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Seus ferimentos têm um nome
Seus ferimentos têm um nome
Seus ferimentos têm um nome
E-book123 páginas32 minutos

Seus ferimentos têm um nome

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Sobre este e-book

Seus ferimentos têm um nome cria uma equação complexa entre a humanidade, os animais e Deus. Encarando as contradições inerentes à condição humana na natureza, a poeta Odylia Almacave faz um comentário a respeito do aprisionamento do homem diante das próprias escolhas e de sua falta de compaixão para com o mundo — e, por óbvio, para consigo mesmo. Com versos livres e estrofes enxutas, esta obra debate como toda a vida natural é atravessada pelos efeitos da realidade contemporânea e como, apesar disso, resiste.
IdiomaPortuguês
EditoraParaquedas
Data de lançamento29 de mai. de 2024
ISBN9786560880245
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    Seus ferimentos têm um nome - Andressa Anderson

    O guia

    Esse peito que caminha

    com bolsos pesados de incertezas

    empaca na margem de um regato turvo

    na busca de uma mudança de curso.

    Não o caminho unicursal escavado

    por pés astuciosos

    como os de Mercúrio

    ou meandros inconscientemente esculpidos por

    colherzinhas de café

    mas a rota percorrida por aqueles que acariciam

    a casca solta de uma acácia

    Do outro lado da água lamacenta

    eu vejo a minha alma

    instintivamente a reconheço: olá, olá

    que vontade de alcançá-la.

    Ela olha para as pontas de seus dedos, meus dedos,

    e esclarece

    que o amor pelos animais será meu guia.

    Planos de Deus

    Debaixo de uma árvore

    cuja sombra me convidou

    para esticar o corpo — eu tento entender

    a violência

    nos planos de Deus.

    Suas linhas tortas umedecem

    meu coração,

    o suor escorre

    através do algodão da blusa,

    uma fina película no peito

    adere aos batimentos como resina:

    que inveja do junco que espalha com seu bico

    a confiança de ser ouvido!

    Entre o visco, meu descanso.

    A minha garganta engole o sangue

    de minhas gengivas e

    questiono

    como isso pode ser seiva.

    Evitar a dor

    Duas coisas baixam o olhar de um animal:

    ternura e violência.

    E quando digo animal, incluo

    Você e eu.

    Alguém me disse ou li em algum lugar

    "o que nos distingue

    dos outros animais

    é nossa capacidade de perdoar"

    Mas eu sei de muitos animais

    além de nós

    perdoando

    para evitar a dor.

    Então, o que nos nivela

    é o querer voltar ao tempo quando não se sabia o que era dor

    quando não sabíamos o que a dor era.

    A fonte

    A dor para alguém que não tem coração

    A dor para alguém cujo coração é fonte

    pode ser diferente.

    Naturalmente, ambos se curvam para ela

    quando sua língua de fogo

    derrete a doçura do ser

    extingue a canícula da alma.

    Mas para aqueles que se alimentam do coração

    há de encontrar seiva nas voltas e reviravoltas

    entre tudo que se contorce em lamentação.

    A agressão

    O corpo da vítima ferido

    assim como as falanges das mãos do belicoso

    mesmo depois de ouvir os conselhos sobre o pavio curto, decidiu

    mesmo depois de ouvir que assim seria difícil

    erguer a âncora

    para o céu —

    foi lá, bateu.

    O que não foi dito é que antes

    outra pessoa ignorou esses mesmos conselhos

    & lavrou as falanges

    no corpo desse agressor.

    Ambos dentro de uma iridescência cruenta

    onde a sanha não deixa nada oco

    como se fosse uma térmita; na verdade,

    preenche algo

    dentro de suas árvores —

    que devolve pele para os nós dos

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