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Educar é Melhor: um guia prático para educar crianças de 0 a 10 anos
Educar é Melhor: um guia prático para educar crianças de 0 a 10 anos
Educar é Melhor: um guia prático para educar crianças de 0 a 10 anos
E-book388 páginas5 horas

Educar é Melhor: um guia prático para educar crianças de 0 a 10 anos

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Sobre este e-book

Educar é uma obra valiosa que toca o coração e a mente do leitor, oferecendo insights valiosos sobre a educação e a família. É um importante contributo para o debate sobre essas questões cruciais em nossa sociedade; a sua abordagem atualizada sobre a educação e sua mensagem inspiradora são de grande relevância. Esta obra pode fazer uma diferença positiva na forma como a sociedade encara a educação e a formação das crianças.

Um livro fundamental para pais e educadores no enfrentamento da dificílima tarefa que os aguardam na formação de uma nova vida; delineando aquelas estratégias pedagógicas insubstituíveis para que seja possível excluir erros irreversíveis na maravilhosa existência dos nossos filhos.

Vivemos um grande analfabetismo educacional tanto nas instituições políticas acadêmicas quanto na família. A criança, de fato, é um cidadão que será inevitavelmente um recurso para o país inteiro ou um problema para a sociedade. A diferença entre as duas posições é dada por uma adequada educação ou pela falta dela. "O autor sabiamente nos aponta caminhos eficazes para colocarmos o homem de pé" – Pe. Arlan Braga Oliveira, SDB, Diretor do Colégio Salesiano de Aracaju (SE).

Estas páginas vos surpreenderão pela clareza e simplicidade de um moderno ensinamento, com uma didática praticável por qualquer um que ame realmente as crianças. "Para mim foi um dos melhores livros sobre a educação que já li" – Prof.ª Marisa Inês Mosena.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de fev. de 2024
ISBN9786527015529
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    Educar é Melhor - Bruno Bongini

    SERMOS FELIZES

    Não existe dever algum da vida,

    há apenas o dever do sermos felizes.

    Por isso apenas, nós estamos no mundo,

    e com todos os deveres

    e com toda a moral

    e com todos os mandamentos

    dificilmente nos tornamos felizes uns com os outros,

    porque nós mesmos não os tornamos felizes.

    Se o homem pode ser bom,

    pode sê-lo somente

    se ele é feliz,

    se ele tem em si mesmo harmonia,

    então se ele ama.

    Esse foi o ensinamento,

    o único ensinamento do mundo;

    isso dizia Jesus,

    isso dizia Buda, isso dizia Hegel.

    Para cada um a única coisa importante no mundo é:

    a própria interiorização

    a própria alma

    a própria capacidade de amar.

    Se essas estiverem em ordem

    podem comer-se milho ou doces,

    usar trapos ou joias.

    Então o mundo ressoará claramente com a alma,

    tudo é bom,

    tudo está em ordem.

    Hermann Hesse

    EDUCAR É MELHOR

    As pessoas podem duvidar do que dizes, mas acreditarão no que fazes

    C.S. Lewis

    Hoje os espectros do ódio e do medo pairam amplamente nas questões mundiais.

    O mundo está colhendo os terríveis frutos da retórica, impregnada de divisões, ameaças e sede de poder, que coage à normalização de maciças discriminações em detrimento dos grupos marginalizados.

    Nos anos passados, o nosso mundo foi imergido nas crises e importantes líderes nos propuseram uma visão terrível de uma sociedade cega pelo ódio e medo. Isso reforçou aqueles que promovem a intolerância, mas também inspirou ainda mais pessoas a pedir um futuro de maior esperança.

    Os líderes mundiais negligenciam os direitos humanos: são bem poucos os governos que estão do lado dos direitos humanos. Muito pelo contrário, os chefes estão colocando impiedosamente a risco os direitos de milhões de pessoas. E a débil resposta dos crimes contra a humanidade e os crimes de guerra cometidos, destacando a falta de dirigentes, fazem recuar vergonhosamente os ponteiros do relógio em relação às décadas de conquistas para os direitos humanos. Também o protestar ou criticar em manifestações ou encontros está se tornando sempre mais perigoso, mas nos relembremos sempre que bilhões de pessoas não têm nem sequer acesso aos bens e serviços fundamentais, desde a comida aos tratamentos médicos, alimentando a insatisfação social e prevendo o risco de revoltas. As pessoas mostraram claramente que querem exatamente os próprios direitos humanos universais, luta que sempre foi promovida pelas próprias comunidades.

    Devemos nos responsabilizar pela crise profunda das nossas sociedades. Mas é nas nossas potencialidades coparticipativas para um processo de emancipação das nossas comunidades: começando pela pobreza econômica e pelo mal-estar social em todos os seus aspectos (educativo, cultural e laboral) criado pela competitividade desenfreada que nos obriga ao canibalismo recíproco não exclusivamente de emoções e sentimentos (mors tua, vita mea, de latina memória).

    Os cenários políticos do XXI século se vislumbram de uma premissa de base: as ideologias dos anos mil e novecentos dos partidos de direita e de esquerda esgotaram a sua força motriz. A filosofia terminou o seu percurso tragicamente, com os últimos pensadores suicidas (Sartre e Nietzsche), deixando o problema sobre o sentido da vida não resolvido, mas passando a vez para uma psicologia que nasce como controle das massas e se desenvolve com desconsiderado delírio de onipotência individual e infelizmente pouco mais do que isso: Fui educado a ser incapaz de me expressar. Na escola não há expressão, antes de tudo o que te dizem ali é de ficar calado. O Falar não existe na minha educação; não me foi permitido levantar-me e criticar... então não consigo te falar, porque estou em uma sociedade que não fala, mas vive de ilusões e pantomimas que não significam nada. ¹

    Enfim, é necessário repensar no seu complexo o sentido da nossa presença na Terra.

    Trata-se de compreender a recaída política dessas transformações, que não são apenas sociais e econômicas, mas que agem a nível mental e existencial profundo, graças também aos desenvolvimentos das tecnologias da comunicação e da conectividade em rede. Todos, a essa altura, concordam com o âmbito antropológico do conhecimento prático, mas faltam as chaves interpretativas adequadas às repercussões nas quais estamos inseridos. A realidade física integrada sempre mais com a rede atualmente, faz de nós homens e mulheres novos. Mas como?

    "Depois de séculos de treinamento para ganhar, devemos ensinar aos nossos jovens a saber ‘perder’, a saber renunciar, a conceder ao outro o direito de existir. No seu ser diferente. Devemos ensinar a eles a não buscar sempre ter razão sobre tudo. Para tentar entender as razões do outro, para todos terem um pouco de razão.

    Depois de séculos de ‘personalização’ devemos ensiná-los a ‘despersonalizar-se’, a saber sair dos próprios esquemas de pensamento, dos próprios mapas mentais, para conseguir compreender melhor o outro. Precisamos de uma nova geração que saiba estar junto sem se canibalizar um com o outro, sem desfrutar do mais fraco e sem odiar o mais forte. Precisamos que as novas gerações aprendam a tolerância à frustração, para não ficar bravos demais conosco por causa do mundo que estamos lhes deixando. Precisamos que aprendam a partir dos erros. Que aprendam a falar e não a gritar, a escutar-se, por empatia também, a respeitar as diferenças. A colaborar e não a competir." - Giovanni Scarascia (professor italiano).


    1 J. Hillman - M. Ventura:Cem anos de psicoterapia e o mundo está cada vez pior; 1995 - pág. 254

    UM OLHAR SOBRE O MUNDO ATUAL

    Todos falam de paz, mas ninguém educa para a paz. As pessoas educam para a competição e esse é o princípio de qualquer guerra. Quando educarmos para cooperarmos e sermos solidários uns com os outros, nesse dia estaremos educando para a paz

    Maria Montessori

    A hipótese Aristotélica/Ptolomaica que a terra, e com isso o homem, estivessem no centro do universo, condicionou a cultura em grande parte do planeta por mais de 2000 anos. Em 1543, Copérnico revolucionou a ciência quando descobriu que a terra e os outros planetas giram em torno do Sol, mas a ideia de que o homem não é o centro do universo demora ainda hoje em afirmar-se. A abordagem antropocêntrica, enraizada sobretudo no mundo ocidental, produziu paradoxos e contradições, uma espécie de antipáticos antípodas dos quais temos enormes dificuldade em nos livrar.

    A centralidade do homem se traduziu em um direito ao enriquecimento sem limites e ao abuso. Às multinacionais, por exemplo, foi reconhecido, juridicamente também, o direito de esvaziar os territórios de seus recursos, esgotá-los e de sacrificar a vida ao objetivo do proveito!

    Nas últimas décadas, foi dito às pessoas de todo o mundo que a humanidade está no caminho da igualdade. No entanto, o mundo nunca se sentiu tão desigual quanto hoje. Existe uma situação com grande poder e riqueza concentrados nas mãos de poucos, enquanto outros não têm nada. Não estamos claramente no caminho da igualdade, ao contrário, nunca houve um período histórico no qual poucas pessoas ou sujeitos são privados do poder. Quando tanta riqueza está concentrada nas mãos de poucos, a sociedade é mais injusta e desigual; esse é um mal para a nossa democracia. Se não modificamos o nosso quadro econômico e político geral, iremos de encontro a uma sempre maior desigualdade salarial, uma maior desigualdade de renda e de riqueza e provavelmente a um desemprego e uma sociedade, principalmente, mais dividida. Mas nada de tudo isso é inevitável. Mudando as regras, podemos chegar a uma sociedade mais rica, com uma subdivisão dos frutos mais igual. São necessárias políticas novas para frear os poderes de monopólio e para redistribuir a enorme riqueza que está concentrada nas principais empresas de I.A. (Inteligência Artificial). Redefinir e aplicar leis sobre a concorrência, leis de governança sobre as multinacionais e do funcionamento do sistema das finanças. ²

    Demos, portanto, um olhar aquilo que está acontecendo no nosso mundo (as estatísticas foram retiradas do site http://www.worldometers.info):

    • O número de pessoas que sofre com a fome está em crescimento, alcançando em 2017, 821 milhões, ou seja, uma pessoa em nove, segundo o Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no mundo de 2018 ³. A situação está piorando na América do Sul e na maior parte das regiões da África, enquanto a tendência de queda da subnutrição, que caracterizou a Ásia parece ter desacelerado de maneira significativa. O relatório anual das Nações Unidas revelou que a variabilidade do clima que influencia o ritmo das chuvas e as estações agrícolas, além dos extremos climáticos como secas e enchentes, estão entre os fatores-chave por trás do aumento da fome, junto com os conflitos e as crises econômicas. Por outro lado, a obesidade nos adultos está piorando e mais de um em oito adultos no mundo é obeso. O problema é mais significativo na América do Norte, mas está se propagando também na América Latina, Ásia e Europa (dados FAO).

    • Em 2017, no mundo, morreram cerca de 6,3 milhões de crianças abaixo dos quinze anos, ou seja, uma a cada cinco segundos, geralmente por causas que poderiam ser evitadas (em 2015 eram 5,9 milhões). A maior parte dessas mortes (5,4 milhões) ocorreram nos primeiros cinco anos de vida, e cerca da metade referem-se a recém-nascidos. Sem uma ação imediata, em até 2030 morrerão 56 milhões de crianças abaixo dos cinco anos, sendo a metade recém-nascidos (dados Unicef). Sempre em 2017, 151 milhões de crianças abaixo dos cinco anos (22%) sofriam de pobreza (fome, sede e uma extrema pobreza), das quais 51 milhões com idade inferior aos 5 anos (7,5%) estavam desnutridas (leves demais para a sua estatura), enquanto 38 milhões de crianças nessa mesma faixa etária (5,6%), estavam em sobrepeso (pesados demais para a sua altura).

    • Na data de 14 de setembro de 2018, 7.914.687 pessoas morreram de fome e são 830.309.478 as pessoas desnutridas no mundo, esse ano (fonte Unicef, WHO). Fome não significa apenas falta de comida, mas também a falta de micronutrientes, que aumentam o risco de contração de doenças, reduz a produtividade, impede um adequado desenvolvimento físico e mental.

    • São 68 os Estados que atualmente estão envolvidos em guerras regionais e internacionais e 803 as milícias de guerrilheiros e grupos terroristas/separatistas/anárquicos no mundo, em uma espiral de crescimento que aumenta sempre mais, forçando mais de 70 milhões de pessoas a saírem de suas casas.

    • Em 2016, cerca de 180 mil pessoas foram mortas em guerras e conflitos. Isso não inclui os mortos por efeitos indiretos da guerra e pelos conflitos como a difusão de doenças, a subnutrição e o colapso dos serviços de saúde. A taxa de mortalidade global que tem como causa os conflitos nos últimos cinco anos (2012-2016), com 2,5 mortos para cada 100.000 habitantes, era mais do que o dobro da taxa média dos cinco anos anteriores (2007-2011).

    • Guerras no mundo. São vinte os conflitos em intensidade elevada, e 378 os conflitos armados permanentes no mundo registrados em 2017 (fonte Cáritas).

    • Em 2017, foram investidos 1739 bilhões de dólares em armas com um aumento do 1,1% em relação ao ano de 2016 e 35% desse valor foi gasto pelos EUA (fonte SIPRI). Em 2017, esse gasto representou 2,2% do produto interno bruto (PIB) mundial.

    • Ainda em 2016, foram registrados cerca de 477.000 homicídios, com quatro quintos das vítimas destes sendo homens. Os homens na região das Américas foram os mais atingidos, 36%, 31% na África, 28% na Ásia, enquanto na Europa (5%) e Oceania (0,5%) registraram-se níveis inferiores.

    • Em 2015, a proporção da população que vivia abaixo da faixa de pobreza extrema era de 13% (902 milhões). Por pobreza entende-se sobreviver com menos de 1,90 dólar por pessoa por dia. As pessoas jovens, entre os 15 e 24 anos, são aquelas que se encontram com a maior probabilidade de estar entre os trabalhadores mais pobres: em 2015 eram 16% abaixo da taxa de pobreza (ONU 2016).

    • No mundo, um pouco menos da metade das interrupções voluntárias da gravidez (abortos), são praticadas de maneira pouco segura, ou seja, de maneira a colocar em risco a saúde e a vida das mulheres. Falamos de cerca de 32 milhões de abortos por ano. Segundo a OMS, uma gravidez em cada quatro no mundo, acaba com uma interrupção voluntária; dados de 2017. Em 2018, esse dado cresceu, chegando a 41,9 milhões de abortos (para cada 33 crianças nascidas vivas, 10 foram abortadas) e torna-se a primeira causa de morte no mundo, superando todas as outras (acidentes de trânsito, fumo, álcool, malária, AIDS, câncer).

    • A cada ano, no mundo, perdem a vida nas estradas um milhão e 250 mil pessoas, 3.400 por dia, mais de 140 cada hora: um massacre infinito, de proporções que as pessoas parecem não perceber. Basta pensar que a cada ano em acidentes aéreos morrem cerca de 1.000 pessoas. A categoria mais em risco continua sendo a dos motoqueiros, entre os quais se verifica 23% das mortes, seguidos pelos pedestres com 22% das mortes.

    • Uma mulher a cada três no mundo sofreu violência física ou sexual. Em termos numéricos são cerca de um bilhão em todo o mundo as mulheres que sofreram algum tipo de abuso por um parceiro ou desconhecido. Limitando a análise aos casos de abusos pelo próprio companheiro, alguns estudos mostram que a porcentagem sobe em 70%. Na maior parte dos países com dados disponíveis, menos de 40% das mulheres que sofrem violência procuram ajuda de qualquer tipo. Entre as mulheres que o fazem, um número maior se dirige à família, muito menor é o daquelas que se dirigem às instituições, aos policiais ou aos serviços de saúde. A disponibilidade dos dados sobre a violência contra as mulheres aumentou de maneira significativa nos últimos anos.

    • As mulheres que foram fisicamente abusadas têm duas vezes mais a probabilidade de ter um aborto, o dobro das probabilidades de ter depressão e, em algumas regiões, 1,5 vezes a probabilidade a mais de contrair o vírus do HIV. Tem-se a estimativa de que quase a metade do número de mulheres que foram vítimas de homicídio em nível global, em 2012, tenham sido mortas pelo companheiro ou pelos familiares.

    • Cada ano, cerca de 41 mil crianças e jovens até os 15 anos de idade são vítimas de homicídio. Trata-se, no entanto, de um valor subestimado: uma significativa porcentagem de maus-tratos é erroneamente atribuída a quedas, queimaduras, afogamento e outras causas acidentais.

    • No mundo, existem cerca de 168 milhões de crianças que trabalham. A metade delas é empregada em trabalhos perigosos, como em mineração e no transporte de cargas pesadas (dados da Organização Internacional do Trabalho).

    • Mais de três quartos das crianças do mundo crescem em estreita ligação com a violência em casa. Uma nova relação da ONU coloca em destaque o rosto amigável de inúmeros abusos físicos, psicológicos e sexuais dos quais a infância, a nível global, é vítima em família e na escola. O aumento «vertiginoso» da relação dos recém-nascidos violados (cerca de 600) do sexo feminino (70%) é um dos dados que emerge da Relação anual de 2014, da Pedofilia, dos Crimes Contra a Infância.

    • Três quartos das crianças do mundo entre dois e os quatro anos são frequentemente agredidos em casa pelas pessoas às quais são confiadas. A idade não para a violência da mão amiga. Palmadas e bofetadas no rosto e nas orelhas de crianças de menos de um ano são comuns em trinta países, para os quais existem dados e seis em dez são regularmente sujeitos a punições corporais nos primeiros doze meses de vida.

    • Pedopornografia. Em um ano foram 574.116 as fotos pedopornográficas com crianças de 0 a 13 anos descobertas, 95.882 vídeos pedófilos (3-13 anos) e 621 (fotos e vídeos pedófilos com recém-nascidos). Por trás dos números transcritos existem crianças estupradas, em muitos casos também sodomizadas e torturadas, e esses números representam apenas uma parcela da crueldade que sofrem. Disso emerge a dramaticidade e a violência perpetuada em crianças de 0-13 anos que o pedófilo violenta, divulga e troca na rede. Em 2017, foram 37 as nações envolvidas nesse fenômeno obsceno. Em 2021, a porcentagem aumentou em 47%, devido à pandemia de Covid 19.

    • Quinze milhões de garotas adolescentes, em todo o mundo sofreram uma relação não consensual pelo menos uma vez entre os 15 e 19 anos, no entanto, apenas um por cento delas aceitou recorrer a ajuda de profissionais. Em 28 países, nos quais existem dados, 90% das adolescentes vítimas de atos sexuais foi obrigada por um parente ou por um amigo, ao menos alguém que conhecia.

    • Em 2014, segundo as estimativas da Unicef, cerca de 120 milhões de garotas, com idade menor aos 20 anos, foram vítimas de exploração sexual.

    • Globalmente, a cada sete minutos, um adolescente é morto por um ato de violência, mas não é uma praga que se refere somente ao mundo em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, os jovens negros não hispânicos entre os 10 e 19 anos têm 19 vezes mais probabilidade de morrer por morte violenta por jovens da mesma idade não hispânicos brancos. E mesmo na Europa, segundo a relação da Unicef, formas de violência sexual tiveram como vítima uma jovem por volta dos quatorze anos, antes de completar o décimo quinto ano.

    • No início de 2016, os Estados Unidos prendiam 2.145.100 pessoas nas suas 4.575 cadeias (locais, estaduais, federais, privadas em vários níveis). A taxa de detenção nos EUA era de 666 detentos para cada 100 mil habitantes, o maior no mundo. Em segundo lugar, a China e a terceira, a Rússia com 436 detentos para cada 100 mil habitantes. O Brasil, está em quarto lugar, em 2017, teve 726.000 detentos, ou seja, 345 encarcerados para cada 100 mil habitantes.

    • São 3,3 milhões as mortes por ano, no mundo, causadas pelo consumo de álcool, correspondente a 5,9% de todas as mortes, com o ritmo de um falecido a cada dez segundos e uma pessoa a cada vinte mortes totais contabilizadas. Além disso, 5,1% das doenças estão conectadas ao consumo de bebidas alcoólicas, advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS) na sua última relação, e foram dados que correm o risco de aumentar consideravelmente na ausência de políticas adequadas. O consumo prejudicial de álcool, além de poder provocar dependência, aumenta o risco de desenvolver mais de 200 doenças, entre as quais: cirrose hepática, distúrbios cardiovasculares e alguns tipos de câncer, sem contar as doenças contagiosas como tuberculose e pneumonia. Além de favorecer a violência e os acidentes. O documento revela que em 2012, o percentual das mortes causadas por álcool era igual a 7,6% para os homens e 4,4% para as mulheres. Em média, o consumo mundial de álcool per capita, em 2010, resultou o equivalente a 6,2 litros de álcool puro per capita (entre a população de idade igual ou superior aos 15 anos). Mas a média sobe para os 17 litros de álcool puro (igual a cerca de 45 garrafas de uísque), se considerarmos que cerca da metade da população mundial adulta não bebe álcool (48%).

    • A depressão, entre as primeiras causas de invalidez atinge 322 milhões de pessoas no mundo, com um aumento constante e dramático, nos últimos dez anos, de quase 20%, deteriorando a capacidade de trabalho e de relação. Na sua forma mais grave, pode levar ao suicídio e é responsável por 850.000 mortes cada ano.

    • A cada ano, quase 1 milhão de pessoas perdem a própria vida pelo suicídio: um a cada 40 segundos! No Brasil um a cada 45 minutos. A OMS elaborou sobre isso um documento informativo definindo prioritariamente o suicídio como uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros e têm efeitos de longa duração nas pessoas que ficaram. Foi considerada a segunda causa principal de morte entre os 15 e 29 anos em todo o mundo em 2015. O suicídio, destaca a OMS, não se verifica apenas nos países de alta renda, mas é um fenômeno global em todas as regiões do mundo. De fato, mais de 78% dos suicídios globais foi verificado nos países de baixa e média renda em 2015. Representa, enfim, a nível mundial, 1,5% de todas as mortes e, mais especificamente, é a segunda causa de morte entre os jovens entre os 15 e os 29 anos.

    • Em 2015, 21 milhões de pessoas contraíram novas formas de HIV e estima-se que 214 milhões de pessoas adoeceram de malária. Segundo as últimas estatísticas, quase a metade da população mundial está em risco de contrair a malária, sendo que 89% de todos os casos se registram na África subsaariana (dados de desenvolvimento sustentável, ONU 2016).

    • As drogas matam mais de 500 mil pessoas por ano e mais de 300 bilhões de dólares são gastos nelas todos os anos, enquanto 4 milhões e 700 mil fumantes morrem em um ano (OMS 2017).

    • Em 2012, no mundo, quase 2/3 das mortes causadas por doenças não transmissíveis, em pessoas com menos de 70 anos, são atribuídas a doenças cardiovasculares e ao câncer.

    • Analfabetismo. Eis os valores de um fenômeno perante o qual é urgente a intervenção: são 758 milhões as pessoas no mundo que são analfabetas e, dessas, 477 milhões são mulheres. No entanto, os alfabetizados entre os 16 e os 65 anos estão enquadrados no analfabetismo funcional, com parcela mundial de 30%. Nesse caso, os dados variam muito entre os vários Estados, onde se encontram os países como aqueles do Norte europeu com taxas inferiores ao 8% e, por exemplo, o Brasil que se aproxima do 70% (dados OCSE).

    • Na América, há 1 milhão de divórcios por ano, praticamente um a cada 36 segundos, 2.400 por dia e 16.800 por semana. A seguir estão Bélgica, República Tcheca, Suíça e Espanha. Os casamentos menos duradouros se registram no Qatar, onde a união dura em média 5 anos antes de chegar à separação. Em seguida, estão os Estados Unidos, nos quais os matrimônios duram cerca de 8 anos, depois o Japão, a República Tcheca e o Brasil.

    • Segundo as estimativas da FAO, um terço da comida produzida em nível mundial para o consumo humano é desperdiçada. Apenas na Europa, cada ano, se desperdiçam cerca de 88 milhões de toneladas, por um custo estimado em cerca de 143 bilhões de euros por ano.

    • A carne sintética se candidata seriamente a tornar-se a maior revolução tecnológica dos próximos anos. A startup californiana Memphis Meats recolheu cerca de 22 milhões de dólares para completar o desenvolvimento da chamada carne limpa e chegar ao mercado em até 2021. Entre os financiadores, a confirmação que se trata de um projeto muito sério, estão alguns dos grandes da economia mundial: Google, Bill Gates, Richard Brandson e Cargill, uma das maiores empresas agrícolas mundiais. O primeiro hambúrguer in vitro foi degustado em 2013. A carne sintética ou artificial, é produzida em laboratório. É um produto de carne animal que nunca fez parte de um animal vivo com exceção do soro do feto. A tecnologia permite, então, produzir hambúrguer ou almôndegas sem precisar matar animais.

    Existem outros aspectos que não foram contemplados nos destaques citados, como as máfias mundiais que interagem entre os vários países e no interior de vários governos; a má saúde que ao invés de curar sem interesses, busca apenas o próprio proveito; a corrupção que está se transformando em um fenômeno sempre maior e que agora atinge qualquer sociedade sem distinção, porque começa a fazer parte da mentalidade que formamos a partir das próprias famílias, onde busca-se o máximo proveito com o mínimo esforço. No entanto, além dessas e outras graves problemáticas que atingem as nossas sociedades, há um aspecto global que deve ser enfrentado de maneira um pouco mais detalhada e claramente

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