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24 horas na vida de uma mulher
24 horas na vida de uma mulher
24 horas na vida de uma mulher
E-book82 páginas1 hora

24 horas na vida de uma mulher

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Sobre este e-book

Em um hotel em Monte Carlo, em meio a um grupo de ricos viajantes, o caso de uma respeitável mulher que abandonou o marido por um sedutor domina a discussão. Uma das senhoras presentes acaba fazendo uma confissão sobre as 24 horas mais importantes da sua vida: um dia ocorrido décadas atrás, em que ela conheceu e se apaixonou por um jovem que havia perdido tudo no jogo e que pensava em suicídio.

Sigmund Freud tinha predileção por 24 horas na vida de uma mulher, um dos textos mais difundidos de Stefan Zweig (1881-1942). Nesta novela, Zweig demonstra sua habilidade para mergulhar na existência alheia e aborda magistralmente temas que lhe eram caros e que permanecem atuais, como compulsão, obsessão e paixão.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de abr. de 1997
ISBN9788525429155
24 horas na vida de uma mulher
Autor

Stefan Zweig

Stefan Zweig (1881-1942) war ein österreichischer Schriftsteller, dessen Werke für ihre psychologische Raffinesse, emotionale Tiefe und stilistische Brillanz bekannt sind. Er wurde 1881 in Wien in eine jüdische Familie geboren. Seine Kindheit verbrachte er in einem intellektuellen Umfeld, das seine spätere Karriere als Schriftsteller prägte. Zweig zeigte früh eine Begabung für Literatur und begann zu schreiben. Nach seinem Studium der Philosophie, Germanistik und Romanistik an der Universität Wien begann er seine Karriere als Schriftsteller und Journalist. Er reiste durch Europa und pflegte Kontakte zu prominenten zeitgenössischen Schriftstellern und Intellektuellen wie Rainer Maria Rilke, Sigmund Freud, Thomas Mann und James Joyce. Zweigs literarisches Schaffen umfasst Romane, Novellen, Essays, Dramen und Biografien. Zu seinen bekanntesten Werken gehören "Die Welt von Gestern", eine autobiografische Darstellung seiner eigenen Lebensgeschichte und der Zeit vor dem Ersten Weltkrieg, sowie die "Schachnovelle", die die psychologischen Abgründe des menschlichen Geistes beschreibt. Mit dem Aufstieg des Nationalsozialismus in Deutschland wurde Zweig aufgrund seiner Herkunft und seiner liberalen Ansichten zunehmend zur Zielscheibe der Nazis. Er verließ Österreich im Jahr 1934 und lebte in verschiedenen europäischen Ländern, bevor er schließlich ins Exil nach Brasilien emigrierte. Trotz seines Erfolgs und seiner weltweiten Anerkennung litt Zweig unter dem Verlust seiner Heimat und der Zerstörung der europäischen Kultur. 1942 nahm er sich gemeinsam mit seiner Frau Lotte das Leben in Petrópolis, Brasilien. Zweigs literarisches Erbe lebt weiter und sein Werk wird auch heute noch von Lesern auf der ganzen Welt geschätzt und bewundert.

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  • Nota: 5 de 5 estrelas
    5/5
    This story within a story begins at a guesthouse on the French Riviera, where a scandal has just erupted: two of the guests, a seemingly respectable wife and mother and an attractive young stranger have fled together after speaking together for just a few hours. There is a raging debate among the guests about the morality of the situation. Should the woman be seen as a pariah, or were her motives of the heart pardonable? In this early 20th century setting, most of the guests believe the woman has committed an unspeakable act, but the narrator, a single man, doesn't think so. Mrs C, a respectable, white-haired English woman in her 60s, after a brief exchange with him, decides she must come clean about her past and proceeds to tell him a story from her younger days, when, within a 24-hour period she let her carefully constructed world of proper widowhood fall to pieces for stranger with a death wish. She had met the stranger in question at a casino, where she spent the evening observing the hands of the players and was taken in by his in particular—the most expressive she'd ever seen. Fascinated, she watches the stranger lose a huge sum of money, then, when he gives every sign that he has decided to do away with himself, she comes to his rescue and falls into a vortex of passion for which her life as a proper English lady had not prepared her: "Perhaps only those who are strangers to passion know such sudden outbursts of emotion in their few passionate moments ... whole years fall from one's own breast with the fury of powers left unused." But can one really expect true love and dedication from an addict? Another very short novel (around 100 pages) by Zweig filled to the brim with timeless human drama. Strongly recommended.
  • Nota: 3 de 5 estrelas
    3/5
    Curiously old-fashioned and melodramatic, it felt like the product of 1877 rather than 1927...

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24 horas na vida de uma mulher - Stefan Zweig

Stefan Zweig

1881-1942

Stefan Zweig nasceu em Viena, em 1881, filho de Moritz Zweig, rico fabricante judeu de têxteis, e de Ida Brettauer, de uma família de banqueiros italianos. Estudou filosofia e literatura, e na juventude participou de vanguardas artísticas. A religião não teve muita importância na sua educação. Na década de 1920, publicou seus primeiros livros. Praticou os mais variados gêneros literários – poesia, teatro, biografias roman­ceadas, crítica literária – e também realizou algumas traduções. Seus contos e novelas curtas, assim como as biografias de artistas e figuras históricas, o tornaram célebre no mundo inteiro. Em 1934, com o re­crudescimento do nazifas­cis­mo na Europa e a ascensão de Hitler ao poder, Zweig emigrou para a Inglaterra, onde viveu na cidade de Bath, indo morar posteriormente nos Estados Unidos. Em 1941 mudou-se para o Brasil, país que visitara pela primeira vez em 1936; ficara tão fascinado que o transformou no objeto de um de seus livros mais conhecidos, Brasil, um país do futuro, publicado em portu­guês em 1941 (as edições norte-americana, alemã, sueca, portuguesa, francesa e espanhola não tardaram a sair). Desesperançado com o rumo da política europeia e com o futuro da cultura de língua alemã, e sentindo-se incapaz de recomeçar uma nova existência, em 23 de fevereiro de 1942, Zweig cometeu suicídio, junto com a sua segunda mulher, Charlotte Elisabeth Altmann (mais conhecida como Lotte), na casa dos dois, em Petrópolis. A carta de despedida diz o se­guinte:

"Antes de abandonar a vida por vontade própria e em plena lucidez, sinto necessidade de cumprir um último dever: agradecer profundamente ao Brasil, este maravilhoso país que me proporcio­nou, assim como ao meu trabalho, um descanso tão amigável e tão hospitaleiro. Um dia após o outro aprendi a amá-lo mais e mais e em nenhuma outra parte eu teria preferido construir uma nova existência, agora que o mundo da minha língua materna desapareceu para mim e que a minha pátria espiritual, a Europa, destruiu a si própria.

"Mas com mais de sessenta anos seria necessário ter forças extraordinárias para recomeçar totalmente a vida. E as minhas esgotaram-se devido aos longos anos de errância. Além disso, creio que vale mais pôr um fim a tempo, e de cabeça erguida, a uma existência na qual o trabalho intelectual sempre foi a alegria mais pura e a liberdade individual, o bem supremo deste mundo.

Saúdo todos os meus amigos. Que eles possam ver ainda a aurora após a longa noite! Eu sou por demais impaciente, parto antes deles.

Sua obra é muito extensa, e alguns de seus textos ficcionais mais conhecidos são A confusão de sentimentos, 24 horas na vida de uma mulher e A embriaguez da metamorfose. Entre as várias exitosas biografias que escreveu, podem-se citar as de Nietzsche, Maria Antonieta, Erasmo e Balzac.

24 horas na vida de uma mulher

Uma discussão violenta rompera em nossa mesa na pequena pensão da Riviera em que eu morava, dez anos antes da Guerra, e ameaçava acabar em uma briga raivosa, até o ódio e as ofensas. A maior parte das pessoas tem a fantasia embotada. O que não as toca diretamente, o que não atinge duramente seus sentidos com sua ponta afiada quase não as excita. Mas se acontece diante de seus olhos, bem perto da sua emoção, ainda que seja algo insignificante, logo desencadeia nelas uma paixão desmedida. Então de certa forma substituem a rara simpatia por uma veemência exagerada e inadequada.

Isso acontecia em nosso grupo à mesa, inteiramente burguês, que habitualmente cultivava um small talk pacífico e superficial, fazendo pequenas brincadeiras entre si e em geral desfazendo-se logo que terminava a refeição: o casal alemão saía para passeios e fotografias amado­rísticas, o pacato dinamarquês fazia tediosas pescarias, a dama aristocrática inglesa dedicava-se a seus livros, o casal italiano escapava para Monte Carlo, e eu ficava madornando numa cadeira de jardim ou trabalhava. Mas dessa vez todos ficamos enredados uns nos outros por causa dessa discussão encar­niçada. E se algum de nós de repente se levantava de um salto, não era como de costume para se despedir com gentileza, mas numa indignação que, como já relatei, assumia formas raivosas.

O fato que instigara de tal modo nosso pequeno grupo à mesa era bastante singular. A pensão em que nós sete morávamos parecia, de fora, uma villa isolada – ah, era maravilhosa a vista das ja­nelas para a praia com seus rochedos pontudos! –, mas na verdade não passava de um anexo bem-cuidado do grande Palace Hotel, ligado a ele direta­mente pelo jardim, de modo que nós, os moradores do lado, vivíamos em constante convívio com os hóspedes dele. No dia anterior, dera-se no hotel um escândalo perfeito.

No trem do meio-dia chegara, às 12h20 (não posso deixar de informar o tempo com precisão porque é importante para o episódio e para o tema de nossa alterada conversa), um jovem francês, que alugara um quarto de frente para a praia, com vista para o mar: em si mesmo o fato já indicava sua situação bastante confortável. Mas não era apenas sua discreta elegância que o tornava agradavelmente chamativo, era sobretudo sua extraordinária e simpá­tica beleza: em um estreito rosto feminino, a barba loura e sedosa emoldurava lábios quentes e sen­suais, sobre a testa branca enroscava-se um macio cabelo castanho e ondulado, olhos doces acariciavam a cada olhar – tudo nele era suave e lisonjeiro, ele era amável por natureza, mas sem qualquer artificialismo ou afetação. Se de longe, no começo, recordava aquelas figuras de gesso rosadas vaidosamente recostadas nas vitrines de grandes lojas, representando o ideal de beleza masculina com bengala na mão, de perto desfazia-se essa impressão marota, pois ali (caso raríssimo!) a amabilidade era natural e inata. Ao passar ele cumprimentava cada um de modo a um só tempo modesto e cor­dial, e era realmente agradável observar sua graça manifestando-se em cada oportunidade, sem nada de forçado. Levanta­va-se depressa quando uma dama ia até a chapela­ria pegar seu manto, tinha um olhar caloroso ou uma brincadeira para todas as crian­ças, era a um tempo fácil de conviver e discreto – em resumo, parecia uma dessas pessoas abençoa­das que sempre transformam em elegância a segurança de saber

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