Escolha-me Como Rei

De Peter Brick

Uma novela distópica de uma sociedade contemporânea assolada por tensões. Um homem comum é aprisionado por um turbilhão de obrigações fiscais e dívidas sufocantes. Ele é apenas um peão insignificante no jogo dos poderosos, uma ferramenta na sua insaciável acumulação de riquezas cada vez maiores. Parece que ninguém consegue quebrar essas correntes.

Um novo jogador entra em cena: um jovem, homem puro da multidão. Com determinação, ele escala a escada do poder e impõe sua visão. Seus métodos são não convencionais, suas decisões radicais. Ele expõe as feridas purulentas da sociedade: corrupção, cuidados de saúde, opressão, entre outros. Em vez de longos debates políticos infrutíferos, ele opta por soluções diretas.

Mas o poder é uma droga intoxicante, e seu fervor o leva por um caminho cada vez mais sombrio. De um líder visionário, ele se transforma em um ditador impiedoso. Implementa a pena de morte, campos de trabalho, executando sem misericórdia aqueles que considera inconvenientes. Todos esses passos gradualmente conduzem ao objetivo final: transformar a república em um império inabalável sob seu domínio ilimitado.

No entanto, no fundo de sua alma, persiste a dúvida: Foi este realmente o objetivo de sua busca? O caminho até seu objetivo o transformou irreconhecivelmente. À medida que sua vida se aproxima do fim, é hora de recapitular e enfrentar as consequências de seus atos. O preço do poder absoluto é alto demais…

• Idioma: Português
• Editora: Peter Brick
• Data de lançamento: 13 de abr. de 2024
• ISBN: 9798224446803

Pré-visualização do livro

Esta história é pura ficção. Todas as pessoas e eventos são completamente fictícios. Se alguém se reconhecer em algum dos personagens ou em alguma das situações, isso é pura coincidência.

Prólogo

Um jovem jornalista estava consideravelmente nervoso. Este poderia ser o ponto de virada não só em sua carreira, mas também em toda a sua vida. Por alguma razão desconhecida, ele havia sido convidado para uma entrevista com o rei. Este fato por si só já era verdadeiramente excitante. Apesar de ser o governante contemporâneo, o próprio rei era quase uma figura mítica. A história oficial do estado moderno, assim como a sua pessoal, estavam literalmente entrelaçadas com os feitos extraordinários deste homem excepcional. À primeira vista, poderia parecer que tantos sucessos penetrantes não eram possíveis de serem alcançados em uma única vida. Que as histórias de como este homem milagrosamente resolveu problemas graves da sociedade, e ao mesmo tempo elevou de forma incomparável a consciência e o padrão de vida de sua nação, eram um pouco exageradas. Por outro lado, não havia evidências que sugerissem o contrário. Nem mesmo o maior cético poderia encontrar uma objeção concreta.

Desde a formação dramática e – segundo alguns – sangrenta da monarquia, já se passaram quinze anos, mas durante toda a sua história moderna, ninguém havia tido a oportunidade de entrevistar o próprio rei. Pelo contrário. Todas as notícias e declarações oficiais eram cuidadosamente compiladas e várias vezes revisadas pelo Ministério da Informação e História.

O próprio conjunto de perguntas que ele preparou para o encontro de hoje havia sido tão revisado que se transformou em frases tolas sem sentido, e nem de longe se parecia com as perguntas originais. Isso o entristeceu um pouco, pois ele passou várias semanas compilando-as, mas, por outro lado, a excitação do encontro iminente compensava facilmente esse detalhe desagradável.

O carro da redação parou no pequeno pátio do palácio real. Até ele finalmente chegar ao complexo, passou por várias verificações profundas. Ele teve que admitir que os guardas levavam seu trabalho muito a sério. Cada inspeção era feita com a mesma meticulosidade e precisão, como se fosse a única. Todo o processo levou um tempo considerável. No entanto, era um mal necessário que ele simplesmente tinha que aceitar.

Quando finalmente foi levado ao palácio, ele ficou verdadeiramente impressionado. De acordo com as fontes disponíveis, o próprio rei projetou este magnífico palácio. Mas isso, afinal, era dito quase sobre tudo que era um pouco excepcional no reino: enormes barragens, o novo prédio do Teatro Nacional, viadutos complicados nas interseções das autoestradas. Ele próprio era um pouco cético em relação a esses elogios, mas tinha bom senso suficiente para manter suas dúvidas para si mesmo. Nos dias de hoje, uma pessoa tinha que ter cuidado com o que dizia e, principalmente, com as pessoas ao seu redor. No suposto segurança de um estado organizado, lobos espreitavam. Eles literalmente caçavam possíveis elementos antiestatais. E a linha entre um cidadão honesto e um inimigo do estado era extremamente tênue.

Ele foi levado para um imponente escritório. Era muito espaçoso, mas dava uma impressão bastante fria. Quase desanimadora. Uma pessoa se sentia infinitamente pequena e insignificante ali. Essa impressão não era suavizada, mas na verdade intensificada, pelas deslumbrantes belas pinturas penduradas nas paredes. O teto estava decorado com ornamentos dourados, como em algum castelo medieval. Um grande lustre de cristal pendia do teto no centro da sala, e sua luz branca fria, refletindo em uma miríade de pequenos cristais, se espalhava por toda a sala. No entanto, a peça dominante da sala era um retrato em tamanho real do rei pendurado na parede de fundo, mostrando-o em uma pose efetiva. Abaixo dele, havia uma imponente mesa de trabalho feita de madeira escura e maciça. Vários documentos estavam sobre ela, prontos para serem assinados.

O rei está chegando! alguém de repente exclamou.

Todos na sala abaixaram a cabeça ao chão e ficaram rígidos em um gesto de humildade. As pesadas portas duplas se abriram silenciosamente. E o rei entrou.

A força da personalidade que emanava dele literalmente pregou o jovem ao chão por um momento. Ele ficou completamente tenso com a tensão. Desde a infância, como todos os outros, ele estava literalmente inundado de relatos de quão excepcional, maravilhoso e verdadeiramente sobrenatural o rei era. Ele era infalível e podia resolver qualquer problema. Ele deu ao seu amado povo um senso de segurança e um padrão de vida equilibrado. Ele era como um ídolo a quem todos olhavam com quase veneração religiosa.

O rei era um homem de estatura média e bem construído. Seu cabelo castanho escuro estava entrelaçado com muitos fios grisalhos, dando-lhe a aparência de um homem experiente pela vida. Ele poderia ter cerca de quarenta e cinco, talvez cinquenta anos. Ele se aproximou com passos firmes e ponderados. O som de seus sapatos ressoava na grande sala.

Sua Majestade, o jovem jornalista quase hipnotizado olhou para seu rosto, incapaz de se mover.

O rei sorriu inesperadamente de uma maneira muito humana. Ele até acenou levemente com a cabeça em saudação.

Bem-vindo, jovem, ele disse em um tom amigável, eu estava realmente ansioso por nosso encontro hoje, ele adicionou inesperadamente, provavelmente confundindo não só o jovem jornalista, mas também todos os outros presentes.

Ele piscou para ele e acenou com a mão.

Vamos para o meu escritório privado, ele disse de repente, casualmente.

Mas, Sua Majestade..., um dos cerimonialistas exclamou fervorosamente.

Um único olhar do rei o deteve imediatamente, e o homem permaneceu parado com a cabeça baixa. Depois disso, ele apenas acompanhou o jovem jornalista para uma sala menor ao lado. Os outros foram simplesmente deixados do lado de fora. Agora era evidente que este era o verdadeiro escritório do governante. A mesa de trabalho estava cheia de documentos em andamento. Alguns deles tinham notas escritas à mão densamente nas margens e na parte inferior. Foi aqui que as decisões mais importantes foram tomadas, moldando o progresso do reino em pontos substanciais.

Capítulo 1

„Por favor, jovem, disse ele, vamos para cá. Será mais agradável aqui. E além disso, piscou para o jovem jornalista, eu odeio aquela grande sala. É tão fria e impessoal. Não me sinto bem lá.

Uh, não sei o que dizer.

Até dizem que fui eu quem a projetou. Que bobagem! Você acreditaria nisso?

Eles se dirigiram para uma pequena mesa de conferência e se sentaram em cadeiras simples, porém confortáveis. Havia uma jarra de suco de frutas e um prato com alguns biscoitos na mesa.

O jovem jornalista olhou indeciso por um momento. Em seguida, tirou um pequeno bloco de notas, já que qualquer tipo de tecnologia de gravação era estritamente proibida na presença do rei. Ele folheou até a página apropriada no bloco de notas, onde havia preparado suas perguntas para aquele dia.

Sua Majestade, ele começou nervosamente, preparei uma série de perguntas para a entrevista de hoje. Se me permite, gostaria de começar com a primeira.

Por favor, jovem, o rei o incentivou casualmente, faça suas perguntas. A juventude sempre tem muitas perguntas.

Uh, sim. Então: Como você avalia sua incrível contribuição para a estabilidade e prosperidade deste país?

O homem mais velho riu calorosamente. Seu riso era tão sincero e contagiante que rapidamente se espalhou para o outro. Eles riram juntos por um bom tempo. Para o homem mais velho, foi muito libertador. Por um breve momento, isso os aproximou.

Esta é realmente a pergunta que você quer ouvir a resposta? Ainda rindo, o rei perguntou.

O jovem jornalista se encolheu, percebendo o quão estúpida era a pergunta que acabara de fazer.

Na verdade não, ele respondeu honestamente.

Fico feliz, o rei disse inesperadamente de forma amigável, essa pergunta me soou mais como propaganda do Ministério da Informação e História. Acho que você está interessado em coisas totalmente diferentes. Pessoalmente, fiquei intrigado com o seu artigo no jornal.

Isso me surpreende um pouco. Foi apenas um pequeno artigo e foi publicado na última página do nosso jornal. E, na verdade, foi bastante editado em comparação com o artigo original. Até me causou problemas no trabalho. O editor-chefe inicialmente ficou muito bravo e basicamente me mandou para o inferno. Por um tempo, pensei que perderia meu emprego. Foi assim que pareceu. Para minha grande surpresa, dois dias depois, ele me chamou em seu escritório. Sem mais explicações, anunciou que o artigo seria publicado após algumas modificações. Fiquei bastante confuso. Sabe, é um pouco fora do nosso conceito usual. Quero dizer, fora do conceito usual da nossa revista.

Sim, jovem, foi por isso que li. Os jornais de hoje são um reflexo exato da sociedade atual. Cada pessoa é tão incrivelmente alimentada com informações oficiais e todos parecem ter viseiras. Como se as pessoas não tivessem mais suas próprias opiniões. Como se tivessem se tornado apenas um grande rebanho sem pensar, seguindo um caminho determinado, independentemente de tudo.

Bem, às vezes penso nisso, o homem mais jovem comentou timidamente.

Ele olhou ao redor com um pouco de medo, como se esperasse ser preso a qualquer momento. Todo esse encontro era estranho. E o rei estava agindo, para dizer o mínimo, de forma realmente inesperada. Ele realmente não sabia o que pensar sobre tudo o que havia acontecido até agora.

Bem, então, o rei sorriu novamente, vamos lá, faça as perguntas que realmente lhe interessam.

Por um momento, os dois ficaram em silêncio, conscientes da singularidade de toda a situação. O homem mais velho claramente queria ter uma conversa sincera com alguém que não estava simplesmente bajulando-o com entusiasmo fingido e concordando com tudo o que o rei dizia.

Bem, então, repetiu o rei e então começou a falar por conta própria, vou começar. Estou cansado. Cansado de tudo isso. Do governo, do estado, da política, e de toda essa mentira interminável e fingimento constante. Talvez eu só quisesse ser jovem e cheio de ideais novamente, como você.

Obrigado, o jovem começou a falar, você sabe...

Quando comecei a reconstruir este estado, o rei continuou, ignorando seu comentário, estava cheio de raiva. Raiva da injustiça e corrupção da sociedade da época. Eu não queria nada além de colocar tudo em ordem e devolver a dignidade às pessoas comuns. Havia uma injustiça incrivelmente grande. O trabalhador era apenas um fantoche nas mãos dos poderosos. Sua única função era garantir o bem-estar de um pequeno grupo de pessoas no topo. Alguns pobres literalmente não tinham nada para comer, enquanto outros, um pequeno grupo de pessoas, acumulavam quantias absurdamente grandes em suas contas. Eram apenas números no mundo virtual de ações, títulos e dinheiro. Todo o potencial desse valor não era usado para nenhum propósito. Por outro lado, a pessoa comum estava incrivelmente pressionada por todos os lados. Todos estavam curvados sob o peso das dívidas hipotecárias e empréstimos, que sugavam sua energia e qualquer alegria de vida. Eram bombardeados de todos os lados por propagandas lavagem cerebral, convencendo-os de quão maravilhoso é desistir de suas crenças, de sua identidade, e se tornar um escravo moderno a serviço de alguns indivíduos.

O rei fez uma pausa. Em seguida, serviu um pouco de suco de frutas nos copos e ofereceu um ao jovem, que aceitou com um silencioso agradecimento. Ele não queria interromper o fluxo de pensamentos do homem à sua frente. O próprio rei tomou um longo gole e começou a falar novamente.

Jovem, ele perguntou inesperadamente. Você sabe quem eram os cidadãos inadaptados? Ou os sem-teto?

O rei olhou com um sorriso para o rosto confuso. Claro, ele não sabia. Era jovem demais para se lembrar. Ele era uma criança da chamada Geração Bernard.

E os ciganos? ele perguntou novamente, Você ouviu falar deles?

Sim, o jovem jornalista ponderou, aprendemos sobre isso nas aulas de história no ensino médio.

E então? o rei quis saber.

Naquele livro de história moderna, havia apenas uma breve seção sobre isso. Acho que estava lá mais por curiosidade do que por qualquer apresentação sólida de informações históricas. Se me lembro corretamente, era um pequeno grupo étnico fechado. Eles não influenciaram significativamente a nossa história.

Eles a influenciaram mais do que você pensa. Talvez tenham sido o catalisador de algo muito maior, o rei disse inesperadamente. Onde você acha que todos eles foram?

De acordo com as informações disponíveis, ele começou a vasculhar sua memória, este pequeno grupo de pessoas no nosso país estava naturalmente diminuindo. No exterior, essas comunidades ainda existem. Se me lembro bem, eles mostraram um desejo típico de viajar e gradualmente se mudaram para outros países. É um pouco estranho, porque em outros países esse desenvolvimento não aconteceu.

Dessa vez, o rei riu tão alto que parecia que iria se engasgar. Então, gradualmente, seu riso diminuiu até que restou apenas um sorriso doloroso em seu rosto. Até pareceu que uma lágrima de tristeza se formou em seu olho.

Jovem, o rei falou após um breve silêncio, você acha que o fim justifica os meios? Que para alcançar um objetivo nobre é correto fazer qualquer coisa?

Não, não acho isso, ele respondeu cautelosamente, sem saber para onde a pergunta estava indo.

Eu também não mais, continuou o rei, mas uma vez eu acreditei em outros valores. Eu estava convencido de que a verdade e a justiça tinham o direito de sacrificar qualquer coisa que se opusesse a elas. No caso dos cidadãos nas margens da sociedade, no entanto, eu estava terrivelmente errado. Escolhi a solução extrema, e, essencialmente, não lhes dei uma chance. Mas naquela época parecia a única solução possível. A tensão social por causa deles era muito grande e muitas pessoas pensavam em termos extremos. Sim, uma certa parte deles era um fardo para a sociedade, mas ninguém tem o direito de sacrificar essas pessoas e junto com elas outras. Sempre existem outras soluções. Essas pessoas tinham suas vidas, seus sonhos. Sei que lamentar e sentir remorso agora não mudará nada e não trará ninguém de volta à vida. Naquele momento, apenas aqueles que emigraram às pressas para o exterior se salvaram. Naquela época, nosso estado ainda não era tão fechado e viajar para fora era muito mais fácil. Sinceramente, não os impedimos muito.

Ele fez uma pausa por um momento, parecendo não ter mais forças para continuar nesse tópico.

No entanto, naquele momento eu acreditava firmemente em minha missão, ele finalmente continuou. Eu estava convencido da minha verdade. Eu via isso como meu dever pessoal para com esta sociedade. Eu acreditava que objetivos mais elevados justificavam pequenas injustiças. Mas quem tem o direito de determinar o que é uma pequena injustiça? E, afinal, como diz o ditado: o caminho para o inferno está pavimentado de boas intenções.

Desculpe-me, mas não entendo sobre o que você está falando, o jovem jornalista falou confusamente.

Jovem, o rei respondeu solenemente, hoje é o seu grande dia. Vou contar-lhe uma história. É a história de outro jovem que carregava grande raiva dentro de si.

Verão de 2001

Jovem apresentador de TV acusado de racismo

O show do jovem e bem-sucedido apresentador M.K. foi retirado do horário nobre hoje. Supostamente, por problemas técnicos, mas fontes bem informadas revelaram que ele foi urgentemente enviado de férias forçadas. Isso teria ocorrido após ele postar um status nas redes sociais soando bastante racista. Segundo ele, foi vítima de roubo.

Fui roubado por um mendigo sujo, ele escreveu literalmente, acho que eles deveriam ser todos fuzilados.

Informações de fontes policiais indicam que na noite de 15 de junho, por volta das duas da manhã, ocorreu um roubo na casa pertencente a M.K. O ladrão foi pego em flagrante e agrediu verbalmente o proprietário da casa. Ameaçou agredi-lo fisicamente se ele chamasse a polícia, e depois fugiu.

A polícia conseguiu localizar o ladrão em questão. Era um reincidente já condenado várias vezes. O ato foi avaliado como uma infração e uma multa foi imposta. Assim, a justiça foi feita de acordo com a lei.

O caso teve um interessante desdobramento. O proprietário da casa, M.K., é acusado de ameaça pública perigosa e, como detentor de uma licença de arma, sua responsabilidade neste caso é muito mais séria. Está sendo avaliado como uma possível ameaça de morte. O investigador policial já começou a agir neste caso.

Manteremos você informado sobre os próximos passos.

Isso é demais! gritou Peter, extremamente irritado, enquanto assistia às notícias da noite.

Ele estava bebendo cerveja com um grupo de amigos em seu bar favorito, discutindo animadamente todas as notícias da TV. Tudo poderia ser feito de maneira diferente e melhor.

Da próxima vez, eles vão colocar algum seriado estúpido onde todos estão se pegando, e então virá algum representante incrível de uma minoria, que será o melhor de todos. Será honesto, compreensivo, simplesmente a única pessoa certa. Depois disso, com certeza vou vomitar.

O declínio moral da sociedade é óbvio e está avançando rapidamente, seu amigo falou pensativamente. Coisas anormais estão sendo impostas a nós como se fossem padrões. Por exemplo, a constante promoção dos interesses dos homossexuais às vezes me parece um plano deliberado, e não apenas atividades de alguns indivíduos. Parcerias registradas, adoção de crianças, propaganda permanente a favor desses relacionamentos distorcidos e assim por diante. E, em geral, essa constante concessão às minorias! Basta ser um pouco diferente e logo se pode literalmente exigir que o resto da sociedade se adapte. Já parece que ser normal é um problema. Tudo é substituído pela chamada tolerância a tudo, até perdermos nossos limites e barreiras. E ainda assim, na realidade, as minorias não são realmente restringidas. Elas basicamente podem fazer o que quiserem. Parece, ao contrário, que são justamente os membros de alguns grupos minoritários que tentam remodelar a maioria à sua imagem. Isso é realmente anormal. Às vezes parece que esses temas são apenas explorados por alguém com o objetivo de oprimir constantemente a sociedade majoritária. Ou melhor, ele parou. de irritá-la constantemente e desviar a atenção de questões muito mais sérias.

Bernard, você deveria ser um político, Peter disse admirado. Você falou exatamente o que eu sinto. Você nomeou todos os males desta sociedade. Se pessoas como você estivessem no comando do estado, tudo seria diferente.

Ele apenas balançou a cabeça em desacordo. Ele parecia muito desgostoso.

Este sistema está tão doente que nada pode curá-lo. Toda essa democracia é como um animal desdentado. Não é capaz de resolver os problemas de hoje. É só compromisso, consenso e outras bobagens. Qualquer político apaixonado com convicções quebrará os dentes nessa chamada democracia. Ele entrará no ciclo interminável dessas tolices. Simplesmente será esmagado por isso e se tornará exatamente como todos os outros. Um ganancioso sem escrúpulos perseguindo apenas seus próprios objetivos.

Eles tomaram mais uma cerveja e então começaram a se preparar para sair. Peter estava visivelmente bêbado após misturar cerveja com algumas doses de bebida forte e cambaleava em direção à porta.

Espere, jovem, uma voz soou atrás deles.

Atrás deles estava um homem de cerca de cinquenta anos em um terno elegante. Ele parecia fora de lugar ali. Embora fossem frequentadores regulares do bar, nunca o tinham visto lá antes.

Seu nome é Bernard, certo? ele perguntou com interesse.

Por quê? ele respondeu desconfiado.

Ah, desculpe, o outro homem se apressou em se desculpar, meu nome é Alex Drexler. Suas palavras me interessaram muito. Gostaria de encontrá-lo novamente no futuro para discutir algumas coisas mais a fundo.

Eu sou Bernard Preiss. Desculpe pela reação brusca. Só sou um pouco desconfiado com estranhos.

Está tudo bem, eu penso da mesma forma. Amigos devem ser escolhidos com cuidado. Sempre foi assim.

Ele pegou um estojo metálico de cartões de visita do bolso interno e tirou um cartão, entregando-o a Bernard com um sorriso.

Por favor, encontre um tempo e visite-me neste endereço. Ligue para este número e minha assistente irá agendá-lo no meu calendário.

Bernard colocou o cartão no bolso da camisa sem muito interesse e, com um breve aceno de cabeça, se despediu.

Um mês depois

Bom dia, disse ao telefone, Bernard Preiss falando. Eu encontrei o Sr. Drexler há algum tempo e...

Está tudo bem, uma voz feminina agradável respondeu. O Sr. Drexler ficará feliz em recebê-lo. Quando você pode vir? Segundo o Sr. Drexler, devo encaixá-lo em sua agenda o mais rápido possível.

Acho que hoje à tarde, talvez? ele sugeriu.

Perfeito, marcamos para as 15h. Tudo bem?

Amigo, você demorou um pouco, Drexler o repreendeu levemente.

Sim, eu não estava completamente decidido se era uma boa ideia, ele respondeu francamente.

Vamos ver, o homem mais velho sorriu enigmaticamente, vamos para o meu escritório.

Entraram em uma sala espaçosa. Parecia um escritório de advocacia. Armários pesados alinhavam duas paredes, cheios de vários arquivos. Enquanto caminhavam para a mesa de reunião no final