Plano Pastoral de Conjunto 1966-1970 - Documentos da CNBB 77 - Digital
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Plano Pastoral de Conjunto 1966-1970 - Documentos da CNBB 77 - Digital - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Plano Pastoral de Conjunto 1966-1970
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
1ª edição – 2024
Direção-Geral:
Mons. Jamil Alves de Souza
Autoria:
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Projeto gráfico, capa e diagramação:
Henrique Billygran Santos de Jesus
978-65-5975-367-3
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão da CNBB. Todos os direitos reservados ©
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SUMÁRIO
Apresentação da Edição de 2004
Apresentação
Exortação de Paulo VI ao episcopado latino-americano (24-11-65, X aniversário do CELAM)
A ação pastoral na América Latina
Apresentação – síntese
Regionais da CNBB
Introdução geral
primeira parte
I. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
1. Finalidade e membros
2. História
3. Órgãos constitutivos
4. Eleição dos membros e manutenção dos serviços
II. O Plano de Pastoral de Conjunto
1. Plano de Emergência, Concílio, Plano de Pastoral de Conjunto
2. Objetivos do Plano de Pastoral de Conjunto
3. Diretrizes fundamentais de ação: objetivo geral e objetivos específicos de ação da Igreja.
segunda parte
I
Diretrizes fundamentais da ação pastoral
I. Justificativa geral
1. Em que sentido podemos planejar a ação da Igreja
2. Tomada de consciência da situação da Igreja no Brasil
3. Objetivo geral e objetivos específicos de ação da Igreja
II. Linhas fundamentais de trabalho
O que se entende por projeto, programa, plano.
LINHA DE TRABALHO Nº 1
Promover uma sempre mais plena unidade visível no seio da Igreja Católica
LINHA DE TRABALHO Nº 2
Promover a ação missionária
LINHA DE TRABALHO Nº 3
Promover a ação catequética, o aprofundamento doutrinal e a reflexão teológica
LINHA DE TRABALHO Nº 4
Promover a ação litúrgica
LINHA DE TRABALHO Nº 5
Promover a ação ecumênica
LINHA DE TRABALHO Nº 6
Promover a melhor inserção do povo de Deus, como fermento na construção de um mundo segundo os desígnios de Deus
III. Aplicação das diretrizes aos planos nacional e regional
1. Aplicação ao plano nacional
2. Aplicação aos planos regionais
ATIVIDADES REGIONAIS (I)
ATIVIDADES INTER-REGIONAIS (II)
IV. Aplicação das diretrizes ao plano diocesano
1. A diocese como unidade fundamental de ação pastoral
2. Sentido e função do planejamento diocesano
3. Requisitos básicos da renovação diocesana
4. Como elaborar o plano diocesano
ESTRUTURA DA DIOCESE
terceira parte
Plano nacional de atividades da CNBB
Indicações gerais
PROGRAMA Nº 1
Levantamentos e pesquisas
PROGRAMA Nº 2
Reflexão e elaboração teológico-pastoral
PROGRAMA Nº 3
Formação de pessoal
PROGRAMA Nº 4
Montagem de novos serviços de assessoria
PROGRAMA 1 - LEVANTAMENTOS E PESQUlSAS QUADRO – RESUMO
PROGRAMA 2 - REFLEXÃO E ELABORAÇÃO TEOLÓGICO-PASTORAL QUADRO – RESUMO
PROGRAMA 3 – FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO QUADRO – RESUMO
PROGRAMA 4 – MONTAGEM DE NOVOS SERVIÇOS QUADRO – RESUMO
DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A IGREJA NO BRASIL
BRASIL
REGIONAL NORTE
(Rondônia - Acre - Amazonas - Roraima - Pará - Amapá)
REGIONAL NORDESTE I
(Maranhão – Piauí - Ceará)
REGIONAL NORDESTE II
(Rio Grande do Norte - Paraíba - Pernambuco - Alagoas)
REGIONAL NORDESTE III
(Sergipe - Bahia)
REGIONAL LESTE I
(Rio de Janeiro - Guanabara)
REGIONAL LESTE II
(Minas Gerais - Espírito Santo)
REGIONAL SUL I
(São Paulo)
REGIONAL SUL II
(Paraná)
REGIONAL SUL III
(Santa Catarina - Rio Grande do Sul)
REGIONAL EXTREMO-OESTE
(Mato Grosso - Rondônia (G. Mirim)
REGIONAL CENTRO-OESTE
(Goiás)
Estatutos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
TÍTULO I – DA FINALIDADE E DOS MEMBROS
TITULO II – DOS ÓRGÃOS CONSTITUTIVOS
Capitulo Primeiro: Da Assembléia Geral
Capítulo Segundo: Da Comissão Central
Capítulo Terceiro: Das Comissões e Secretariados Regionais
TÍTULO III – DAS ELEIÇÕES
TÍTULO IV – DA MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS
TÍTULO V – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Apresentação da Edição de 2004
Em 1962, ainda antes do início do Concílio Vaticano II, a CNBB lançava o Plano de Emergência para preparar a Igreja para uma profunda renovação. Teve seu foco na paróquia e no exercício do ministério sacerdotal, mas também estava orientado para as escolas católicas e para a realidade sócio-econômica. A força motivadora desta primeira tentativa de pastoral de conjunto foi muito grande.
Para colocar em prática as ricas orientações do Concílio Vaticano II, a CNBB lançou, em 1966, o Plano de Pastoral de Conjunto – 1966-1970. Foi elaborado durante a VII Assembléia Geral Extraordinária da Conferência, ainda em Roma, durante os três meses da última sessão conciliar. A proposta deste Plano era que a Igreja no Brasil se ajustasse rápida e plenamente à imagem da Igreja do Concílio Vaticano II.
De fato, as diretrizes do primeiro Plano de Pastoral de Conjunto foram inspiradas pelos grandes Documentos do Concílio, dando origem às seis grandes linhas
de trabalho da Igreja: 1) Unidade visível da Igreja Católica (Lumen Gentium, Christus Dominus, Presbyterorum Ordinis, Optatam Totius, Perfectae Caritatis, Apostolicam Actuositatem); 2) Ação Missionária (Lumen Gentium, Ad Gentes); 3) Ação Catequética, aprofundamento doutrinal, reflexão teológica (Dei Verbum); 4) Ação Litúrgica (Sacrosanctum Concilium); 5) Ação Ecumênica (Unitatis Redintegratio); 6) Ação da Igreja no mundo (Gaudium et Spes, Dignitatis Humanae, Nostra Aetate, Gravissimum Educationis, Inter Mirifica).
Além de Diretrizes Fundamentais da Ação Pastoral
, foram elaboradas também Linhas Fundamentais de Trabalho
, segundo cada uma das seis linhas acima citadas. Foi sempre dada especial ênfase ao conhecimento da realidade e à reflexão pastoral sobre ela, à formação de agentes e à organização de assessorias. Foi um Plano muito bem articulado e com uma clareza impressionante de metas e propostas. Tudo isso era fruto da participação dos seus autores no Concílio e do desejo de traduzir logo no Brasil, na organização e na prática da vida eclesial, as lições colhidas no Concílio Vaticano II.
Este Plano de Pastoral de Conjunto marcou profundamente, durante as décadas sucessivas, o caminho pastoral da Igreja no Brasil e a própria organização e atuação da CNBB. A organização das atividades da Conferência segundo as seis linhas
durou até 1995, quando as Diretrizes quadrienais passaram a se chamar Diretrizes da Ação Evangelizadora
, destacando mais fortemente o caráter evangelizador e missionário da atuação da Igreja. A partir daí, as Diretrizes passaram a ser orientadas segundo as quatro exigências
da evangelização: serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão. Mesmo assim, as dez Comissões Episcopais Pastorais aprovadas na Assembléia Geral de 2003, e que dão a estrutura de referência da organização pastoral da Conferência, ainda estão claramente relacionadas com as seis linhas pastorais
do primeiro Plano de Pastoral de Conjunto da CNBB.
O Plano de Pastoral de Conjunto – 1966-1970 continua despertando interesse, sendo citado com freqüência, por causa da importância histórica que tem para o caminho pastoral da Igreja no Brasil. Por isso, o Secretariado Geral da CNBB decidiu publicá-lo novamente, na série azul
dos Documentos da CNBB, para facilitar o seu acesso na atualidade. Seu conhecimento ainda poderá trazer frutos para a ação evangelizadora e pastoral dos nossos dias.
Brasília, 30 de maio de 2004, Solenidade de Pentecostes.
Dom Odilo Pedro Scherer
Bispo Auxiliar de São Paulo Secretário-Geral da CNBB
Apresentação
Ao Povo de Deus, em nossa pátria brasileira, apresentamos, em nome e com a autoridade de todo o episcopado nacional, o Plano de Pastoral de Conjunto para o próximo qüinqüênio.
Este Plano foi elaborado por especialistas, e exaustivamente discutido, emendado e aprovado pelos bispos do Brasil, na VII Assembléia Geral Extraordinária da CNBB, reunida em Roma durante os três meses da última sessão conciliar.
Não há dúvida de que a graça de Deus transcende os cálculos humanos e o Espírito Santo atua independente dos condicionamentos naturais: Spiritus ubi vult spirat (Jo 3,8). Mas é certo também que é imprescindível a cooperação do homem com a graça. Ora, o planejamento pastoral é um esforço dessa cooperação indispensável. Ele visa exatamente a criar condições favoráveis à atuação da graça.
Acresce que o planejamento foi requerido pelo Chefe visível da Igreja e que representa o Chefe invisível, Nosso Senhor.
O saudoso Papa João XXIII, já no seu primeiro ano de pontificado, pediu uma coordenação orgânica da atividade pastoral entre nós. Em 1961 foi além do pedido: ordenou o planejamento.
Ouçamos ainda a voz do nosso Pontífice Paulo VI, no discurso proferido ante os bispos da América Latina, na audiência de 24 de novembro de 1965:
"... a atividade pastoral não pode processar-se às cegas. O apóstolo não corre no encalço do incerto e bate no ar (1Cor, 9,26). Hoje foge à acomodação e ao perigo do empirismo. Um sábio planejamento pode oferecer também à Igreja um meio eficaz e um incentivo de trabalho.
Sabemos que em alguns de vossos países foram elaborados planos de pastoral de conjunto, em resposta à encarecida recomendação de nosso predecessor João XXIII, de feliz memória, na Carta Apostólica Ad dilectos Americae Latinae populos, de 8 de dezembro de 1961. O exemplo poderá ser seguido também pelos demais episcopados".
E o Santo Padre continua a dissertar difusamente sobre o assunto. Outrossim, na alocução de 23 de fevereiro de 1965, aos participantes da Comissão Italiana de Superiores Maiores dos Institutos Religiosos, trata Sua Santidade da integração dos Religiosos na indispensável planificação pastoral de conjunto.
Estribados, assim, na autoridade dos legítimos Pastores, vem promulgado o novo Plano, fase de um processo de planejamento, que começou com o Plano de Emergência aprovado pela V Assembléia Geral da CNBB em abril de 1962 e que deverá prosseguir fecundado pelas bênçãos divinas. Ele envolve todas as forças vivas da Igreja no Brasil e empenha cada membro do Povo de Deus. Que ninguém se furte a tomar a parte que lhe couber, na sua execução.
Rio de Janeiro, janeiro de 1966.
+ D. Agnelo cardeal Rossi
Presidente da CNBB
+ D. José Gonçalves da Costa
Secretário Geral da CNBB
Exortação de Paulo VI ao episcopado latino-americano (24-11-65, X aniversário do CELAM)
A ação pastoral na América Latina
Condições do trabalho pastoral da Igreja1
O continente latino-americano é considerado católico: é a sua glória e a sua fortuna. Este catolicismo, que tem notável peso numérico no seio da comunidade católica do mundo, revela, porém – e o dizemos com solícito afeto de pai – aspectos negativos que denotam debilidade e falta de homens e de meios. Poder-se-ia falar de um estado de debilidade orgânica, que manifesta urgente necessidade de revigorar e reanimar a vida católica, a fim de torná-la mais substanciosa nos princípios doutrinais e mais sólida na prática. Dir-se-ia que a fé do povo latino-americano deve realizar ainda uma plena maturidade de desenvolvimento.
Qual é, com efeito, a solidez, a consciência de si, a capacidade de resistência da vida católica? Em que camadas sociais se concretiza? Qual é o seu grau de cultura? Que estatísticas existem a respeito da observância religiosa, da moralidade familiar e das vocações eclesiásticas? Vós, que conheceis os índices da freqüência média aos sacramentos e à Missa dominical e os gravíssimos danos causados à família pela lei do divórcio introduzida em muitos países, achareis justificadas nossas apreensões.
Outro elemento que pesa na situação religiosa da América Latina é a falta de homens no campo apostólico, especialmente de sacerdotes. Sempre se insistiu, e com razão, no angustioso problema da grave carência de clero: o fato é por demais evidente para que se possa menosprezar o seu alcance. Será preferível reexaminar os critérios seguidos, até o presente momento, na utilização mais profícua das forças que se têm à disposição, e perguntar-se, entre outras coisas, se sempre se cuidou da melhor distribuição do clero a fim de eliminar as desproporções que, em não poucos casos, existem entre o número de sacerdotes empenhados nas grandes cidades e o daqueles encaminhados para o interior, e se sempre se observou um cauteloso emprego do clero em atividades estritamente apostólicas.
A questão pode aplicar-se também aos religiosos, os quais devem representar sempre forças verdadeiramente vivas no apostolado, mediante os centros exemplares e importantes de vida espiritual que criaram e saberão criar.
Intimamente ligado à falta de homens é o grau de eficiência das estruturas pastorais em relação às grandes exigências de hoje: deve-se, portanto, estudar