13º Plano Bienal de Atividades do Secretariado Nacional 1996/1997 - Documentos da CNBB 57 - Digital
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13º Plano Bienal de Atividades do Secretariado Nacional 1996-1997
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
1ª edição – 2023
Direção-Geral:
Mons. Jamil Alves de Souza
Autoria:
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Projeto gráfico, capa e diagramação:
Henrique Billygran Santos de Jesus
978-65-5975-353-6
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão da CNBB. Todos os direitos reservados ©
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sumário
APRESENTAÇÃO
1. PROCESSO DE ELABORAÇÃO
2. A PRORROGAÇÃO DO 12º PLANO BIENAL
3. NATUREZA DO PLANO
I. ÁREAS DE INTERESSE COMUM
1ª Evangelização inculturada
2ª Protagonismo dos leigos
3ª Superação da exclusão social
4ª Mística e espiritualidade inculturadas
5ª Advento do Terceiro Milênio
II. PROGRAMAS GLOBAIS
1. Campanha da Fraternidade
2. Implementação das Diretrizes Gerais
3. Presença pública da Igreja
4. Formação: Cursos de coordenadores
III. PROJETOS CONJUNTOS
IV. PROJETOS ESPECÍFICOS
PROGRAMA 1: DIMENSÃO COMUNITÁRIA E PARTICIPATIVA (PD1)
SETOR VOCAÇÕES E MINISTÉRIOS
SETOR LEIGOS
SETOR ESTRUTURAS DE IGREJA - CEBs
PROGRAMA 2: DIMENSÃO MISSIONÁRIA (PD-2)
PROGRAMA 3: DIMENSÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA (PD3)
Princípios orientadores
1. A Continuidade do processo desenvolvido pela Catequese
2. Orientação geral da Igreja no Brasil
PROGRAMA 4: DIMENSÃO LITÚRGICA (PD4)
Prioridades e linhas de ação
SETOR PASTORAL DE MÚSICA
PROGRAMA 5: DIMENSÃO ECUMÊNICA, DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO E DIÁLOGO COM A CULTURA - EXIGÊNCIA DO DIÁLOGO NA EVANGELIZAÇÃO (PD5)
PROGRAMA 6: DIMENSÃO SÓCIO-TRANSFORMADORA (PD-6)
SETOR PASTORAL SOCIAL
SETOR COMUNICAÇÃO
SETOR EDUCAÇÃO
SETOR DE ENSINO RELIGIOSO
SETOR PASTORAL FAMILIAR
SETOR CULTURA
SETOR DA PASTORAL UNIVERSITÁRIA
COMISSÕES PASTORAIS COORDENADAS PELO SETOR PASTORAL SOCIAL
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA
COMISSÃO PASTORAL OPERÁRIA - CPO
PASTORAL DOS MIGRANTES
PASTORAL DA MULHER MARGINALIZADA
PASTORAL DOS NÔMADES
PASTORAL CARCERÁRIA - PC
PASTORAL DA CRIANÇA
PASTORAL DA SAÚDE
PASTORAL DO MENOR
PASTORAL DOS PESCADORES - CPP
ORGANISMOS COORDENADOS PELO SETOR SOCIAL
IBRADES
CÁRITAS BRASILEIRA
COMISSÃO BRASILEIRA JUSTIÇA E PAZ - CJP/Br
V. PROGRAMAS DE COORDENAÇÃO GERAL
ASSESSORIAS ESPECIAIS E CONSULTORIA
1) CONSULTORIA JURÍDICO-CIVIL E JURÍDICO-CANÔNICA
2) ASSESSORIA POLÍTICA À PRESIDÊNCIA DA CNBB
3) ASSESSORIA DE IMPRENSA
4) ASSESSORIA DE INFORMÁTICA
APRESENTAÇÃO
Cabe-nos a gratificante tarefa de apresentar o texto do 13º Plano Bienal do Secretariado Nacional de nossa Conferência Episcopal. Somos testemunhas das muitas atividades por ele realizadas. As 24 horas do dia parecem insuficientes. E tudo isto com uma única finalidade: Evangelizar
, atingir os objetivos propostos pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 1995-1998 e concretizar as orientações da Carta Apostólica Tertio Millennio Adveniente com a qual o Santo Padre nos convoca para a celebração do grande jubileu do ano 2000.
Como os anteriores, também este 13º Plano Bienal, apresenta algumas áreas de interesse comum, programas globais, projetos a serem executados conjuntamente e projetos específicos, da responsabilidade maior dos setores e pastorais específicos.
O conjunto dos programas e projetos não esgota toda a atividade do Secretariado e Organismos Nacionais. As áreas de interesse comum, os programas e os projetos se articulam com muitas outras atividades de pastorais e organismos anexos que têm sua programação própria.
As áreas de interesse comum, primeira parte, são os grandes luminares a perpassar todas as atividades do Plano Bienal.
Os programas globais, porque transcendem os objetivos específicos de uma Dimensão, de um Setor ou de uma Pastoral, exigem a participação conjunta de todos os assessores e a colaboração de muitas outras pessoas e entidades.
Os projetos conjuntos, atividades assumidas conjuntamente por mais de uma dimensão e os projetos específicos tornam ainda mais rico este plano de ação.
O programa da Coordenação Geral e das Assessorias Especiais garantem a organicidade de uma ação pastoral de conjunto.
Oferecemos à Igreja no Brasil este 13º Plano Bienal de Atividades do Secretariado Nacional como parte de sua ação e testemunho de seu especial empenho na missão de evangelizar, com renovado ardor missionário, neste limiar do Terceiro Milênio.
Brasília, maio de 1996
Dom Raymundo Damasceno Assis Secretário-Geral da CNBB
1. PROCESSO DE ELABORAÇÃO
1. Para cada quadriênio, havia dois Planos Bienais de Atividades do Secretariado Nacional.
2. Na reunião da Comissão Episcopal de Pastoral (CEP) de dezembro de 1994, houve a decisão de prorrogar o 12º Plano Bienal, 1993-1994, para 1995, com os devidos ajustes, e de elaborar o 13º Plano Bienal (1996-1997) após a aprovação das Diretrizes Gerais para o quadriênio 1995-1998, sem, porém, retardar muito esta elaboração.
3. Na reunião de Subsecretários regionais e Assessores nacionais, em 24 e 25 de junho de 1995, foram levantadas as primeiras sugestões para este novo Plano Bienal, tendo como perspectiva a identificação de núcleos fundamentais comuns, a partir dos quais cada Setor e Pastoral específica fariam seus projetos próprios. Estabeleceu-se que o esboço do Plano fosse enviado aos Secretariados regionais para apreciação e complementação. A partir disso, antes de novembro, o Plano seria concluído. Na reunião de Subsecretários regionais e Assessores nacionais de novembro de 1995, com o Plano pronto, ver-se-ia como garantir sua realização.
4. Diversos fatores retardaram a publicação deste Plano Bienal.
2. A PRORROGAÇÃO DO 12º PLANO BIENAL
Para garantir a documentação, o relato das atividades realizadas como prorrogação do 12º Plano Bienal para 1995 estão publicadas no Comunicado Mensal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil do ano de 1995 e constam, também, dos arquivos de cada uma das dimensões e setores de pastoral da CNBB.
3. NATUREZA DO PLANO
Os Planos Bienais são o esforço do Secretariado de Pastoral para viabilizar a execução das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, através das suas Dimensões constitutivas. Pretende apresentar sua articulação em quatro pontos: 1. Áreas de Interesse Comum; 2. Programas Globais; 3. Projetos Conjuntos; 4. Projetos Específicos.
I. ÁREAS DE INTERESSE COMUM
Inspiradas nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) e na Carta Apostólica que nos convoca para a celebração do Jubileu do ano 2000 – Tertio Millennio Adveniente, são ponto de referência constante, horizonte de posicionamento para todos os projetos e programas, tanto globais como das Dimensões e Setores. Devem servir como grandes luminares a perpassar todas as atividades do Plano Bienal. Para este Plano, foram identificadas cinco.
1ª Evangelização inculturada
As DGAE afirmam que evangelizar para a Igreja nada mais é do que fazer o que Jesus fez
(68) e apresentam para sua concretização um critério geral, a inculturação, e quatro exigências intrínsecas: serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão. A evangelização inculturada enfrenta, hoje, um duplo desafio: 1) do encontro do Evangelho com as culturas indígenas, afro-americanas e mestiças e 2) com a cultura moderna e urbana.
Como situações de urgência a serem evangelizadas, as DGAE destacam: a miséria de uma grande parte do povo; a necessidade de ética na vida pública; o ecumenismo e o diálogo inter-religioso; a prática religiosa dos batizados; a experiência religiosa pessoal; a vivência nas comunidades eclesiais. Especialmente desafiantes são o conflito entre tradição e modernidade e o discernimento crítico dos valores e limites da modernidade. Tudo isso sem perder de vista a missão além-fronteiras, como compromisso de todos. Ao elaborar o Projeto Rumo ao Novo Milênio, Projeto de Evangelização da Igreja no Brasil em preparação ao grande Jubileu do Ano 2000, a evangelização inculturada foi levada em conta como uma meta a ser perseguida com tenacidade.
2ª Protagonismo dos leigos
Todos os fiéis cristãos, pelo Batismo e Crisma, estão capacitados e têm direito de participar plenamente da vida e missão da Igreja. Para uma ação realmente evangelizadora, faz-se urgente que os leigos possam assumir o exercício pleno do sacerdócio comum do Povo de Deus. É necessário, portanto, um investimento sério de toda a Igreja na sua formação, cultivo da espiritualidade e reconhecimento de seus direitos. As diversas comissões que se formarão para a celebração do Jubileu do ano 2000 serão um espaço privilegiado para o exercício do protagonismo laical.
3ª Superação da exclusão social
Trata-se de um testemunho irrenunciável no processo evangelizador que exige a presença pública da Igreja, com o objetivo de colaborar na construção de uma sociedade mais justa e solidária. A solidariedade com os excluídos tornou-se cada vez mais urgente devido ao sistema econômico de corte neoliberal, que apresenta tendência hegemônica mundial. Para cumprir esta missão, a Igreja poderá privilegiar duas vertentes: a do empenho na luta contra a pobreza e a exclusão e a da contribuição para a criação de um sentido de responsabilidade na ética pública. Na ótica da Tertio Millennio Adveniente, a superação da exclusão social deve ser um dos objetivos do ano jubilar e que esta se dá sobretudo na proteção dos fracos
(cf. TMA 13). Neste contexto, nos alerta: O ano jubilar devia servir precisamente também para o restabelecimento da justiça social
(cf. TMA 13)¹.
4ª Mística e espiritualidade inculturadas
Sabendo que o êxito da evangelização depende, em grande parte, da espiritualidade e da mística de quem evangeliza, o Plano Bienal deverá cuidar para que todas as suas atividades tragam no seu bojo a preocupação com a dimensão da espiritualidade de seus agentes.
A espiritualidade dos evangelizadores deve estar centralizada em Jesus Cristo, deve levar a deixar-se conduzir pelo Espírito, incentivar um profundo sentido de comunidade, concretizar a evangélica opção preferencial pelos pobres, ser sólida e capaz de dar conta da própria esperança, missionária e aberta à evangelização inculturada, perseverante diante das dificuldades e conflitos, criativa e corajosa para propor caminhos novos, profética, disponível para encarnar-se na vida concreta do povo e solidarizar-se com as suas causas, fiel aos sinais da presença do Espírito na história dos povos e nas suas culturas, acolhedora e dialogante com todas as pessoas, capaz de dar testemunho de misericórdia e de alegria.
5ª Advento do Terceiro Milênio
A celebração dos 2000 anos da era cristã se reveste de fundamental importância para todos os cristãos, pois é memória do grande mistério da Encarnação de Nosso Senhor. Na verdade, o tempo cumpriu-se pelo próprio fato de Deus se ter entranhado na história do homem, com a Encarnação
(TMA 9)².
A celebração do Jubileu está profundamente ligada à tradição da Igreja, pois, desde o Antigo Testamento, verifica-se esse costume. A Igreja no Brasil, em sintonia com os desejos do Papa João Paulo II expressos na Tertio Millennio Adveniente, elaborou um Projeto de Evangelização visando envolver a totalidade de nossas Igrejas Particulares na preparação e celebração do Jubileu do ano 2000. Esta programação será um referencial constante deste Plano Bienal.
II. PROGRAMAS GLOBAIS
Pela sua incidência em toda a ação evangelizadora, algumas tarefas e atividades habituais do Secretariado Nacional transcendem os objetivos específicos de uma Dimensão e Setor e, por isso, são assumidas por todos, em caráter prioritário. Exigem a participação conjunta de todos os assessores e a colaboração de muitas pessoas. Podem constituir-se em um projeto concreto ou desmembrar-se em um conjunto orgânico de projetos.
Este Plano Bienal terá de ir adaptando-se ao Projeto de Evangelização: RUMO AO NOVO MILÊNIO. Este projeto consiste no esforço da Igreja no Brasil de responder à proposta da Tertio Millennio Adveniente para a preparação do Jubileu do ano 2000. O Projeto assume as orientações da Carta Apostólica e as articula com as Diretrizes da Evangelização do Episcopado Nacional. Embora transcenda, até mesmo cronologicamente este Plano Bienal, é importante relacioná-lo aqui, pois, devido a sua abrangência, envolverá todos os Organismos nacionais de pastoral e todas as Dimensões.
Neste período de 96-97, estaremos, portanto, envolvidos com a sensibilização para a celebração do Jubileu (1996) e com as atividades do primeiro ano do quadriênio do Projeto de Evangelização (1997). Seguem os programas globais para este biênio, já articulados com Projeto de Evangelização "Rumo ao Novo Milênio":
1. Campanha da Fraternidade
É uma atividade anual que tem como responsável geral o Secretário-Geral da CNBB. Dado que atinge todas as áreas e níveis da atuação pastoral, exige a colaboração de todos em todo o processo de elaboração e execução. Requer diversas fases: preparação do material, impressão, distribuição e realização no período da Quaresma. O material necessário consta de: texto base, manual, disco e fita, cartazes em três tamanhos, subsídios para as famílias, círculos bíblicos, celebrações e outras produções. Em todo esse processo participam muitas pessoas (assessores, autores das músicas e letras, autores das orações, catequistas, liturgistas...) e o material passa pelo crivo da CEP em diversos momentos (definição do tema, estudo do texto base, escolha das orações, cartazes, canções...).
Tema de 1996: Fraternidade e Política
, com o lema: Justiça e Paz se abraçarão
. Para 1997, o tema é Fraternidade e os Encarcerados
, com o lema: Cristo liberta de todas as prisões
.
2. Implementação das Diretrizes Gerais
As DGAE são eixo orientador para todas as tarefas de evangelização da Igreja no Brasil. Elas servem de orientação, pois, não só para as atividades do Secretariado Nacional da CNBB, mas também para as da CEP, do Conselho Permanente, das Assembléias Gerais, assim como para os planos de pastoral de Regionais, Dioceses, Paróquias e Organismos do Povo de Deus.
Por isso, é necessário que as DGAE alcancem uma ampla divulgação e sejam conhecidas pelo maior número de agentes e em todos os campos da vida eclesial, e sejam eixo inspirador de todas as ações evangelizadoras em todos os níveis.
Algumas atividades já foram pensadas:
– Estudo sistemático nas reuniões do Grupo de Assessores (GA) e da Comissão Episcopal de Pastoral (CEP);
– Publicação de um livro com estudos sobre as DGAE (coleção Estudos
ou pelo INP);
– Estudo da possibilidade de publicação de artigos na revista Vida Pastoral
;
– Incentivar a produção de subsídios diversos: vídeos, texto em linguagem popular, transparências e outros;
– Roteiro para um Curso de Repasse
.
3. Presença pública da Igreja
Diante dos desafios elencados nas DGAE, torna-se cada vez mais necessário repensar e definir a presença pública da Igreja na sociedade: como ela se coloca diante dessas realidades; quais os objetivos dessa presença; quais as estratégias gerais e quais as ações concretas a realizar. A presença pública não pode ser ingênua ou ficar reduzida a responder aos ataques, nem ficar confinada a uma dimensão, mas deve perpassar todas as dimensões e atividades das comunidades. Reassumimos as três direções da presença pública da Igreja contidas no 12º Plano Bienal:
1. O pluralismo sócio-religioso da modernidade;
2. A dimensão ética da presença pública da Igreja;
3. O protagonismo laical na sociedade.
Para isso, projetam-se as seguintes atividades:
– Seminário sobre Pastoral Urbana, repassando os resultados dos 4 Seminários de Estudos realizados pela Pastoral Urbana, com a colaboração de três Arquidioceses (São Paulo, Belo Horizonte e