9º Plano Bienal dos Organismos Nacionais 1987-1988 - Documentos da CNBB 39 - Digital
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9º Plano Bienal dos Organismos Nacionais 1987-1988
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
1ª edição – 2023
Direção-Geral:
Mons. Jamil Alves de Souza
Autoria:
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Projeto gráfico, capa e diagramação:
Henrique Billygran Santos de Jesus
978-65-5975-330-7
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão da CNBB. Todos os direitos reservados ©
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
I. PROGRAMAS CONJUNTOS (PC): ECLESIOLOGIA INTEGRAL, IGREJA, EVANGELIZAÇÃO E CULTURA, CAMPANHA DA FRATERNIDADE
PROGRAMAS CONJUNTOS 1 (PC-1): ECLESIOLOGIA INTEGRAL
PROGRAMA CONJUNTO 2 (PC-2): IGREJA, EVANGELIZAÇÃO E CULTURA
PROGRAMA CONJUNTO 3 (PC-3): CAMPANHA DA FRATERNIDADE
II. PROGRAMAS ESPECÍFICOS (PE)
A. LINHAS OU DIMENSÕES PASTORAIS
PROGRAMA 1: DIMENSÕES COMUNITÁRIA E PARTICIPATIVA LINHA 1 (PE-1)
1.1. SETOR VOCAÇÕES E MINISTÉRIOS
Projetos
Projetos
1.2. SETOR LEIGOS
Projetos
1.3. SETOR ESTRUTURAS DE IGREJA
Projetos
PROGRAMA 2: DIMENSÃO MISSIONÁRIA LINHA 2 (PE-2)
Projetos
PROGRAMA 3: DIMENSÃO CATEQUÉTICA LINHA 3 (PE-3)
Projetos
PROGRAMA 4: DIMENSÃO LITÚRGICA LINHA 4 (PE-4)
Projetos
PROGRAMA 5: DIMENSÃO ECUMÊNICA E DE DIÁLOGO RELIGIOSO LINHA 5 (PE-5)
Projetos
PROGRAMA 6: DIMENSÃO PROFÉTICA E TRANSFORMADORA LINHA 6 (PE-6)
1.1. SETOR COMUNICAÇÃO SOCIAL
Projetos
1.2. SETOR EDUCAÇÃO
Projetos
1.3. SETOR PASTORAL SOCIAL
Projetos
2. Atividades dos organismos do setor
CARITAS BRASILEIRA
INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO (IBRADES)
Projetos
CENTRO DE ESTATÍSTICA RELIGIOSA E INVESTIGAÇÕES SOCIAIS (CERIS)
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA (CPT)
Projetos
COMISSÃO JUSTIÇA E PAZ (CJP/BR)
B. SITUAÇÕES PASTORAIS
PROGRAMA 7: PASTORAL DA JUVENTUDE (PE-7)
Projetos
PROGRAMA 8: PASTORAL DA UNIVERSIDADE (PE-8)
Projetos
PROGRAMA 9: PASTORAL DA FAMÍLIA (PE-9)
Projetos
PROGRAMA 10: PASTORAL URBANA (PE-10)
Projetos
PROGRAMA 11: PASTORAL DOS GRUPOS ÉTNICOS-CULTURAIS (PE-11)
Projeto
PROGRAMA 12: PASTORAL DOS SANTUÁRIOS E ROMARIAS (PE-12)
PROGRAMA 13: PASTORAL DO MENOR (PE-13)
Projetos
PROGRAMA 14: PASTORAL DA CRIANÇA (PE .14)
Projetos
PROGRAMA 15: PASTORAL DA SAÚDE (PE-15)
PROGRAMA 16: PASTORAL OPERÁRIA (PE-16)
PROGRAMA 17: PASTORAL DOS MIGRANTES (PE-17)
PROGRAMA 18: PASTORAL CARCERÁRIA (PE-18)
PROGRAMA 19: PASTORAL DA MULHER MARGINALIZADA (PE-19)
PROGRAMA 20: PASTORAL DOS PESCADORES E MARÍTIMOS (APOSTOLADO DO MAR) (PE-20)
C. COORDENAÇÃO NACIONAL
PROGRAMA 21: SERVIÇOS ESPECIAIS DA PRESIDÊNCIA, SECRETARIADO GERAL E CEP (PE-21)
PROGRAMA 22: COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DA CONSTITUINTE (PE.22)
APRESENTAÇÃO
O 9º Plano Bienal de Pastoral foi elaborado a partir da avaliação global da caminhada da Igreja no Brasil. Essa avaliação iniciada, ao mesmo tempo, nos Regionais e nos organismos nacionais, foi completada na Assembléia Geral da CNBB. Este plano procura responder, na linha de projetos e ação concreta, às principais perspectivas e indicações emergidas desse longo e rico processo.
Ele é fruto do trabalho constante da assessoria e dos organismos nacionais que possibilitam a atuação da Comissão Episcopal de Pastoral. E um plano de nível nacional, mas não foi elaborado e nem poderá ser executado à margem dos Regionais. Por isso, em sua elaboração, os Regionais deram substanciosa colaboração; Igualmente, a execução não se fará sem sua participação.
O Plano de Pastoral dos organismos nacionais continua sendo bienal, supondo, portanto, a elaboração de dois planos durante o presente quadriênio. Dentro do processo de planejamento, que é ininterrupto, sua publicação não coincide exatamente com a data de sua execução. Muitos dos projetos elencados já foram realizados ou estão em andamento, sobretudo na área das várias dimensões ou linhas de pastoral.
O Plano engloba três grandes capítulos de programas e projetos: os programas conjuntos, os programas específicos (dimensões e situações) e o programa de coordenação.
Os programas conjuntos foram reduzidos em número mas, seguramente, alargados em abrangência e importância (Eclesiologia integral
e Igreja, Evangelização e Cultura
). Além da Campanha da Fraternidade, eles constituem resposta a grandes e numerosas preocupações e solicitações manifestadas na última Assembléia Geral. Sua sistemática está sendo pensada no sentido de permitir uma mais ampla participação. As áreas atingidas pelos destaques, foram, igualmente, trabalhadas em comum e com especial empenho de vários setores.
Que a execução do 9º Plano Bienal mereça de todos o mesmo carinho e dedicação empregados em sua elaboração.
† Celso Antônio de Queiroz Secretário-Geral da CNBB
I. PROGRAMAS CONJUNTOS (PC): ECLESIOLOGIA INTEGRAL, IGREJA, EVANGELIZAÇÃO E CULTURA, CAMPANHA DA FRATERNIDADE
PROGRAMAS CONJUNTOS 1 (PC-1): ECLESIOLOGIA INTEGRAL
Objetivo
Desenvolver uma eclesiologia como fundamento amplo para a articulação das várias pastorais e movimentos eclesiais na Pastoral orgânica, em conseqüência com as orientações da Igreja no Brasil, na América Latina e da Igreja universal.
Justificativa
1. Transformações eclesiais e praticas pastorais
Nas duas décadas que se seguiram ao Concílio Vaticano II, foram muitas e profundas as transformações nas estruturas e práticas pastorais da Igreja no Brasil. Sob o impulso de Medellín e de Puebla, e das provocações da realidade sócio-cultural e eclesial, emergiram novas práticas pastorais, enquanto outras se tornaram ultrapassadas. Além disso, caminhamos para o V centenário da Evangelização do Continente.
Nesse período, uma nova visão da realidade, na fidelidade ao Espírito, orientou a Igreja e seu agir pastoral na direção dos pobres e de seu mundo. Fez com que ela descobrisse grupos minoritários e situações específicas e articulasse uma ação pastoral mais adequada. Cresceram as CEBs, nasceram e se ampliaram pastorais específicas, movimentos emergentes, dentro de um projeto pastoral mais amplo, orientado pelo Objetivo Geral da Ação Pastoral da Igreja no Brasil.
Abrindo-se a um mundo cultural e religiosamente policêntrico, a Igreja no Brasil ampliou também seu horizonte na direção de outros grupos religiosos e de culturas minoritárias, reconhecendo-lhes os valores e dispondo-se a um diálogo aberto. Essa atitude, como forma de serviço eclesial ao mundo, tornou-se um sinal de esperança para uma unidade mais profunda. Ao mesmo tempo, a Igreja se depara com um crescente secularismo, de um lado; e com a multiplicidade de grupos religiosos autônomos (seitas), novas formas de manifestação religiosa e de filosofias de vida, de outro.
Esse dinamismo de renovação gerou processos novos de evangelização através de uma integração mais profunda entre fé e vida, Palavra de Deus e compromisso histórico, e de um novo tipo de apologia da fé.
2. Desafios e questionamentos
Cresceram os desafios. Primeiro, o desafio dos pobres numa sociedade de classes. Segundo, o desafio da pluralidade de visões religiosas e das várias culturas num mundo cada vez mais complexo. Terceiro, o desafio de uma ação pastoral orgânica para cumprir sua missão: evangelizar.
A explosão de iniciativas e de atividades, que caracteriza nossa Igreja hoje, traz consigo também o risco não desprezível da dispersão dos objetivos parciais e de perda de uma visão de conjunto, necessária a uma evangelização mais eficaz.
Há o risco de setorizar a pastoral na diversidade de iniciativas e atividades, em si legítimas, mas que devem contribuir articuladamente para o objetivo central, a razão de ser da própria Igreja, sua missão. Pode-se, desta forma, diluir a identidade eclesial nas diferentes dimensões e perspectivas não integradas entre si, enfraquecendo os laços de pertença à Igreja e a eficácia missionária da mesma.
Desta forma, pastorais setoriais ou movimentos podem não se sentir integrados na pastoral orgânica; a própria Igreja pode ser vista mais como mensagem em concorrência com outras da sociedade, do que como sacramento e mistério da fé. Corre-se o risco de, por um lado, igualar e, por outro, separar perigosamente o processo de libertação e evangelização. Neste sentido, observa-se a penetração de uma tendência espiritualista desencarnada que deixa na sombra a realidade social. Do mesmo modo, o processo pedagógico da apropriação da fé (catequese, pregação, liturgia.) arrisca separar-se do serviço concreto e ativo da caridade.
3. Pistas para a concretização do objetivo
Para responder aos desafios e questionamentos acima, concretizando o objetivo, dever- se-á buscar uma visão de Igreja que possa oferecer maior coerência ao caminhar da Igreja dentro do mundo de hoje. Por isso, esse programa visa:
a) conduzir a uma maior consciência daquilo que a todos une: a presença e ação de Cristo e do Espírito na Igreja, Povo de Deus;
b) superar a confrontação clero-laicato
na direção de uma comunhão mais profunda e articulada entre comunidade e ministérios;
c) aprofundar o ser batismal de todo cristão, sua dimensão missionária, e a co- responsabilidade de todos os batizados na missão da Igreja;
d) valorizar a Igreja particular como lugar de uma comunhão dinâmica de serviço ao mundo e de articulação com as demais Igrejas particulares e a Igreja universal;
e) fundamentar a subsidiariedade de serviços na comunhão e co-responsabilidade;
f) Apresentar a Igreja, Povo de Deus, em sua dimensão profética frente ao mundo, comprometida com a causa do pobre e da justiça na sociedade.
Este programa é pluri-anual, devendo prolongar-se para além deste 9º Plano.
ANEXO: Outras atividades e projetos do plano integrados no programa
As atividades abaixo elencadas constam entre projetos previstos em diversas Linhas e Setores da CNBB e deste 9º Plano Bienal e deverão integrar-se no contexto deste Programa Conjunto, uma vez que a reflexão eclesiológica está explicitamente presente.
PROGRAMA CONJUNTO 2 (PC-2): IGREJA, EVANGELIZAÇÃO E CULTURA
Durante a 25ª Assembléia Geral, bem como em outras reuniões, realizadas nos últimos anos, percebeu-se a necessidade de uma séria abordagem do