História De Piraju
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História De Piraju - José Carlos Garcia
Histórico da Cidade
Diversas pesquisas fazem os historiadores acreditarem que Piraju teve seu início por volta de 1800 (*), pelo fato de existir ali uma estrada que atravessava suas terras e que servia de acesso de viajantes para diversas localidades da região. Como ponto de passagem e graças à fertilidade de suas terras, diversos colonos foram alí se estabelecendo, tomando posse e construindo as primeiras moradias a partir do ano de 1859. O
lugar já era conhecido como Tijuco Preto, quando ocorreu o ato de doação das terras ao Patrimônio de São Sebastião, tornando-se depois São Sebastião do Tijuco Preto
. A doação foi feita por três famílias: Joaquim Antonio de Arruda, João Antonio Graciano e Domingos Faustino de Souza. A capela ficou construída na confluência de três posses.
Existem muitos vestígios que índios habitaram na região de Piraju há mais de mil anos. Por causa disso foi criado o Projeto Paranapanema e o Centro de Pesquisas Arqueológicas em Piraju. O Intuito é recompor os vários cenários de ocupação humana, da pré-história até os dias de hoje. A ideia é lembrar aos pirajuenses a sua história.
A denominação Tijuco Preto
vem da expressão do Guarani TEYQUÊ-PÊ, que significa caminho de entrada
. Em 29
de agosto de 1872 foi instituído canonicamente com a denominação de São Sebastião do Tijuco Preto
, pertencendo então ao município de São João Batista do Rio Verde, hoje Itaporanga, sendo elevada à Freguesia com o mesmo nome, pela Lei n.o 23, de 16 de março de 1871 e a Município pela Lei n.o 111, de 25 de abril de 1880. Em 1891, atendendo ao pedido da Câmara Municipal de Tijuco Preto, o Governo da Província concedeu o nome de PIRAJU ao município, nome esse que vem do Tupi-Guarani, e significa peixe amarelo
, devido a grande quantidade de peixes dourados na região. Como o Município foi instalado em 10 de janeiro de 1881, sendo criado com a Freguesia de São Sebastião do Tijuco Preto (Piraju), quando a primeira Câmara
Municipal tomou posse, presidida por Cândido José dos Santos (na época o presidente da Câmara era o administrador da cidade). Posteriormente foram incorporados ao Município os distritos de Fartura, Sarutaiá, Manduri, São Bartolomeu, e Tejupá.
A Comarca de Piraju foi criada pela Lei n.o 80, no dia 25 de agosto de 1892.
Sob a liderança de Ataliba Leonel, reuniram-se em 1903
destacados membros da elite pirajuense, para solicitar ao presidente do Estado, Dr. Bernardino de Campos, a extensão da Estrada de Ferro Sorocabana até Piraju (naquele momento, a ferrovia terminava em Manduri). Os cafeicultores da região já aventavam a possibilidade de financiar parte dos custos do ramal.
'Fragmentos da História de Piraju' , publicados por Constantino Leman, comentam este episódio.
A comissão mencionada era composta dos Senhores Benedito Silveira Camarco, José Tertuliano Gonçalves, José Pereira Fernandes, José Maximiniano Louzada, Mariano Leonel Ferreira Júnior, Dr Washington Osório de Oliveira, Dr Cícero Leonel, Cônego José Joaquim de Miranda, Dr Ataliba Leonel.
Em 5 de novembro de 1904 foi inaugurada, com verbas do governo estadual, a cadeia pública e o fórum, nesse ato foi elogiado muito o Dr. Ataliba Leonel, que era presidente da Câmara Municipal e Deputado Estadual, que por seu empenho, havia conseguido trazer esse benefício para Piraju. A 29 de novembro de 1904, por ato do presidente do Estado, foi criado o grupo Escolar de Piraju, que foi instalado e iniciou seu funcionamento em 1906. O prédio foi construído em 1913 e o nome de seu patrono (Ataliba Leonel) foi dado em 1938. Este foi um dos primeiros grupos escolares da primeira República.
Em 13 de setembro de 1905 foi inaugurada a luz elétrica em Piraju, já com energia hidrelétrica, com a instalação de 100
lâmpadas incandescentes de 25 velas. Essa grande conquista ocorreu antes da cidade de São Paulo que tinha energia a querosene e depois a gás, em 1911, conseguiu implantar a iluminação por eletricidade em várias avenidas. A energia era
fornecida através do Salto do Monte Alegre, no Rio Monte Alegre, distante 6 quilômetros de Piraju, que foi utilizado em 1901 para a instalação das máquinas geradoras de eletricidade e que, desde essa data, abasteceu o consumo de energia da cidade, até a construção da nova barragem da Companhia Santa Cruz.
Em 21 de abril de 1906, com a autorização do presidente do estado Dr. Jorge Tibiriçá, foi lançada a pedra fundamental para a construção da estação do ramal da Estrada de Ferro Sorocabana. O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Ramos de Azevedo.
No dia 5 de Abril de 1908, foi inaugurado oficialmente o ramal da ferrovia, ligando Piraju a Manduri e, conseqüentemente, à Estrada de Ferro Sorocabana.
Em dezembro de 1908, foram instalados os primeiros telefones públicos em Piraju.
Em 1910, inaugurava-se o Cassino Pirajuense
, que funcionava à Rua Carlos de Campos, esquina com a João Hailer, onde funcionava o cinema, para deleite da população Pirajuense.
Em 29 de outubro de 1913, esteve em a Piraju o ex-presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt, em visita a seu filho Kermit, que sob sua supervisão foi construída a ponte de ferro sobre o Rio Paranapanema pela Companhia de Ferro Anglo-Brasileira.
Em 1914, a prefeitura celebrou um contrato com Caisse Generale de Prêts Fonciers et Industriels
, para a instalação do
tramway
elétrico de Piraju a Sarutaiá. Essa linha de bondes que atravessava as principais fazendas de café do município, atingia o distrito de Sarutaiá, com 26 km de extensão.
Em 1915, sobre o Rio Paranapanema, achavam-se construídas duas pontes: uma de madeira para o trânsito público e outra metálica, destinada exclusivamente ao tráfego de bondes do tramway
elétrico.
O Bondinho (Tramway Eléctrico) Municipal de Piraju começouseus testes em 1º de agosto e foi formalmente inaugurado em 15 de agosto de 1915.
Em 1912 Bromberg, Hacker & Cia. de São Paulo, um agente da Siemens-Schuckerwerte de Berlim, instalou uma usina de força na Fazenda Boa Vista, 15 km a oeste da cidade, que produz energia até hoje.
Piraju libertou seus escravos antes da Lei Áurea.
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