O Estado SombrIo: A Unha Vermelha: O Estado SombrIo, #2
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Sobre este e-book
[O Estado SombrIo: A Unha Vermelha]
"Haha… Por que o mundo insiste em chamar tudo de teoria da conspiração?"
A voz era afiada como uma lâmina.
"Numerologia, símbolos, pistas deixadas à vista de todos... e, ainda assim, as massas tolas seguem acreditando que tudo não passa de delírio."
Eles desejavam uma nova ordem mundial.
Mas quem estaria no controle desse novo mundo?
◆ Vaticano e Inglaterra — Simon e Raphael seguem um mapa misterioso até Israel.
Lá, no coração do Éden, começam a enxergar os primeiros contornos de uma verdade sombria.
▷ Ao saírem do parque, uma borboleta amarela voa.
"Aquela criança… está amaldiçoada."
◆ A verdade escondida por aqueles que pregam "liberdade"
◎ Coreia do Sul — No momento em que o último descendente da fraternidade pisa no país:
✓ Um presidente deposto
✓ Eleições fraudulentas e a conspiração por trás do K-WEB
✓ Protestos violentos nos tribunais, lojas obscuras e livrarias misteriosas
✓ Fogo, dilúvios e provas sendo apagadas…
▢ "O Livro Perdido"
"O dia se tornava noite, e a escuridão devorava a luz. O sol queimava ferozmente, projetando sombras ainda mais densas. A lua iluminava o céu, mas cada raio fazia a noite se aprofundar. O medo da escuridão levou os homens a desejarem a luz. E, cegos, estenderam as mãos para qualquer brilho.
Descendentes, o que vocês enxergam? E, acima de tudo… no que vocês acreditam?
O fim será igual ao começo."
◆ NO OLHO DO FURACÃO, ELE SURGE
O líder da Nêmesis. A autoridade absoluta.
A Unha Vermelha
"Vocês conhecerão a verdade, e a verdade os libertará?"
"Tolice."
"A verdade é uma corrente que sufoca. As chaves estão em nossas mãos."
Ela estala as garras no ar.
"E quando eu julgar vocês… sua carne se rasgará num instante. O som de sangue e entranhas sendo dilaceradas ecoará pelo mundo. Quando o fim chegar, quando seus olhos forem tomados pelo desespero… sua pele será reduzida a pó sob minhas garras."
◆ Aqueles que desenham o novo mundo contra os que querem destruí-los.
E, então, a guerra definitiva começa.
✓ Durante séculos, Éden e Nêmesis moveram-se nas sombras.
Agora, eles apontam suas armas um para o outro, no centro do mundo.
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O Estado SombrIo - Yeong Hwan Choi
O Estado SombrIo
A Unha Vermelha
Yeong Hwan Choi
Esta história é uma obra de ficção, e todos os eventos, personagens, organizações e locais nela apresentados são produtos da imaginação do autor. Qualquer semelhança com pessoas, instituições ou eventos históricos reais é mera coincidência.
O ATENDENTE SUGERIU o elevador, mas Simon acenou com a mão e apontou para a escada.
— Vamos a pé. Segundo andar e já quer elevador?
A Árvore do Éden
, aquela estrutura colossal semelhante a um templo, parecia ganhar uma atmosfera cada vez mais peculiar conforme subiam os degraus. No último lance, o vidro panorâmico revelou a vista do parque em um único e imponente quadro. O sol se infiltrava na névoa flutuante, misturando-se aos tons vibrantes das plantas. O vento passava entre as folhas enormes, produzindo um som que lembrava um cântico sagrado, um sussurro quase hipnótico.
Dentro, porém, era um mundo à parte. Uma fusão improvável de tecnologia de ponta e elementos mitológicos.
Mesas de mármore redondas e cadeiras de madeira clássicas, entre elas, cardápios holográficos flutuavam, projetando sugestões etéreas. Baristas com aparência angelical—AIs perfeitamente programadas—recebiam os clientes com vozes suaves e cálidas.
— Gostariam de fazer o pedido?
Havia algo de alquímico no preparo das bebidas. Líquidos translúcidos, quase vivos, dançavam nos recipientes. O aroma era familiar, mas impossível de identificar. Algo já provado, mas perdido na memória.
Simon e Raphael avançaram até o balcão. Um café de Salomão e um suco de Ezequiel.
A barista acenou sutilmente e iniciou o ritual. Primeiro, o café. Grãos escuros deslizavam por um tubo de vidro, triturados instantaneamente por mecanismos fluidos. O líquido extraído brilhava sob a iluminação, adquirindo um tom quase hipnótico.
— Uma combinação lendária, dizem que Salomão o bebia.
Do frasco pequeno, uma gota negra pingou na xícara. A tonalidade do café se aprofundou. Um aroma doce invadiu o ar, algo inalcançável, talvez apenas uma memória olfativa de algo que nunca existiu.
— Sabedoria transcende aromas — murmurou a IA, estendendo a xícara com um sorriso humano demais para ser artificial.
Em seguida, o suco de Ezequiel.
Pelas mesmas tubulações, folhas de figueira deslizaram, seguidas pelo suco denso de romã, pingando lentamente como sangue cerimonial. Tamaras eram adicionadas à mistura, equilibrando os sabores.
— Segundo Ezequiel 47, a água que fluía pelo portão oriental trazia vida. Este suco simboliza essa dádiva.
Uma nova gota, desta vez incolor. O líquido, inicialmente verde-esmeralda, desbotou, tornando-se um branco puro, quase espectral.
— Aqui está — a voz suave anunciou, enquanto o copo deslizava pelo balcão.
Os dois pegaram suas bandejas e começaram a procurar um lugar para sentar, os olhos vasculhando o salão. Foi então que o viram. Um homem de terno preto, sentado à janela, escrevendo algo com a testa franzida em concentração. Cabelos brancos, mandíbula rígida, uma aura imponente.
Reconhecível à primeira vista.
O canto da boca de Raphael se curvou em um sorriso discreto. Sem hesitar, ele avançou na direção da mesa, onde a vista do parque se abria em um vasto cenário.
— Há quanto tempo, primeiro-ministro Levin.
David Levin pousou a xícara de chá com calma, levantando os olhos.
— Ora, ora. Veja quem está aqui. Não esperava encontrá-lo neste lugar, Raphael.
Simon arqueou a sobrancelha.
— Vocês se conhecem?
Levin desviou o olhar para ele, avaliando-o por um instante antes de responder.
— Nos cruzamos algumas vezes, há uns quinze anos, na Itália. Vocês pretendem se sentar?
Quando Simon e Raphael se acomodaram à mesa, os olhos do primeiro-ministro deslizaram lentamente sobre ambos, analisando-os com atenção meticulosa. Seu olhar percorreu os casacos, descendo ao longo do tecido gasto, até que parou em um ponto específico.
— Mas... o que aconteceu com suas roupas? Estão imundas.
Simon abaixou a cabeça, pigarreando discretamente.
Agora que olhava direito... sim. Os casacos estavam cobertos de poeira e manchas. Vestígios de terra grudados nos tecidos, e na manga esquerda de Raphael, uma marca escura, avermelhada, quase imperceptível, mas ali.
Raphael fechou o casaco com um gesto despreocupado.
— Acontece... Não tivemos tempo de trocar de roupa esta semana.
Deu uma risada seca. Simon o acompanhou, balançando a cabeça.
— Entre Londres e Roma, não tivemos tempo para moda, senhor primeiro-ministro.
Levin inclinou a cabeça, intrigado.
— Ah, Raphael eu já conheço... Mas e você? Não é israelense, certo?
— Simon Gray. Quando eu estava em Nova York, costumava vê-lo bastante na Pigeon Media.
Ele estendeu a mão para um aperto firme, que Levin aceitou sem pressa. Os olhos do primeiro-ministro se estreitaram ligeiramente.
— Jornalista, então. Veio a turismo... ou para alguma matéria?
Um sorrisinho brincou nos lábios de Simon.
— Minha namorada tinha um cargo alto. Eu só... era o faxineiro.
Levin franziu os lábios, e por um segundo, o canto de sua boca subiu.
— É mesmo?
Raphael não conseguiu segurar o sorriso e virou levemente o rosto. Simon, indiferente, levou a xícara aos lábios.
Depois de um momento, Raphael deu uma rápida olhada ao redor e ergueu a sobrancelha na direção de David Levin.
— Mas, senhor primeiro-ministro... E o pessoal do governo? Nenhum secretário, nenhum segurança? O senhor veio sozinho?
Levin soltou uma risada curta e entrelaçou os dedos sobre a mesa.
— Desde quando eu sou esse tipo de político patético, que anda cercado de gente o tempo todo? Estou de férias. Precisava de um tempo sozinho.
Raphael inclinou a cabeça ligeiramente.
— Férias, é? Então por que veio parar logo aqui, onde a vigilância de IA é tão rigorosa?
Levin apenas sorriu. Silêncio.
Foi Simon quem quebrou a tensão:
— Sem segurança, sem comitiva... estranho.
Os olhos de Levin se voltaram para ele, frios e avaliadores.
— E vocês dois? Por que vieram para cá? Disseram que passaram por Londres e Roma, não foi?
— Sim.
— Mais especificamente, onde estiveram?
Simon hesitou. Seus dedos tamborilaram sutilmente na mesa.
— Não foi turismo. Foi uma investigação.
— Investigação?
— Passamos pelo Vaticano e pelo Parlamento Britânico.
O olhar de Levin se estreitou, quase imperceptivelmente.
— Vaticano... Um lugar com muitos segredos.
— Exato. Mas agora não são só segredos. São fatos.
A resposta vaga de Simon fez com que Raphael assumisse a conversa.
— Encontramos plantas antigas no Parlamento Britânico. Isso nos trouxe até Israel.
Levin deslizou a ponta do dedo pela borda da xícara.
— E descobriram o que elas significam?
Raphael puxou o ar devagar. Seu olhar se encontrou com o de Simon.
— Era a sede da Maçonaria. Havia uma inscrição: Saída 3
. Junto dela, a bandeira de Israel e um símbolo mandálico.
O primeiro-ministro manteve o rosto inexpressivo, mas Simon notou a sutil rigidez nos seus lábios.
— Para ser exato — Simon acrescentou —, não era apenas a Maçonaria. Estávamos rastreando vestígios de uma facção oculta.
— Qual facção?
— Chamam-se Nêmesis
.
— Nêmesis... — Levin repetiu, o olhar distante. — Não esperava ouvir esse nome aqui.
Simon inclinou-se sobre a mesa.
— Investigamos como a Nêmesis tem operado ao longo da história. Seus rituais, seus rastros. Estivemos em Londres. E no Vaticano.
O primeiro-ministro permaneceu em silêncio. Apenas girou a xícara entre os dedos, lentamente. Então, finalmente, murmurou:
— Se estamos falando de deep state... sei algumas coisas.
Raphael e Simon trocaram um olhar rápido.
Levin suspirou e molhou os lábios com um gole de chá.
— Há rumores de que a Nêmesis está envolvida em algo grande. E, desta vez... na Coreia do Sul.
— O que exatamente estão tramando por lá? — Raphael perguntou.
Levin passou a mão pela boca antes de continuar, sua voz carregada de uma seriedade sombria.
— Dizem que já começou. Vocês conhecem bem a Coreia?
Ele tomou outro gole antes de prosseguir.
— Um país que conquistou sua independência em 1948, assim como Israel, após a Segunda Guerra Mundial. Mas algo terrível está para acontecer lá. E se decidirem ir... talvez descubram mais sobre a Nêmesis do que gostariam.
Simon não desviou o olhar do primeiro-ministro. Sua voz saiu baixa, controlada.
— Isso tem ligação com o sionismo judaico?
Levin abriu a boca, mas não respondeu. Fechou os lábios, pensativo. Então, sem pressa, levantou-se.
E quando falou, sua voz preencheu o café.
— Um dia... o monte do templo do Senhor será estabelecido acima de todos os montes...
Algumas pessoas na cafeteria viraram-se para ele, incomodadas com o tom grave, mas Levin não pareceu notar.
— Será exaltado acima das colinas, e todas as nações correrão para ele. Multidões virão e dirão: Venham, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó. Ele nos ensinará os seus caminhos, e andaremos nas suas veredas
. Pois a lei sairá de Sião, a palavra do Senhor, de Jerusalém.
A voz do primeiro-ministro ganhou força, cada palavra carregada de fervor. Seus olhos brilhavam, como se enxergassem algo além das paredes do café.
— O Senhor julgará entre os povos e resolverá as disputas entre as nações poderosas. Suas espadas serão forjadas em arados, suas lanças em foices! Nenhum povo erguerá a espada contra outro, e a guerra não será mais ensinada! Cada homem descansará sob a sombra da própria videira, sob a figueira que ele mesmo plantou!
Raphael franziu o cenho.
— O que exatamente quer dizer com isso, primeiro-ministro?
Levin não hesitou. Sua voz elevou-se ainda mais, vibrante, quase profética:
— Estas são as palavras do Senhor dos Exércitos! Cada nação clama pelo nome do seu deus, mas nós... nós invocaremos o nome do Senhor, de geração em geração!
Ele ergueu a mão, como um profeta diante da multidão.
— Naquele dia, trarei de volta os aleijados! Reunirei os dispersos! Aqueles que foram humilhados, aqueles que tropeçaram, farão nascer um grande povo! E a partir de agora, o Senhor reinará em Sião, por toda a eternidade!
O eco de sua voz preencheu o café. Por um instante, parecia que falava para uma multidão invisível.
— Torre do rebanho, fortaleza de Sião! A soberania que perdeste te será devolvida! Jerusalém recuperará seu reino!
E então, como se todo o peso de suas palavras lhe caísse sobre os ombros, Levin afundou na cadeira. Seu olhar encontrou o de Simon, e ele sorriu, quase divertido.
— Era isso que queria ouvir?
O silêncio pesou na mesa.
Simon estreitou os olhos.
— Está insinuando que somos contra o movimento nacionalista?
Do lado de fora, o som discreto de pneus sobre o asfalto. SUVs pretos se alinhavam na rua, deslizando sem pressa até estacionarem.
Simon sentiu um aperto no estômago.
— Não estamos acusando nada, primeiro-ministro. Mas... queríamos entender se os Protocolos de Sião também estão relacionados ao que está acontecendo na Coreia do Sul. Afinal, ambos os países conquistaram a independência no mesmo ano. Então... os Protocolos são reais? Ou apenas uma conspiração? Porque, no mundo todo, esse assunto nunca esfriou.
O primeiro-ministro entrelaçou os dedos lentamente, umedecendo os lábios antes de erguer um canto da boca. Então...
— Isso também foi obra da Nêmesis. Uma manobra para erradicar a influência do Éden, que crescia nos Estados Unidos e em Israel.
Palavras começaram a jorrar de sua boca como uma cascata, sem pausa, sem hesitação.
— Capítulo 1. O poder é justiça. O verdadeiro poder governa.
— Capítulo 2. Controle a mentalidade das massas através da mídia.
Sua voz acelerou.
— Capítulo 3. Dominaremos o mundo através da economia.
— Capítulo 4. Instauraremos o caos e substituiremos a fé pelo materialismo.
— Capítulo 5. O controle das artes, teatro, cinema. Manteremos as massas distraídas.
Era como um mantra.
Uma ladainha hipnótica.
Simon sentiu a respiração apertar. Levin fechou os olhos. Ou melhor, eles não estavam fechados. Apenas... desfocados.
— Capítulo 6. Destruiremos Goi (hebraico para nação ou povo) por qualquer meio necessário.
— Capítulo 7. Fortaleceremos nossas forças militares. Manipularemos a mídia para lucrar com as guerras.
— Capítulo 8. Produziremos especialistas para criar leis que nos beneficiem.
— Capítulo 9. Educaremos cada nação sob os princípios maçônicos.
A voz dele foi diminuindo, transformando-se em um eco profundo, como se viesse de dentro de um túnel escuro.
— Capítulo 10. Colocaremos fantoches na presidência. Os controlaremos através de seus próprios pontos fracos.
— Capítulo 11. Deus nos dispersou pelo mundo para conquistá-lo.
O primeiro-ministro abriu os olhos. Encontrou os de Simon e murmurou:
— Capítulo 12. Controlaremos a mídia para manipular a mente coletiva.
— Capítulo 13. Viciaremos as massas em esportes, entretenimento e lazer para atrofiar seu pensamento crítico.
— Capítulo 14. No governo mundial, apenas o Judaísmo será permitido. O Cristianismo será erradicado.
Simon compreendeu.
Levin não estava lendo.
Ele estava regurgitando.
— Capítulo 15. Aplicaremos a lei com rigor e puniremos severamente qualquer insubordinação.
— Capítulo 16. Reescreveremos a história e educaremos sob uma nova filosofia.
— Capítulo 17. Reprogramaremos a sociedade para que os cidadãos delatem uns aos outros, consolidando o regime perfeito.
Levin engoliu em seco.
Então, como se cortasse um fio invisível, disse a última frase.
— Capítulo 24. Escolheremos um rei entre os descendentes de Davi e lhe transmitiremos o conhecimento secreto antes de colocá-lo no trono.
Silêncio.
Um peso denso tomou o ambiente.
Simon foi o primeiro a falar, a voz rouca.
— Então... — limpou a garganta. — Está dizendo que isso... foi forjado pela Nêmesis?
O primeiro-ministro sorriu. Lentamente. Muito lentamente.
E então, em um tom quase sussurrado:
— Acredite no que quiser, senhor Gray. Afinal... a verdade é mais interessante assim, não acha? No fim das contas, ninguém se importa com o que é verdadeiro ou falso. As pessoas só querem um bom espetáculo. Atraem-se pelo choque, pelo absurdo. Só enxergam aquilo que querem enxergar.
Ele bateu a palma da mão contra a mesa.
— Mas, veja bem... seja um governo ou um deep state, o princípio fundamental precisa ser a liberdade. Um mundo sem liberdade é o próprio inferno. E essas palavras ridículas desse documento... puro fascismo. Uma farsa barata. Uma das muitas que a Nêmesis espalhou quando ainda estava infiltrada no Éden, tentando destruí-lo.
Tomou um gole de chá.
Seu rosto era inabalável. Mas seus dedos, apertados ao redor da xícara, tremiam.
Simon o observava. Ele sabia a verdade... ou só acreditava no que lhe convinha?
— Interessante. — Simon quebrou o silêncio. — 1948, foi isso que disse? Então, me diga... existem conspirações parecidas envolvendo a Coreia do Sul? Não sei quase nada sobre aquele país.
Levin inclinou a cabeça, soltando uma risada discreta.
— Conspirações? Não sei dizer. Não há tanto material quanto no Ocidente.
— Se o nacionalismo não está no centro disso, como em Israel... então o que está acontecendo lá?
O primeiro-ministro olhou discretamente ao redor, inclinando-se ligeiramente sobre a mesa, como se quisesse evitar ouvidos indesejados.
— Se quiser saber, vá e veja com seus próprios olhos.
Seu tom tornou-se mais grave.
— O Éden tem, atualmente, 814 oficiais de alto escalão e 1.480 membros ativos. Na Coreia, eles são poucos comparados ao Japão, mas... contam com cientistas, informantes e, acima de tudo, certas figuras especiais. Gente que luta contra a Nêmesis.
Ele suspirou.
— Você esteve no Vaticano, não foi? Então já deve ter uma ideia. A situação na Coreia... não é tão diferente.
Vaticano. Um lugar onde o sagrado e o profano coexistiam. Enquanto sacerdotes de vestes púrpuras entoavam cânticos sagrados, dentro do Palácio Apostólico, eventos que jamais seriam registrados na história ocorriam sem interrupção.
E a Coreia? Que segredos estariam escondidos lá?
Simon sorriu, um misto de ansiedade e excitação atravessando seu olhar.
— Interessante. Muito interessante. Espero que também tenha ligação com a Maçonaria. Mas diga... por que não nos conta diretamente?
Levin pousou a xícara sobre a mesa com extrema lentidão. Um gesto que parecia milimetricamente calculado.
— Como eu disse antes, prezamos pela liberdade de pensamento. A mesma regra vale para as escolhas.
Seus olhos analisavam Simon, estudando cada reação sua.
— Todo ser humano forma julgamentos subjetivos. Se eu lhe contasse sobre esses eventos agora, você inevitavelmente formaria uma opinião precipitada. E essa visão distorcida impediria que enxergasse a verdade quando a encontrasse. Mas não se preocupe... em breve, você mesmo descobrirá.
Simon absorveu suas palavras.
— Então... está escolhendo as palavras de propósito?
Levin abriu um sorriso sutil.
— Nós não impomos sacrifícios a ninguém. Apenas respeitamos a liberdade individual.
Fez uma pausa. Respirou fundo.
Os olhos verdes brilharam sob
