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Sapatos estragados, galinhas falantes e outros mistérios
Sapatos estragados, galinhas falantes e outros mistérios
Sapatos estragados, galinhas falantes e outros mistérios
E-book54 páginas30 minutos

Sapatos estragados, galinhas falantes e outros mistérios

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Sobre este e-book

As integrantes do grupo Confabulando revisitam sete contos de astúcia de diferentes origens em Sapatos estragados, galinhas falantes e outros mistérios. São histórias que fazem parte da tradição oral de diversas culturas em que o mais fraco vence o mais forte sem precisar usar a força, utilizando sua esperteza seja para tirar vantagem de uma situação ou simplesmente escapar de alguma enrascada, sem querer passar "lição de moral" e com muito humor.
Na cultura brasileira, um dos mais conhecidos representantes dessa vertente literária é Pedro Malasartes, um caipira que de bobo não tem nada e vive ludibriando os outros com sua astúcia disfarçada de ingenuidade. Mas há centenas de personagens que lembram o esperto garoto da roça brasileiro na tradição universal. É o caso do jovem pintor do primeiro conto do livro, "O retrato do rei", que, usando de sua astúcia, conseguiu o que nenhum outro artista famoso da região havia sido capaz: pintar um retrato fiel e ao mesmo tempo que agradasse a um vaidoso rei. Além de se livrar da forca, o jovem ganhou fama e foi recompensado "com uma bolsa de ouro, duas de prata, três cavalos árabes e muitos, muitos pirilampos".
No conto que dá nome ao livro, "Sapatos estragados", novamente um rapaz simplório, mas inteligente e aventureiro, leva a melhor no desafio lançado por um rei para descobrir por que os sapatos de suas 12 filhas amanheciam completamente estragados todas as manhãs, se elas haviam passado a noite toda dormindo em seu quarto. Já em "A avarenta", uma humilde empregada traça um plano para ganhar uma bolsa de moedas de prata e trinta belas galinhas da patroa pão-dura (e que escondia um importante segredo).
Um livro para crianças e adultos, especialmente aqueles que sabem que boas histórias não têm idade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jun. de 2014
ISBN9788581223995
Sapatos estragados, galinhas falantes e outros mistérios

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    Sapatos estragados, galinhas falantes e outros mistérios - Grupo Confabulando

    Histórias

    Era uma vez um rei riquíssimo e poderoso que se achava muito bonito. Na realidade, ele tinha até uma bela altura e um porte majestoso, mas seu nariz... seu nariz era um horror! Imenso, torto, vermelho, enrugado e, ainda por cima, tinha bem na ponta duas imensas verrugas com três fios de cabelo em cada.

    Como ninguém tem coragem de dizer verdades desagradáveis aos muito poderosos, lá ia ele, se sentindo muito lindo, sem que ousassem contradizê-lo.

    Um dia, perto do aniversário da sua mãe, o rei reuniu seus ministros e disse:

    – Que melhor presente eu poderia dar à rainha do que um retrato meu, feito pelo melhor pintor do reino? Pois quem não gostaria de ter pendurada em sua parede a imagem de um homem tão bonito como eu?

    Os ministros se entreolharam, preocupados com a possibilidade de o rei ler os pensamentos deles, mas responderam em coro e bem alto:

    – Que bela ideia, majestade! Colossal! Supimpa! Fantástica!

    E saíram correndo, contendo o riso, à procura de um homem que realizasse o trabalho.

    Ordenaram, então, a três criados do castelo que procurassem o melhor pintor daquelas terras para produzir tão majestosa tela.

    Os empregados partiram e voltaram alguns dias depois, trazendo, de uma aldeia vizinha, um pintor muito conhecido. Tão conhecido que suas telas eram faladas por mais de vinte léguas. Tinha fama de fazer quadros tão perfeitos que não pareciam representações, mas, sim, os próprios modelos ao vivo. Se pintava maçãs, logo despertava a fome de quem as visse; se pintava flores, enganava até as abelhas, que vinham em bando à procura de alimento.

    O pintor chegou todo orgulhoso com o convite e pôs-se a trabalhar com entusiasmo. Pintou o rei, mas tão parecido com o modelo que todos ficaram admirados. Todos... menos o rei, que ficou foi uma fera e gritou:

    – Como? Como pode alguém pintar meu belo rosto com um nariz torto, vermelho, enrugado e ainda por cima tendo, bem na ponta, duas imensas verrugas com três fios de cabelo em cada?

    Ele ficou tão furioso, mas tão furioso, que ordenou que o pintor fosse enforcado imediatamente.

    Os ministros, um pouco aflitos, foram novamente pedir ajuda aos criados, dizendo que aquele pintor não tinha dado muito certo, que eles arrumassem outro.

    Eles partiram e, desta vez, demoraram muitos dias mais. Foram de navio a uma terra bem distante, em busca de um pintor que sabia fazer retratos lindos. Por mais horrorosa que fosse a pessoa que para ele posasse, dava sempre um jeito

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