Emoções que um Sorriso Esconde
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Poesia para você
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Emoções que um Sorriso Esconde - Leonardo Bolelli
Solidão
O modo como as pessoas me viam nunca foi
um problema
Até eu parar de me ver…
[...]
00
Não há mar de rosas
ou
um mundo feito somente de cores.
Não há promessas intocáveis
ou
histórias bem escritas.
Não existem prazeres intermináveis
ou
a felicidade plena.
No caminho,
encontrarás
as mais terríveis trevas
e os mais raivosos monstros.
Escutará as mais difíceis palavras
e as mais pesadas críticas.
Algumas noites serão solitárias.
A solidão será sua companhia.
Loucura é pensar que haverá alguma coisa arbitrária
que lhe levará para perto do que só se distancia.
Pensamos ser anjos,
demônios
ou
seres repletos daqueles sentimentos que nos consomem.
Sofremos em silêncio,
pois o silêncio
é o resguardo de uma alma sem sobrenome.
A definição é incapaz de nos tocar,
apenas no que tange ser humano.
Vivemos tristezas
e felicidades.
Insensatez
é pensar que seremos sempre estranhos;
conhecidos.
Ao redor,
tudo ondula
como um vendaval na primavera.
Falo de pétalas e espinhos,
mas isso não faz da vida
uma beleza monocromática
Beleza,
porém,
tão arbitrária
quanto seus olhos conseguem enxergar.
Então, deixe-me sozinho,
afinal,
ainda há coisas que quero aprender a observar.
[...]
01
Deve ser porque nunca me abri.
Deve ser porque nunca me permiti.
De algum modo,
tento explicar
os motivos de seguir sozinho,
mas ainda não consegui.
Incapaz de associar que
talvez minha falta de companhia
seja reflexo da minha própria alma
e eu não queira ouvir os outros.
Senão
para com os demais com suas guerras de ego,
me cansei de servir como ogro
numa batalha sem fim.
Olhei pras trevas que
hoje em mim
descansam em paz,
plenamente,
como se algo de passageiro
pudesse se enraizar com essa imagem do amanhã.
Jurei loucuras sobre quem poderia ser
para que me despisse das mentiras
de um ontem falacioso.
Repreendi esses boatos.
Não quis saber da vida alheia
e por isso não tive assunto.
Sobre mim
tive pouco a contar,
sobre as mazelas
prefiro resguardar lamúrias
do que lastimá-las em voz alta.
Odeio a tristeza,
avareza,
injúria ou culpa;
prefiro não me envolver com as faltas.
Caminhei por um amanhã
despido de realidade,
afinal,
estava sozinho nessa utópica insônia.
Dos pesadelos mais reais
que pude ter, fora a verdade, que
caminhara diante de mim
empunhando uma lâmina.
Com receio,
nem mesmo eu
ousei pensar demasiadamente sobre o que estava por vir.
Pedi socorro
quando meus sonhos se tornaram reais,
porque sabia que estava prestes a ter de fingir.
Falsos sorrisos,
falsos encontros;
não que eu tenha feito disso um teatro
sem roteiro
e agora
perdido
não tenha entendido os momentos.
O que realmente aprendo
é que todo silêncio parece dizer mais alto.
A verdade é que
quantas vezes
deixei de encarrilhar conversas que,
sinceramente,
não me valiam um puto.
Ter de ouvir demais,
sentir demais;
por nada,
senão andar na comunhão de valores superficiais.
Olho pra tudo que tem me cercado
com um olhar de tristeza e culpa,
porque nem mesmo eu tenho sabido a questão.
Eu mesmo também me joguei nesse jogo uma vez.
Não por ter me libertado,
mas entendido
eu quis me afastar,
de novo e de novo,
porque era a única opção.
Sim ou não?
A verdade é que
tudo que sentia
parecia