Revolta Dos Motoqueiros
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Revolta Dos Motoqueiros - Leandro Malósi Dóro
Revolta dos Motoqueiros Leandro Malósi Dóro
Gustavo desamassa, com um martelo de borracha, o escapamento de uma CG
125, 1978, gerando estrondos que cho-cam como metal em seus ouvidos. Dá cada martelada com a convicção de que exerce a profissão correta: mecânico de motos.
Observa a rua em frente à oficina. O sol que se reflete nos paralelepípedos faz seus olhos verdes lacrimejarem. Com a mão e o braço, limpa o suor do rosto sardento, ainda com poucos pêlos, à maneira que viu outros mecânicos fazerem.
A seca persiste há quarenta dias em Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul.
Seu chefe na oficina conversa, ao telefone, com o irmão, que é subversivo, dizem os vizinhos. Por ser motoqueiro e
cabeludo, Gustavo também é denominado subversivo, pelos mais velhos. Porém, desconhece por que o irmão de seu chefe luta para acabar com a ditadura militar. Nunca viu nada diferente de generais sendo es-colhidos pelo Congresso Nacional. Tinha três anos de idade quando houve o Golpe Militar de 1964. Agora, aos 17, pensa na profissão, na namorada e na moto recém adquirida.
- Chefe, terminei a CG. Posso ir?
- Tudo bem, Gustavo. Amanhã venha às oito e meia.
Lembrança desnecessária. É seu terceiro mês de trabalho nessa oficina. Seu primei-ro emprego. Chega sempre antes de serem abertos os portões, mesmo agora, fevereiro. O salário de auxiliar de mecânico per-mite pagar as parcelas de uma Gilera 125
cilindradas, ano 1972. Seu pai aceitou que a comprasse, mesmo o filho sendo menor de idade.
Gustavo liga o chuveiro da oficina, mas não há água. A seca gera racionamento.
Troca o macacão por jeans e camiseta limpas. Dá a partida em sua moto. O bramir do motor parece um riso que ecoa dentro do capacete. Irá para casa e depois vai se encontrar com Luciane, a namorada que conheceu há uma semana, em uma festa do Clube dos Motoqueiros.
Transita por entre edifícios de dois a quatro andares, alguns recém-pintados e outros velhos e de decoração empobre-cida, entre ruas onde pessoas passeiam, conversam e cumprimentam umas às ou-tras, ao final de tarde bucólico de cidade distante das praias.
Dá uma volta completa na praça em frente a Catedral e passa diante dos dois únicos cinemas. Na rua Morom, acena para Rodrigo, presidente do Clube dos Motoqueiros e amigo de infância, que está em frente a loja de eletrodomésticos onde trabalha como vendedor. Ambos sorriem com igual ânimo do último sábado, quando foram com as namoradas à grande boate da cidade, o Escadão.
Gustavo dobra a esquina, rumo à Avenida Brasil.
As veias das têmporas latejam. Vê uma batida policial à sua frente. Há uma viatura, um fusca, na avenida, com policiais analisando documentos. Perderá a moto, se souberem que ele é menor de idade.
Desvia pela XV de Novembro. Seu motor ecoa pela cidade sonolenta naquele final de tarde sem