas regionais e nacionais que melhorem a transição para modelos de Consumo e Produção Sustentáveis (Sustainable Consumption and Production, SCP). Uma das iniciativas diz respeito à organização de mesas-redondas nacionais e consultas regionais em diferentes regiões e países, como as task forces, o principal mecanismo para implementar projetos e programas concretos em nível regional, local e nacional para desenvolver e/ou melhorar as ferramentas de introdução dos modelos SCP
. O resultado do esforço foi um projeto de dez anos sobre programas SCP estruturais, que passaram a ser negociados pelos países competentes durante a décima nona sessão da Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável em 2011. A agenda das Nações Unidas possui o papel de reconhecer a diversidade dos países e de seus sistemas socioeconômicos, sobretudo ao considerar a disparidade no impacto ambiental produzido pelos países emergentes de baixa renda, ou melhor, em contextos industrializados, e as necessidades prementes de equidade e inclusão social. A afirmação positiva é que o passo necessário para a capacidade de sustentação surge como uma oportunidade, especialmente para os países emergentes e contextos de baixa renda. Embora as diretrizes fundamentais sejam certamente importantes para ajudar a compreender a estrutura geral, quando elas atingem o nível regional, local ou nacional e são incorporadas e traduzidas em ações locais é que são capazes de oferecer as oportunidades reais (e também as limitações).
Em 2005, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, UNESCO, introduziu a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, DESD (2005-2014). A Década promoveu a integração de valores referentes ao desenvolvimento sustentável em todos os aspectos do processo de aprendizagem, para fomentar mudanças comportamentais que promovessem o crescimento de uma sociedade mais vital e igualitária para todos.
Outra importante iniciativa em nível global foi a constituição do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (Intergovernmental Panel on Climate Change, IPCC), em 1988, um dos maiores grupos internacionais de cientistas, formado por duas entidades das Nações Unidas, a Organização Meteorológica Mundial (World Meteorological Organization, WMO) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, com o objetivo de estudar o aquecimento global. O relatório publicado pelo IPCC10 detalha de forma inegável, caso ainda houvesse necessidade, que a responsabilidade pela mudança climática está no ser humano e desenha cenários absolutamente inquietantes sobre as consequências a curto, médio e longo prazo.
Em setembro de 2000, os 193 países membros da