Farinha Do Mesmo Saco
De Phaustus
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Farinha Do Mesmo Saco - Phaustus
FARINHA DO MESMO SACO
Procurar e Encontrar, Encurralar e Matar
Volume I
Dedico esta singela obra aos meus maiores feitos nesta vida!
Meus amados filhos:
Davi Lopes
Danilo Lopes
ESCLARECIMENTOS ADICIONAIS.
O linguajar utilizado nesta modesta obra, às vezes refoge aos padrões do que se chama língua culta padrão, contudo, o objetivo foi dar ao enredo contornos de linguagem cotidiana realística, mesmo porque, é uma obra ficcional e não destinada à instrução das academias.
O autor não desconhece tais rudimentos.
‿ᴥ‿
E pelo o meu pouco talento, ainda assim agradeço ao Bondoso Nazareno.
Phaustus
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Phaustus
Farinha do mesmo saco: procurar e encontrar, encurralar e matar / Phaustus. -- Várzea Grande, MT: Ed. do Autor, 2023.
ISBN 978-65-00-84976-9
1. Romance brasileiro I. Título.
23-179123 CDD-B869.3
Índices para catálogo sistemático:
1. Romances: Literatura brasileira B869.3
Eliane de Freitas Leite - Bibliotecária - CRB 8/8415
Copyright © 2023
Todos os direitos reservados.
Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra seja por qualquer meio e a qualquer título sem a expressa autorização do autor. (Lei 9.610/98, Convenção de Berna de 1886/ver. 1971, promulgada pelo Decreto 75.699/15 – Br., CF art. 5º XXVII, Art. 184 do Código Penal Brasileiro).
ISBN nº 978-65-00-84976-9
Biblioteca Nacional - Registro nº 879.522
Brasil.
Capa e diagramação - Phaustus
ESCLARECIMENTOS
Quase tudo nesta obra é criação da mente do autor.
A maioria dos lugares, datas, nomes e Instituições não são reais, qualquer semelhança ou sinônimo terá sido mera coincidência e não reflete nenhuma intenção de magoar ou ofender ninguém;
As terminologias negra e negro usadas repetidas vezes no decorrer da obra e, em algumas situações, com arrebatadora e apaixonada intensidade, refletem o respeito e o encanto do autor pela cor negra, que inclusive, o tímido projeto de escritor é negro e orgulhoso da sua cor e não se curva a ninguém; não por isso!
A organização Trombeta, seus membros e o enredo, são absolutamente fictícios e tem cunho puramente de entretenimento e não encorajamento a ato de violência de qualquer natureza;
As Instituições Governamentais Americanas, Inglesas e Brasileiras e outras citadas ao longo da narrativa são reais, contudo, seus membros, cargos e respectivas patentes e ações são criação do autor;
22ª Emenda da Constituição do EUA - Seção 1. Ninguém poderá ser eleito mais de duas vezes para o cargo de Presidente(...).
A Unidade DKD, seus membros e suas ações são ficção;
Todas as Nações do Mundo, Povos, costumes e crenças, têm o mais absoluto respeito do modesto autor;
Todas as bandeiras e símbolos que compõem a capa da singela obra, são de domínio público, contudo, o autor a todas elas se curva em reverência pelo o que elas representam aos seus nacionais e à soberania perante outras nações.
(*) Ação real. MT
‿ᴥ‿
Livro I
CAPÍTULO I
Ascensão Presidencial.
C
om a vitória bastante apertada dos Democratas, ascenderam à Casa Branca os senhores presidente John Seymour e o seu Vice-presidente Gregory Sinclair, que todos o chamavam de Greg Sinclair.
O Presidente Seymour era um Texano de estatura mediana, sorriso fácil, olhos claros, estava com cinquenta e oito anos, gostava de usar a barba cheia, mas foi aconselhado pelo seu staff que as barbas são uma indumentária passageira que nem chuvas de verão e o eleitor tem mania de fazer certas associações, e usar barba poderia influenciar negativamente.
Ele a contragosto, concordou em abdicar de tal acessório. Era um lutador tenaz, se aposentou no posto de Capitão da Marinha, se engraçou com a política e caiu nas graças do eleitorado, tanto como Senador e agora como Presidente.
O Vice-presidente Sinclair era um filho do Bronx, tinha 70 anos. Tinha a pele negra, fala mansa, 1,80 de altura, mãos e pés grandes. Rosto largo e nariz grande e pequenas pintinhas nas bochechas.
Assim como seu companheiro de White House, também veio do círculo militar, mais propriamente do Exército. Mas enganava-se quem tomasse a mansidão do Senhor Sinclair por fraqueza ou ausência de capacidade de se tornar um homem duro. Gregory Sinclair era um osso duro de roer.
Junto com a vitória presidencial, uma série de eventos aleatórios e sem nenhuma correlação lógica começaram a ocorrer pelo o Mundo afora:
- Um comboio de Helicópteros Americanos foi atacado na Arábia Saudita e uma piloto dos Rangers foi responsabilizada e uma punição foi aplicada;
- Um garoto negro matou um cachorro à dentadas em New Jersey;
- Uma criança foi estuprada e morta no Novo México;
- Um assalto, assim como milhares, ocorreu na Califórnia.
- Um desocupado passou a mão na bunda de uma garota feirante no Bronx– NY;
- Um Hacker foi preso por roubar uma razoável quantia do sistema bancário americano;
- Um Tenente-Coronel foi indicado para um cargo administrativo sem importância na Agência de Segurança Nacional – NSA- dos Estados Unidos.
Todos esses eventos desconexos no seu conjunto lógico e unitário, não fariam nenhum sentido se levados em consideração como um ato dissociado de qualquer lógica-sistemática. A não ser que, se lhe aplicadas as regras da Teoria de Edward Lorenz, ou o chamado efeito borboleta.
‿ᴥ‿
TERÇA-FEIRA, 11 DE SETEMBRO DE 2001
N
um ataque coordenado pelo o que mais tarde descobriu-se seus autores – Al Qaeda- e absolutamente sincronizados pelos seus executores foi realizado, por muitos considerados, o maior atentado que se tem notícia na história.
Sob a coordenação do Saudita Osama Bin Laden o ataque que ocorreu em várias frentes, deixando um horrendo número, talvez um pouco mais ou menos, de três mil mortos e nove mil feridos. Só no ataque às Twin Tower, no Marriott World Trade Center Hotel e no Seven World Trade Center contabilizou-se a assombrosa contagem de três mil mortos. Foi um ataque de forma sistemática e sem precedentes contra civis de toda ordem.
Mesmo contra todos os protocolos de segurança, contra todos os protestos do Serviço Secreto, contra todas as objeções do FBI, o Presidente John Seymour e o seu Vice-presidente Gregory Sinclair compareceram ao local da tragédia e se valendo dessas prerrogativas, o Presidente Seymour e Greg Sinclair, foram os primeiros da fila ofereceram o próprio sangue para ajudar nos bancos de sangue.
Sinclair andou em passos lentos com a manga da camisa ainda suspensa e ficou olhando o enorme escombro fumegante sem, contudo, lhe ver realmente. Seus olhos encontraram, por acaso, o de um outro homem que olhava tudo com a mesma incompreendida perplexidade. Os olhares se cruzaram e assim mantiveram por quase um minuto sem se desviarem um do outro. Com um imperceptível aceno de cabeça se cumprimentaram. Sinclair voltou-se para o Agente do Serviço Secreto que estava quase lhe pisando os calcanhares de tão perto que estava, cochichou algo no ouvido do agente que levantou os olhos discretamente para outra direção e foi olhando como que por acaso e encontrou a figura do Major do Exército que por acaso, estava coordenando os trabalhos pelos Militares em cooperação com as demais agências de segurança e o Corpo de Bombeiros. O agente fez um movimento de cabeça para o militar, que se os músculos do pescoço moveram um milímetro nessa operação foi o muito e recebeu algo com a mesma discrição.
Quando a comitiva partiu, ouviu-se para mais de uns cem suspiros de alivio do Serviço Secreto, o militar voltou à barraca de comando e pouco menos de vinte minutos o mesmo agente foi conduzido ao interior onde o Major estava como se o aguardando. Estava parado com as mãos cruzadas nas costas e dispensou com um agradecimento ao Cabo que conduziu o visitante até o Comandante:
- Obrigado Cabo, e por favor, não quero ser interrompido.
- Sim senhor Major! – Bateu continência e se retirou.
O militar voltou-se para o Agente:
- Pois não?
O Agente foi direto ao assunto:
- Major Lionel Greer, eu estou certo?
- Sim - respondeu o lacônico militar.
- Penso que o senhor sabe em nome de quem estou aqui, estou certo?
- Também está correto. Em que posso servir quem lhe enviou?
- O Presidente vai decretar um luto de três dias em todo o País. No sábado, ele, o Senhor Vice-Presidente, perguntou se o senhor poderia encontra-lo no Gabinete dele?
- Certamente que sim, a que horas?
- Ele pediu que se o senhor puder ir nove horas da manhã, o seu nome vai estar na agenda da guarda e de mais ninguém. Ah, ele pediu também que se o senhor puder ir de farda!?! É que chama menos atenção, segundo ele.
Greer, acenou a cabeça e repetiu:
- Sábado, nove horas e de farda. Vou estar lá.
O agente agradeceu e partiu. O major Greer ficou um bom tempo sentado no interior da tenda pensativo, depois levantou e saiu com o convite martelando na cabeça.
No Sábado acordou como de costume às cinco horas da manhã, fez café e tomou duas canecas cheias, odiava copos e xícaras. Estava ótimo, forte e amargo. Depois tomou banho, barbeou-se e colocou a farda camuflada, o quarto ainda estava na penumbra, deu um beijo na esposa que gemeu, passou-lhe a mão no rosto e desejou bom dia e virou para o outro lado sob o olhar carinhoso do marido que desceu para a garagem, pegou o carro e ganhou o transito ainda meio lento, quando foi oito e trinta estava na guarita da entrada e se apresentou ao oficial que conferiu a lista de pessoas autorizadas a adentrar nas dependências da Casa Branca, o Major Lionel Greer estava lá. Com uma continência seguiu em frente e pouco menos de dez minutos, ciceroneado pelo o mesmo agente do Serviço Secreto que lhe transmitiu o recado lhe franqueou a entrada da sala do Vice-presidente que o recebeu com um grande, porém triste sorriso:
- Então quer dizer que agora é Major, hein? O tempo passa hein amigo? Sente-se.
- Pois é senhor Vice-presidente, agora Major, e com todo o respeito, o amigo agora é nada mais e nada menos que o Vice-presidente dos Estados Unidos da América. Estou honrado senhor com o seu convite. – E sentou.
Greg Sinclair dispensou o agente e ele mesmo serviu o café.
- Preto ou com leite? Com ou sem açúcar?
- Puro e pouco açúcar Senhor!
- Major, o senhor imagina o motivo do meu convite? – Perguntou Sinclair à guisa de conversa.
- Senhor Vice-presidente, se seu lhe dizer que sim, estaria sendo precipitado ou até mesmo presunçoso e ao final eu poderia estar absolutamente enganado. - O Major discretamente subiu no muro.
- Major, diga, qual é a sua posição sobre esse ataque terrorista? – Quando assim falou, ficou repentinamente sério.
- A mesma de quase dez anos atrás senhor, por que?
- Lembra da nossa última conversa em Beirute? - Agora a conversa mudou para um tom mais baixo e sem nenhum sorriso.
- Cada palavra senhor, ontem ainda fiquei remoendo-as à beira daqueles escombros após ver o senhor do outro lado, por que?
- Ainda tem aquelas ideias sobre aquela unidade diferente de tudo o que a gente já viu?
- Certamente senhor.
- Major, o que o senhor acha de amadurecer aquela ideia?
- Só nunca a executei senhor, porque sou um cumpridor de ordens e nunca recebi nenhuma ordem nesse sentido. Agora, madurar? Com todo o respeito senhor, aquela ideia está quase caindo do pé. – E riu no que foi seguido pelo Vice-presidente e um aceno de cabeça.
- Major, estou lhe convidando a colocar a sua ideia no papel, por ora, nada cientifico, mas para que eu tivesse uma ideia global da coisa! Por exemplo: O que seria essa ....Unidade? Como e quando agiria? De que forma seria essa atuação? Uma logística simples. O que o senhor acha e poderia cuidar desse…vamos chamar de pequeno projeto?
O coração de Greer quase saiu pela garganta e a boca ficou seca como se tivesse uma semana sem beber agua.
- Isso é sério Senhor? – Indagou para ter alguma coisa para falar.
- Sim Major.
- Será uma honra e um prazer senhor. Quem mais deve saber disso? - Indagou o militar.
- Por hora, eu, você e nem seu travesseiro a mais. – Riu em tom sério. – Ah, e outra coisa, você escreve para mim e mais ninguém e reporta só a mim.
Quinze dias depois o Major Lionel Greer apresentou um projeto de dez laudas escritas nos dois lados da folha, um esboço do que ele chamou de projeto DKD.
O Vice-presidente pediu duas rodadas de café. A manhã estava muito fria e a lareira crepitava alegremente. Ao final da leitura, com alguma pergunta ou outra para esclarecer alguma coisa o senhor Sinclair sacudiu a cabeça que indicava que estava bom o esboço do amigo:
- Ah, você fez alguma cópia disso? – Bateu na fina pasta.
- Não senhor Vice-Presidente! O senhor tem em mãos um escrito original e único. Eu posso recitá-lo de olhos fechados, até as vírgulas eu sei onde estão.
O Vice-Presidente se virou e jogou folha por folha na lareira que foram consumidas pelo fogo sob o olhar silencioso, mas tristonho do Major, já que pelo o jeito sua ideia foi rejeitada.
- Excelente trabalho Major. Como o senhor viu esse projeto nunca existiu. – Depois falou mais sério do que já estava. - Agora preste atenção meu amigo, eu estou disposto a me sacrificar pelo meu País e o senhor?
- Eu lhe sigo até a morte senhor Vice-Presidente. – Nem piscou o Major.
- O senhor está autorizado por mim a criar a unidade DKD nos moldes que me apresentou. – E apontou para a lareira - O que o senhor quiser ou precisar, se lhe faltar autoridade ou ela for negada o senhor me liga, qualquer hora do dia ou da noite em qualquer dia da semana. Para o senhor eu trabalho de segunda a segunda e de dezembro a dezembro.
- Vamos ver até quando conseguiremos manter isso em segredo. – E estendeu a mão e houve um aperto recíproco que selava um pacto que seria muito ruim para qualquer organização terrorista muito em breve.
Pelo o horror do ataque terrorista ao solo americano, o Presidente John Seymour jurou vingança. E realmente mais tarde o Gigante ferido, em 02 de maio de 2011, na cidade de Abbottabad no Paquistão, vingaria seus mortos; mas uma morte não traz outra vida.
‿ᴥ‿
LIVRO II
CAPÍTULO I
OS ESCOLHIDOS
Nikolau Camarena – Niko
O Piloto.
CAMDEN - NEW JERSEY
E
ra mais ou menos umas 02 duas horas da tarde, o garoto negro de mais ou menos uns 14 anos estava sentado descansando sob a árvore no terreno baldio brincando solitário com o que parecia ser esferas de rolamento de veículo. De cabeça baixa concentrado no estalido das bolinhas não percebeu a mulher de estatura mediana, em avançado estado de gravidez subindo a St Ramona Gonzalez e conduzindo pela mão uma menina de pouco mais de seis anos de idade e na outra mão, uma sacola com verduras cujas folhas sobressaiam da boca do saco plástico.
Nikolau Camarena, o Niko, filho de pai Mexicano e mãe americana do Bronx, o quarto filho do casal nasceu puxado ao pai: Magro, pele negra azeitada, cabelo pirraçado, não passava de um metro e cinquenta, de pouca conversa, olhar entre tristonho e perdido ao Nada. Naquele momento trajava uma camisa parece que feita de saco encardido, uma bermuda jeans que já tinha visto dias melhores e calçado com uma sapatilha de pano vermelha desbotada pelo uso.
Do nada, um grito desesperado de socorro quebrou o silêncio da rua. Foi como tiro de canhão dentro duma igreja. Ressoou para todos os cantos.
O garoto levantou a cabeça e procurou a origem do grito e encontrou! Pouco menos de 30 metros de onde estava, um enorme pastor alemão de dorso castanho deu o segundo bote na mulher que encontrava dificuldade de proteger a criança e a si mesma das investidas do cão que não se sabe de onde saiu. A criança gritava de pavor atrás da saia da mãe, esta lutava bravamente para proteger a criança, mas o peso da barriga, de uns oito meses de gravidez não ajudava, ela tropeçou e caiu e o cão investiu com o lombo todo arrepiado.
Quanto o animal estava a menos de um metro da mulher caída, recebeu um chute na barriga, pelo seu porte o chute amorteceu na pelagem espessa. Ele perdeu o interesse momentâneo pela mulher e a filha e se virou para o intruso preto de calçado vermelho e voou de boca aberta direto na garganta do garoto.
Se tinha uma coisa que o garoto negro de olhar tristonho não tinha era medo de alguma coisa, no entanto, era um cão pastor alemão, pesado e furioso. A única defesa encontrada pelo mestiço foi colocar o magro braço esquerdo entre o próprio pescoço e a boca do cachorro que mordeu com força esmagadora. Niko cerrou os dentes, mas não foi o suficiente para conter o grito de dor que saiu baixo e contido, s dentes do animal cravaram fundo no braço abaixo do cotovelo. Niko batia com os punhos cerrados na cara do cachorro enfurecido, mas de nada adiantava. Sem outro jeito Niko fez o máximo de força, mas sabendo que não ia ser solto, o cão estava travado no fino braço, no entanto não contava com a astucia do garoto que repentinamente deu um passo à frente e colou-se ao corpo no animal e mesmo quase morto de dor fez o braço girar dentro da boca do cão e agora paralelo a ele, montou no cachorro que continuava a apertar as mandíbulas e rosnando. Agora montado no cachorro e usando o braço ferido como um freio rustico para cavalos puxou o braço para trás com toda a pouca força que lhe restava e com o braço direito começou a esmurrar a garganta do animal ao mesmo tempo que puxava o braço ferido como uma alavanca, em seguida enfiou o dedo indicador no canto do olho do cachorro e empurrou para dentro com a força que tinha.
O animal entrou em desespero por que agora seu oponente era bem diferente da mulher caída no chão. Seu inimigo era uma coisa que lhe causava dor e medo.
Niko parecia em transe na luta e fez uma coisa medonha: - Abriu a boca o máximo que conseguiu e deu uma mordida no pescoço do cão. Mordeu até sentir que os dentes romperam a pele e puxou até rasgar. Cuspiu e tornou a morder no mesmo lugar e tornou a rasgar. E a ferida foi abrindo. O cão ganiu agoniado.
Agora o animal lutava para fugir, mas estava preso e seu inimigo não parecia interessado a deixar a luta no pé em que estava. Já não queria morder, só fugir, mas não tinha jeito. O jovem negro deu a última mordida e encontrou a jugular, mordeu e rasgou com a força que tinha no queixo e no pescoço. O sangue voou para todo canto, inclusive na cara e na roupa do garoto. O cão esmoreceu e caiu soltando os últimos estertores e morreu entre as pernas do garoto. Niko como se voltasse à realidade, apertou o punho e fez uma careta para conter a dor, olhou de rabo de olho para o cachorro morto, cuspiu sangue e cabelo e vociferou baixinho entre dentes:
- Desgraça ruim!
Olhou para a rua cheia de gente e virou para a mulher que tinha sido atacada pelo cão e perguntou baixo:
- Ele mordeu a senhora?
A mulher sacudiu a cabeça negativamente e ficou olhando seu salvador assombrada. Nunca tinha visto nada igual àquela luta na vida, nunca.
O jovem sujo de sangue virou as costas e subiu a rua vagarosamente sem olhar para trás. Não se sabe quem, mas alguém ligou para o 911 e a viatura da polícia quando chegou o garoto já estava virado a esquina. A mulher grávida contou em rápidas palavras à policial o que ocorreu. Quando a policial Anne Flint perguntou o que aconteceu com o cão morto e a mulher falou da luta, a policial ficou olhando para ela sem acreditar em nada do narrado.
- Mas cadê o tal garoto? - Indagou a policial.
Danny, um desocupado das redondezas, apontou o dedo e informou:
- O maluco subiu a rua.
Anne entrou na viatura e partiu atrás do misterioso moleque, encontrando-o andando vagarosamente quase virando a esquina. A policial aproximou a viatura ao lado do silencioso rapazinho que parou e ficou encarando-a silenciosamente, sem sinal de nada no rosto, medo, tristeza, alegria, raiva ou desafio. Só olhando.
A policial desceu e encostou no carro e cumprimentou:
- Bom dia!
O rapazinho acenou com a cabeça e respondeu tranquilo:
- Bom dia! - E foi só.
Anne suspirou fundo e continuou:
- Como é o seu nome?
- Nikolau! – A resposta foi curta.
- Nikolau de quê
? - Indagou.
- Camarena.
Anne tirou o quepe e coçou a cabeça, estava começando a se exasperar com o monossílabo do jovem à sua frente falou:
- Fala direito criatura! Nome, onde mora, quem é você e o que aconteceu lá embaixo!
Niko levantou as sobrancelhas, gesto característico quando entendia que a discussão ia ser em vão. Suspirou fundo em gesto de desânimo e falou:
- A senhora também não pergunta direito!
Anne já estava começando a aborrecer com seu interlocutor de poucas palavras!
- Veja lá como fala rapazinho. - Advertiu!
Niko falou de forma lenta e em bom som:
- Nikolau Camarena, mas meu pai, minha mãe e meu irmãos me chamam de Niko. 14 anos, filho mais novo de Antônio Camarena e Anastácia Donovan Camarena. Irmão mais velho John, a irmã do meio Adele, o terceiro Sony. Moro no final da Country Rod. Casa de madeira. Meu pai, meus irmãos e eu, menos a Adele, somos pescadores. Meu pai tem 50 anos, minha mãe 49, John tem 24 anos, Sony 22 anos. Adele eu não sei não.
Anne ficou olhando para o garoto, repentinamente deu vontade de rir. Não viu arrogância no camaradinha. Perguntou:
- Que negócio foi esse de matar o cachorro que o pessoal falou? Diz ai!
Niko deu de ombros, mas não disse nada. Com o olhar perdido ao longe ficou esfregando vagarosamente a palma da mão direita com o polegar esquerdo como se esperando a próxima pergunta. Ele tinha a mania de quanto estava concentrado em alguma coisa, ouvindo ou falando, ficar com o olhar fixo em nada e perdido ao longe e esfregando vagarosamente a palma de uma das mãos com o polegar da outra.
- E aí não vai falar não? - Indagou a policial.
- Mas já não contaram para a senhora? – Voltou a olhar a policial.
- Sim, mas me recusei em acreditar!
- O quê e em que a senhora se recusou a acreditar? – E ficou olhando para algum ponto do chão.
- No que me contaram! – Anne.
- Por quê? – Niko.
- Por que o quê? – Anne.
- Porque a senhora não acreditou! - Niko.
- Muito absurdo! – Anne.
Ele deu de ombros!
- A senhora nunca matou um cachorro?
- Sim, mas nunca a dentadas! Verdade isso? – Anne.
Ele deu de ombros e acenou afirmativo com cabeça.
– Entendi. A intenção não era essa não, mas ele não quis largar o meu braço.
- Mas a dentadas Niko? Por quê dentadas? -Perguntou aflita e pasma.
- Uai, foi a única maneira de que encontrei, se não aquela praga ia moer meu braço.
Não tinha sequer mudado o pé do local onde parou.
Anne respirou fundo e perguntou:
- E esse braço?
- O que tem ele?
Olhou para o braço como se fosse a primeira vez que ele via aquela parte do próprio corpo depois olhou de relance para sua interrogadora.
-Como está, claro!
- Ahhh... !
Torceu o punho para a direita e para a esquerda. Fez uma disfarçada careta de dor
- Doendo um pouco. - franziu o nariz! - Já, já melhora!
- Sei! Entra aí vou te levar no hospital. - Comandou e entrou na viatura;
- Precisa não, logo melhora!
Anne fuzilou o teimoso com um olhar e advertiu:
- Não me aborrece, entra logo ai!
Niko levantou as sobrancelhas no característico gesto de desânimo, deu a volta e falou baixinho para si mesmo: - Bosta viu?! – E entrou na viatura e Anne ganhou o trânsito ralo àquela hora.
- O que foi o que você falou? – Perguntou quando ele se sentou.
- Nada não! – E ficou olhando a paisagem.
- Huumm! O que você estava fazendo ali?
- Descansando! - Disse olhando pela janela do carro.
- Descansando do quê?
- De caminhar!
- Isso eu entendi, mas estava vindo de onde Niko? E pelo o amor de Deus, dê uma resposta completa!!!
- Estava vindo do píer, onde fica o nosso barco – o slow death.
- Como? - Olhou para ele curiosa.
- Como o quê?
- O nome do seu barco é slow death? Porque esse nome e quem colocou?
- Não sei porque meu pai colocou esse nome no barco não!
Chegaram na porta do pequeno hospital Anne desceu do carro e acompanhou seu engraçado passageiro para a ala de consultas e curativos.
A enfermeira Ramila Brown, possivelmente era a maior negra que Niko já tinha visto na vida veio balançando a bunda de forma preguiçosa e mascando um chiclete. Parou a menos de um metro e perguntou olhando para o garoto:
- Que foi meu bem?
Niko suspirou!
Anne com um sorriso divertido na cara, sentou-se numa velha cadeira e pensou:
- É agora! Vamos lá!
- Que foi o quê? - Perguntou o paciente.
- No seu bracinho meu bem! - E chegando mais perto do garoto, franziu o nariz como se farejando e falou:
- Nossa, meu bem você está... - Tornou a franzir o nariz – Com um cheiro estranho - E tornou a cheirar – Cheiro de sangue e.…cachorro molhado. – E afastou para olhar melhor.
- O que é isso nas suas roupas? – Apontou para o sangue.
- Sangue! – E foi só.
- Sangue de quê?
- Cachorro!
- E isso no braço?
- ahh....mordida!
- De quê?
- Cachorro!
- Huumm! Mordida feia hein??
Só um aceno afirmativo de cabeça e o olhar distante.
- E esse sangue é seu?
- Só um pouco.
- Grande