Situações Táticas de Jogo: Fase Ofensiva
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Sobre este e-book
Italo Resende
Italo Resende é graduado em Educação Física, foi treinador de base nos Estados Unidos e no Ubaense EC, Coordenador de Análises de Jogo do SC Aymorés e OutlierFC. Especializou-se em Futebol e atualmente é Coordenador do Departamento de Análise de Desempenho do Madura United FC, da Indonésia.
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Situações Táticas de Jogo - Italo Resende
Sumário
Prefácio
Introdução
Primeira fase de construção
Segunda fase de construção
Terceira fase de construção
Ocupação da área
Conclusão
Sumário
Prefácio
Introdução
Primeira fase de construção
Segunda fase de construção
Terceira fase de construção
Ocupação da área
Conclusão
Landmarks
Cover
EDITORA PRIMEIRO LUGAR
Natal, 2023
Rua Padre Germano, 197 - Nova Descoberta
Natal, RN | CEP: 59075-390
edprimeirolugar@gmail.com
www.edprimeirolugar.com.br
Edição:
Rafael Morais
Revisões:
Olavo David Neto e Rafael Morais
Projeto de capa:
Talita Almeida
Diagramação:
JS Serviços
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Todos os direitos reservados.
A reprodução de qualquer parte desta obra só é permitida
mediante autorização expressa do autor e da Editora Primeiro Lugar
PREFÁCIO
Durante uma das minhas ‘enésimas’ defesas da importância do conhecimento como a única forma de evolução do futebol, um colega me perguntou se os cursos destinados aos treinadores não criariam uma geração de pensamento único, inflexível e prejudicial ao jogo.
Em áreas estritamente técnicas, essa rigidez talvez seja até necessária por segurança, mas ela não cabe na complexidade do futebol, aleatório e caótico por natureza.
Seriam os arquitetos e os chefs de cozinha, por exemplo, graduados em áreas tão distintas, todos iguais? Obviamente, não. O conhecimento não cria robôs do rendimento, mas é a base que potencializa o talento.
Numa atividade em que técnica, habilidade e criatividade sustentam a performance equilibrada numa gangorra emocional, pode e deve ser diferente. É possível e recomendável desfrutar da liberdade ancorada em conteúdo que enriquece e agiliza a tomada de decisão num esporte onde o segredo está em lidar com o tempo e o espaço aparentemente escassos.
Já passou a época em que bastava esperar pelas oportunidades que a partida oferecia e decidi-la basicamente por meio da qualidade individual. O futebol funcionou assim por décadas. Hoje é fruto de organização (até para interagir com o caos) e de habilidades cognitivas especiais, entre tantos componentes visíveis ou não. E quando a rede balança, costumamos definir como arte esse imenso conjunto transdisciplinar de saberes e fazeres.
Esta obra é uma benção num momento em que se debate o grau de intervenção sobre o jogo, em que o sistêmico amplia-se em terreno que já foi dominado exclusivamente pelo método analítico. O detalhamento da fase ofensiva aqui presente é extremamente didático e bem explicado para abastecer os treinamentos e o conhecimento inconsciente que também podemos chamar de intuição. Nada é por acaso.
O futebol segue se reformulando desde o dia do primeiro chute, refletindo as idiossincrasias de seu tempo. Muitos ainda poderão achar estranho um livro sobre fase ofensiva começar a partir das responsabilidades do goleiro e do sistema do qual faz parte, até se chegar ao interior da área numa zona de conclusão.
Cara leitora, caro leitor, você está prestes a interagir com um conteúdo extremamente importante para entender mais sobre uma das fases do jogo ou mesmo colocá-lo em prática no dia a dia de treinamentos para fortalecer sua equipe, tornando-a mais inteligente e preparada para interagir com os desafios propostos.
Constantemente me pedem sugestões de como alcançar mais entendimento sobre esse esporte incrível, emocionante e que nos cativa a cada intervenção do jogador. Parabéns, a partir de agora você têm nas mãos uma das minhas indicações preferidas.
Divirta-se aprendendo!
Paulo Calçade,
jornalista esportivo
INTRODUÇÃO
O Livro Situações Táticas de Jogo: Fase Ofensiva é oriundo de um projeto iniciado com um curso com a mesma temática, em novembro de 2020. O curso contou com mais de 400 participantes e com feedbacks que nos motivaram a continuar com o projeto, só que agora registrando-o como obra escrita. No curso, foram discutidos aspectos de organização ofensiva, defensiva, de bolas paradas, de transições e aspectos de capacidades individuais. Entretanto, cada bloco de aulas citado acima se tornará um volume de livro, começando pela fase de organização ofensiva.
O projeto foi iniciado para debater as diversas possibilidades que o jogo de futebol oferece, a partir da perspectiva das vantagens e desvantagens de cada ação, baseadas em pormenores que podem ser pensados e estimulados nos treinamentos – que são os ambientes em que esses pormenores se desenvolverão. Sendo assim, foram selecionados temas que consideramos importantes no momento de organização do processo ofensivo e quais as suas vantagens e desvantagens, para que pudéssemos discutir e estimular a reflexão de cada pessoa que tivesse contato com essa obra.
Se pudéssemos explicar este livro através de uma analogia, explicaríamos através da analogia dos alimentos. A analogia dos alimentos não é a analogia de uma receita de um prato, são coisas diferentes. Algumas pessoas leem as receitas de um prato e apenas seguem os direcionamentos ali expostos, para que o prato final chegue no objetivo almejado – mesmo assim, não é sempre que se chega ao prato desejado. Pode ser que alguém leia esse livro buscando encontrar a receita do prato (o caminho para ter o sucesso ofensivo, o segredo de se marcar mais gols), mas não encontrará a receita do prato, mas sim as propriedades dos ingredientes, que podem ajudar a criar diferentes pratos. Por isso a analogia dos alimentos não é a analogia de uma receita de um prato.
Cada alimento possui a sua propriedade, os seus pontos positivos e pontos que não são negativos, são apenas pontos que, devido às suas características, não combinam com algum outro tipo de alimento. No entanto, para além de entendermos quais são os ingredientes utilizados em cada construção de um prato, é importante que entendamos as propriedades dos alimentos que o compõem. A partir desse entendimento, é possível não só construir um prato que seja mais próximo do agrado de quem o consumirá, como também existe a possibilidade da substituição de algum ingrediente, caso haja necessidade. Mais do que isso, existem pratos diferentes, que são realizados com os mesmos ingredientes, utilizando apenas maneiras diferentes de preparo. Por isso o conhecimento das propriedades e possibilidades de cada alimento, pode aumentar o repertório de quem cozinha.
Transformando a analogia para o contexto do livro, vamos trazer diversas situações de jogo que vão além de discutir o que é certo e o que é errado. A abordagem do conteúdo foi pensada para que todas as possibilidades pudessem ser contempladas, como as de cruzamentos e suas vantagens, e outros pontos. Cabe ao leitor, portanto, entender a ideia e as referências utilizadas para a discussão dessas vantagens e transformar isso em prática, a partir do contexto que envolve essa prática. Esse contexto conta, por exemplo, com as características dos jogadores da própria equipe e as características dos adversários.
Então, se levarmos em consideração os cruzamentos antecipados de um jogador de perna invertida (que são cruzamentos que possuem como origem o espaço antes da grande área), exemplificando a ideia supracitada, pode ser interessante utilizarmos esse tipo de cruzamento tendo como destino o segundo poste, porque é um cruzamento que dificulta a corrida para trás dos jogadores de defesa, devido ao provável giro de quadril quando o jogador de pé invertido traz a bola para dentro. Além disso, esse tipo de situação pode ser estimulada contra adversários que possuem jogadores que defendem o lado oposto da área com dificuldade de posição corporal e movimento de pescoço.
Observem que, a partir de uma determinada necessidade
(utilizar o espaço das costas da linha defensiva), um tipo de solução vai ser mais vantajosa do que a outra e não propriamente melhor – porque outra solução, que inicialmente era tida como desvantajosa, também resolveu o problema. Por isso, a frase de Juanma Lillo faz todo sentido: Tudo o que o jogo precisa está lá (no livro de regras) e confundimos ‘possibilidade’ com ‘probabilidade’
. Devido aos pormenores citados acima, a probabilidade de um cruzamento antecipado de um jogador do pé invertido acertar o segundo poste com vantagem é maior, por mais que exista a possibilidade de o jogador cortar para dentro e fazer um gol de fora da área.
Esse volume, portanto, será dividido em quatro partes: primeira fase de construção, segunda fase de construção, terceira fase de construção e ocupação da área. Na primeira fase de construção serão abordados tópicos que envolvem a saída de bola e a busca pela eliminação da primeira linha de pressão adversária. Na segunda fase de construção, o objetivo será discutir sobre os pormenores que estão ligados à conquista do entrelinhas e à eliminação da segunda linha de pressão adversária. Na terceira fase de construção serão contempladas as formas de conquista dos espaços, onde geralmente saem as assistências e os aspectos que podem ser fundamentais na obtenção de vantagem, para além dos fatores que podem influenciar uma finalização de fora da área a ser eficiente. Por último, na parte de ocupação da área serão tratados temas que envolvem a busca pela melhor ocupação de área, de acordo com as três primeiras etapas da construção.
Vale ressaltar ainda que, em alguns momentos, as reflexões sobre os sistemas táticos estão inerentes quando discutimos sobre os pormenores. No entanto, os sistemas táticos não serão considerados nas discussões, apesar de entendermos a importância e a influência no aumento/diminuição de uma vantagem, o que será discutido posteriormente. Cabe ao leitor conseguir interpretar estas vantagens de acordo com as características de cada modelo de jogo.
PRIMEIRA FASE
DE CONSTRUÇÃO
Consideramos a saída de bola como uma etapa na fase ofensiva, entendendo que a divisão é didática e teórica e que, na prática, esta divisão nem sempre está visível, devido à aleatoriedade do jogo.
Nessa etapa, então, serão levados em consideração os tiros de meta de uma equipe. Para que possamos contemplar o máximo de informações possíveis nesta parte do livro, dividiremos a saída de bola em três tipos: saída de bola curta, saída de bola média e saída de bola longa. Para melhor entender e direcionarmos o olhar para as mesmas informações, utilizaremos algumas referências estáticas e dinâmicas para dividir as saídas. As referências estáticas utilizadas serão relacionadas ao campo de jogo: a bola na saída curta percorre uma distância menor (entre a intermediária e a própria linha de fundo); na saída média, percorre uma média (entre o meio-campo e a própria intermediária); e na saída longa, percorre uma distância maior (depois do meio-campo).
Com relação às referências dinâmicas, consideraremos a trajetória da bola, sendo rasteira (saída de bola curta) e aérea (saída de bola média e longa); e o destino da bola, em relação ao bloco defensivo do adversário: antes do bloco do adversário (saída de bola curta), entre a linha média e a primeira linha defensiva (saída de bola média) e entre a linha média e a última linha defensiva/nas costas da última linha defensiva (saída de bola longa).
1.1. Comportamentos defensivos do adversário – intenção inicial
Antes de falar sobre as possibilidades de saída, é importante dizer que os comportamentos e as intenções do adversário influenciam diretamente nas tomadas de decisão dos jogadores da equipe com a bola. Um fator importante a se levar em conta na saída é o número de jogadores na primeira linha de pressão. Ter um, dois, três ou até mesmo quatro defensores na primeira linha pode influenciar diretamente no tipo de saída. Esse conceito tem ligação direta com a estrutura. Portanto, apesar de sabermos da importância, não vamos abordar mais detalhes nesse livro.
Outro conceito defensivo do adversário que pode influenciar no tipo e direção da saída é o conceito de direcionamento/indução da primeira linha de pressão (e/ou das demais linhas). É importante dizer que uma mesma estrutura de pressão pode direcionar para diferentes espaços. O adversário pode, de forma intencional, liberar alguns espaços como forma de gatilho para depois pressionar e buscar recuperar a bola em regiões específicas. Esses espaços podem ser concedidos por dentro ou fora do bloco defensivo. Quando concedem inicialmente espaço por fora, a defesa conta com a linha lateral como aliada, visto que o portador da bola nessa região tem suas possibilidades reduzidas. Quando concedem inicialmente espaço por dentro, os adversários têm como aliados uma possível desvantagem visual e corporal do receptor, visto que, nessas zonas, o receptor recebe muitas vezes a bola de costas, o que pode facilitar para quem pressiona, além de prejudicar o campo visual do receptor, já que esse não consegue enxergar a bola e o provável futuro marcador ao mesmo tempo. Portanto, a equipe atacante precisa ter atenção a isso, posto que um espaço onde pode parecer inicialmente uma boa opção de saída, talvez não seja, devido aos gatilhos