Vestígios banais
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Vestígios banais - Francisco Ricardo Lima Caetano
APRESENTAÇÃO
Se eu lhe pedir para parar e escutar um pouco sobre o sentido da vida, de certo você poderia fazer isso lendo este livro. Em tempos de tanto barulho, a arte das palavras vem, muitas vezes, para ser o retrato silencioso que só foi capaz de enxergar aquele que escolheu ser, ele mesmo, os olhos do mundo: o autor. No caso dessa obra, três autores. São seis pares de olhos, cada par com seus próprios retratos, que trouxeram para o papel recortes da vida humana de forma tão clara, tão forte e tão encantadora que, ao ler, viramos todos pequenas criaturas a escutar, atentos, uma história, não para dormir, mas para acordar. Pois poucas coisas são tão verdadeiras quanto as páginas que virão a seguir.
Quem sabe o que mora dentro de cada um de nós? O conto tem o poder de criar um pequeno universo que basta por ele mesmo. Cada conto se torna, então, uma realidade que, antes oculta da nossa vista, agora aparece viva, pulsante, presente. E uma vez que um conto nasce, ele é eterno – é que cada imagem, cada sentimento, cada pessoa que nasceu naquelas linhas breves passa a morar dentro de nós. Um conto é o recorte da vida. Nesse recorte, nascemos novamente ao final de cada página. De resto, só nos sobra tempo de respirar e corremos para ler outro. Por quê? Porque ali mora a essência humana.
Nesse livro, podemos conhecer alguns dos nossos lados mais ocultos. Aqueles que só nos damos conta que existem na calada da noite, quando estamos sozinhos. Cada frase escrita nesta obra é um traço que alguém deixou no chão para que fosse seguido por almas em busca de comida e vida. Afinal, não são assim todos os leitores? Esses traços são, de fato, vestígios. Mas não se engane: de banais eles só têm a simplicidade de serem humanos. Pois são, para quem os lê, vestígios vitais – um canto em homenagem à podridão e ao sublime, tudo ao mesmo tempo.
Mas que histórias o esperam aqui? Dentre tantas narrativas, você está prestes a conhecer uma herança tão forte como o ódio que foi herdado do pai, usado para se manter vivo. Nem todas as heranças são objetos empoeirados ou traços que carregamos em nosso rosto. Algumas heranças também são sentimentos, quadros, fragmentos ou vestígios. E de algumas coisas não podemos pedir socorro. Assim como uma mulher que entendeu tudo antes mesmo que o menino pudesse entender. Algumas coisas da vida estão nos detalhes e na rotina. Outras fogem disso: os versos de Florbela, nesta obra, também puderam contar a história de uma relação que vai além de rótulos e nomes, vivendo na verdade de dois corações amigos, pois o sonho de país de outra língua – por vezes – não termina como idealizamos. O sonho fica por onde passamos. E quem colhe a sombra por onde andamos? O que falam essas sombras? Quando Icaro voou alto para perto do sol, ali não se fazia sombra. Sabemos quem era Icaro, mas quem era Orfeu? Descendo um pouco, embaixo, no chão, ou melhor, no mar, os navios negreiros também são trazidos para este livro como símbolo de resistência e luta, pois poucas coisas podem clamar por resistência como o ofício de um professor. Aliás, o racismo cordial que fere e mata todos os dias não priva nem mesmo as brincadeiras das crianças que a tudo presenciam. As crianças também guardam memórias que as pessoas não imaginam que possam habitar ali – o pai, dono do fogo, queimava papeis sem que alguém pudesse saber o que eles eram. E, às vezes, o que somos só se mostra na hora da morte: um pedido inusitado, momentos antes de partir, conta a história da formação do povo brasileiro.
Espero que você mergulhe neste livro como mergulha o sobrevivente em mais uma chance de viver. Que você possa entrar nessas páginas, tocando-as com os olhos, aberto para cada palavra e momento por elas proporcionado. Porque toda a sutileza e honestidade mora aqui: as palavras vêm cruas, arrancadas de três