Católicos e Evangélicos Nominais: desafios da fé entre universitários e o chamado à reflexão da igreja
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Sobre este e-book
A comparação entre católicos e evangélicos é feita em todos os aspectos estudados.
Os aspectos da vida familiar analisados dizem respeito a questões referentes a escolha de parceiros; transmissão do ensino religioso para filhos; opinião sobre a castidade e sobre o homem como chefe da família.
Os aspectos da vida profissional analisados são relativos ao critério utilizado para a escolha do curso; ao interesse em fazer pós-graduação; e à opinião sobre a ajuda da religião na vida profissional.
Os aspectos da vida pessoal analisados foram a concordância com a legalização do uso de drogas hoje proibidas, sobre já ter tido relações sexuais e ter feito uso de pílula do dia seguinte (contracepção de emergência).
Uma leitura essencial para acadêmicos, líderes religiosos e todos interessados no papel da fé na vida dos jovens adultos.
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Pré-visualização do livro
Católicos e Evangélicos Nominais - Maria do Carmo Rocha
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela vida. Agradeço ao Prof. Dr. Cláudio Santiago Dias Junior e à Profa. Dra. Andréa Branco Simão pelos ensinamentos e orientações, que foram importantes para este livro. Agradeço às minhas amadas filhas e genros: Helena e Júlio; Lívia e Guilherme; Júlia e Anderson e, de maneira especial, aos meus netinhos André, Isabela, Débora e Luisa. Agradeço às minhas amigas, Dra Amália, Márcia, Arilane, Valdinéia. Agradeço a oportunidade de ter tido acesso à pesquisa sobre os alunos da UFMG e àqueles que gentilmente a responderam.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Mecanismos de influência da Religião segundo modelo de Smith (2003)
Quadro 1 – Variáveis selecionadas para o desenvolvimento deste estudo
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Número de observações e percentuais dos alunos respondentes pelas variáveis sociodemográficas por sexo, cor/raça, idade, estado civil, trabalho e rendimento e se possui religião e qual religião.
Tabela 2 – Estratificação dos estudantes por sexo, cor/raça, idade, estado civil, trabalho, rendimento, por religião: católico ou evangélico
Tabela 3 – Respostas dos 3463 alunos às perguntas sobre suas percepções a respeito da religião
Tabela 4 – As percepções dos alunos católicos e evangélicos a respeito da religião
Tabela 5 – Respostas dos alunos católicos e evangélicos às perguntas sobre seu engajamento religioso considerando suas percepções
Tabela 6 – Respostas dos alunos católicos e evangélicos às perguntas sobre seu engajamento religioso considerando suas práticas
Tabela 7 – Respostas dos alunos católicos e evangélicos às perguntas sobre sua vivência no âmbito da família
Tabela 8 – Respostas dos alunos católicos e evangélicos às perguntas sobre sua vivência no âmbito profissional
Tabela 9 – Respostas dos alunos católicos e evangélicos às perguntas sobre sua vivência no âmbito pessoal
Tabela A1 – Distribuição dos alunos por unidade (escola/faculdade/instituto)
Tabela A2 – Distribuição dos alunos por unidade por católico e evangélico
Tabela A3 – Distribuição dos alunos por Pertencimento religioso
Tabela A4 – Distribuição dos alunos pela atividade que consome mais o seu tempo
Tabela A5 – Distribuição dos alunos pela atividade que consome mais o seu tempo por católico e evangélico
Tabela A6 – Distribuição dos alunos pelos critérios para escolha de parceiro(a)
Tabela A7 – Distribuição dos alunos pelos critérios para escolha de parceiro(a) por católico e evangélico
Tabela A8 – Distribuição dos alunos pelos critérios para escolha do curso
Tabela A9 – Distribuição dos alunos pelos critérios para escolha do curso por católico e evangélico
APRESENTAÇÃO
Este livro busca compreender a influência da religião entre alunos universitários da UFMG em alguns aspectos importantes da vida familiar, profissional e pessoal, comparando os católicos com os evangélicos.
A análise das percepções e comportamentos dos alunos é essencial devido à diversidade da instituição. A literatura indica que a religião molda atitudes e comportamentos sociais. Autores como Ricardo Mariano (1999) e Paul Freston (1995) analisaram a religião no Brasil, a partir dos anos 80 e mostraram um aumento dos pentecostais e uma diminuição dos católicos, que embora ainda continuem sendo majoritários, estão em declínio contínuo. Já os evangélicos, que neste estudo englobam tanto os pentecostais e os neopentecostais, quanto os históricos, têm tido um consistente aumento. Os dois segmentos religiosos possuem em suas fileiras os religiosos nominais, embora digam ser vinculados aos católicos e evangélicos, não praticam os princípios de sua religião, ou seja, não se engajam. O engajamento religioso determina o impacto da religião na vida das pessoas. É através da frequência aos cultos e compromissos com o corpo de dogmas e princípios, que é avaliado o quanto a religião influencia a vida de uma pessoa. As percepções e comportamento religioso dentre jovens americanos foi estudado por Smith (2003 e 2019). Este livro pretende suprir parte da lacuna existente sobre a realidade do jovem universitário brasileiro a partir de dados empíricos, analisando as percepções e vivências dos universitários da UFMG.
Para responder às perguntas da análise proposta, foram utilizados dados da pesquisa intitulada Religiosidade na Universidade: perfil dos estudantes da UFMG no ano de 2017, coordenada pelo professor Dr. Paulo Agostinho Nogueira Baptista, com professores e pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A amostra embora não representativa de toda a UFMG, fornece insights importantes. Esta pesquisa foi feita online e obteve um total de 3.463 respostas a 136 perguntas. A metodologia utilizada foi a quantitativa, através de estatísticas descritivas com uso do programa STATA.
Este estudo revela que a maioria dos alunos tem percepções positivas sobre religião. Os resultados mostram semelhanças entre católicos e evangélicos sobre a importância da religião e compartilham valores como transmitir formação religiosa para os filhos. Estas semelhanças contradizem estudos sobre maior engajamento dos evangélicos. Os alunos têm uma autoavaliação de si mesmos quanto ao compromisso com sua religião acima da média. A maioria dos alunos não frequenta a igreja. Desta maneira, os resultados relativos aos aspectos da vida pessoal sugerem que suas atitudes e comportamentos não são influenciadas pela religião que declaram ter, havendo uma contradição entre o discurso e a prática, o que parece ser um resultado importante e relevante deste livro. Recomenda-se futuras investigações sobre o engajamento religioso entre diferentes gerações.
Os aspectos da vida familiar analisados dizem respeito a questões referentes a escolha de parceiros; transmissão do ensino religioso para filhos; opinião sobre a castidade e sobre o homem como chefe da família.
Os aspectos da vida profissional analisados são relativos ao critério utilizado para a escolha do curso; ao interesse em fazer pós-graduação e a opinião sobre a ajuda da religião na vida profissional.
Os aspectos da vida pessoal analisados foram a concordância com a legalização do uso de drogas hoje proibidas, sobre já ter tido relações sexuais e ter feito uso de pílula do dia seguinte (contracepção de emergência).
Os resultados em relação aos aspectos da vivência no âmbito familiar mostraram que 2,5% dos católicos e 3,2% dos evangélicos utilizam critério religioso para escolha de parceiros. Sobre a possibilidade de transmitir a formação religiosa para os filhos, 60,1% dos católicos e 62,0% de evangélicos responderam sim. Sobre manter a castidade antes do casamento, 15,3% dos católicos e 14,4% dos evangélicos concordaram com a manutenção desse comportamento. Sobre o homem ser o cabeça do casal, 13,3% dos católicos e 11,2 % dos evangélicos concordaram.
Os resultados em relação aos aspectos da vivência no âmbito profissional mostraram que nem católicos e nem evangélicos utilizaram critérios relacionados a religião para escolha do curso, apenas um aluno católico disse ter tido influência de líderes religiosos para a escolha do curso. Mais de 92,0% em ambos os grupos informou ter interesse em fazer pós-graduação. Por fim, mais de 50,0% dos entrevistados, tanto católicos quanto evangélicos, concordaram com a religião ajudar na vida profissional.
Os resultados em relação aos aspectos da vivência no âmbito pessoal mostraram que mais de 67% dos alunos, tanto católicos como evangélicos são a favor da legalização do uso de drogas hoje proibidas. Sobre já ter tido relações sexuais, 80,5% dos católicos se 79,4% dos evangélicos responderam sim. Sobre já ter usado a pílula do dia seguinte 58,6% dos católicos e 60,8% dos evangélicos responderam sim.
Embora evangélicos apresentem maior engajamento religioso, as diferenças entre católicos e evangélicos são reduzidas entre os alunos da UFMG. Isto sugere semelhanças de percepções, atitudes, vivências e comportamentos religiosos entre os católicos e evangélicos. Esta redução de diferenças parece indicar que adeptos destes dois grandes grupos cristãos, que anteriormente apresentavam grandes divergências, agora estão se aproximando em relação à vivência prática nos âmbitos familiar, profissional e pessoal.
PREFÁCIO
O livro Católicos e evangélicos nominais desafios da fé entre universitários e o chamado à reflexão da igreja
procura desvendar como a religião – especificamente, as tradições católica e evangélica – influencia as percepções, as decisões e os comportamentos de alunos universitários em dimensões vitais da existência: familiar, profissional e pessoal.
Em uma época marcada por rápidas transformações sociais e religiosas, o livro se propõe a preencher uma lacuna significativa no conhecimento sobre a juventude universitária brasileira. Inspirado pelos estudos pioneiros de Ricardo Mariano e Paul Freston, que documentaram as mudanças no panorama religioso do Brasil a partir dos anos 80, este trabalho se aprofunda na realidade