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Sozinha
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E-book105 páginas51 minutos

Sozinha

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Sobre este e-book

Este livro é um convite para abrir seu coração, pois a autora mostra que é possível, através das palavras, revelar a própria alma. Há aqui histórias contadas a partir de pequenos momentos, aqueles que são capazes de sacodir a vida da gente. É preciso que o leitor tenha cuidado, pois a leitura ao mesmo tempo que pode afagar, pode também cortar, assim como a vida. Sob a simplicidade do título, há uma multidão de dizeres: encontros e desencontros, amores e desamores, perdas e ganhos, alegrias e tristezas, morte e vida. Este livro é um salto da menina à mulher. É um espanto, bem como, um alívio, perceber a verdadeira beleza contida no acreditar das possibilidades de ser feliz sendo o que se é.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento27 de jun. de 2022
ISBN9786525417721
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    Sozinha - Simony Ornellas Thomazini

    Prefácio

    Este livro é o resultado de toda uma trajetória de textos escritos na ânsia de doer menos.

    A vida sempre tocou-me fundo, e muitas das minhas maiores vivências estão registradas aqui.

    O título surgiu devido ao sentimento que sempre me habitou e levou-me até a escrita. Escrevia sempre com a intenção de me sentir menos sozinha, menos incompreendida, menos angustiada.

    Eu era silenciosa demais. Mas, escrever me salvou. Descobri que poderia fazer isso aos 16 anos. Hoje, aos 36, não sei existir de outro jeito.

    A escrita ocupou um lugar em minha vida desde então, mas ganhou ainda mais força depois que minha mãe morreu, em março de 2021.

    Eu, que já era sozinha, senti-me ainda mais solitária. Perder a mãe é perder o caminho de volta pra casa. O desamparo quase me devastou. Mas, a escrita, mais uma vez me salvou.

    Esse livro é também para ela. Ela sempre me dizia pra eu escrever frases bonitas em suas redes sociais. E foi ela mesma que, em uma brincadeira, disse-me que eu ficaria famosa escrevendo um livro. Se vou ficar famosa, pouco importa, mas, parece que a profecia dela acaba de se concretizar. Era um desejo meu e talvez fosse o dela também que esse livro nascesse. E ei-lo bem aqui em suas mãos, caro leitor.

    A vida é aquele lugar onde a gente aprende vivendo. Não há receita, não há pistas. É só quando somos postos à prova é que algo se mostra. Esse livro nasceu dos meus desencontros comigo mesma e, por sentir muito. De tanto me perder, aprendi a me encontrar, e, aqui estou.

    Simony Thomazini

    Do verbo: Sentir

    Não me faça perguntas. Não espere por respostas. Algumas coisas não foram feitas para serem verbalizadas. Não verbalize o que tão sutilmente se faz.

    Há coisas que eu não consigo definir, dar nomes. Não consigo expressar em palavras o que estou sentindo. E é aí que me lembro de Guimarães Rosa: Muita coisa importante, falta nome.

    Há dores que eu não gosto de nomeá-las, pois elas me lembram aquilo que eu ainda não consigo esquecer. Uma delas: Saudade.

    Eu posso andar ausente. Posso preferir o silêncio, por vezes. Posso me afastar. Mas não pense que atitudes como essas sejam apenas defensivas, porque muitas vezes não são. Nem sempre estou me defendendo do mundo. Eu não sou um aglomerado de defesas. Mas, retiro-me para pensar. Para sentir mais. Perto parece-me que os sentimentos se misturam, se confundem e as vezes até se anulam. Nessa de me ausentar sinto mais e, logo, existo. Sei que vivo. Afinal, para quê viver se não for pelos sentidos? Na verdade, só estou tirando um tempo para me ouvir mais e procurar acertos. Estou sendo e (re) inventando-me a cada momento. Eu sou minhas ausências. Eu sou os meus intervalos. Eu sou um todo sentido que só faz sentido, quando inteira, me sinto.

    A gente nunca sabe quanto tempo vai durar. Não sabe se vai ser bom ou ruim, não sabe até tentar. Até se entregar. Às vezes ficamos tão presos aos medos e inseguranças, que podemos estar perdendo oportunidades que nunca mais nos serão proporcionadas novamente. Não assinamos contratos com os sentimentos. Sentir não é algo que se controla, e é justamente por isso que é tão difícil deixar-se levar. Permitir-se sentir é das melhores sensações, mas escolher sentir é algo que ninguém pode fazer pela gente.

    Independentemente se acertamos ou não na escolha, não temos nada a perder. Prefiro a dor do sentir, do que o tédio e a dúvida eterna cravada à mente naquelas duas palavrinhas: e se.

    Tenho um alfabeto.

    Das angústias que sinto.

    E há momentos em que eu não caibo mais em mim.

    Eu sou aquela que vive, e, por viver, ama; e, por amar, vive, não necessariamente nessa ordem.

    Descobri que alguns abismos são navegáveis através da tempestade dos meus olhos.

    Às vezes acho que sou como um vulcão. Há momentos em que entro em erupção. Depois vem uma calmaria, um nada, um vazio, a melancolia. Oscilo entre o tudo e o nada. O cheio e o vazio. O certo e o errado. Exatamente nessa intensidade. Pobre coração meu, vivendo de extremos.

    Lá fora ainda é dia.

    Mas aqui dentro.

    Anoitece.

    Quando o peito se cansa, ele precisa descansar em

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