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Cartas para a minha mãe
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Cartas para a minha mãe
E-book60 páginas37 minutos

Cartas para a minha mãe

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Sobre este e-book

Uma menina escreve cartas para sua mãe morta. Através delas ficamos sabendo que teve que ir morar com a tia e as primas, que não gostam dela. Não se cansam de lembrar que deveria fazer um esforço para disfarçar sua cor e ficar mais parecida com uma pessoa branca. Sua avó está sempre desgostosa, com ela e com a vida em geral. Mas a autora das cartas começa lentamente a descobrir um mundo além de seus problemas familiares. À medida que faz amigos — entre outros, um jovem que também tem problemas com a família e uma velha que é ao mesmo tempo jardineira e bruxa — suas feridas começam a cicatrizar. A menina fica cada vez mais forte, consegue ganhar o respeito dos outros e aprende a aceitar-se a si mesma a aos outros. Este é um romance emocionante sobre perdas irreparáveis e sobre o poder restaurador do amor e do autorespeito. Ambientada em Cuba, a narrativa desafia nossas crenças sobre essa ilha que, afinal, conhecemos tão pouco.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de ago. de 2020
ISBN9786556020150
Cartas para a minha mãe

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    Cartas para a minha mãe - Teresa Cárdenas

    Eu estaria melhor aí com você.

    Todas as noites, espero que venha com sua pipa e me convide a morrer de uma vez.

    Já é março. As flores só faltam saltar a nossos pés quando olhamos para elas.

    Mas você não está.

    Sem saber como, meus cadernos estão cheios de palavras, números, frases, lembranças, desenhos...

    Desenhos de uma menina de mãos dadas com a mãe, de papai e mamãe se beijando, de estrelas nos olhos de mamãe, de mamãe brincando entre as nuvens.

    Imagens de sonho em meus cadernos. Todas suas; em todas, você.

    Mamãe, não sei por que me deixou tão sozinha. Sem seus beijos, sem seus braços, sem aquele cheiro de margaridas que sempre a acompanhava.

    Nunca contei a ninguém quanta falta sinto de você. E não aguento mais tanto silêncio. Vou começar a lhe escrever...

    Querida mamãe,

    esta noite eu vi você nos meus sonhos. Você usava um rabo de cavalo bem comprido, amarrado com uma linda fita vermelha. Corria de um lado para outro do céu, empinando uma pipa feita de nuvens.

    Não estava feliz, mas estava ali, correndo e pulando como uma menina de nove anos. Você parecia comigo, como se fosse minha filha, e não o contrário.

    Chamei por você em vão. Foi triste.

    Acordei chorando. Ninguém veio ver o que estava acontecendo comigo.

    Não sei por que tia Catalina ficou comigo. Só se importa mesmo com as filhas.

    Lilita e Niña passam os dias zombando de mim.

    Eu não ia zombar se a mãe delas tivesse morrido.

    Mãezinha,

    resolveram me colocar na escola daqui. Não gostei nem um pouco.

    Tem pouca luz lá.

    Sou a menina mais alta e mais preta da sala.

    Talvez a mais triste também.

    Uma das meninas se chama Sara. É clara de pele. Não sei por quê. Seu pai não é claro como ela.

    Lembra o carpinteiro Pedro? Pois o pai de Sara é igual a ele e — atenção! —, acho que ela sente vergonha, porque quando ele aparece na escola, para buscá-la ou conversar com a professora, Sara se faz de desentendida e se afasta um pouco para que os outros pensem que não vêm juntos.

    Um filho não deve sentir vergonha porque seu pai se parece com o carpinteiro Pedro. O amor não tem nada a ver com a cor.

    Alguns meninos disseram a Sara que

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