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O Sertão Encantado De Ritinha
O Sertão Encantado De Ritinha
O Sertão Encantado De Ritinha
E-book159 páginas1 hora

O Sertão Encantado De Ritinha

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Sobre este e-book

Ritinha e sua Incrível Jornada em Busca da Chuva: Uma História Cheia de Coragem e Amizade Em meio à vastidão do sertão nordestino brasileiro, uma menina corajosa e esperta chamada Ritinha enfrenta uma grande seca. Com determinação inabalável, ela embarca em uma aventura divertida e perigosa para encontrar o responsável pela chuva. Ao longo de sua jornada, Ritinha faz amizade com personagens encantadores como o Sol, a Lua, o Curupira e a Sereia Lara. Ela também conta com a companhia inseparável de seus amigos: Tabí, um preá; Chicão, um urubu; e a pequena nuvem Algodãozinho. No entanto, muitos obstáculos surgem em seu caminho. O cruel prefeito da cidade de Juá, Coronel Leôncio, um homem ambicioso, mal e corrupto, fará de tudo para impedir que Ritinha cumpra sua missão. Além disso, ela terá que enfrentar as maldades da bruxa Séfira e do terrível monstro El-Nino. Mesmo diante de tantos perigos, a valente Ritinha se mantém destemida e corajosa. Este livro encantador, direcionado para leitores a partir de 9 anos, promete cativar tanto jovens quanto adultos. Será que Ritinha conseguirá salvar o sertão e trazer a chuva de volta? Descubra em uma história repleta de emoção, amizade e superação. Publicado pelas editoras tradicionais Multifoco em 2016 e Flyve - Selo Voe em 2022, “O Sertão Encantado de Ritinha” recebeu menção honrosa no prêmio internacional de literatura em 2018, organizado pela União dos Escritores do Rio de Janeiro em comemoração aos 65 anos da entidade. Embarque nesta incrível aventura e descubra se Ritinha pode cumprir sua missão e restaurar a esperança ao sertão nordestino brasileiro.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de nov. de 2023
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    Pré-visualização do livro

    O Sertão Encantado De Ritinha - Márcio Lacerdda

    Texto Descrição gerada automaticamente

    Para minha filha, Bianca Lacerdda, com amor.

    Ah, se as coisas boas fossem eternas! Se os carinhos não tivessem fim! Ah, se os momentos bons fossem para sempre! Se os sonhos nunca morressem e os sorrisos não tivessem fim! Ah, se a infância nunca acabasse! Então, voaríamos juntos e livres para que o mundo não mais nos alcançasse.

    Márcio Lacerdda

    HOMENAGEM

    Embarque nesta história divertida, onde a heroína, cujo nome e personalidade marcante foram inspirados em minha avó materna, Rita Lacerda, brilha intensamente. Assim como a protagonista deste livro, minha avó era uma guerreira de caráter forte e determinado. Ela venceu as adversidades da vida e deixou para seus familiares o verdadeiro sentido das palavras amor, bondade, honestidade e trabalho.

    Esta é uma singela homenagem à mulher incrível e extraordinária com quem tive o privilégio de conviver. Tia Ritinha, como era carinhosamente conhecida na região do Trici, em Santa Tereza, Tauá e Quiterianópolis, era uma professora dedicada que estendia a mão a quem precisava, especialmente às pessoas humildes da comunidade. Sua casa estava sempre repleta de familiares e amigos. Ao longo da vida, ela semeou apenas coisas boas, tornando sua presença neste plano terreno inesquecível.

    Hoje, resta-nos apenas suspirar de saudade do tempo em que sua presença querida iluminava nossos dias. No Sítio São Paulo, ela recebia todos de braços abertos. Hoje, como mãe e avó dedicada, deve estar nos observando do céu e ainda continua cuidando de todos nós.

    INTRODUÇÃO

    O Sertão Encantado de Ritinha - Em Busca da Chuva" é um livro que se destaca por suas peculiaridades. Márcio Lacerda buscou inspiração em suas memórias de infância, especialmente nos meses de férias que passava na casa dos avós maternos, situada em um sítio na região dos Inhamuns, uma das áreas mais áridas do estado do Ceará.

    A capa do livro apresenta o desenho de uma casa real, um lugar repleto de memórias afetivas para o autor. Os personagens também possuem conexões profundas com a vida de Márcio. Lara, a encantadora sereia, foi nomeada em homenagem a uma sobrinha querida do criador desta história espetacular e intrigante. A pequena formiga Joana é uma homenagem à avó paterna do autor, Joana Lacerda. Cada personagem carrega características marcantes de suas respectivas inspirações.

    O amor de Márcio pelos livros e pela escrita foi fortemente influenciado por seu avô materno, José Gomes, um homem sábio e amante da literatura. Essas influências familiares são tecidas ao longo do livro, criando um rico mosaico de experiências pessoais e homenagens. Sem dúvida, a incrível história desta obra vai além de algo literário que busca chamar a atenção do leitor de uma maneira divertida, mas com seriedade sobre assuntos relevantes. É também um tributo ao amor, à família e às raízes do autor.

    PREFÁCIO

    A noite parecia longa. Ritinha permanecia determinada e prosseguiria sem retroceder. Havia decidido: ao alvorecer, partiria em busca do responsável pela chuva. Sabia que viveria uma grande aventura, pois nunca fizera nada parecido antes. O sertão vasto guardava perigos, mistérios e seres encantados. O medo não a intimidava, pois era corajosa e aguerrida. Mesmo perante todos os obstáculos, teria de fazer aquilo. A grande estiagem, que assolava a região nordeste, trazia sofrimentos para todos.

    Olhou pela janela e viu a Lua linda, cheia e brilhante no céu. Ela sorria e embelezava a noite. No poleiro improvisado, num pé de juazeiro, dormiam há muito tempo o galo Telino na companhia da esposa, a galinha Bité, e seus lindos pintinhos, nascidos naquele mesmo dia na fazenda. Ficara encantada e tinha pena de deixá-los. Talvez, voltando daquela missão, seus amiguinhos já estivessem grandinhos. Ali também morava um casal de coelhos: o seu Ribico e a dona Ditia – uma verdadeira graça os dois.

    A menina logo adormeceu embalada nesses últimos pensamentos leves e agradáveis, aproveitando o aconchego de seu lar onde vivia feliz, amada e querida.

    A noite findou e o Astro-rei prestes a nascer se preparava para a entrada triunfal. Um Saci passando por ali, enquanto bocejava, foi até o galo Telino e cochichou no seu ouvido: ‘Ei, preguiçoso, hora de levantar!’ — avisou baixinho para não acordar os pintinhos, dormindo debaixo das asas da amorosa mãe. Depois saiu pulando para se recolher no oco de uma aroeira, sua morada. Havia passado a noite toda vigiando a mata com o amigo curupira, precisava descansar um pouco.

    Prontamente, o galo Telino encheu os pulmões de ar e cantou alto.

    ‘Acorda, marido!’ — chamou dona Ditia, cutucando seu Ribico. ‘Já amanheceu.’

    ‘Já sei, mulher!’, respondeu ele, sentando-se na cama e bocejando.

    A jovem sertaneja despertou e viu um lindo sol nascendo no horizonte, revitalizando a natureza. Sabia que havia chegado a hora de partir.

    CAPÍTULO I

    O INÍCIO DA JORNADA

    Era uma tarde escaldante na Fazenda Milho Verde. Ritinha, com olhar taciturno, contemplava a vastidão cinzenta de árvores e arbustos ressequidos, um retrato da grande seca que assolava o nordeste brasileiro. Há tempos, nenhuma gota de água caía ali, e a vida minguava aos poucos. Açudes vazios, animais esqueléticos de sede e fome. As condições de vida eram precárias, e o povo da região não resistiria por muito tempo se continuasse assim. A única esperança era a fé. Rezavam fervorosamente por um milagre, pois apenas Deus poderia socorrê-los naquela hora difícil. A paisagem desoladora e amarga da miséria, infiltrada em cada canto, envenenava a esperança de um povo humilde e trabalhador.

    Ao cair da noite, momentos antes do sono tranquilo, Ritinha sentia seu coração pesar diante da situação em que todos se encontravam: Seria tão bom se chovesse o ano inteiro, sonhava. Então, soltando um suspiro profundo, questionou: Quem será que pode trazer a chuva pra nós?

    Lembrou-se de um ano em que a chuva foi abundante e todos os açudes transbordaram, possibilitando o banho. As matas se vestiram de verde vivo, flores silvestres brotavam por toda parte, os animais estavam robustos com comida e bebida à vontade; as pessoas sorriam diante da prosperidade do inverno. Começou a recordar: Como era bom! Meus primos lá de Alagoinha vinham pra cá, e íamos nos banhar nos açudes. Depois íamos pela roça pra saborear melancia doce e colher algumas espigas de milho. Era uma delícia! Agora veja só: estamos tomando banho de cacimba; nem pororoca sequer temos na roça; espigas de milho, essas não temos mesmo. E ainda tem meu querido paizinho que precisa se virar como pode para arranjar forragem; senão o gado morre de fome.

    Naquela mesma noite, inquieta com seus pensamentos, tomou uma decisão importante. Estava determinada a encontrar uma solução para a falta de água; não ficaria de braços cruzados vendo tudo morrer de fome e sede. Ao raiar do dia, Ritinha arrumou sua trouxinha de roupa, colocou algo para comer no caminho e partiu em busca da grande aventura. Decidiu investigar sertão adentro quem seria o responsável pela preciosa chuva. O Saci, descansando no oco da aroeira próximo à casa da fazenda, abriu um dos olhos e resmungou:

    — Oxe! Pra onde ela vai com tanta pressa?

    A menina seguiu destemida; não olhou para trás. O Sol magnânimo banhava suavemente o amanhecer enquanto observava com curiosidade a pequenina de passos leves e ligeiros distanciar-se cada vez mais. Após caminhar muito, viu um pequeno preá correndo tão acelerado que caso não cuidasse passaria sem que pudesse fazer nada.

    — Seu preá! Seu preá! — gritava Ritinha.

    — Hein?! Quem tá me chamando? — perguntou ele parando bem adiante dela.

    A menina então apressou-se em acompanhá-lo dizendo:

    — Sou eu.

    Ao chegar perto do pequeno animal estava ofegante e suada.

    — Diga logo menina estou cheio de afazeres e não posso ficar de conversa fiada — foi logo falando e prolongou:

    — Arre égua! Eita o Sol tá rachando a moleira! Não tem nem uma nuvenzinha pra tampar este danado pra fazer esfriar.

    Em seguida olhou para cima enquanto fechava um dos olhos colocando a pata na testa para fazer sombra.

    Queria ver melhor sua companhia, mas a claridade forte o impediu de ter feito aquilo antes. Então interrogou: — O qui cê quer?

    — Sou a Ritinha e você?

    — Meu nome é Tabí, o dentuço mais ligeiro destas bandas do sertão. Viu como corro, como sou rápido? Num tem outro tão ligeiro como eu — gabou-se.

    Realmente, o pequeno era lépido. Mas, na verdade, nosso novo personagem tinha algo de fanfarrão e gostava de contar vantagens sobre si mesmo. Isso ficou claro para a menina, que o interrompendo, prosseguiu: — Sim, sim … tô vendo. Queria perguntar uma coisa pru senhor.

    — "Desembucha[1]!" — disse.

    — Cê sabe quem é o incumbido de mandar chuva pra nóis aqui? — indagou a garotinha.

    — Chuva?! Pergunta "sem cabimento[2]"! É claro! Ora, se sei!

    Ao esperar certo tempo pela resposta do recém-conhecido, bastante curiosa, reclamou: — Ande logo, criatura de Deus! Tô apressada! Sabe ou num sabe?!

    Pressionado, respondeu-lhe quase de impulso: — Num sei; mas sei quem é o culpado de toda esta secura d’água.

    Em seguida silenciou-se novamente e assim ficou, sem pronunciar uma palavra sequer, embora fosse esperada a resposta. O calor forte fez descer uma gota de suor no rosto da sertanejinha que, perdendo a paciência, instigou: — Ande! Deixe de "lezera[3]"! Diga logo! Também tenho pressa! — insistiu, revirando os olhos.

    Olhando-a como um pequeno gênio e esboçando um ar bobo envaidecido, respondeu: — Menina, "fique ciente disso[4]": além de ligeiro, sou muito esperto e sabido.

    — Ora essa! — bufou ela pois não tinha mais paciência para nenhuma jactância. — Quem muito se convence a

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