Introdução ao Design Inclusivo
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Introdução ao Design Inclusivo - Danila Gomes
Editora Appris Ltda.
1ª Edição - Copyright© 2018 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
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COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS
À humanidade, rica em habilidades e potencializada por elas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por me possibilitar esta conquista e me fortalecer diante de todas as dificuldades no caminho percorrido. Ao meu amado marido, Diogo, que abraça os meus sonhos como sendo os seus e luta junto para realizá-los. A toda a minha família, pelo incentivo e por sempre acreditarem em mim. À Prof.ª D.Sc. Manuela Quaresma, que me orientou, brilhantemente, no decorrer da pesquisa que embasou este livro. Ao querido Prof. D.Sc. Sergio Brondani, por ter aceitado o convite para prefaciar esta obra. Ao CNPq, pelo auxílio à pesquisa de mestrado realizada. E a todas as pessoas que estiveram por perto, que contribuíram de alguma maneira para esta imensa realização.
Danila Gomes
APRESENTAÇÃO
O conteúdo deste livro é embasado em uma pesquisa de mestrado desenvolvida no Laboratório de Ergodesign e Usabilidade de Interfaces, do Departamento de Artes & Design da PUC-Rio. Esta obra apresenta toda a teoria estudada em torno da filosofia do Design Inclusivo e dos importantes resultados obtidos na investigação feita sobre o conhecimento, o ensino e a prática dessa abordagem com designers formados e estudantes de Design e com professores e pesquisadores atuantes na área do Design.
O problema central encontrado é a ausência de produtos inclusivos no mercado brasileiro, e isso acontece pelo fato de os designers não adotarem essa abordagem em suas práticas. Entretanto esse contexto vai muito além da não adoção pela prática de projetos inclusivos, ele está relacionado com a ausência do ensino dessa prática nos cursos brasileiros de graduação em Design. Todos esses fatores foram levantados e investigados a fundo. Com todo o estudo feito com profissionais estrangeiros que efetivamente pesquisam, ensinam e aplicam o Design Inclusivo foram levantadas possíveis soluções para essa problemática. A começar pelo ensino fundamentado no reconhecimento da diversidade funcional e na busca pela prática mais compatível com a realidade do mercado; chegando a reflexões sobre a adoção profissional e a maneira como a abordagem inclusiva pode ser aplicada pelos designers.
Convido você a zerar todo o conceito sobre o Design Inclusivo que tem carregado até aqui e a partir de agora se abrir para mudanças, pois elas acontecerão mesmo que de forma inconsciente. Você provavelmente começará a ter um olhar mais crítico diante dos objetos, ambientes e serviços ao seu redor. E se ao iniciar um projeto você começar a se questionar: como a diversidade funcional pode ser contemplada?
, a minha missão foi cumprida.
Tenha uma ótima leitura!
Danila Gomes
PREFÁCIO
Trabalhar na formação de futuros profissionais, principalmente dos que irão atuar no desenvolvimento de projetos é, sem dúvida, uma grande responsabilidade. Há pouco tempo, tínhamos como discurso de propostas acadêmicas algumas temáticas temporárias, que permaneciam em evidência até sua plena compreensão e, logo, eram substituídas por outras novas temáticas, também desafiadoras. As práticas acadêmicas favorecem a identificação, com muita clareza e objetividade, da permanência de algumas abordagens de temas contemporâneos para análises e discussões em sala de aula. Assim, surgiram inicialmente as palavras sustentabilidade
e usabilidade
, utilizadas como novos conceitos nos pré-requisitos projetuais. Nesse contexto, o indivíduo passou a ser o elemento central e o polo gerador de buscas por novos resultados em pesquisas e, por consequência, o surgimento de novos projetos que atendam às condições necessárias do cotidiano das pessoas. Surge, então, a palavra INCLUSÃO, com um conteúdo que nos torna permanentemente motivados como pesquisadores em razão da sua importância e do seu significado. Sistematicamente são apresentadas novas abordagens de pesquisas, com diferentes metodologias, remetendo-nos a uma busca cada vez maior de novas soluções que possam satisfazer a usabilidade com conforto e segurança. Entende-se aqui o significado da palavra como sendo a condição de apropriar-se de espaços, produtos e equipamentos. Gradativamente essa temática está sendo contemplada principalmente nas matrizes curriculares dos cursos de graduação, o que torna possível sonhar com um futuro melhor. Nesse sentido, entendo que a proposta da obra de Danila Gomes vem ao encontro do panorama atual do ensino, disponibilizando, assim, mais uma ferramenta para auxílio na formação e na conscientização dos futuros orientados.
É oportuno ressaltar da apresentação, o panorama do Design Inclusivo no Brasil, no qual se constata que a maioria dos atores pesquisados conhecem o Design Inclusivo, originado pela vivência ou pela experiência acadêmica. Porém falta muito, ainda, para que nossa demanda de mercado seja plenamente atendida por profissionais capacitados. Relativo à abordagem no exterior, a realidade não foge à essência do que é prescrito no desenvolvimento ideal
de projetos, embora entendo que por diversas razões estejamos ainda em busca de um melhor estágio de desenvolvimento, se comparados a outros países com melhor índice de desenvolvimento social.
O trabalho apresentado é resultado de pesquisas como também da sensibilidade da autora, preocupada com as questões sociais e com o descaso das autoridades do nosso país com essa causa. Esta obra é uma fonte de pesquisa em que apresenta o contexto histórico da realidade brasileira e expande para uma relação de analogia com outros países. Insere-nos no contexto global, sugerindo algumas reflexões sobre nossas responsabilidades sociais. Por todos os motivos expostos, recomendo a obra.
Boa leitura.
Sergio Antonio Brondani
Professor Associado da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
LISTA DE ABREVIATURAS
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Design Inclusivo e seus diferentes termos
3. A filosofia do Design Inclusivo
4. A Problemática
5. O Design Inclusivo no Brasil
5.1. Ensino Acadêmico
5.2. Mercado Profissional
6. O Design Inclusivo no Exterior
6.1. O ensino do Design Inclusivo em Design
6.2. A prática do Design Inclusivo em projetos de Design
6.2.1. Processos Projetuais
6.2.2. Métodos e Técnicas
6.2.3. Ferramentas
7. Conclusões
Referências Bibliográficas
INTRO
DUÇÃO
O Design apreciado neste livro se vincula à industrialização, mas se configura na socialização. Ele que se originou da necessidade da produtividade, da produção em série, quando foi questionado no âmbito de sua relação com o homem (usuário) houve, então, a necessidade de se refletir: que homem? Buscou-se conhecer a fundo a vida humana, a estrutura humana e a necessidade humana, mesmo que ainda restem dúvidas, muitas respostas serviram para proporcionar a relação entre homem e produto mais funcional e afetiva. Diante de tantas descobertas e produções, por que ainda existem seres humanos excluídos dessa relação? E a diversidade funcional humana, por que não é conhecida e considerada pelos designers?
O Design em sua forma pura de introduzir conceitos na sociedade tem como principal objetivo solucionar problemas encontrados pelos usuários em diferentes níveis de relação produto/usuário. Um dos objetivos do Design Inclusivo é a compreensão das reais necessidades de grupos minoritários, que buscam constantemente rogar pelos seus direitos como cidadãos pertencentes à grande massa de consumidores e viventes ativos na cultura social.
Em 1970 a preocupação com a acessibilidade tomou força para trilhar caminhos diferentes em projetos de Design, Arquitetura e Engenharia, melhorando as condições de trabalho, edificações e transportes. A princípio, a acessibilidade foi uma questão levantada decorrente de necessidades encontradas por pessoas que eram impedidas de atuar, contribuir e viver em conjunto na sociedade. Segundo Romeu Sassaki¹, desde o início da década de 60 a falta de acessibilidade era um dos principais problemas encontrados e foi nos Estados Unidos onde se iniciaram estudos relacionados ao tema. A acessibilidade é a eliminação de barreiras (físicas, arquitetônicas e de comunicação) com adaptações que possibilitam o acesso de pessoas com diferenças funcionais a locais, produtos e serviços.
É importante ficar claro que Acessibilidade e Design Inclusivo são conceitos diferentes, com olhares diferentes. Um se destina exclusivamente à busca de soluções com adaptações em ambientes, em produtos ou em serviços para atender às diferenças funcionais, já o outro busca soluções onde o olhar para diversidade seja a essência do projeto.
Cabe aqui esclarecer o pensamento referente aos termos presentes neste livro. Compreendo algumas diferenças entre os termos: ‘pessoa com necessidade especial’ (PNE) e ‘pessoa com deficiência’ (PcD). A pessoa com deficiência não necessariamente pode ser vista com uma pessoa com necessidades especiais, ou seja, ela pode executar perfeitamente suas tarefas diárias sem a necessidade de adaptações, e uma pessoa com necessidades especiais pode ter